FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETA FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
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1 FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETA FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA Graduação 1
2 FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA UNIDADE 5 ALIMENTAÇÃO PARENTERAL Nesta unidade estudaremos a importância da alimentação parenteral para uma melhor evolução terapêutica no paciente enfermo. OBJETIVO DA UNIDADE: Reconhecer a importância da alimentação parenteral para uma boa recuperação do doente, que não pode, por diversas causas, receber alimentação por via oral. PLANO DA UNIDADE: O que é nutrição parenteral? Tipos de nutrição parenteral. Os componentes da nutrição parenteral. Indicações de terapia nutricional parenteral. Contra-indicação da terapia nutricional parenteral. Complicações da nutrição parenteral. Monitorização. Bons estudos! 59
3 UNIDADE 5 - ALIMENTAÇÃO PARENTERAL O QUE É NUTRIÇÃO PARENTERAL? Nutrição parenteral (NP) é a alimentação dada através de uma veia. Ela serve para complementar ou substituir completamente a alimentação oral (dada pela boca) ou enteral. Uma pessoa que não pode, não consegue ou não deve alimentar-se utilizando seu aparelho digestório, necessita de uma outra maneira de alimentação que o mantenha com um estado nutricional adequado, pois o paciente desnutrido enfrenta muito mal as enfermidades e invariavelmente evolui para óbito quando não é revertida esta situação. São exemplos desta necessidade: Recém-nascidos prematuros, cujo intestino ainda não está completamente formado; Pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte que complicam com fístulas (vazamentos); Pacientes com a síndrome do intestino curto; A nutrição parenteral pode ser Total ou Parcial, conforme a necessidade. Tipos de nutrição parenteral Nutrição parenteral periférica A nutrição parenteral periférica (NPP) é um meio de terapia nutricional no qual uma solução parenteral é administrada diretamente em uma veia periférica. Ela é usualmente indicada para períodos curtos (7-10 dias) porque, em geral, não atinge as necessidades nutricionais do paciente. Nutrição parenteral total A nutrição parenteral total (NPT) é um meio de terapia nutricional no qual uma solução parenteral é administrada diretamente em uma veia central (em geral veia cava superior). Ela é indicada para uso superior a 7-10 dias e oferece aporte energético e protéico total a um paciente que não possa tolerar ingestão via oral ou enteral. Os componentes de nutrição parenteral Os componentes da nutrição parenteral são: Água É o de maior volume, necessário para repor as perdas e transportar os outros componentes. O cálculo da quantidade total de fluido necessário (o volume) deve levar em conta as necessidades e as perdas. Podem ser usados o peso e a diurese neste balanço. 60
4 FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA No adulto, segue-se um padrão de 2000 a 2500ml no frasco de nutrição parenteral e o restante é administrado através de soros em veias periféricas. Na neonatologia, depende de fatores como a idade pós-natal (quanto maior a idade, maior a necessidade até cerca de 15 dias de idade, quando se estabiliza) e a idade gestacional (quanto mais prematuro, maior a necessidade). Idealmente, a diurese deve estar entre 1-2 ml/kg/hora, tendo uma densidade urinária de Após o nascimento, o peso cai por cerca de 4-5 dias, mas pode cair por até 12 dias, dependendo das condições clínicas (prematuros, por exemplo). Quanto mais prematuro maior a perda de peso em porcentagem do peso original. Um RN de termo pode perder 5-10% de seu peso (isso é normal), um prematuro pode chegar a perder 20% de seu peso ao nascimento. Glicose Utilizada na forma de soluções hipertônicas de glicose, geralmente a 50%, ou seja, 50 gramas de glicose para cada 100ml. Aminoácidos Necessário para formar a proteína, utilizam-se soluções a 10% (10 gramas por 100 ml). Lipídios Utilizado preferencialmente todos os dias como fonte de energia, juntamente com a glicose, apresenta-se em soluções a 10 e 20% (10 ou 20 g/100 ml) Eletrólitos Sódio: na forma de NaCl a 20%. Potássio: na forma de KCl e fosfato ácido de potássio. Cálcio: utilizado em veia periférica para evitar precipitação do soluto. Fósforo: na forma de fosfato ácido de potássio. Magnésio: na forma de sulfato de magnésio. Vitaminas: A B1 B6 B12 C D E K - utilizado uma vez por semana, preferencialmente em veia periférica. 61
5 UNIDADE 5 - ALIMENTAÇÃO PARENTERAL Elementos minerais: Ferro; Zinco; Cobre; Cromo; Iodo. Indicações de terapia nutricional parenteral A nutrição parenteral (NP) é indicada se o trato digestivo não funciona, está obstruído ou inacessível, e antecipa-se que esta condição continue por pelo menos sete dias. Durante a avaliação nutricional e médica, alguns fatores precisam ser considerados na decisão de utilizar NP: Antecipar a duração da terapia; Necessidade energética e protéica; Limitação de infusão hídrica; Acesso venoso disponível. Indicações específicas: Vômitos intratáveis: pancreatite aguda, quimioterapia; Diarréia grave: doença inflamatória intestinal, síndrome de má absorção, síndrome do intestino curto; Mucosite/Esofagite: quimioterapia; Íleo: grandes cirurgias abdominais, trauma grave, incluindo quando não se pode usar uma jejunostomia por pelo menos sete dias; Obstrução: neoplasias, aderências, etc; Repouso intestinal: fístulas enteroentéricas, enterocutâneas; Pré-operatório: somente em casos de desnutrição grave na qual a cirurgia não possa ser adiada. Contra-indicação de terapia nutricional A nutrição parenteral é contra indicada para pacientes hemodinamicamente instáveis, incluindo aqueles com hipovolemia; com edema agudo de pulmão; anúria sem diálise ou que apresentem graves distúrbios metabólicos e eletrolíticos. Hipovolemia: diminuição do volume sanguíneo. Anúria: ausência de diurese. 62
6 FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA Complicações da nutrição parenteral Como principal complicação, por tratar-se de uma solução altamente nutritiva, é a contaminação por bactérias e fungos que colonizam os frascos. Para evitar este problema, são necessários técnica asséptica de esterilização dos frascos e materiais. Flebite: reação inflamatória da veia. O acesso venoso da nutrição parenteral total deve ser uma veia central para evitar a flebite, isto é, deve ser em uma veia calibrosa próxima ao coração para evitar uma reação inflamatória da veia, devido a concentração alta de glicose. As seguintes complicações podem surgir quando a NP é administrada: Mecânicas (relacionadas à inserção do cateter): incluem pneumotórax, hidrotórax e lesão vascular. É imperativo o controle radiológico antes de infundir a NP. Infecciosas: sepses relacionadas ao cateter são causadas por fungo (candida), estafilococos ou germes gram positivos. Metabólicos: hiperglicemia, disfunção hepática, síndrome da realimentação Monitorização Os seguintes parâmetros devem ser monitorados em pacientes com NP: Metabólicos: Sódio; Potássio; Cloro; Uréia; Glicemia; Cálcio; Magnésio; Fósforo; Hemograma. Nutricionais: Avaliação diária do peso; Albumina; Infecção Vigilância em pacientes febris com cateteres centrais que recebem NP; Avaliar diariamente o local de inserção quanto à presença de sinais inflamatórios e infecciosos. 63
7 UNIDADE 5 - ALIMENTAÇÃO PARENTERAL LEITURA COMPLEMENTAR MAHAN, L.K; ESCOTT-STUMP, S K. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, 10 ed. São Paulo: Roca, p. CUPARRI, L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, p. É HORA DE SE AVALIAR! Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudálo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Nesta unidade você estudou todo processo da nutrição parenteral e sua importância na terapêutica nutricional para o enfermo. A próxima unidade vem aí! Nela iremos estudar as recomendações nutricionais para indivíduos sadios. 64
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