Tecnologias de Informação Aplicadas à Educação: Análise da ferramenta Moodle como CMS (Course Management System) para emprego na EsAEx

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1 Tecnologias de Informação Aplicadas à Educação: Análise da ferramenta Moodle como CMS (Course Management System) para emprego na EsAEx FREDERICO GUILHERME WEITZEL MÜLLER BARBOSA DE CASTRO 1, JOILSON BARBOSA DE BRITO 2, MARÇAL DE LIMA HOKAMA 3 RESUMO. O objetivo deste trabalho é apresentar o Moodle como ferramenta de e-learning a ser adotado pela EsAEx. Após a descrição das características do Moddle, podemos concluir que o Moodle é um sistema que permite a criação e gerenciamento de cursos pela Internet ou redes locais. O sistema Moodle de ensino a distância atende às necessidades do Exército Brasileiro, pois o Moodle é distribuído livremente na forma de Open Source (sob a licença de Sofware Livre GNU Public License). Palavras-chaves: educação a distância, instrução baseada na Web, aprendizagem cooperativa, Moodle. ABSTRACT. The goal of this paper is to show Moodle as an e-learning tool to be used by EsAEx. After describing the Moodle's features we can infer that Moodle is a system that allows the creation and management of courses through the Internet or trhough a local area network. The e-learning system Moodle attends the Brazilian Army's necessities, because Moodle is an Open Source Software (under GNU Public License). Keywords: distance learning, Web based instruction, cooperative learning, Moodle. 1. Introdução Os avanços científicos e tecnológicos vêm acarretando uma série de mudanças em nossa sociedade. Esses avanços mudam as relações sociais em geral e, em particular, as relações de trabalho, e exigem uma nova postura do trabalhador que, por sua vez, precisa de uma formação diferenciada. Portanto, um novo modelo educacional é exigido. Já não é necessário um indivíduo que absorva informações e as utilize de forma organizada, é preciso que o trabalhador desenvolva cada vez mais competências e habilidades que o ajudem a desempenhar bem seu papel profissional e pessoal. Espera-se mais do que conhecimentos a respeito do seu trabalho, das ferramentas que utiliza, espera-se que o trabalhador de posse desses conhecimentos dê novas respostas para questões que se colocam à sua frente, respostas estas inéditas e criativas. Espera-se que analise as informações que chegam de todos os lados, a todo momento. É preciso que o indivíduo argumente, defenda seus pontos de vista, tenha fluência verbal e escrita, que esteja continuamente aprendendo, reciclando-se, para poder estar inserido na sociedade como agente ativo das transformações. O ritmo de produção de conhecimento e as novas tecnologias de telecomunicações estão mudando a maneira de viver e de trabalhar da humanidade. Além de ter o conhecimento necessário para exercer sua função, este novo trabalhador deve aprender a aprender, de forma a adaptar-se continuamente às constantes evoluções de seu ambiente e ferramentas de trabalho. É necessário aprender a trabalhar em grupo (uma das características mais requisitadas atualmente pelas corporações) e transformar de forma criativa o conhecimento em um novo conhecimento, um dos elementos mais importantes das instituições modernas. Apesar das possibilidades e facilidades que a Internet traz para o ensino/aprendizagem, há também muitas dificuldades associadas. Ao desenvolver um 1 Tenente Aluno do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar de Bacharel em Ciência da Computação. fredericocastro98@yahoo.com.br. 2 Tenente Aluno do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar de Graduado em Informática. joilson_brito@yahoo.com.br. 3 Capitão do Quadro Complementar de Oficiais. Bacharel em Ciência da Computação. caplima@esaex.mil.br.

2 curso, se não contar com uma equipe de apoio, o docente terá que entender de tecnologias que normalmente não são de sua área de atuação. Para contornar em parte esta dificuldade, o ambiente Moodle foi desenvolvido de forma a separar o conteúdo da navegação, deixando para os docentes a preocupação com a produção dos conteúdos didáticos. Além disso, o ambiente Moodle oferece serviços de comunicação, coordenação e cooperação integrados que podem ser acrescentados ao curso, inclusive durante o seu desenrolar, de forma a complementá-lo. O Moodle foi desenvolvido com uma abordagem groupware, ou seja, ele é um ambiente projetado para o aprendizado colaborativo. Trabalhando em grupo, uma pessoa pode, pelo menos potencialmente, produzir melhores resultados do que atuando individualmente. Além da cooperação na resolução de tarefas, ocorre a complementação de capacidades e os membros de um grupo são submetidos a diferentes interpretações e pontos de vista, obtendo uma visão mais ampla do assunto em debate. Apesar de suas vantagens, trabalhar em grupo gera problemas em potencial, como difusão de responsabilidade, competição, falta de empenho, controle de acessos e sobrecarga de comunicação. Estes problemas requerem uma gerência eficiente que coordene o grupo de forma que seus membros possam cooperar. Segundo as prerrogativas presentes no site pode-se inferir que no Exército Brasileiro (EB), alguns estabelecimentos de ensino (EE), como a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), usam, desde a década de quarenta, fruto de suas necessidades e objetivos, modelos de EAD. De lá para cá, entretanto, o modelo adotado pelo sistema de ensino do EB apresentou discreta evolução, com exceção dos cursos de idiomas e de pós-graduação lato-sensu do Centro de Estudos de Pessoal (CEP). O EB vem acompanhando a imensa gama de recursos tecnológicos que a tecnologia tem colocado à disposição das instituições de ensino, em todo o mundo, a serviço da Educação (particularmente, da EAD). A Internet deve ser usada para otimização da EAD no EB. Mostrar a viabilidade da modalidade EAD no Exército Brasileiro, requer um meticuloso trabalho de pesquisa e avaliação das iniciativas, na busca da estruturação de modelos que sejam adequados à realidade do Exército e que consolidem a EAD como prática educativa eficiente. 2. A Legislação Brasileira sobre Educação a Distância A EAD no Brasil é regida pelo Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, alterado pelo Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998, que regulamenta o Art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN) e tem 12 artigos, referentes à operacionalização dos cursos. A lei mostra a preocupação das autoridades com a credibilidade dos diplomas e certificados obtidos por EAD, centralizando o credenciamento das entidades autorizadas a promover cursos através dessa modalidade. O artigo 4º permite que diplomas ou créditos obtidos via EAD sejam válidos em qualquer instituição nacional. A lei reconhece a igualdade entre a EAD e o ensino presencial, o que é vital para a criação de cursos e para dar credibilidade aos certificados expedidos. A necessidade de revalidação dos diplomas emitidos por instituições estrangeiras ou brasileiras em parceria com universidades estrangeiras, citada no artigo 6º, não cria uma reserva de mercado, já que permite a parceria, mas garante o controle do MEC sobre os cursos e a uniformidade dos procedimentos e currículos. O artigo 7º exige que a avaliação do aluno seja presencial. Isto busca garantir a autenticidade e evitar a comercialização de diplomas por entidades não idôneas. As instituições têm duas alternativas: criar centros de atendimento a alunos em vários

3 locais, conforme a distribuição geográfica dos alunos, ou criar parcerias com outras instituições, utilizando estrutura já existente. A oferta de programas de mestrado e doutorado em EAD, no Brasil, ainda será objeto de regulamentação específica, como texto do Decreto 2494/98. Os cursos de pósgraduação lato sensu de "especialização", até 1998, eram considerados livres (dispensavam autorização para funcionamento ou reconhecimento por parte do MEC). Mas, o Parecer nº 908/98, de 02 de dezembro de 1998, e a Resolução nº 3, de 05 de outubro de 1999, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, fizeram necessária a regulamentação de tais cursos na EAD. No momento, a Secretaria de Educação a Distância está buscando definir uma política para esses cursos. No EB, a Portaria nº 013/EME, de 27 de abril de 1999, aprova as Diretrizes Gerais para a EAD no EB, que estabelecem que os cursos EAD poderão ser operados por todos os EE que possuírem capacidade, assessorados pelo CEP. 3. O Ambiente de Aprendizagem Moodle 3.1O que é o Moodle Segundo o site o Moodle é um software para produzir e gerenciar atividades educacionais baseadas na Internet e/ou em redes locais. É um projeto de desenvolvimento contínuo projetado para apoiar o social-construtivismo educacional. Conjuga um sistema de administração de atividades educacionais com um pacote de software desenhado para ajudar os educadores a obter alto padrão de qualidade em atividades educacionais on-line que desenvolvem. O Moodle seria um desses sistemas que geram ambientes educacionais de aprendizagem, às vezes são chamados também por outros nomes, como, por exemplo: sistemas de e-learning, sistemas de administração de aprendizagem (LMS), ou ambientes de aprendizagem virtual (VLE). Um das vantagens principais de Moodle sobre os demais sistemas é que ele é muito bem fundamentado para por em prática uma aprendizagem socialconstrutivista. Tecnicamente, o Moodle é um software de Open Source, o que significa é livre para carregar, usar, modificar e até mesmo distribuir (sob a condição do GNU). O Moodle funciona sem modificação em Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e em qualquer outro sistema que suporte a linguagem PHP, podendo portanto ser incluído na maioria dos provedores de hospedagem. Os dados são armazenados em um único banco de dados: Funcionam mais eficientemente com MySQL e PostgreSQL, mas também pode ser usado com Oracle, Access, Interbase, ODBC e outros Um Pouco da História do Moodle O Moodle é um sistema em permanente evolução. O desenvolvimento foi começado por Martin Dougiamas que continua conduzindo o projeto. Vários protótipos foram produzidos e descartados antes de ser liberada a versão 1.0 no dia 20 de agosto de Essa versão foi vista por um grupo de pessoas e era o assunto de estudos de caso de pesquisas que de perto analisavam a natureza das colaborações e reflexões que aconteciam em grupos pequenos com participantes adultos. Desde então houve uma série de novos desenvolvimentos e lançamentos que vão somando características novas, melhorando o desempenho. Como o Moodle se disseminou e a comunidade cresceu, muito mais contribuição está sendo obtida de uma variedade mais ampla de pessoas em situações pedagógicas diferentes. Por exemplo, o Moodle agora não é só usado em universidades, mas em escolas secundárias, escolas primárias, organizações não lucrativas, companhias privadas, pelos professores independentes etc. Um número crescente de pessoas, ao redor do mundo, estão contribuindo com o Moodle de modos diferentes. Uma característica importante do projeto do Moodle é o moodle.org, rede local que

4 provê um ponto central para informação, discussão e colaboração entre usuários do Moodle que incluem os administradores de sistemas os professores os pesquisadores, os designers instrutivos e, evidentemente, o fomentador. Esse local sempre está evoluindo para atender as necessidades da comunidade e, como o Moodle, será sempre gratuito. 4. Filosofia O desenvolvimento de Moodle é guiado por uma filosofia particular de aprender, um modo de pensar a educação-aprendizagem conhecido como a "pedagogia do socialconstrutivismo" Construtivismo Este ponto de vista sustenta que as pessoas constroem conhecimentos ativamente quando interagem com o ambiente Construcionismo O construcionismo afirma que a aprendizagem é particularmente efetiva quando se constrói algo para outros experimentarem Sócio-Construtivismo Estende as idéias anteriores em um grupo social que constrói coisas para outro, colaborativamente e, conseqüentemente, criando uma microcultura de artefatos compartilhados com significados compartilhados. 5. Formatos de Cursos O Moodle pode ser configurado para trabalhar em três formatos básicos, de acordo com o tipo de atividade educacional a ser desenvolvida. Os formatos são os seguintes: Formato Social Formato em Tópicos Formato Semanal 5.1. Formato Semanal O curso é organizado em unidades correspondentes a semanas, com datas de início e fim bem definidas. Cada semana inclui atividades. Algumas delas, como os diários, podem estender-se por mais de uma semana Formato Tópicos Este formato é muito parecido com o formato semanal, mas as unidades lógicas são assuntos ou temas. Os tópicos não têm limite de tempo prédefinido. A princípio, os formatos semanal e em tópicos deverão ser utilizados pela EsAEx para o ensino a distância. Para ilustrar, veja a figura Formato Social Este formato é articulado em torno de um fórum principal que é publicado na página principal do curso. É um formato mais livre que pode ser usado, também, em contextos que não são cursos como, por exemplo, grupos de estudos permanentes, grupos de pesquisa ou desenvolvimento de práticas. Observe que o Formato Semanal e o Formato Tópicos são similares. A diferença principal é que cada bloco no Formato Semanal trata exatamente de uma semana de curso, enquanto no Formato Tópicos, cada bloco pode abordar o que o professor desejar. O Formato Social não se baseia muito em conteúdos e tem apenas um Fórum, disponibilizado na página principal. 6. Instrumentos Educacionais Disponíveis Os seguintes instrumentos para o desenvolvimento de atividades podem ser usados em qualquer atividade educacional conduzida na plataforma Avaliações do Curso As avaliações devem conter alguns tipos de questionários de avaliação de cursos, específicos para ambientes virtuais de aprendizagem. Esse tipo de atividade favorece a reflexão sobre os processos de aprendizagem durante o curso Chat O instrumento Chat permite a realização de uma discussão textual via web em

5 modalidade síncrona. Este instrumento contém ferramentas para a revisão e a administração das discussões Diários Corresponde a uma atividade de reflexão orientada por um moderador. O professor pede ao estudante que reflita sobre um certo assunto e o estudante anota as suas reflexões progressivamente, aperfeiçoando a resposta. Essa resposta é pessoal e não pode ser vista pelos outros participantes. O professor pode adicionar comentários de feedback e avaliações a cada anotação no Diário. Essa deve ser uma atividade constante (uma vez por semana, por exemplo) Fóruns Os Fóruns têm diversos tipos de estrutura e podem incluir a avaliação recíproca de cada mensagem. As mensagens são visualizadas em diversos formatos e podem incluir anexos Glossário Permite aos participantes criar e manter uma lista de definições, como um dicionário Lição Uma lição disponibiliza conteúdo de um modo flexível e interessante. Consiste em um número de páginas. Cada página termina normalmente com uma pergunta e um número de respostas possíveis. Dependendo da resposta escolhida pelo aluno, avança-se para a página seguinte ou retorna-se para a página anterior. A navegação pela lição pode ser bem direta ou complexa, dependendo amplamente da estrutura do material a ser apresentado Materiais Os materiais são todos os tipos de conteúdos que serão apresentados no curso. Podem ser documentos arquivados no servidor, páginas criadas com o uso do editor de textos ou arquivos de outros sites visualizados no ambiente do curso Pesquisas de Opinião Este instrumento permite uma atividade muito simples. O professor elabora uma pergunta com diversas opções de resposta. Serve para fazer pesquisas de opinião rápida, para estimular a reflexão sobre um tópico, para escolher entre sugestões dadas para a solução de um problema ou para obter a permissão de utilizar dados pessoais dos alunos em pesquisas do professor Questionários Um questionário consiste em um instrumento de composição de questões e de configuração de questionários. As questões são arquivadas por categorias em uma base de dados e podem ser reutilizadas em outros questionários e em outros cursos. A configuração dos questionários compreende, entre outros, a definição do período de disponibilidade, a apresentação de um retorno automático, diversos sistemas de avaliação e a possibilidade de diversas tentativas. Alguns tipos de questões: múltipla escolha, verdadeiro ou falso, resposta breve, etc Rótulos/Legendas Esta não é uma atividade real - é apenas uma atividade simulada que permite inserir textos e gráficos entre outras atividades na página do curso Tarefas Uma tarefa consiste na descrição ou enunciado de uma atividade a ser desenvolvida pelo participante, que pode ser enviada em formato digital ao servidor do curso utilizando a plataforma. Alguns exemplos: redações, projetos, relatórios, imagens, etc. Esse instrumento inclui a possibilidade de descrever tarefas a serem realizadas offline - na sala de aula, por exemplo - e de publicar o resultado da avaliação. Disponibiliza-se um exercício para ser feito com data específica e nota máxima. Os alunos criarão e enviarão um arquivo que satisfaça às exigências. A data da postagem do arquivo será gravada. Ao final,

6 o aluno verá todos os resultados em uma única página (e o prazo da postagem) e poderá gravar a nota e o comentário. Meia hora após sua avaliação, o Moodle automaticamente enviará um comunicando o aluno. 7. Aplicabilidade dentro do Exército Brasileiro Tem-se observado, nos órgãos federais e empresas privadas, uma tendência à utilização de software livre. Isso também se aplica ao Exército. Por determinação da Portaria n. 016-STI, de 22 de outubro de 2004, foi aprovado o Plano de Migração para Software Livre no Exército Brasileiro. Essa implementação deve ser feita em todos os escalões do EB. Tal motivação visa efetuar uma economia de custos a médio e a longo prazo devido à restrição do crescimento do legado baseado em tecnologia proprietária e também dar prioridade à compra de componentes de hardware independentes de uma ou mais plataformas específicas. Entre outras razões que motivam a migração podemos citar a segurança inerente aos programas de código aberto, a eliminação de dependência de programas proprietários advindos de suporte descontínuo a versões lançadas, a possibilidade de o Exército ter as suas necessidades atendidas por qualquer fornecedor que seja de seu interesse e a possibilidade de desenvolver sistemas computacionais a partir de conhecimento local. Nessa nova concepção, recomenda-se a implementação de programas que rodem em plataforma livre ou multiplataforma e que sejam direcionados, principalmente, para a utilização através de acesso remoto (Internet, Intranet, Extranet). De acordo com a Portaria n. 016-STI, de 22 de outubro de 2004, há uma série de sugestões para a migração. Considerando o foco no projeto de ensino a distância, devese considerar alguns pontos principais relacionados a usuários avançados e comuns. O primeiro deles seria relativo aos sistemas operacionais. Para o usuário comum será disponibilizado o KURUMIN LINUX e para analistas, administradores de redes e de banco de dados será disponibilizado o DEBIAN LINUX. O ambiente gráfico a ser utilizado poderá ser o KDE ou o GNOME, devido à aparência com a interface gráfica dos sistemas operacionais da família MS WINDOWS (este ponto facilitará a adaptação dos usuários comuns ao novo sistema). O navegador para ser usado na utilização da Internet será o GALEON ou o MOZILLA. Considerando os sistemas gerenciadores de banco de dados, é recomendado o uso do MySQL e do PostgreeSQL para pequenas e médias aplicações. Entretanto, para sistemas corporativos, poderá ser utilizado o SGBD ORACLE. Para substituir o servidor web IIS da Microsoft poderá ser utilizado o Apache (mais usado na Internet, devido a sua simplicidade e versatilidade). Para fins de desenvolvimento de sítios para a Internet, a linguagem de scripts ASP será substituída pela linguagem PHP no desenvolvimento de páginas dinâmicas com acesso a banco de dados. Tais considerações são importantes, pois o sistema de ensino a distância a ser usado será o Moodle. Como já foi dito, o Moodle funciona independente de plataforma. A princípio, este sistema de e-learning rodará sobre a tríade PHP, MySQL e Apache (conforme já foi mencionado). Isso já satisfaz uma das principais premissas da Portaria n. 016-STI, de 22 de outubro de 2004, que é justamente a independência de plataformas. Deve-se salientar também que o usuário final (no caso, o aluno dos cursos) pode usar qualquer sistema operacional ou navegador que desejar. 8. Conclusão O presente Artigo Científico procurou, em um primeiro momento, ressaltar a importância de se realizar uma implantação da EAD no Exército, sob condições consistentes, com o objetivo de alcançar a credibilidade necessária para que a modalidade possa ter prosseguimento em nosso sistema de ensino. O atual projeto está

7 está sendo implantado na EsAEx a cargo da Seção de Ensino 2 da Divisão de Ensino (figura 2), que servirá de modelo para as demais Organizações Militares do Exército Brasileiro interessados na EAD. Em seguida, fizemos uma explanação do histórico da EAD no Brasil no que tange a conceitos e definições, segundo autoridades no assunto e instituições com um bom nível de experiência quanto à EAD, mostrando a legislação brasileira sobre o assunto, uma explanação sobre a aplicabilidade do Moodle no EB e uma apresentação da ferramenta Moodle. Pelo que foi exposto ao longo do presente trabalho, é indiscutível que a EAD é uma modalidade que desponta como grande alternativa para preenchimento das lacunas existentes em qualquer sistema de ensino no mundo de hoje. No Exército Brasileiro, embora a modalidade já esteja em execução, há muito para se fazer para otimizar o emprego da EAD. A Internet pode oferecer uma variedade de benefícios ao processo de aprendizagem, incluindo acesso a conteúdos didáticos, interação, processo cooperativo de aprendizagem e reutilização de conteúdos. Ambientes como o Moodle fornecem os meios para estruturar o processo de aprendizagem. Um curso, aplicado totalmente a distância pelo ambiente Moodle, pode ser encarado como uma rede de aprendizagem praticamente assíncrona. O único evento com hora marcada é o debate semanal através do chat, quando os conteúdos previamente estudados são discutidos. A colaboração assíncrona fornece mais tempo para os participantes refletirem sobre suas contribuições, buscarem referências e trabalharem em seus próprios ritmos. Além disso, há mais oportunidades para alunos tímidos ou quietos participarem, visto que na comunicação síncrona ou nos encontros face-a-face participantes mais extrovertidos dominam a discussão com facilidade. Porém, por ser praticamente assíncrono, a pressão para os alunos participarem é reduzida, pois isso pode ser feito a qualquer hora. Assim, torna-se mais fácil eles abandonarem temporariamente o curso, priorizando outras atividades. A fixação de datas limites rígidas para as contribuições e a cobrança pelos mediadores ajudam a inibir esta dispersão. Entretanto, este acompanhamento da participação dos aprendizes toma muito tempo do mediador e requer muita atenção. É importante salientar ainda que todas as interações dos aprendizes com os docentes e com outros aprendizes foram através do ambiente, o que indica que o Moodle conseguiu integrar as ferramentas necessárias para a construção de uma rede de aprendizagem completamente a distância. Em um ambiente onde a informação gerada se tornará obsoleta em um curto espaço de tempo e diante do surgimento de equipamentos bélicos sofisticados, alterando a doutrina militar, é de extrema importância a permanente preocupação com a formação e o preparo dos RH da Força Terrestre. A EAD desponta, então, como solução eficaz para o auto-aperfeiçoamento do militar. Para o Exército, a implementação do curso a distância na EsAEx, oferece inúmeras vantagens, tais como redução de custos, melhoria da qualidade do ensino, incorporação de modernas tecnologias de comunicação, incentivo à pesquisa e difusão de saberes e constante aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem. Para os oficiais-alunos, a maior vantagem é adequar seu tempo e seu estudo, de forma independente, criativa e eficaz. Assim, levando-se em conta que o elemento humano é a essência de toda eficiência operacional, podemos concluir que o EB, que nunca deixou de dar alta prioridade à formação de seus quadros, apresenta excelentes condições de vencer os desafios educacionais que se apresentarem, investindo decisivamente na EAD. Tendo como base a sólida competência profissional de seus integrantes, fruto de seu eficaz sistema de ensino - onde podemos incluir a EAD - a Força Terrestre permanecerá entre as instituições de maior credibilidade do país, mantendo seu alto nível de eficiência,

8 com capacidade de atuar plenamente como expressão do Poder Nacional. 9. Referências GEROSA, M.A., FUKS, H. & LUCENA, C.J.P. Elementos de percepção como forma de facilitar a colaboração em cursos via Internet. XII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE 2001, 21 a 23 de Novembro, Vitória-ES, pp , FUKS, H., GEROSA, M.A. & LUCENA, C.J.P. Usando a Categorização e Estruturação de Mensagens Textuais em Cursos pelo Ambiente AulaNet. Revista Brasileira de Informática na Educação, V10, N1, Abril 2002, ISSN , Sociedade Brasileira de Computação, pp 31-44, Exército Brasileiro Portal de Educação. Disponível em Acesso em: 9 jun ECEME - Escola de Comando e Estado- Maior do Exército. Disponível em < Acesso em: 12 jun EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Disponível em < Acesso em: 18 jun Moodle. Disponível em < Acesso em: 10 jun LUCENA, C.J.P. & FUKS, H. Professores e Aprendizes na Web: A Educação na Era da Internet. ISBN Editora Clube do Futuro, Rio de Janeiro, Brasil. Secretaria de Tecnologia da Informação. Plano de Migração para Software Livre no Exército Brasileiro. Portaria n. 016-STI, de 22 de outubro de 2004.

9 Figura 1: Formato semanal Figura 2: Ensino a distância na EsAEx