Tribunal de Contas da União

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1 Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 517/93 - Plenário - Ata 57/93 Processo nº TC /93-2 Responsáveis: Antonio Carlos Fontelles de Lima (Superintendente do Escritório Regional do INAMPS no Pará), Hernan Fernandez (Presidente do Hospital da Venerável Ordem Terceira), Bolivar Fernandez (Diretor do Hospital da Venerável Ordem Terceira), Jorge Netto da Costa (Diretor do Hospital São Joaquim Ltda.) Órgão: Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - Representação no Estado do Pará (INAMPS/PA) Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça Representante do Ministério Público: Não atuou Unidade Técnica: IRCE/PA Assunto: Relatório de Inspeção Extraordinária Ementa: Relatório de Inspeção Extraordinária. Escritório de Representação do INAMPS PA. Hospitais da Venerável Ordem Terceira, São Joaquim, São José e Nossa Senhora de Nazaré Ltda. Recursos do SUS. Irregularidades nas emissões de guias de internação e atendimento hospitalar. Transformação dos autos em Tomada de Contas Especial. Citação dos responsáveis. Data DOU: 13/12/1993 Página DOU: Data da Sessão: 24/11/1993 Relatório do Ministro Relator: Grupo I - Classe V - Plenário; TC /93-2 (Apartado do TC /93-3) Natureza: Relatório de Inspeção Extraordinária Órgão: Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência

2 Social - Representação no Estado do Pará (INAMPS/PA) Responsáveis: Antonio Carlos Fontelles de Lima (Superintendente do Escritório Regional do INAMPS no Pará), Hernan Fernandez (Presidente do Hospital da Venerável Ordem Terceira), Bolivar Fernandez (Diretor do Hospital da Venerável Ordem Terceira), Jorge Netto da Costa (Diretor do Hospital São Joaquim Ltda.) Ementa: - Relatório de Inspeção Extraordinária. Identificação de falhas/irregularidaes. Diligência. Justificativas rejeitadas em parte. Transformação do processo em Tomada de Contas Especial. Citação dos responsáveis. Este processo tem por objeto o Relatório de Inspeção Extraordinária realizada no Instituto Nacional da Previdência Social - INAMPS - incluindo o Sistema Único de Saúde - SUS - no âmbito da representação no Estado do Pará. 2. Em decorrência das falhas/irregularidades detectadas pela Equipe de Inspeção, a IRCE/PA encaminhou ofícios a todos os órgãos e entidades, em caráter de diligência inicial. 3. Após analisar as justificativas apresentadas pelos interessados, a Unidade Técnica se manifestou da seguinte forma: 3.1. Hospital da Venerável Ordem Terceira (f. 66/80): a) recebimento de procedimentos médicos (Faturamento Médico) tipo 4 (conta do Hospital), envolvendo Médico Principal, Auxiliar e Anestesista: - Justificativa: O Tipo refere-se ao vínculo dos profissionais e dos seviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento (SADT) envolvidos no atendimento (Tipo 7: profissionais autônomos; Tipo 4: atos médicos ou odontológicos realizados por profissionais contratados pelo próprio hospital). Trata-se de profissionais, funcionários do hospital, cujos procedimentos realizados, no horário de trabalho, podem ser cobrados pela tabela referente ao Tipo 4, sendo que o recebimento dos valores correspondentes entram na conta do hospital e não na conta particular dos profissionais, como ocorre no Tipo 7. - Análise: o esclarecimento é aceitável, embora não espelhe de maneira concreta e real os pagamentos realizados. b) realização de atos cirúrgicos pelo mesmo médico, no mesmo horário e data: - Justificativa: No hospital, as clínicas funcionam sob a

3 chefia de médicos, de acordo com a respectiva especialidade, os quais respondem, de maneira geral, pelos pacientes internados no setor. Outros profissionais também atuam nas clínicas, sendo vários deles funcionários contratados pelo próprio hospital, e prestam assistência aos pacientes sob a supervisão dos chefes de clínicas. Assim, existe a possibilidade de ocorrerem, ainda que em reduzido percentual, casos de coincidência ou montagem de datas e horários, com um mesmo médico responsável, porém os atos foram realizados por seus assistentes e a conta foi enquadrada no Tipo 4. - Análise: O analista não aceitou o esclarecimento por entender que o hospital não pode receber o pagamento, causando prejuízo ao assistente que executou os serviços. c) profissionais de nomes diferentes recebendo Faturamento/Médico Principal, Auxiliar ou Anestesista com um só número de CPF: - Justificativa: Os responsáveis não conseguiram localizar o problema, mas constataram que ocorreu o referido faturamento no mesmo CGC (e não CPF) nos casos Tipo 4, em que a cobrança é realizada na conta do hospital - Análise: O esclarecimento é aceitável. d) Faturamento/Médico apresentando divergência, já que o nome do Médico Principal não coincide com o número do CPF: - Justificativa: Deve ter ocorrido falha na digitação, pois o CPF em questão, pertencente ao Diretor Clínico, é digitado por tecla de acesso e não cada algarismo separadamente. - Análise: O esclarecimento é aceitável, porém cabe recomendar "... ao hospital que aperfeiçoe o seu serviço de processamento de dados para que execute suas tarefas de uma forma mais adequada, não dando margem a suspeitas de ocorrências de falhas/irregularidades relativas a pagamentos de serviços hospitalares e ambulatórios prestados." e) irregularidades detectadas nos Prontuários/Médicos: e.1) falta de boletim operatório, prontuário sem condições de análise, além de outras falhas: - Justificativa: O cumprimento das formalidades depende do trabalho e da boa vontade dos profissionais para complementar o seu trabalho técnico com a burocracia necessária e exigida pelo sistema. A Direção da Clínica vem orientando e recomendando o completo preenchimento do prontuário, tendo, inclusive, editado a

4 Portaria nº 001/93 (f. 73/74). - Análise: O esclarecimento é satisfatório, mas a Direção Geral deve exigir do corpo clínico o cumprimento da citada portaria. e.2) inaloterapia sem registro: - Justificativa: oxigenioterapia realizada na sala de cirurgia; - Análise: O esclarecimento é aceitável. e.3) cobrança de 14 horas subseqüentes de inaloterapia: - Justificativa: Não houve a cobrança. O número 13 registrado na coluna tipo de ato corresponde ao código da inaloterapia e o número 1, à quantidade. - Análise: Esclarecimento satisfatório. e.4) falta de comprovação radiológica e laboratorial: - Justificativa: A quase totalidade dos casos refere-se a pacientes oriundos de outros locais de atendimento, que trazem os exames para tratamento especializado. - Análise: A justificativa é aceitável, porém cabe recomendar "... ao hospital uma melhor e maior organização dos prontuários médicos dos pacientes para que se possa ter um verdadeiro perfil clínico dos mesmos." e.5) prescrição não checada pelo Setor de Enfermagem, falta de Boletim de Inspeção Hospitalar, não há evolução de enfermagem no bloco cirúrgico: - Justificativa: São pequenas falhas do setor. Considerando o volume de atendimento e o aparecimento de casos isolados, não devem ser rotulados como irregularidades. - Análise: A justificativa é aceitável, porém cabe fazer a mesma recomendação do caso anterior. e.6) cobrança de duas consultas pediátricas: - Justificativa: O recém-nascido é visitado pelo pediatra no dia do nascimento e da alta da parturiente. Os responsáveis esclareceram, ainda, que a cobrança não aumenta o valor pago aos profissionais pelo INAMPS/SUS, que as tabelas expressam valores fixos por grupos de procedimentos para Serviços Profissionais (SP), Serviços Hospitalares (SH) e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento (SADT), bem como que o número de cobranças relacionadas para cada item apenas divide o valor pelos participantes de cada ato. - Análise: Justificativa aceitável. e.7) cobrança indevida de SADT realizada na UTI: - Justificativa: As cobranças relacionadas em cada item da

5 tabela não aumentam os valores fixos pagos pelo SUS. Os valores são divididos pelos profissionais ou serviços que participaram do ato. - Análise: Justificativa satisfatória. e.8) falta de comprovação de utilização de material para fixação: - Justificativa: As cópias de notas fiscais dos materiais utilizados estão anexas aos prontuários. - Análise: O esclarecimento é aceitável Hospital São Joaquim Ltda. (f. 81/90): a) realização de atos cirúrgicos por profissionais diferentes, cujo Faturamento/Médico aponta um único CPF, o CPF do médico principal constante do Faturamento/Médico não corresponde ao nome destacado naquele documento, realização de atos cirúrgicos pelo mesmo médico, em pessoas diferentes, no mesmo horário e data e irregularidades nos Prontuários/Médicos: - Justificativa: Tais ocorrências foram devidas, em parte, às normas não cumpridas pelos Médicos Autônomos, ainda não bem esclarecidos quanto a sua obrigatoriedade, pelo órgão convenente, e, por outro lado, por falta de auditoria interna com a finalidade de corrigir as distorções técnicas e burocráticas. O Diretor do Hospital informou que todos os médicos que trabalham na entidade são portadores de uma cota de internamentos clínicos e cirúrgicos e que, em caso de excederem esses limites, todos concordaram em destinar a cobrança do procedimento ao hospital (Tipo 4) ou ao Diretor Clínico (Tipo 7), que é proprietário da instituição. Acrescentou, ainda, que nem sempre o ato cirúrgico é cobrado em nome de quem realizou a cirurgia e que, muitas vezes, se trata de cirurgia eletiva ou de urgência em que o médico de plantão se compromete a realizá-la aceitando que a cobrança seja em nome do médico solicitante. Quanto à AIH , do Dr. Neomar Varela e cobrada no CPF /91, trata-se de acordo entre o referido médico e o portador deste documento. - Análise: Os esclarecimentos são passíveis de serem aceitos em parte, pois os procedimentos adotados pelo hospital não têm respaldo junto ao SUS, razão pela qual não foi aceita a justificativa relativa à AIH Cabe, também, recomendar ao hospital que evite fazer tais acordos, os quais contrariam as diretrizes básicas do SUS. Os esclarecimentos/justificativas apresentadas à f. 82/86 são

6 aceitáveis Hospital são José Ltda. (f. 91/135) a) o CPF do médico principal constante do Faturamento/Médico não corresponde ao nome destacado naquele documento, realização de atos cirúrgicos em diferentes pacientes no mesmo horário, pelo mesmo médico, na mesma data e irregularidades nos Prontuários/Médicos: - Justificativas: O Diretor do Hospital listou diversas AIH's e apresentou os respectivos esclarecimentos (f. 92/104). - Análise: As justificativas são satisfatórias, cabendo recomendar à direção do hospital que procure preencher as AIH's com as informações corretas Superintendência de Escritório Regional do INAMPS no Pará (f. 136/137): a) o número da conta bancária em que foram depositados os faturamentos do Hospital São José de Queluz, referentes aos processamentos nºs 269 e 272: - Justificativa/Análise: O órgão atendeu a solicitação Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará-CREMEPA (f. 138/139): a) esclarecimentos sobre a concessão de Certificado de Inscrição de Empresas ao Hospital Nossa Senhora de Nazaré no mesmo local onde já tinha registro, no CRM/PA, o Hospital São José de Queluz: - Justificativa/Análise: O informante considerou que, no mínimo, o CREMEPA agiu de forma negligente e resaltou que o procedimento não deve mais se repetir, sob risco de aquele Conselho ser acusado de conivência em práticas irregulares ou fraudulentas Hospital Nossa Senhora de Nazaré Ltda. (f. 140/149): a) nome, CPF e endereço da pessoa que assinou o documento A.R.T. - Anotação de Responsabilidade Técnica, utilizado junto ao CREA/PA, para obtenção de registro e prova da propriedade do imóvel: - Justificativa/Análise: Segundo o informante, a documentação apresentada pela Direção do Hospital é insuficiente para provar a regularidade de sua situação com relação a todos os órgãos do Sistema de Saúde Secretaria de Saúde do Estado do Pará (f. 145/194): O órgão ressaltou que o procedimento administrativo que ensejou o credenciamento do Hospital Nossa Senhora de Nazaré Ltda. encontra-se "sub judice".

7 a) esclarecimento sobre a concessão de registro e licença de funcionamento ao Hospital Nossa Senhora de Nazaré, se, no mesmo local, já estava registrado e licenciado o Hospital São José de Queluz: - Justificativa: Para atender à solicitação, a Secretaria exigiu do hospital a apresentação de documentos, tendo recebido cópias autênticas de instrumento particular de contrato de arrendamento e procuração pública lavrada em cartório. b) esclarecimento sobre a celebração de contrato de prestação de serviços, em , com o Hospital Nossa Senhora de Nazaré, tendo em vista que naquela data - e durante todo o exercício de o referido nosocômio não possuía registro, licença de funcionamento e livros de medicamentos autenticados pela Secretaria: - Justificativa: Conforme procuração e contrato de arrendamento, a razão social Nossa Senhora de Nazaré servia-se de todos os direitos e haveres inerentes aos empreendimentos hospitalares do Hospital São José de Queluz Ltda. c) razão pela qual a SESPA realizou RECLAR no Hospital Nossa Senhora de Nazaré com descrição do prédio, leitos, equipamentos, bloco cirúrgico e complexo para atendimento de urgência, tendo em vista que já existia RECLAR no Hospital São José de Queluz Ltda. com a mesma descrição: - Justificativa: O RECLAR foi efetivado com o objetivo de excluir o hospital que deixaria de atuar, incluindo-se os recursos da nova unidade no cadastro, a fim de permitir a entrada e processamento de suas contas. d) razão pela qual foi unilateralmente declarado inativo o contrato de credenciamento do Hospital São José de Queluz: - Justificativa: O contrato de credenciamento não foi declarado inativo, mas sim o cadastro do referido hospital porque no endereço onde foi realizado o RECLAR encontrava-se efetivamente operando o Hospital Nossa Senhora de Nazaré Ltda. Desta forma, evitou-se a duplicidade de pagamentos. - Análise das questões de "a" a "d": Os esclarecimentos são satisfatórios, cabendo recomendar à Secretaria que informe a decisão final sobre o processo referente à lide entre os hospitais mencionados. e) pronunciamento a respeito do contido no item 14, letras "a", "b" e "c" do relatório: - Justificativas:

8 - Letra a: Torna-se difícil o pronunciamento, tendo em vista que não encontram-se especificadas as normas que não estão sendo cumpridas dentro das Resoluções nºs 227 e 228/90. - Análise: O analista relacionou os itens das Resoluções nºs 227 e 228/90 que não estão sendo cumpridos. - Letra b: No que diz respeito ao questionamento inicial, a SESPA informou que envia mensalmente ao INAMPS/DG o Boletim de Produção Ambulatorial, de acordo com o disposto na Resolução nº 228/90. Com relação à segunda afirmativa: 1) foram apresentadas à então CCTC/INAMPS as Prestações de Contas e Relatório de Gestão referentes aos recursos do SUS dos anos de 1991 e 1992; 2) a partir do 4º trimestre de 1992, de acordo com normas editadas pelo INAMPS e pelo Ministério da Saúde, os recursos provenientes de serviços prestados pelas Unidades Assistenciais da SESPA deixaram de ser incluídos nas prestações de contas à CCTC/INAMPS e passaram a inteirar a prestação de contas da Secretaria ao Tribunal de Contas do Estado. - Análise: Os esclarecimentos são em parte satisfatórios, uma vez que faltam comprovações mais concretas sobre os questionamentos levantados. - Letra c: Os recursos oriundos de receita de serviços produzidos vêm sendo incorporados ao Orçamento Estadual, haja vista que nenhum recurso recebido de outra esfera de Governo, independente de sua natureza, é passível de utilização, sem que esteja incorporado ao orçamento (art. 204, 10, da Constituição Estadual). A Secretaria considera que o questionamento central é quanto à fonte de recursos que caracteriza tal receita. A fonte identifica Recursos Transferidos pelo Governo Federal através do Sistema Único de Saúde e a fonte 51101, o rendimento desses recursos. A SESPA entende que, embora a geração desta receita seja dos serviços produzidos por suas unidades, o financiamento desses serviços é feito pelo Governo Federal. Como possui mecanismos de controle, a Secretaria consegue identificar as receitas oriundas do nível federal em suas prestações de contas. - Análise: Os esclarecimentos são satisfatórios Na conclusão, o informante propôs a transformação do

9 Relatório de Inspeção Extraordinária em Tomada de Contas Especial e a citação dos responsáveis relacionados a seguir, sem prejuízo das recomendações feitas anteriormente e das seguintes: "1) os senhores Hernan Fernandez e Bolivar Fernandez, solidariamente, pelo valor original de Cr$ ,00 (noventa e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, duzentos e oitenta e seis cruzeiros), acrescido dos encargos legais devidos desde março de 1993, em decorrência de irregularidades encontradas em AIH's do Hospital da Venerável Ordem Terceira (fls. 04/06); 2) o senhor Jorge Netto da Costa, pelo valor original de Cr$ ,00 (oito milhões, cento e oitenta mil, novecentos e cinqüenta e três cruzeiros), acrescido dos encargos legais devidos desde fevereiro de 1993, em decorrência de irregularidades em AIH's do Hospital São Joaquim Ltda. (fls. 07). Outras recomendações: 1) que o órgão regional federal competente a nível de auditorias médico-contábeis realize auditorias constantes, de preferência em conjunto com a SESPA - Secretaria de Saúde do Estado do Pará, para que haja um controle e avaliação dos serviços assistenciais (hospitalares e ambulatoriais) eficientes e eficazes; 2) que a DATASUS/DATAPREV providencie o envio ao órgão regional federal responsável pelo controle e avaliação dos serviços assistenciais e à SESPA, de maneira regular, os relatórios básicos e necessários para realização de auditorias analíticas e sintéticas; 3) que sejam tomadas providências imediatas pelos órgãos competentes no sentido de que seja solucionada a situação entre o Hospital São José de Queluz e o Hospital Nossa Senhora de Nazaré Ltda. para que sejam identificados os possíveis responsáveis por atos irregulares; e 4) que sejam tomadas as providências junto ao órgão federal competente no sentido de que sejam recebidas as ordens de recebimento ORs oriundas de faturamentos glosados, após pagos, as quais estão pendentes de liquidação (f. 64)." 4. A Sra. Inspetora-Regional Substituta manifestou-se de acordo com a instrução. Voto do Ministro Relator: Diante do exposto, acolho o parecer da IRCE/PA e VOTO por que este Tribunal adote a Decisão que ora submeto ao Plenário.

10 Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, decide, por unanimidade: 1. transformar o Relatório de Inspeção Extraordinária em Tomada de Contas Especial, nos termos do art. 191 do Regimento Interno; 2. promover a citação dos Srs. Hernan Fernandez e Bolivar Fernandez para que, solidariamente, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentem alegações de defesa ou recolham a importância de Cr$ ,00 (noventa e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, duzentos e oitenta e seis cruzeiros), acrescida dos encargos legais devidos desde março de 1993 até a data do recolhimento, em decorrência de irregularidades encontradas em AIH's do Hospital da Venerável Ordem Terceira; 3. promover a citação do Sr. Jorge Netto da Costa para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente alegações de defesa ou recolha a importância de Cr$ ,00 (oito milhões, cento e oitenta mil, novecentos e cinqüenta e três cruzeiros), acrescida dos encargos legais devidos desde fevereiro de 1993 até a data do recolhimento, em decorrência de irregularidades em AIH's do Hospital São Joaquim Ltda; 4. determinar ao Hospital da Venerável Ordem Terceira: a) que aperfeiçoe o seu serviço de processamento de dados para que execute suas tarefas de uma forma mais adequada, não dando margem a suspeitas de ocorrências de falhas/irregularidades relativas a pagamentos de serviços hospitalares e ambulatoriais prestados; b) uma melhor e maior organização dos prontuários médicos dos pacientes para que se possa ter um verdadeiro perfil clínico dos mesmos; 5. determinar ao Hospital São Joaquim Ltda. que evite fazer acordos que contrariem as diretrizes básicas do SUS, a exemplo do existente entre o proprietário do hospital e o corpo clínico e entre os integrantes do corpo clínico; 6. determinar à direção do Hospital São Joaquim Ltda. que preencha as AIH's com as informações corretas; 7. determinar à Secretaria de Saúde do Estado do Pará que informe a esta Corte a decisão final sobre o processo referente à lide entre o Hospital Nossa Senhora de Nazaré Ltda. e o Hospital

11 São José de Queluz Ltda.; 8. determinar à CISET/MS que realize auditorias constantes, de preferência em conjunto com a SESPA - Secretaria de Saúde do Estado do Pará, para que haja um controle e avaliação dos serviços assistenciais (hospitalares e ambulatoriais) eficientes e eficazes; 9. determinar à DATASUS/DATAPREV que providencie o envio ao órgão regional federal responsável pelo controle e avaliação dos serviços assistenciais e à SESPA, de maneira regular, os relatórios básicos e necessários para realização de auditorias analíticas e sintéticas; e 10. determinar, também, à CISET/MS que tome providências junto ao órgão federal competente no sentido de que sejam liquidadas as ordens de recebimento ORs oriundas de faturamentos glosados, após pagos, encaminhando-se-lhe cópia do Relatório de Inspeção Extraordinária e deste Relatório, Voto e Decisão. Indexação: Inspeção Extraordinária; INAMPS; PA; Hospital; Fraude; Conversão de Processo; Tomada de Contas Especial; SUS; Recursos Públicos; Convênio;