Índice quantitativo de dor na coluna cervical em trabalhadores no setor de Educação a Distância do Claretiano Centro Universitário

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1 Índice quantitativo de dor na coluna cervical em trabalhadores no setor de Educação a Distância do Claretiano Centro Universitário 63 Carmen Aparecida Malagutti de BARROS 1 Letícia CARDOZO 2 Resumo: Este estudo tem o propósito de quantificar o percentual de funcionários do setor de Educação a Distância (EaD) no Claretiano que apresenta dor na coluna cervical. Após liberação do CEP e assinatura do termo de consentimento, foi aplicado um questionário sociodemográfico e clínico no setor de EaD, composto por questões relacionadas a características demográficas e condições clínicas. A amostra do estudo é constituída por 27 indivíduos de ambos os sexos, com idade média de 33 anos. De acordo com o questionário, foi possível analisar que 26% não possuíam dor constante; outros 26% relataram que a dor já ultrapassava um período de 2 anos; 15% relataram que a dor já perdurava de 3 a 6 meses; outros 15%, de 12 a 24 meses; e cerca de 18% apresentavam dor num período de 6 a12 meses. Em relação a sintomas em outras regiões, 16 indivíduos relataram dor: cerca de 56% tinham queixa de dor na região sacral, 38%, na coluna dorsal e 6%, na coluna lombar. Devido ao aumento do uso de tecnologias, como computadores, notebooks, celulares, tablets, somado às posturas inadequadas na utilização desses recursos no âmbito ocupacional e à carga de jornada de trabalho, pode-se concluir que a queixa de dor cervical tem percentual considerável na população usuária desses artigos de tecnologia, com crescente impacto socioeconômico e na qualidade de vida dos indivíduos. Palavras-chaves: Coluna. Dor. Trabalho Estático. 1 Carmen Aparecida Malagutti de Barros. Mestra em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Bases Neuromecânicas do Movimento Humano pelo Claretiano Centro Universitário. Bacharel em Fisioterapia pela mesma instituição. <carmenbarros@claretiano.edu.br>. 2 Letícia Cardozo. Bacharel em Fisioterapia pelo Claretiano Centro Universitário. <lecardozo6@hotmail.com>.

2 64 Quantitative index of pain in the cervical column in workers in the EaD sector of the Claretiano Centro Universitário Carmen Aparecida Malagutti de BARROS Letícia CARDOZO Abstract: The purpose of this study is to quantify the percentage of employees in Distance Education (EaD) in Claretiano who have pain in the cervical spine. After release of the CEP and signature of the consent term, a socio-demographic and clinical questionnaire was applied in the (EaD) sectors, composed of questions related to the demographic characteristics and questions related to the clinical condition. The study sample consisted of 27 individuals of both sexes with a mean age of 33 years. According to the questionnaire, it was possible to analyze that 26% did not have constant pain, another 26% had pain over a period of 2 years, 15% reported that pain lasts for 3-6 months, 15% for months, and about 18% have pain over a period of 6-12 months. When approached symptoms in other regions, it was possible to observe that, 16 individuals about 56% had complaints of pain in the sacral region, 38% in the dorsal spine and 6% in the lumbar spine. Due to the increase in the use of technologies such as computers, notebooks, cell phones, tablets, somatizados the inadequate postures in the use of these resources in the occupational scope, and the workload load, it can be concluded that the complaint of cervical pain has a considerable percentage in the population User of these technology articles with increasing socioeconomic impact and the quality of life of individuals. Keywords: Column. Pain. Static Work.

3 65 1. INTRODUÇÃO A evolução da tecnologia e as queixas de dor relacionadas ao trabalho de pessoas que atuam na área de Tecnologia de Informação, especialmente no Ensino a Distância, merecem atenção especial, uma vez que esses profissionais trabalham em posição sentada e de frente ao computador durante toda sua carga horária. O trabalho no computador é amplamente percebido como um fator de risco para doenças musculoesqueléticas, que coletivamente se tornaram as doenças profissionais mais frequentemente diagnosticadas nos países europeus (OHA et al., 2014). As principais desordens musculoesqueléticas em pessoas que atuam em Tecnologia de Informação acometem os membros superiores (GERR et al., 2002), pescoço e cabeça (KORHONEN et al., 2003) e coluna vertebral (JENSEN et al., 2002). A prevalência de dor musculoesquelética no pescoço em trabalhadores usuários de computador pode variar entre 55 e 69 %; coluna lombar, entre 31 e 45%; e extremidades superiores, entre 5 e 15% (OHA et al., 2014). Segundo Eltayeb et al. (2007), entre as queixas comumente citadas por esses trabalhadores, a dor cervical é a mais prevalente, com característica quase sempre crônica intermitente e de baixa intensidade (JONHSTON et al., 2008). Estudos demonstram que funcionários de escritório usuários de computador apresentam alto risco para o desenvolvimento de dor cervical, com prevalência anual maior que a observada na população em geral (ARIENS et al., 2001). O objetivo deste estudo foi quantificar o percentual de funcionários dos setores de Educação a Distância (EaD) do Claretiano Centro Universitário que apresentam dor na coluna cervical. 2. MÉTODOS O desenvolvimento da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Claretiano Centro Universitário. Todos os voluntários formalizaram a participação no estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que contém as informações quanto ao estudo, à liberdade de adesão e desistência, à ausência de danos à vida e ao direito de preservação de identidade. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e clínico descrito por Domingues e Cruz (2011), no setor de EaD e suas subdivisões, revisão, diagramação, videoaula, coordenação e preparação, totalizando vinte e sete funcionários. O questionário é composto por sete questões relacionadas a características demográficas, como idade, gênero, estado civil, atividade profissional, situação profissional e habilidades literárias. Além disso, possui também seis questões relacionadas a condições clínicas, nomeadamente, duração temporal da dor, presença ou ausência de dor irradiada para membro superior, dor de cabeça e tonturas, presença de dor em outros locais da coluna além da coluna cervical e uso de medicação para controle da dor. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra foi composta por 27 funcionários de ambos os sexos, sendo 18 mulheres e 9 homens, com idade média de 33 anos, com idades variando entre 23 e 67 anos. Com relação aos dados da análise demográfica, foi possível observar em relação ao estado civil que 10 funcionários eram solteiros e 17 casados; com relação ao grau de escolaridade, 22 possuíam formação completa em ensino superior. Quanto à carga horária, 25 dos funcionários trabalham 8 horas diárias. Os dados obtidos quanto à condição clínica foram: 26% afirmaram não ter dor constante; outros 26%, que a dor já ultrapassava um período de 2 anos; 15% relataram que a dor já perdurava de 3 a 6 meses; 15%, de 12 a 24 meses; e cerca de 18% apresentavam dor de 6 a 12 meses. Os números estão representados na Figura 1.

4 66 Figura 1. Descrição do período de dor cervical em meses. Fonte: elaborado pelos autores. Quanto à ocorrência de dor na região cervical, 10 indivíduos não relataram dor, 6 descreveram sentir pelo menos uma vez ao dia, 2, pelo menos duas vezes ao dia, 3, com frequência maior que duas vezes ao dia, e outros 6 relataram dor constante. Em relação a outros itens avaliados, como irradiação da dor para os membros superiores, dores de cabeça ou tonturas, 7 funcionários relataram apresentar esses sintomas. Quando questionados se apresentavam dor em outras regiões da coluna vertebral, 16 afirmaram que sim, sendo 56% na região sacral, 38% na coluna dorsal e 6% na coluna lombar, como demonstra a Figura 2. Quando inqueridos quanto ao uso de medicamentos para o controle de dor, apenas 1 relatou fazer uso diário. Figura 2. Disposição de dores em outras regiões da coluna. Fonte: elaborado pelos autores. De acordo com Rodríguez (2011), a dor cervical é uma desordem musculoesquelética importante, pois é responsável por um percentual significativo de afastamento laboral e de baixa produtividade. Estima-se que 70% da população será acometida de dor cervical em algum período da vida.

5 67 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa perspectiva, e levando em consideração o aumento do uso de tecnologias, como computadores, notebooks, celulares, tablets, e as posturas inadequadas na utilização desses recursos no âmbito ocupacional, pode-se notar que a queixa de dor cervical está em crescimento, mostrando um percentual considerável na população, com um crescente impacto socioeconômico e na qualidade de vida dos indivíduos. REFERÊNCIAS ARIENS, G. A. M. et al. Are neck flexion, neck rotation and sitting at work risk factors for neck pain? Results of a prospective cohort study. Occup. Environ. Med., v. 58, n. 3, p , Disponível em: < articles/pmc /pdf/v058p00200.pdf>. Acesso em: 25 jul DOMINGUES, L.; CRUZ, E. Adaptação cultural e contributo para a validação da Escala Patient Global Impression of Change. Ifisionline, v. 2, n. 1, p. 3-37, Disponível em: < artigo4_vol2n1.pdf>. Acesso em: 26 jul ELTAYEB, S. et al. Prevalence of complaints of arm, neck and shoulder among computer office workers and psychometric evaluation of a risk factor questionnaire. BCM Musculoskeletal Disorders, v. 14, p. 8-68, Disponível em: < bmcmusculoskeletdisord.biomedcentral.com/articles/ / pdf>. Acesso em: 26 jul GEER, F. et al. A prospective study of computer users: I study design and incidence of musculoskeletal symptoms and disorders. Am. J. Ind. Med., v. 41, p , Disponível em: < full.pdf>. Acesso em: 26 jul JESEN, C. et al. Musculoskeletal symptoms and duration of computer and mouse use. Int. J. Ind. Ergon., v. 30, p , Disponível em: < of_computer_and_mouse_use>. Acesso em: 26 jul JONHSTON, V. et al. Quantitative sensory measures distinguish office workers with varying levels of neck pain and disability. Pain, v. 137, n. 2, p , Disponível em: < pdf>. Acesso em: 26 jul KORHONEN, T. et al. Work related and individual predictors for incident neck pain among office employees working with video display units. Occup. Environ. Med., v. 60, p , Disponível em: < articles/pmc /pdf/v060p00475.pdf>. Acesso em: 26 jul OHA, K. et al. Individual and work-related risk factors for musculoskeletal pain: cross-sectional study among estonian computer user. BCM Musculoskeletal Disorders, v. 15, n. 181, Disponível em: < biomedcentral.com/articles/ / pdf>. Acesso em: 26 jul RODRÍGUEZ, I. F. Efectividad de la terapia de liberación miofascial en el tratamiento de la cervicalgia mecánica en el ámbito laboral f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) Universidade de Coruña (UDC), Coruña, Disponível em: < Acesso em: 26 jul