UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PLANO DE ENSINO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PLANO DE ENSINO Código MEM27 Nome História da Educação Matemática Créditos/horas-aula: 02/ 30 horas-aula Súmula: Educação Matemática segundo a perspectiva da História: finalidades, programas e práticas escolares do passado e suas conexões com as práticas escolares e as políticas públicas educacionais do presente. Atores e simbolismos das práticas, tempo e espaços escolares. Fontes escritas, iconográficas e orais e respectivas metodologias de análise. Em vigor em: 2016/1 Professor Conteúdo Programático Andreia Dalcin e Elisabete Zardo Búrigo História da Educação Matemática: campo de pesquisa, problemáticas e contribuições para a formação de professores. Práticas, tempos e espaços escolares. A constituição da Matemática como disciplina escolar. Gênero e currículo. Fontes para a pesquisa em História da Educação Matemática e respectivas metodologias de análise. Finalidades da escola e da educação matemática escolar. A profissionalização dos professores que ensinam matemática. A expansão do sistema escolar. Políticas curriculares e sistemas de avaliação institucional. Objetivos Apresentar e discutir o campo de investigação História da Educação Matemática, tomando como foco as práticas escolares historicamente construídas vinculadas ao ensino de matemática, enfatizando aspectos como o tempo e o espaço escolar. Debater as interfaces entre o campo da História, História da Educação e Educação Matemática. Reconhecer a História da Educação Matemática como campo de investigação e estudar o processo de constituição de fontes históricas a partir de documentos escritos, oralidade e imagens. Identificar diferentes práticas pedagógicas vinculadas ao ensino de matemática situando-as no tempo e espaço. Debater sobre as diferentes práticas historicamente construídas relacionadas ao ensino de matemática escolar, articulando passado e presente. Debater as políticas educacionais e curriculares como expressões de perspectivas conflitantes a respeito das finalidades atribuídas à educação escolar, tendo como foco a educação matemática escolar.

2 Metodologia e Experiências de Aprendizagem: A disciplina será desenvolvida através de seminários, em que serão apresentados e discutidos textos previamente indicados para leitura. A cada semana os alunos realizarão resenhas dos textos e cada um deverá apresentar um ou dois textos mediante cronograma previamente combinado. Também serão realizados pequenos exercícios de coleta e análise de fontes históricas. Ao final do semestre, cada aluno deverá apresentar uma produção escrita, sobre uma das temáticas abordadas e que dialogue com a bibliografia utilizada. Sistema de Avaliação Para cada encontro, a partir do segundo, o discente elaborará um pequeno texto relacionado com as leituras indicadas para o encontro seguinte. Para os últimos encontros, o discente deverá apresentar uma produção escrita, considerando pelo menos uma temática abordada na disciplina. Esta proposta deverá ser desenvolvida na forma de um artigo, em diálogo com os textos e autores estudados. A avaliação considerará a participação do discente nos encontros da disciplina, a produção escrita semanal e a produção em forma de artigo. Constituem critérios de avaliação: a) consistência teórica relativamente aos conteúdos tratados em aula; b) capacidade de problematizar e de pensar analiticamente, incorporando experiências e tramando-as com elementos teóricos devidamente referenciados; c) apresentação de temática de interesse do discente e sua problematização; d) observância da escrita em termos de clareza, encadeamento e argumentação; e) autonomia e criatividade na elaboração e realização das atividades propostas; f) frequência, comprometimento e pontualidade referentes às atividades propostas na disciplina. Recuperação Após a devolução de cada tarefa, com os comentários das professoras, será oportunizada nova entrega, desde que a primeira tenha sido feita no prazo indicado. 2

3 Cronograma (18 semanas) Semana 7/3 O campo da História da Educação Matemática: objetos de estudo. 14/3 Prelúdios da constituição da Matemática como disciplina escolar. 21/3 Práticas, tempos e espaços escolares I. 28/3 Práticas, tempos e espaços escolares II. 4/4 Práticas, gênero e currículo. 11/4 Fontes escritas: provas, cadernos, diários de classe, revistas pedagógicas. 18/4 Fontes orais. 25/4 Fontes iconográficas: imagens (fotografias, obras de arte...). 2/5 Fontes iconográficas: imagens em livros didáticos e paradidáticos. 9/5 Desigualdades na sociedade e na escola: conexões entre a escolarização e o mundo do trabalho. 16/5 A profissionalização dos professores que ensinam Matemática. 23/5 Movimentos de renovação da educação matemática escolar: a Matemática do ginásio. 30/5 Movimentos de renovação da educação matemática escolar: a Matemática Moderna. 6/6 A Matemática na escola universalizada: políticas de permanência. Lei de Diretrizes e Bases, Diretrizes Curriculares Nacionais. 13/6 Sistemas de avaliação, políticas de accountability e indicadores de qualidade. 20/6 Políticas curriculares para a educação básica: a Matemática na BNCC. 27/6 Políticas curriculares para a educação básica: a interdisciplinaridade. 4/7 Seminário de apresentação das produções escritas. Bibliografia Básica ALVAREZ, T. G. A Matemática da Reforma Francisco Campos em ação no cotidiano escolar f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, Disponível em < Acesso em: 13 mai BASSO, M. V. A.; BÚRIGO, E. Z. Considerações sobre a prova de Matemática do ENEM. Porto Alegre: Documento de circulação restrita. BENCOSTTA, M.L.A. Arquitetura escolar na Belle Époque: Jean Omer Marchand e Francisco de Paula Ramos de Azevedo (Montreal e São Paulo, ). In: BENCOSTTA (org.) Culturas escolares, saberes e práticas educativas: itinerários históricos. São Paulo: Cortez, p BÚRIGO, E. Z. Modern Mathematics in Brasil: The Promise of Democratic and Effective Teaching. International Journal for the History of Mathematics Education, v. 4, n. 1, p.29-41, BÚRIGO, E. Z. O novo ensino médio da rede estadual gaúcha: politécnico? Revista CPERS - Consciência Crítica, Porto Alegre, p.13-19, mar BURKE, P. A Classificação do Conhecimento: currículos, Bibliotecas e Enciclopédias. In:. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p BURKE, P. O testemunho das imagens. In:.Testemunha ocular. História e Imagem, Bauru, SP: EDUSC, p

4 CASSASUS, J. Uma nota crítica sobre a avaliação estandardizada. Sísifo Revista de Ciências da Educação, n. 9, p , mai./ago CHARLOT, B. A escola e o trabalho dos alunos. Sísifo Revista de Ciências da Educação, São Paulo, n.10, p.89-96, set./dez CHARTIER, R. A visão do historiador modernista. In: FERREIRA, M. de M.; AMADO, J. Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, DALCIN, A. Um olhar sobre o paradidático de matemática. In: MIORIM, M. A.; VILELA, D. S. (Orgs.). História, Filosofia e Educação Matemática: práticas de pesquisa. v.1. Campinas: Alínea, p Disponível em: < Acesso em: 13 Mai DALCIN, A. Tempo e Espaço no Colégio Salesiano Liceu Coração de Jesus: Contribuições para História da Educação Matemática no Brasil. Revista de Educação Pública (UFMT), v. 19, p , Disponível em: < Acesso em: 13 mai ESCOLANO BENITO, A. La invención del horário como cronosistema de La escuela Elemental. In:. Tiempos y espacios para la escuela: ensaios históricos. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, p ESPERANÇA, A. C. S. O ensino de matemática no Instituto Júlio de Castilhos: um estudo sobre as provas do Curso Complementar f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática) Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, FERREIRA, M. M. Desafios e dilemas da história oral nos anos 90: o caso do Brasil. História Oral, São Paulo, n. 1, p.19-30, jun Disponível em: < Acesso em: 13 Mai FIORENTINI, D. A Pesquisa e as Práticas de Formação de Professores de Matemática em face das Políticas Públicas no Brasil. Bolema, Rio Claro, n. 29, p.43-70, FIORENTINI, D.; OLIVEIRA, A.T.C.C. O lugar das matemáticas na licenciatura em matemática: que matemáticas e que práticas formativas? In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 35. Porto de Galinhas, Anais... Trabalho encomendado. GARNICA, A. V. M. Analisando Imagens: um ensaio sobre a criação de fontes narrativas para compreender os Grupos Escolares. Bolema. Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, v. 23, p , Disponível em: < Acesso em: 13 mai GARNICA, A. V. M. O escrito e o oral: uma discussão inicial sobre os métodos da História. Ciência e Educação, Bauru, v. 5, n. 1, p , Disponível em: < Acesso em: 13 mai HÉBRARD, J. As bibliotecas escolares. In: MENEZES, M. C. (Org.). Educação, memória, história: possibilidades, leituras. Campinas: Mercado de Letras, p HILSDORF, M. L. S.; VIDAL, D. G. O Centro de Memória da Educação (USP): acervo documental e pesquisas em História da Educação. In: MENEZES, M. C. (Org.). Educação, memória, história: possibilidades, leituras. Campinas: Mercado de Letras, p JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, n.1, p. 9-45, Disponível em: < Acesso em: 13 mai

5 KEITEL, C.; KILPATRICK, J. Racionalidade e irracionalidade dos estudos comparativos internacionais. Educação & Matemática, Revista da Associação dos Professores de Matemática, Portugal, n. 55, p , nov./dez LE GOFF, J. História e Memória. 5. ed. Campinas: Editora da Unicamp, p MIGUEL, A. O projeto de disciplinarização da prática social em educação matemática. Revista Brasileira de Educação, n. 27, p , set./dez MIORIM, M. A. ; MIGUEL, A. A constituição de três campos afins de investigação: história da matemática, educação matemática e história & educação matemática. Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 4, p , NACARATO, A. M. Políticas públicas de formação do professor na educação básica: pesquisas, programas de formação e práticas. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 36. Goiânia, Anais... Trabalho apresentado na Sessão Especial 4 Políticas públicas de formação docente para a educação básica. OLIVEIRA, M. C. A.; SILVA, M. C. L.; VALENTE, W. R. (Orgs.) O Movimento da Matemática Moderna: história de uma revolução curricular. Juiz de Fora/MG: Editora da UFJF, RAVITCH, D. Nota mais alta não é educação melhor. Entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo. Estado de São Paulo, 2 ago Disponível em: < Acesso em: 7 ago ROCHA FALCÃO, J. T. Acerca da "chatice" do Ensino Fundamental e Médio no Brasil. Bolema, v. 23, n. 36, p , ago SAVIANI, D. O Debate Teórico e Metodológico no campo da História e sua importância para a pesquisa educacional. In: SAVIANI, D. (Org). História e História da Educação o debate teórico metodológico atual. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, SILVA, T. T. Distribuição de conhecimento escolar e reprodução social. Educação e Realidade, v. 13, n. 1, p. 3-16, jan./jun TREVISSAN, A. C. R. Uma análise das imagens presentes em livros didáticos: diversidade, gênero e inclusão Dissertação (Mestrado em Educação e Ciências) - Universidade Federal de Mato Grosso, VALENTE, W. R (Org.). Euclides Roxo e a modernização do ensino da matemática no Brasil. Brasília: UnB, VALENTE, W. R. História da Educação Matemática: interrogações metodológicas. REVEMAT Revista Eletrônica de Educação Matemática, UFSC, v. 2, n. 2. p , VALENTE, Wagner R. Uma história da matemática escolar no Brasil ( ). São Paulo: Annablume, YOUNG, M. O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento: o argumento radical em defesa de um currículo centrado em disciplinas. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 48, p , set./dez Bibliografia Complementar BENCOSTA, M. L. A. (Org.) História da educação, arquitetura e espaço escolar. São Paulo: Cortez, BOURDIEU, P. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e a cultura. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, p BOURDIEU, P; CHAMPAGNE, P. Os excluídos do interior. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, p

6 BURKE, P. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, CARVALHO, M. M. C. Livros e revistas para professores: Configuração material do impresso e circulação internacional de modelos pedagógicos. In: PINTASSILGO, J. et al. História da escola em Portugal e no Brasil. Circulação e apropriação de modelos culturais. Lisboa: Colibri, p CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, Porto Alegre, v. 2, p , COMENIUS. Didactica Magna. DALCIN, A. Uma reflexão metodológica a respeito da utilização de fontes impressas em pesquisas em História e Educação Matemática. In: Seminário paulista de história e educação matemática sphem possibilidades de diálogo, 1, 2005, São Paulo. Anais... v.1. São Paulo, p Disponível em: < Acesso em: 13 mai DALCIN, A.; BRITO, A. J. O exercício do olhar como possibilidade para interpretar práticas escolares do passado. Alexandria, Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 8, n. 1, ELIAS, N. Sobre o Tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, HANSEN, J. A. Ratio Studiorum e política católica ibérica no século XVII. In: VIDAL, D. G.; HILSDORF, M. L. S. Tópicas em História da Educação. São Paulo: EDUSP, KARP, A.; SCHUBRING, G. Handbook on the History of Mathematics Education. New York: Springer, LEME DA SILVA, M. C.; VALENTE, W. R. Na oficina do historiador da educação matemática: Cadernos de alunos como fonte de pesquisa. Disponível em < SCHUBRING, G. Pesquisar sobre a história do ensino da matemática : metodologia, abordagens e perspectivas. In: MOREIRA, D.; MATOS, J. M. (Orgs.) História do Ensino da Matemática em Portugal. Lisboa, Portugal: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, SOUZA, M.C.R.F.; FONSECA, M.C.F.R. Mulheres, homens e matemática: uma leitura a partir dos dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 3, p , set./dez VINCENT, G.; LAHIRE, B.; THIN, D. Sobre a história e a teoria da forma escolar. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p. 7-47, jun