ESTIMAÇÃO DE DEMANDA E PREVISÃO DE PREÇOS NO SETOR DE ENERGIA ESPANHOL. Área temática: Gestão Econômica e Financeira

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ESTIMAÇÃO DE DEMANDA E PREVISÃO DE PREÇOS NO SETOR DE ENERGIA ESPANHOL. Área temática: Gestão Econômica e Financeira"

Transcrição

1 ESTIMAÇÃO DE DEMANDA E PREVISÃO DE PREÇOS NO SETOR DE ENERGIA ESPANHOL. Área temática: Gestão Econômica e Financeira Thiago Leitão thiago_machado@poli.ufrj.br Roberto Filho roberto.ivo@poli.ufrj.br Resumo: Este trabalho é destinado a estudar o comportamento dos preços e quantidades diários de energia elétrica transacionada no mercado diário e intradiário espanhol. Utilizando o modelo econométrico Autoregressive Moving Average ARMA, a partir da metodologia de Box-Jenkins (1976), e dados obtidos pelo Operador del Mercado Iberico de 2013 a 2015, foram realizadas tentativas para obter um modelo estatístico ARMA que pudesse estimar os preços e a demanda diários e preços intradiários com baixo erro percentual em relação ao valor real disponível. Os modelos estatísticos obtidos servem para previsão e possibilidade de melhorias no planejamento de empresas que atuem neste nicho de mercado a longo prazo. Foram encontrados modelos SARMA(2,6) para preço médio diário e quantidade diária e SAR(1) para preço médio intradiário, que apresentaram desvio percentual entre os valores reais e os estimados de 93%, 79% e 62%, respectivamente, considerados insatisfatórios. Uma possibilidade plausível para tais desvios pode ser a falta de variáveis exógenas no modelo, ou outros modelos ARMA que pudessem explicar melhor as variáveis dependentes. Confirma-se assim a teoria de finanças, que preconiza que preços são estimados através de suas primeiras diferenças, também conhecido como retorno de preços. Palavras-chaves: Previsão, Mercado energético, Mercado espanhol, Modelos ARMA.

2 2 I. INTRODUÇÃO Atualmente, define-se a eletricidade como o elemento chave para o setor energético de uma nação (ABRADEE, 2015). Com a crescente dependência da população mundial deste fator, passando a ser um bem de primeira necessidade, e as preocupações ambientais, como constante aumento nas emissões de gás carbônico, a economia necessita estabilizar este sistema para garantir a segurança dos países. Assim, o pleno controle das esferas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica passou a ser de fundamental importância para a economia nacional. A energia elétrica é vulnerável às leis de mercado. No caso brasileiro, para a comercialização de energia entre agentes geradores e empresas distribuidoras para os habitantes de uma região, os chamados consumidores cativos, ocorrem leilões no Ambiente de Contratação Regulada (ACR). O governo, representado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), promove estes leilões, estabelecendo um preço-teto para as ofertas, e os ganhadores serão os empreendimentos que, somados, suprem a quantidade de energia demandada pelas distribuidoras aos menores preços ofertados. Já no caso ibérico, os preços e quantidades são casados diariamente através do ponto de equilíbrio entre oferta e demanda em diversos períodos horários por um operador, no caso o Operador del Mercado Iberico. Estas transações fazem parte do mercado diário, referentes aos períodos do dia seguinte. Para realizar acordos para o mesmo dia, utiliza-se do mercado intradiário. Baseado no modelo de concorrência perfeita existente no mercado energético espanhol e estudos realizados neste, o principal objetivo deste trabalho é de estimar o modelo teórico das curvas de preço médio diário, quantidade total transacionada diária, e preço médio intradiário. Assim, estes resultados poderiam auxiliar os negociantes a otimizar suas operações, o que permite melhor planejamento estratégico entre os agentes para obter maior lucratividade durante os leilões de modo bilateral.

3 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA i. Mercado Energético Ibérico A revisão bibliográfica pode ser dividida em duas partes, relativas ao setor energético e ao ramo da econometria. Segundo ABRADEE (2015), o sistema elétrico é formado primariamente por geradores, transmissores e distribuidores. Possui como elementos principais, neste âmbito, o consumo, atuando como demanda, e a geração, que atua como oferta. Sobre suas principais limitações, é possível citar que este sistema deve ser o mais econômico possível, possuindo o menor número de geradores, além de dever estar preparado para suprir a demanda máxima anual de eletricidade de determinada região. Outras limitações seriam seu alto custo para armazenamento de energia, tornando assim inviável economicamente, e as centrais não poderem estar conectadas ao restante do sistema caso não gerem eletricidade. Durante as transações econômicas, o controle é realizado por um Operador de Mercado ou um Operador de Sistema, sendo este último utilizado em poucos países europeus, como no caso espanhol. A energia adquirida é proveniente de todos os geradores ao mesmo tempo, universalizando as relações entre os agentes. No caso ibérico, existem dois tipos de mercado principais, o diário e o intradiário. De acordo com Energia y Sociedad (2015), quem atua no caso do mercado diário é o Operador del Mercado Ibérico (OMIE). Compradores e vendedores realizam contato com este agente, que define os preços e conduz a transação. Os vendedores apresentam ofertas para os vinte e quatro períodos horários, com as seguintes características obrigatórias: período horário referente, unidade de produção, preço mínimo e quantidade. Outras complementares que podem ser incluídas são condição de invisibilidade, gradiente de carga, ingressos mínimos e parada programada. Após o recebimento das ofertas e compras, segundo OMIE (2016), o operador realiza o casamento simples destas, às 12:00 do dia original. O método utilizado baseia-se em obter de maneira independente o preço marginal, assim como o volume de energia elétrica que se aceita para cada unidade de produção e aquisição para cada período horário. Este processo é realizado de forma iterativa, através do algoritmo EUPHEMIA. O preço final é obtido através

4 4 do ponto de equilíbrio, ou seja, o preço da última oferta de venda necessária para atender a demanda. A figura 1 apresenta exemplo de como é realizado graficamente este casamento. Figura 1. Exemplo de casamento de curvas oferta e demanda no mercado ibérico. Fonte: Acesso em 25/09/15. De acordo com o mesmo autor, para o caso de ocorrer algum desajuste ou deficiência nas transações programadas, recorre-se ao mercado intradiário, comercializando energia para o mesmo dia. Este atua de forma semelhante ao mercado diário, contendo períodos horários de transação, no entanto atua de forma bilateral, ou seja, entre comprador e vendedor diretamente. Ao todo são seis sessões, cada uma referente a uma faixa de períodos horários, e uma sétima referente ao dia seguinte. Os agentes envolvidos devem ter participado do mercado diário, ou contrato bilateral, ou serem geradores que estavam indisponíveis e voltaram a atuar. ii. Modelos Autorregressivos Enders (2008) afirma que a tarefa da econometria moderna é de desenvolver modelos razoavelmente simples capazes de prever, interpretar e testar hipóteses utilizando dados econômicos. As séries temporais, um dos principais tipos de dados usados no ramo, são caracterizadas como uma sequência de informações quantitativas ordenadas no tempo, normalmente de medições realizadas em intervalos de tempo iguais. O autor define os três principais componentes das séries temporais como a tendência, a sazonalidade e a irregularidade, cada uma destas como uma equação separada, para que combinadas formem

5 5 os dados observados. Estes modelos são obtidos através das equações a diferenças, que relacionam valores a serem encontrados com seus próprios valores anteriores. Entre as séries temporais, Enders (2008) apresenta as séries fracamente estacionárias, caracterizadas por valor esperado, variância e covariância constantes, ou seja, independentes do tempo ou do instante que foi realizada a medida. Neste âmbito, definem-se os modelos Autoregressive moving-average (ARMA), caracterizados pela junção de um modelo autorregressivo (AR) com um processo de média móvel (MA). Os modelos AR são aqueles cuja variável estimada no tempo t depende dos seus valores anteriores, em tempos t-1, t-2,..., t-p, sendo p o número de lags que são utilizados, ou seja, utiliza-se valores de p períodos atrás, ou do período t-1 a t-p, multiplicados por constantes. Assim, um processo AR(p) seria descrito como apresentado na equação (1): y t previsto = a 0 + a 1* y t-1 + a 2* y t a p y t-p (1) O modelo de média móvel (MA) é formado através dos erros ε anteriores, ou seja, as diferenças entre os valores reais e os estimados pelo modelo. Normalmente são choques de ruído branco, estes caracterizados por uma distribuição normal de média zero e variância constante, multiplicados por constantes definidas. Logo, um processo MA(q), onde q é o número de lags utilizados, poderia ser escrito como na equação (2): y t previsto = β 0 + β 1* ε t-1 + β 2* ε t β q* ε t-q (2) Considerando as características presentes acima, apresenta-se matematicamente o modelo ARMA(p,q) através da equação (3): y t previsto = a 0 + a 1* y t-1 + a 2* y t a p y t-p + β 1* ε t-1 + β 2* ε t β q* ε t-q (3) O modelo ARMA deve possuir raízes menores ou iguais a 1 (um), ou raízes complexas dentro do círculo unitário. Caso contrário, diz-se que é um modelo Autoregressive integrated moving average (ARIMA), pois é necessário que se adquira a condição de estacionariedade ao diferenciar as equações, ou seja, tomar a n-ésima diferença da série estudada. Uma variante do modelo ARIMA é o modelo sazonal, ou o SARIMA, que inclui uma componente de sazonalidade a um determinado instante de tempo, que ocorre em certa

6 6 frequência. Por exemplo, em dados semanais, seriam utilizados até sete parâmetros sazonais, um para cada dia da semana. Estes parâmetros atuam como dummy, que são variáveis binárias que permitem deslocar o modelo em determinado instante t em δ unidades. Para isto, atribuise o valor 1 no instante t e seus múltiplos, ou o valor zero caso o valor não deva ser incluído ao modelo naquele instante. Também existem variáveis dummy que alteram a inclinação da função no instante t, porém não serão utilizados ao longo da pesquisa. O teste de Dickey-Fuller Aumentado, ou ADF, é um dos principais testes de hipóteses utilizados para verificar estacionariedade de uma série temporal, cuja hipótese nula H 0 é do coeficiente de y t-1 ser igual a zero, no caso δ, segundo a equação (4): y t = a 0 + δ * y t-1 + a 2* y t-1 + Σ m i=1 β i* y t-i + ε t (4) Deve-se atentar que representa a primeira diferença entre valores, ou seja, y t y t-1. A estatística T, no caso, seria calculada como a razão entre o estimador de δ e seu desvio padrão do erro, chamado de standard error. Deve-se comparar com os valores obtidos através da simulação de Monte Carlo, dependendo do número de lags m utilizado. Caso o valor de T seja menor do que o tabelado, pode-se rejeitar H 0, mostrando assim que a série escolhida é estacionária a um dado nível de significância. Normalmente utilizam-se níveis de aceitação de 90% ou 95%. Para auxílio na estimação dos modelos ARMA, existem as funções de autocorrelação (ACF) e função parcial de autocorrelação (PACF). A autocorrelação é caracterizada, segundo Enders (2008) pela correlação de uma variável em uma medição t com um valor passado t-n, sendo n o número de lags escolhido. Utiliza-se como ferramenta de análise os correlogramas, que apresentam de forma gráfica a sequência de autocorrelações de uma série temporal para distinguir as características de cada caso, e aplicá-las na metodologia de Box-Jenkins (1976). Os principais passos da metodologia de Box-Jenkins (1976) são: formulação de classe de modelos assumindo certas hipóteses; identificação de um modelo para os dados observados a partir de ACF e PACF; estimação dos parâmetros do modelo; validação das hipóteses do modelo; conclusão e previsão de dados a partir do modelo. Caso a validação não ocorra, é necessário refinar o modelo observado novamente, repetindo a metodologia a partir do segundo passo.

7 7 III. APLICABILIDADE Diante dos conhecimentos técnicos apresentados na seção anterior, diversos autores já realizaram pesquisas científicas utilizando tais práticas e recursos em campos ou temáticas parecidas. Contreras et al (2003) apresentaram um estudo sobre previsão de preços no modelo de mercado diário, ou do dia seguinte, nos casos da Espanha e Califórnia, para cada um dos vinte e quatro períodos horários. A pesquisa utilizou os modelos ARIMA para manipulação dos dados e encontrar as equações a diferenças das séries temporais analisadas. Utilizou-se um período de três semanas não-consecutivas de obtenção diária de dados para estudo, no caso espanhol, e um período de uma semana para o caso californiano. Como resultados, obteve-se uma discrepância relativa média de 5%, 8% e 7% entre os valores reais e os estimados pela equação obtida na primeira, segunda e terceira semana do caso espanhol respectivamente, e 5% no caso californiano. Observou-se também que o caso espanhol apresenta maior volatilidade em geral, com modelo ARIMA necessitando de dados das cinco horas prévias e não usa diferenciação para obter uma média estável. No caso californiano, há menor volatilidade, com modelo ARIMA necessitando de apenas dados das últimas 2 horas e realizando três diferenciações para obter média estável. Vilar et al (2012) apresentam um estudo sobre previsão de demanda e de preços no mercado do dia seguinte espanhol utilizando métodos funcionais não-paramétricos. A partir de duas abordagens, uma sobre modelo funcional não-paramétrico (FNP) e outra sobre modelo semifuncional parcialmente linear (SFPL), os autores apresentam a ideia de dividir a série temporal em uma amostra de trajetórias funcionais e incorporar ao modelo apenas a observação funcional do dia anterior. Os métodos dividem-se em diretos e recursivos. A pesquisa obteve previsões para as vinte e quatro horas diárias, durante quatro semanas, uma em cada estação do ano. Utilizam como medidas de avaliação os erros diários, como média aritmética da discrepância horária entre valor real e estimado; e o erro semanal, como média aritmética dos erros diários da respectiva semana. Os resultados foram comparados com um modelo ARIMA(p,1,q) x (P,1,Q) 24, e com um modelo naive, caracterizado pela média das demandas da semana anterior.

8 8 No caso da estimação da demanda, os melhores resultados foram obtidos utilizando o modelo SFPL recursivo. Os modelos recursivos foram significativamentae superiores aos diretos. No caso dos preços, encontrou-se a presença de outliers e que o modelo SFPL é satisfatório, porém obtêm-se melhores resultados com o método ARIMA. Métodos diretos e recursivos apresentam desempenhos semelhantes nesse caso. IV. MATERIAIS E MÉTODOS O projeto utiliza as modelagens quantitativas baseadas em Análise de Séries Temporais, fundamentada no estudo de séries de dados ao longo do tempo para previsão e estimação em períodos futuros. Os principais modelos adotados são o ARMA e ARIMA, desenvolvidos por Box e Jenkins (1976), apresentados anteriormente. Como explicado na seção de revisão de literatura, estes métodos são utilizados para estimar fenômenos que dependem tanto de seus valores em períodos de tempo passados (AR), quanto de distúrbios estocásticos (MA), estes de difícil explicação. Assim, pode-se prever, dentro de certo intervalo de confiança, quais os valores que poderão ocorrer em eventos futuros, para certas condições, minimizando a discrepância entre os valores reais e os teóricos adotados. Para o uso dos métodos ARMA e ARIMA, e mineração de dados, utilizou-se o software R, voltado para a linguagem de programação estatística. Permite-se realizar testes de hipóteses, gráficos, análises de regressões, entre outras funções, a fim de obter os resultados esperados. Entre os pacotes utilizados, lista-se o stats e tseries, voltados para estudo de séries temporais. V. RESULTADOS OBTIDOS Escolheu-se estimar, assim, o preço médio diário (Pt), a quantidade diária (Qt), e o preço médio intradiário (Rt) da energia elétrica espanhola. Para isto, foram utilizadas as séries históricas destas três variáveis de janeiro de 2013 a dezembro de 2015, obtidos diretamente do portal do Operador del Mercado Iberico (OMIE, 2016). A estatística descritiva destes dados

9 9 está representada na figura 2. Percebe-se que ao todo foram utilizadas 1094 observações, sendo que duas em branco para Pt, e quatro para Rt. Figura 2. Estatística descritiva das séries históricas de Pt, Qt e Rt. Fonte: O autor. As figuras 3, 4 e 5 apresentam as séries de Pt, Qt e Rt, respectivamente. Pt foi calculado como a média do valor de cada um dos períodos horários; Qt como a soma das quantidades transacionadas em cada um dos períodos; e Rt como a média do preço obtido da média de cada uma das sessões, de 1 a 6 e do dia seguinte. Pode-se perceber nas figuras mencionadas comportamento estacionário, com média e variância aparentemente constantes, e a ordem de grandeza das variáveis, sendo de cerca de 5 até 70 euros/mwh para os preços diário e intradiário, e de a MWh para a quantidade diária.

10 10 Figura 3. Série histórica do preço médio diário da energia espanhola, de 2013 a Fonte: O autor. Figura 4. Série histórica da quantidade diária da energia espanhola, de 2013 a Fonte: O autor.

11 11 Figura 5. Série histórica do preço médio intradiário da energia espanhola, de 2013 a Fonte: O autor. O próximo passo foi a retirada de outliers, ou seja, dados que sejam muito discrepantes dos valores médios das séries. Trabalhando com um intervalo de confiança de 95%, excluiu-se os dados que estivessem acima do valor da média mais 1,96 vezes o desvio padrão da série, ou abaixo da média menos 1,96 vezes o desvio padrão. Ao todo, trabalhou-se com 978 dados. Para poder trabalhar com o modelo de séries temporais, deve-se confirmar a estacionariedade destes. Utilizando o teste de Dickey Fuller Aumentado (ADF), confirmou-se que as três sequências de dados são estacionárias. Ao aplicar a Função de Autocorrelação (ACF) e a Função de Autocorrelação Parcial (PACF) é possível obter indícios de quais seriam os modelos mais adequados para explicar os dados obtidos. A figura 6 apresenta um resumo dos ACFs, na primeira coluna, e na segunda coluna os PACFs obtidos.

12 12 Figura 6. ACF e PACF de Pt, Qt e Rt. Fonte: O autor. Logo, para Pt, estimou-se os seguintes modelos: ARMA(1,1), ARMA(2,1), ARMA(3,1), ARMA(1,3), ARMA(2,3), ARMA(3,3), ARMA(1,6), ARMA(2,6), ARMA(3,6). Para Qt, os modelos escolhidos foram ARMA(1,1), ARMA(2,1), ARMA(3,1), ARMA(1,6),

13 13 ARMA(2,6), ARMA(3,6); e para Rt, ARMA(1,1), ARMA(2,1), ARMA(1,3) e ARMA(1,3). Para cada um destes modelos, também foi estimado o modelo ARMA Sazonal, o SARMA(p,q). Para este caso, incluiu-se a componente sazonal AR(7), pelo fato da possibilidade de sazonalidade semanal. O critério para escolha do melhor modelo foi os menores critérios de Akaike e Schwartz, o AIC e o BIC. A figura 7 resume os resultados obtidos. Alguns resultados não puderam ser obtidos, devido à natureza do modelo escolhido. Nas células rosas, apresentamse os menores valores de AIC e BIC. Assim, os modelos escolhidos para serem trabalhados foram, para Pt, ARMA(3,6) e SARMA(3,6); para Qt, SARMA(3,6); e para Rt, SARMA(1,1) e SARMA(2,3). Figura 7. AIC e BIC dos modelos escolhidos de Pt, Qt e Rt. Fonte: O autor. Utilizando o software R, pode-se realizar a estimação, através do método da Máxima Verossimilhança, os coeficientes de cada um dos componentes do modelo e seus respectivos standard error (se). Com isto, foi possível verificar se os parâmetros são estatisticamente significantes, a um nível de significância de 5%, utilizando o teste t, que diz que a hipótese nula é de seu coeficiente ser igual a zero, e a alternativa, de ser diferente de zero. O valor-t do teste, dado pela razão entre o coeficiente e seu standard error, deve possuir módulo

14 14 aproximadamente maior que dois para que o coeficiente não seja nulo. A figura 8 apresenta os resultados do teste para cada parâmetro. Não foi utilizado o segundo modelo de Rt, por problemas do sistema em obter seus coeficientes e seus erros padrão. Figura 8. Valor-t dos parâmetros de Pt, Qt e Rt. Fonte: O autor. A partir dos valores-t obtidos, percebe-se que alguns coeficientes não são estatisticamente significantes, como AR(2) e MA(1) no primeiro modelo para Pt. Assim, os modelos foram recalculados eliminando estes parâmetros, até que todos os coeficientes fossem estatisticamente significantes. Os resultados finais obtidos estão apresentados na figura 9. Figura 9. Modelos modificados de Pt, Qt e Rt. Fonte: O autor.

15 15 Com os modelos estruturados apenas com parâmetros estatisticamente significantes, pode-se finalmente realizar a previsão dos dados. Para cada série de dados, obteve-se os valores estimados para cada modelo, e estes foram comparados com os valores reais de 2013 a As figuras 10, 11, 12 e apresentam os gráficos dos valores reais e os estimados, para efeito de comparação visual, para o segundo modelo de Pt, o modelo de Qt e o de Rt, respectivamente. Figura 10. Resultados do segundo modelo obtido de Pt. Fonte: O autor. Figura 11. Resultados do modelo obtido de Qt. Fonte: O autor.

16 16 Figura 12. Resultados do modelo obtido de Rt. Fonte: O autor. O critério de comparação dos dados utilizado foi o erro absoluto médio relativo, dado pela média das discrepâncias relativas absolutas entre valor real e valor previsto. Para cada modelo, os valores finais resultantes foram de 240%, 93%, 79% e 62%, respectivamente. Estes valores encontram-se acima dos aceitáveis, que seriam cerca de até 10% ou 20% de diferença. Percebe-se que o principal problema é dado através de uma diferença, como um gap, entre as curvas reais e estimadas. É possível que o valor do intercepto encontrado não esteja de acordo com o melhor modelo para explicar os valores reais, que tenha ocorrido falta de variáveis exógenas para o modelo, ou até mesmo a necessidade de escolha de outros modelos para serem testados. VI. CONCLUSÃO Este trabalho propôs-se a encontrar modelos ARMA que explicassem os preços médio diário (Pt) e intradiário (Rt), e a quantidade diária total (Qt) comercializada no mercado diário

17 17 energético espanhol. Utilizando os dados da OMIE e a metodologia de Box-Jenkins (1976), foi possível realizar os passos para obtenção dos modelos finais. É importante ressaltar que os modelos apresentam margens de erro percentual dos valores previstos em relação aos reais, por causa dos erros aleatórios incluídos. A avaliação inicial dos dados incluiu estatística descritiva destes para compreensão preliminar, retirada de outliers, identificação de estacionariedade, e análise dos ACF e PACF de cada série para encontrar sugestões de modelos. Após isto, foi realizada a estimação dos parâmetros a partir do método da máxima verossimilhança, e testes para saber se os coeficientes obtidos eram estatisticamente significantes ou não. Em seguida, foram encontrados os valores estimados para cada um dos modelos obtidos, e a comparação destes com os dados reais a partir do erro absoluto médio percentual. Ao final, obteve-se desvios percentuais insatisfatórios para a previsão de valores futuros. Não foi possível a estimação de preços de energia no nível do mercado espanhol, como visto nos resultados anteriores. Isso é em linha com a teoria de finanças, que preconiza que preços são estimados a partir das suas primeiras diferenças, também conhecido como retorno dos preços. Para outros trabalhos futuros, poderia-se utilizar outras variáveis, como a divisão por tipos de energia, como hidráulica e térmica; estimar-se a quantidade total intradiária; ou realizar estimações para mercados de outras nações, como o brasileiro ou o português, e realizar comparações nas estratégias utilizadas, verificando média de preços e variabilidade destes. Também seria necessário compreender o problema do gap aparente entre as curvas apresentadas no resultado final, e utilizar modelos baseados nas primeiras diferenças. VII. BIBLIOGRAFIA ABRADEE - Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Cartilha 02 Capítulo 6: O Mercado de Energia Elétrica. Disponível em: < Acesso em 12 de outubro de 2015.

18 18 BOX, G. E. P.; JENKINS, G. M. Time series analysis forecasting and control. San Francisco: HoldenDay, Edição revisada. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Página Inicial. Disponível em: < Acesso em 5 de outubro de CONTRERAS, Javier et al. ARIMA models to predict next-day electricity prices. Power Systems, IEEE Transactions on, v. 18, n. 3, p , DA FONSECA, Jairo Simon; DE ANDRADE MARTINS, Gilberto; TOLEDO, Geraldo Luciano. Estatística aplicada. Editora Atlas, DE PESQUISA ENERGÉTICA, EMPRESA. Mercado de Energia Elétrica Rio de Janeiro: EPE, Relatório Analítico: Projeções do Mercado de Energia Elétrica Rio de Janeiro, Brasil, ENDERS, Walter. Applied econometric time series. John Wiley & Sons, Energia y Sociedad, El Mercado Mayorista. Disponível em: < Acesso em 13 de outubro de GUJARATI, Damodar N. Basic econometrics. Tata McGraw-Hill Education, LEITE, Sidimar Quezada. Projeções para a demanda por energia elétrica no Brasil Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, OMIE - Operador del Mercado Iberico, Página Inicial. Disponível em: < Acesso em 24 de outubro de STOCK, James H.; WATSON, Mark W. Introduction to econometrics. Boston: Addison Wesley, VASCONCELLOS, Marco Antonio de Sandoval et al. Manual de economia. São Paulo: Saraiva, VARIAN, Hal. Microeconomia, 7ª edição. São Paulo: Campus, 2006.

19 19 VILAR, Juan M.; CAO, Ricardo; ANEIROS, Germán. Forecasting next-day electricity demand and price using nonparametric functional methods.international Journal of Electrical Power & Energy Systems, v. 39, n. 1, p , 2012.

Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante

Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante Eduardo Campana Barbosa1 Carlos Henrique Osório Silva2 Resumo: Utilizou-se a metodologia Box & Jenkins para previsão da demanda

Leia mais

Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins

Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção Análise de séries temporais: Modelos de Box-Jenkins Profa. Dra. Liane Werner Metodologia de Box-Jenkins Para os modelos de decomposição e os modelos

Leia mais

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais Fernando Chague 2016 Estacionariedade Estacionariedade Inferência estatística em séries temporais requer alguma forma de estacionariedade dos dados Intuição:

Leia mais

Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q)

Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q)

Leia mais

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais egs@cin.ufpe.br Agenda Séries Temporais: Definições Exemplos Modelos simples com média zero: Ruído I.I.D Processo Binário Random

Leia mais

4 APLICAÇÕES À SÉRIE TEMPORAL DE CONSUMO RESIDENCIAL MENSAL DE ENERGIA ELÉTRICA

4 APLICAÇÕES À SÉRIE TEMPORAL DE CONSUMO RESIDENCIAL MENSAL DE ENERGIA ELÉTRICA 4 APLICAÇÕES À SÉRIE TEMPORAL DE CONSUMO RESIDENCIAL MENSAL DE ENERGIA ELÉTRICA No capítulo 4, são aplicados os métodos individuais e os combinados à projeção de curto prazo da série de consumo residencial

Leia mais

Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN

Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN Ben Dêivide de Oliveira Batista 1 2 Tales Jesus Fernandes 2 Thelma Sáfadi 2 Wesley de Oliveira Santos 3 1 Introdução

Leia mais

2. Séries Temporais Definição

2. Séries Temporais Definição 23 2. Séries Temporais 2.1. Definição Um processo estocástico é uma função aleatória que evolui no tempo (e/ou no espaço), definida sob um espaço de probabilidades. Mais precisamente, um processo estocástico

Leia mais

Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais

Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais Cristina Henriques Nogueira 1 3 Thelma Sáfadi 2 1 Introdução A energia elétrica é, sem dúvida, um recurso indispensável

Leia mais

PREVISÃO DE PREÇO DO QUILO DO CAFÉ ARÁBICA: UMA APLICAÇÃO DOS MODELOS ARIMA E GARCH

PREVISÃO DE PREÇO DO QUILO DO CAFÉ ARÁBICA: UMA APLICAÇÃO DOS MODELOS ARIMA E GARCH VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil PREVISÃO DE PREÇO DO QUILO DO CAFÉ ARÁBICA: UMA APLICAÇÃO DOS MODELOS ARIMA E GARCH Alan Figueiredo de Arêdes 1 ; Matheus Wemerson Gomes Pereira ; Erly Cardo

Leia mais

Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA

Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA Mauricio Mattos Junho de 2014 Resumo Esse trabalho visa identificar um modelo ARIMA que seja efetivo na descrição e predição dos valores

Leia mais

Análise e previsão das taxas da população ocupada em Fortaleza, Ceará, de setembro de 1991 a dezembro de 2008

Análise e previsão das taxas da população ocupada em Fortaleza, Ceará, de setembro de 1991 a dezembro de 2008 Análise e previsão das taxas da população ocupada em Fortaleza, Ceará, de setembro de 1991 a dezembro de 2008 Daniela Bandeira, Paulo Germano, Filipe Formiga e Jeremias Leão Universidade Federal do Piauí

Leia mais

3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia

3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia 3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia Para avaliar o desempenho do modelo STAR-Tree, foram estimados os modelos Naive, ARMAX e Redes Neurais. O ajuste dos modelos ARMAX e das redes neurais foi feito

Leia mais

A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004).

A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004). 3 Séries temporais A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004). 3.1. Princípios fundamentais Conforme Box et al. (1994), uma

Leia mais

Modelagem do preço da soja utilizando a metodologia de análise de séries temporais 1

Modelagem do preço da soja utilizando a metodologia de análise de séries temporais 1 Modelagem do preço da soja utilizando a metodologia de análise de séries temporais 1 Jair Wyzykowski 2 Maíra Rodrigues Villamagna 3 Thelma Sáfadi 4 Augusto Ramalho de Morais 5 1 Introdução Uma série é

Leia mais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais João Eduardo da Silva Pereira (UFSM) jesp@smail.ufsm.br Tânia Maria Frighetto (UFSM) jesp@smail.ufsm.br

Leia mais

A Metodologia de Box & Jenkins

A Metodologia de Box & Jenkins A Metodologia de Box & Jenins Aula 03 Bueno, 0, Capítulo 3 Enders, 009, Capítulo Morettin e Toloi, 006, Capítulos 6 a 8 A Metodologia Box & Jenins Uma abordagem bastante utilizada para a construção de

Leia mais

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Marina Rodrigues Maestre 1 Jayane Pereira de Oliveira 2 Raquel Castellucci Caruso Sachs 3 Vitor Augusto Ozaki 4 1 Introdução Durante a década de

Leia mais

MELHORA DO MODELO SARIMA PARA A PREVISÃO DA DEMANDA MÁXIMA DE CARGA DE ENERGIA DA PUC-RIO UTILIZANDO A SIMULAÇÃO PELO MÉTODO DE MONTE CARLO

MELHORA DO MODELO SARIMA PARA A PREVISÃO DA DEMANDA MÁXIMA DE CARGA DE ENERGIA DA PUC-RIO UTILIZANDO A SIMULAÇÃO PELO MÉTODO DE MONTE CARLO João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016 MELHORA DO MODELO SARIMA PARA A PREVISÃO DA DEMANDA MÁXIMA DE CARGA DE ENERGIA DA PUC-RIO UTILIZANDO A SIMULAÇÃO PELO MÉTODO DE MONTE CARLO SERGIO

Leia mais

Utilizando a função auto.arima em modelos de séries temporais

Utilizando a função auto.arima em modelos de séries temporais Utilizando a função auto.arima em modelos de séries temporais Erasnilson Vieira Camilo 1 2 Marina Rodrigues Maestre 1 Rick Anderson Freire Mangueira 1 Elias Silva de Medeiros 1 Cristian Villegas 1 1 Introdução

Leia mais

UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA. Maio 2018 Aula 8

UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA. Maio 2018 Aula 8 1 UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA Maio 2018 Aula 8 Armando Manuel 09/29/2017 A PREVISÃO Armando Manuel 09/29/2017 11 1. A metodologia Box-Jenkins é um processo que se inicia com a analise

Leia mais

Análise do custo médio por metro quadrado da construção civil no estado de Minas Gerais usando modelos de séries temporais

Análise do custo médio por metro quadrado da construção civil no estado de Minas Gerais usando modelos de séries temporais Análise do custo médio por metro quadrado da construção civil no estado de Minas Gerais usando modelos de séries temporais 1 Introdução Charles Shalimar Felippe da Silva 1 Ricardo Vitor Ribeiro dos Santos

Leia mais

Jorge Caiado CEMAPRE/ISEG, Universidade Técnica de Lisboa Web:

Jorge Caiado CEMAPRE/ISEG, Universidade Técnica de Lisboa   Web: CEMAPRE/ISEG, Universidade Técnica de Lisboa Email: jcaiado@iseg.utl.pt Web: http://pascal.iseg.utl.pt/~jcaiado/ 1 Uma série temporal (time series) consiste num conjunto de observações de uma variável,

Leia mais

Modelagem e Avaliação de Desempenho. Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2018

Modelagem e Avaliação de Desempenho. Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2018 Modelagem e Avaliação de Desempenho Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2018 Séries Temporais Considere um processo onde o valor presente de uma série depende dos

Leia mais

Econometria Semestre

Econometria Semestre Econometria Semestre 2010.01 174 174 21.4. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS INTEGRADOS O passeio aleatório é apenas um caso particular de uma classe de processos estocásticos conhecidos como processos integrados.

Leia mais

Avaliação da produção de cana-de-açúcar no Brasil através do estudo de séries temporais

Avaliação da produção de cana-de-açúcar no Brasil através do estudo de séries temporais Avaliação da produção de cana-de-açúcar no Brasil através do estudo de séries temporais 1 Introdução Micherlania da Silva Nascimento 1 Leila Maria Ferreira 2 Tatiane Carvalho Alvarenga 3 4 O Brasil é o

Leia mais

Modelagem e Avaliação de Desempenho. Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2011

Modelagem e Avaliação de Desempenho. Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2011 Modelagem e Avaliação de Desempenho Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2011 Séries Temporais Considere um processo onde o valor presente de uma série depende dos

Leia mais

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais egs@cin.ufpe.br Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1 Agenda Resumo da Aula anterior; Estimação e eliminação dos componentes

Leia mais

Modulo I. Séries Temporais: ARIMA

Modulo I. Séries Temporais: ARIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS FACULDADE DE ESTATÍSTICA Modulo I Séries Temporais: ARIMA Curso: Bacharelado em Estatística Disciplina: Estatística Aplicada Nome: Verena

Leia mais

Análise comparativa entre métodos estatístico e rede neural aplicados em séries temporais

Análise comparativa entre métodos estatístico e rede neural aplicados em séries temporais Análise comparativa entre métodos estatístico e rede neural aplicados em séries temporais Ana Paula de Sousa José Elmo de Menezes Introdução As formas funcionais dos modelos de previsão das redes neurais

Leia mais

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 Maria José CharfuelanVillarreal Universidade Federal do ABC OBJETIVO Identificar

Leia mais

MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES

MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES Aluno: Thiago Portugal Frotté Orientador: Marcelo Cunha Medeiros Introdução Atualmente a previsão de eventos econômicos está em

Leia mais

Previsão mensal do preço da saca de soja no sudoeste do estado do Paraná utilizando a metodologia de Box & Jenkis

Previsão mensal do preço da saca de soja no sudoeste do estado do Paraná utilizando a metodologia de Box & Jenkis Previsão mensal do preço da saca de soja no sudoeste do estado do Paraná utilizando a metodologia de Box & Jenkis Gabriel Tambarussi Avancini 1 Thiago Viana Flor de Santana 1 Vitor Augusto Ozaki 1 Djair

Leia mais

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria em Finanças e Atuária Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/especializacao.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Maio-Junho/2013 Modelos condicionalmente

Leia mais

Ajuste de modelos de séries temporais para pressão atmosférica de Uberlândia

Ajuste de modelos de séries temporais para pressão atmosférica de Uberlândia Ajuste de modelos de séries temporais para pressão atmosférica de Uberlândia Valiana Alves Teodoro Mirian Fernandes Carvalho Araújo Lúcio Borges de Araújo Introdução Na comercialização de produtos originados

Leia mais

Aplicação da Metodologia Box & Jenkins a dados de produção de leite cru do estado do Paraná (PR)

Aplicação da Metodologia Box & Jenkins a dados de produção de leite cru do estado do Paraná (PR) Aplicação da Metodologia Box & Jenkins a dados de produção de leite cru do estado do Paraná (PR) Eduardo Campana Barbosa 12 Carlos Henrique Osório Silva 3 Rômulo César Ricardo Gonçalves Tavares 4 Tiago

Leia mais

Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil

Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil Érica Fernanda da Cruz 1 3 Tamara Aparecida Nogueira dos Anjos 2 Thelma Sáfadi 2 1 Introdução O desemprego no Brasil é uma constante

Leia mais

Redes Neurais: Uma Aplicação na Previsão de Vendas

Redes Neurais: Uma Aplicação na Previsão de Vendas Redes Neurais: Uma Aplicação na Previsão de Vendas Angela P. Ansuj Maria Emília Camargo Deoclécio Gomes Petry Programa de Pós-Graduação em Métodos Quantitativos Departamento de Estatística - Centro de

Leia mais

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS *

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS * UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS * Carlos Eduardo S. Marino ** * Trabalho de conclusão da disciplina de Econometria I, ministrada pelos professores Ivan Castelar e Vitor Monteiro, realizada no primeiro

Leia mais

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa 3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa descritiva, quantitativa, bibliográfica, experimental, exploratória e explicativa. Este estudo é descritivo, pois

Leia mais

Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica

Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica Material de apoio à aula de RBC Referencia bibliográfica: Introduction to Econometrics G S Maddala e Kajal Lahiri 4a. Edição, John Wiley

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Em uma grande escola, 10% dos alunos são comprovadamente fracos. Um teste educacional conseguiu identificar corretamente 80% entre aqueles que são fracos e 85% entre aqueles que

Leia mais

6 Geração de Cenários

6 Geração de Cenários 6 Geração de Cenários O planejamento do setor elétrico para operações hidrotérmicas de longo prazo de cada subsistema, atualmente, está fundamentado na avaliação dos resultados da simulação de diversos

Leia mais

Mais Informações sobre Itens do Relatório

Mais Informações sobre Itens do Relatório Mais Informações sobre Itens do Relatório Amostra Tabela contendo os valores amostrados a serem utilizados pelo método comparativo (estatística descritiva ou inferencial) Modelos Pesquisados Tabela contendo

Leia mais

4 Modelos de Regressão Dinâmica

4 Modelos de Regressão Dinâmica 4 Modelos de Regressão Dinâmica Nos modelos de regressão linear (Johnston e Dinardo, 1998) estudados comumente na literatura, supõe-se que os erros gerados pelo modelo possuem algumas características como:

Leia mais

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9 em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 9 Data Mining Equação básica: Amostras finitas + muitos modelos = modelo equivocado. Lovell (1983, Review

Leia mais

Universidade Presbiteriana Mackenzie Trabalho de Econometria

Universidade Presbiteriana Mackenzie Trabalho de Econometria Universidade Presbiteriana Mackenzie Trabalho de Econometria Graciele Maria Salzbrunn Mori Itiro Priscila de Oliveira Dutra Introdução 100% inercial. Objetivo: Verificar se é possível afirmar que a inflação

Leia mais

(iv) Ausência de correlação serial nos erros, dados dois valores quaisquer de X, X i e X j (i j), a correlação entre ε i e ε j é zero,, /,

(iv) Ausência de correlação serial nos erros, dados dois valores quaisquer de X, X i e X j (i j), a correlação entre ε i e ε j é zero,, /, 4 Metodologia O método de estimação por mínimos quadrados está fundamentado em algumas premissas, que são necessárias para realizar inferências estatísticas sobre a variável dependente Y. As principais

Leia mais

Análise do consumo de energia elétrica da cidade de Uberlândia MG, utilizando modelos de séries temporais

Análise do consumo de energia elétrica da cidade de Uberlândia MG, utilizando modelos de séries temporais Análise do consumo de energia elétrica da cidade de Uberlândia MG, utilizando modelos de séries temporais Guilherme Alvarenga Laia 1 Maria Imaculada de Sousa Silva 2 Nádia Giaretta Biase 3 1 Introdução

Leia mais

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/seriestemporais.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Estimação

Leia mais

Combinação Geométrica de Métodos Preditivos; Aplicação à Previsão de Consumo Residencial Mensal de Energia Elétrica

Combinação Geométrica de Métodos Preditivos; Aplicação à Previsão de Consumo Residencial Mensal de Energia Elétrica Luiz Albino Teixeira Júnior Combinação Geométrica de Métodos Preditivos; Aplicação à Previsão de Consumo Residencial Mensal de Energia Elétrica Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito

Leia mais

Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007

Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007 Projeções de Séries S Temporais Econometria dos Mercados Financeiros Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007 Objetivo do curso

Leia mais

Um Estudo do Comportamento dos Gráficos de Controle Construídos Via Metodologia de Geoestatística

Um Estudo do Comportamento dos Gráficos de Controle Construídos Via Metodologia de Geoestatística XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 006 Um Estudo do Comportamento dos Gráficos de Controle Construídos Via Metodologia de Geoestatística Fabiane Renata de Santana Yassukawa (UFMG) fabianesy@yahoo.com.br

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS - PPGCC FICHA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS - PPGCC FICHA DE DISCIPLINA FICHA DE DISCIPLINA Disciplina Métodos Quantitativos II Código PPGCC Carga Horária 60 Créditos 4 Tipo: Optativa OBJETIVOS Discutir com os alunos um conjunto de instrumentos estatísticos de pesquisa, necessários

Leia mais

Modelos VAR, taxa de câmbio e taxa de juros Selic

Modelos VAR, taxa de câmbio e taxa de juros Selic Modelos VAR, taxa de câmbio e taxa de juros Selic Wanessa Weridiana da Luz Freitas Laura Vicuña Torres de Paula Resumo: A taxa de juros Selic e a taxa de câmbio podem ser vistas como duas taxas básicas

Leia mais

MODELOS DE PREVISÃO APLICADO AO MERCADO DE CARNE SUÍNA

MODELOS DE PREVISÃO APLICADO AO MERCADO DE CARNE SUÍNA MODELOS DE PREVISÃO APLICADO AO MERCADO DE CARNE SUÍNA Alan Figueiredo de Aredes 1 Alessandro de Assis Santos Oliveira RESUMO Dada a importância do nivel de preço para o planejamento e tomada de decisão,

Leia mais

i j i i Y X X X i j i i i

i j i i Y X X X i j i i i Mario de Andrade Lira Junior lira.pro.br\wordpress lira.pro.br\wordpress Diferença Regressão - equação ligando duas ou mais variáveis Correlação medida do grau de ligação entre duas variáveis Usos Regressão

Leia mais

Previsão da arrecadação de ICMS para o Estado de Sergipe: Modelagem a partir da metodologia de Box e Jenkins

Previsão da arrecadação de ICMS para o Estado de Sergipe: Modelagem a partir da metodologia de Box e Jenkins Previsão da arrecadação de ICMS para o Estado de Sergipe: Modelagem a partir da metodologia de Box e Jenkins Tiago de Moura Soeiro Universidade Federal de Pernambuco Rodrigo Vicente dos Prazeres Universidade

Leia mais

Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro

Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro 1 Introdução Everton Batista da Rocha 1 2 Marcelo Lopes Moraes 3 Marcos Aurelio Rodrigues 3 O real

Leia mais

Análise Multivariada Aplicada à Contabilidade

Análise Multivariada Aplicada à Contabilidade Mestrado e Doutorado em Controladoria e Contabilidade Análise Multivariada Aplicada à Contabilidade Prof. Dr. Marcelo Botelho da Costa Moraes www.marcelobotelho.com mbotelho@usp.br Turma: 2º / 2016 1 Agenda

Leia mais

UTILIZAÇÃO DE MODELOS ARIMA PARA PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

UTILIZAÇÃO DE MODELOS ARIMA PARA PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UTILIZAÇÃO DE MODELOS ARIMA PARA PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Deise Scheffer Universidade Federal de Santa Maria scheffer.deise@gmail.com Adriano Mendonça Souza Universidade

Leia mais

MODELAGEM MATEMÁTICA CAIXA PRETA DE PROPULSORES ELETROMECÂNICOS 1

MODELAGEM MATEMÁTICA CAIXA PRETA DE PROPULSORES ELETROMECÂNICOS 1 MODELAGEM MATEMÁTICA CAIXA PRETA DE PROPULSORES ELETROMECÂNICOS 1 Leila Ana Valer 2, Manuel Martín Pérez Reimbold 3. 1 Pesquisa realizada no Programa de Mestrado e Doutorado em Modelagem Matemática da

Leia mais

CASUALIDADE E ELASTICIDADE DE TRANSMISSÃO DO TOMATE NO ESTADO DO CEARÁ 1995 A Palavras-chave: Casualidade, Elasticidade de Transmissão, Tomate.

CASUALIDADE E ELASTICIDADE DE TRANSMISSÃO DO TOMATE NO ESTADO DO CEARÁ 1995 A Palavras-chave: Casualidade, Elasticidade de Transmissão, Tomate. CASUALIDADE E ELASTICIDADE DE TRANSMISSÃO DO TOMATE NO ESTADO DO CEARÁ 1995 A 2002 Francisco José Silva Tabosa Denise Michele Furtado da Silva Clóvis Luis Madalozzo Robério Telmo Campos Resumo: O tomate

Leia mais

PREVISÃO DE VENDAS COM MODELO ARIMA BOX E JENKINS APLICAÇÃO COM GRETL

PREVISÃO DE VENDAS COM MODELO ARIMA BOX E JENKINS APLICAÇÃO COM GRETL Estatística & Gestão de Informação Métodos de Previsão 1º Semestre - 4º Ano PREVISÃO DE VENDAS COM MODELO ARIMA BOX E JENKINS APLICAÇÃO COM GRETL Autores: Emanuel De Jesus R. C.Borges (emanuelramos31@hotmail.com);

Leia mais

2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional

2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional 24 2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional A energia de origem hídrica predomina na matriz elétrica brasileira. Isso devese ao fato de o país

Leia mais

5 PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS DE VAZÃO DE DRENOS DA BARRAGEM DE FUNIL

5 PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS DE VAZÃO DE DRENOS DA BARRAGEM DE FUNIL 5 PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS DE VAZÃO DE DRENOS DA BARRAGEM DE FUNIL 5.1 Introdução Existem situações, como por exemplo, em grandes obras de engenharia (portos, barragens, usinas nucleares, etc.), em

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS fonte de graus de soma de quadrado variação liberdade quadrados médio teste F regressão 1 1,4 1,4 46,2 resíduo 28 0,8 0,03 total 2,2 A tabela de análise de variância (ANOVA) ilustrada acima resulta de

Leia mais

Predição do preço médio anual do frango por intermédio de regressão linear

Predição do preço médio anual do frango por intermédio de regressão linear Predição do preço médio anual do frango por intermédio de regressão linear João Flávio A. Silva 1 Tatiane Gomes Araújo 2 Janser Moura Pereira 3 1 Introdução Visando atender de maneira simultânea e harmônica

Leia mais

INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL CURSO: ECONOMIA. Disciplina: Econometria I CH 60h Número de Créditos 06

INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL CURSO: ECONOMIA. Disciplina: Econometria I CH 60h Número de Créditos 06 INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL CURSO: ECONOMIA 1. ESTRUTURA DA DISCIPLINA Disciplina: Econometria I CH 60h Número de Créditos 06 Professor: Rosianne Pereira da Silva Período:

Leia mais

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. ECONOMETRIA Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. Cap. 10 Multicolinearidade: o que acontece se os regressores são correlacionados? Fonte: GUJARATI; D. N. Econometria Básica: 4ª Edição. Rio de Janeiro.

Leia mais

Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples

Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples Econometria Lista 1 Regressão Linear Simples Professores: Hedibert Lopes, Priscila Ribeiro e Sérgio Martins Monitores: Gustavo Amarante e João Marcos Nusdeo Exercício 1 (2.9 do Wooldridge 4ed - Modificado)

Leia mais

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012 1 AULA 09 Regressão Ernesto F. L. Amaral 17 de setembro de 2012 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fonte: Triola, Mario F. 2008. Introdução à

Leia mais

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE TEMPERATURAS NA PLATAFORMA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA VIA BOX E JENKINS

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE TEMPERATURAS NA PLATAFORMA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA VIA BOX E JENKINS ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE TEMPERATURAS NA PLATAFORMA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA VIA BOX E JENKINS ANALYSIS OF CHANGES IN TEMPERATURE ON DECK OF OUR LADY OF NOSSA SENHORA DA GLÓRIA BY BOX AND JENKINS Nathaly

Leia mais

ANÁLISE DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ENTRE PIB E CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS PELO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO

ANÁLISE DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ENTRE PIB E CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS PELO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO ANÁLISE DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ENTRE PIB E CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS PELO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO N. C. M. Brondino, O. C. Brondino, B. P. Alves RESUMO Na maioria das vezes, a previsão da demanda

Leia mais

'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV

'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV 69 'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV O presente capítulo objetiva entender o comportamento das séries de retorno financeiras para as carteiras de investimento elaboradas no capítulo anterior. Tal análise

Leia mais

4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia

4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia 4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia 4.1. Base de dados Foram coletados dados do boletim estatístico do Ministério da Previdência Social de forma temporal para os meses de dezembro de 2002

Leia mais

i j i i Y X X X i j 1 i 2 i i

i j i i Y X X X i j 1 i 2 i i Mario de Andrade Lira Junior lira.pro.br\wordpress lira.pro.br\wordpress Diferença Regressão - equação ligando duas ou mais variáveis Correlação medida do grau de ligação entre duas variáveis Usos Regressão

Leia mais

Previsão de taxas de falhas utilizando o Método de Box & Jenkins. Forecast of failure rates using the Box & Jenkins Method

Previsão de taxas de falhas utilizando o Método de Box & Jenkins. Forecast of failure rates using the Box & Jenkins Method Previsão de taxas de falhas utilizando o Método de Box & Jenkins Débora Morales1 (UFPR) debora_mo2@hotmail.com Naiara Fernanda Johnsson 2 (UFPR) nai_johnsson@hotmail.com Resumo: O presente artigo propõe

Leia mais

MÉTODO DE PREVISÃO DE DEMANDA APLICADO EM UMA EMPRESA REVENDEDORA DE COMBÚSTIVEL

MÉTODO DE PREVISÃO DE DEMANDA APLICADO EM UMA EMPRESA REVENDEDORA DE COMBÚSTIVEL MÉTODO DE PREVISÃO DE DEMANDA APLICADO EM UMA EMPRESA REVENDEDORA DE COMBÚSTIVEL Thais Rubiane Domingues Silva 1, Laryssa Ribeiro 2, Fábio Luis Figueiredo Fernandes 3, Danielle Mayumi Campos Tamaki 4 Centro

Leia mais

Previsão de Séries Temporais utilizando Métodos Estatísticos

Previsão de Séries Temporais utilizando Métodos Estatísticos Previsão de Séries Temporais utilizando Métodos Estatísticos Elisângela Lopes de Faria (a) Marcelo Portes Albuquerque (a) Jorge Luis González Alfonso (b) Márcio Portes Albuquerque (a) José Thadeu Pinto

Leia mais

INTRODUÇÃO A ECONOMETRIA

INTRODUÇÃO A ECONOMETRIA INTRODUÇÃO A ECONOMETRIA Análise de regressão e uso do Eviews Introdução O modelo de regressão linear se utiliza para estudar a relação que existe entre uma variável dependente e uma ou várias variáveis

Leia mais

MÉTODOS DE PREVISÃO: UMA ESTRATÉGIA DE PLANEJAMENTO PARA MANTER ESTOQUES FORECAST METHODS: A PLANNING STRATEGY TO MAINTAIN STOCKS

MÉTODOS DE PREVISÃO: UMA ESTRATÉGIA DE PLANEJAMENTO PARA MANTER ESTOQUES FORECAST METHODS: A PLANNING STRATEGY TO MAINTAIN STOCKS Eixo Temático: Estratégia e Negócios MÉTODOS DE PREVISÃO: UMA ESTRATÉGIA DE PLANEJAMENTO PARA MANTER ESTOQUES FORECAST METHODS: A PLANNING STRATEGY TO MAINTAIN STOCKS RESUMO Bianca Reichert, Adriano Mendonça

Leia mais

PREVISÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA DO SETOR RESIDENCIAL NO RIO GRANDE DO SUL - UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MODELOS ARIMA E ARFIMA.

PREVISÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA DO SETOR RESIDENCIAL NO RIO GRANDE DO SUL - UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MODELOS ARIMA E ARFIMA. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. Salvador, BA, Brasil, 6 a 9 de outubro de 9 PREVISÃO DOS CONSUMIDORES

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A distribuição dos tempos de permanência dos estudantes nos cursos de graduação de certa universidade é uma distribuição normal com média igual a 6 anos e desvio padrão igual

Leia mais

Estimação de Modelos ARMA e ARIMA

Estimação de Modelos ARMA e ARIMA Estimação de Modelos ARMA e ARIMA Estagiária Docente: Vívian dos Santos Queiroz Disciplina: Econometria Aplicada Professor: Sabino da Silva Porto Júnior Apresentação Inserindo Dados de Séries Temporais

Leia mais

Análise de séries temporais de preços de compensado no estado do Paraná, com a utilização da metodologia de Box & Jenkins

Análise de séries temporais de preços de compensado no estado do Paraná, com a utilização da metodologia de Box & Jenkins Análise de séries temporais de preços de compensado no estado do Paraná, com a utilização da metodologia de Box & Jenkins Vanderlei Santos de Souza 1 Romano Timofeiczyk Junior 2 Alexandre Nascimento de

Leia mais

Análise de Regressão Linear Simples e

Análise de Regressão Linear Simples e Análise de Regressão Linear Simples e Múltipla Carla Henriques Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia de Viseu Introdução A análise de regressão estuda o relacionamento entre uma variável

Leia mais

UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA. Maio 2018 Aula 7

UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA. Maio 2018 Aula 7 1 UNIVERSDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE ECONOMIA Maio 2018 Aula 7 Armando Manuel 09/29/2017 10. ECONOMETRIA DAS SERIES TEMPORAIS a) Processos Estocásticos b) A Cointegração c) A Previsão 1. Modelo Box

Leia mais

4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS

4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS 4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS Neste capítulo, será aplicado o modelo proposto (Holt-Winters com múltiplos ciclos mais a correção devido à ocorrência de feriado e temperatura) e apresentados os resultados

Leia mais

Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com Modelo de Regressão com Erros Autocorrelacionados

Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com Modelo de Regressão com Erros Autocorrelacionados Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com Modelo de Regressão com Erros Autocorrelacionados José Eduardo Holanda Ellery Coelho 1 Hellano Vieira de Almeida 2 Rafael Braz Azevedo Farias 3

Leia mais

Econometria. Séries Temporais Lista de Exercícios

Econometria. Séries Temporais Lista de Exercícios Econometria Séries Temporais Lista de Exercícios 1. Estimação da Autocovariância e da Autocorrelação Tome a série de dados da planilha estimacao.xlsx e estime o que se pede sobre a série de tempo dada.

Leia mais

Métodos Quantitativos Aplicados

Métodos Quantitativos Aplicados Métodos Quantitativos Aplicados Aula 10 http://www.iseg.utl.pt/~vescaria/mqa/ Tópicos apresentação Análise Regressão: Avaliação de relações de dependência em que se explica o comportamento de uma/várias

Leia mais

Regressões: Simples e MúltiplaM. Prof. Dr. Luiz Paulo Fávero 1

Regressões: Simples e MúltiplaM. Prof. Dr. Luiz Paulo Fávero 1 Regressões: Simples e MúltiplaM Prof. Dr. Luiz Paulo FáveroF Prof. Dr. Luiz Paulo Fávero 1 1 Técnicas de Dependência Análise de Objetivos 1. Investigação de dependências entre variáveis. 2. Avaliação da

Leia mais

Eixo Temático: Estratégia e Internacionalização de Empresas

Eixo Temático: Estratégia e Internacionalização de Empresas Eixo Temático: Estratégia e Internacionalização de Empresas PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: UMA ABORDAGEM COM MODELOS ARIMA RESUMO PREDICTING THE COLLECTION OF ICMS OF RIO

Leia mais

Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA

Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA Airlane Pereira Alencar 8 de Março de 2019 Alencar, A.P., Rocha, F.M.M. (IME-USP) Processos Estocásticos 8 de Março de 2019 1 / 26 Índice 1 Estacionariedade

Leia mais

Uma Aplicação dos Modelos Box-Jenkins para Previsão de Demanda na Área de Assistência Técnica de Computadores Pessoais

Uma Aplicação dos Modelos Box-Jenkins para Previsão de Demanda na Área de Assistência Técnica de Computadores Pessoais Uma Aplicação dos Modelos Box-Jenkins para Previsão de Demanda na Área de Assistência Técnica de Computadores Pessoais Liane Werner Departamento de Estatística, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Leia mais

Correlação e Regressão

Correlação e Regressão Correlação e Regressão Vamos começar com um exemplo: Temos abaixo uma amostra do tempo de serviço de 10 funcionários de uma companhia de seguros e o número de clientes que cada um possui. Será que existe

Leia mais

Ver programa detalhado em anexo. CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

Ver programa detalhado em anexo. CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 2017.2 ECO 1705 ECONOMETRIA II CARGA HORÁRIA TOTAL: XX HORAS CRÉDITOS: 4 PRÉ-REQUISITO(S): ECO1704, ECO1722, ECO1721, MAT1112, MAT1105 OBJETIVOS Completar

Leia mais

Perspectiva de Produção Agrícola para a Região de Instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ) para o Ano de 2015

Perspectiva de Produção Agrícola para a Região de Instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ) para o Ano de 2015 Niterói, RJ, Brasil, 19-22 de outubro de 29 Perspectiva de Produção Agrícola para a Região de Instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ) para o de 215 1 Diogo da Rocha Vargas,

Leia mais

4 Processos Estocásticos e Simulação de Monte Carlo

4 Processos Estocásticos e Simulação de Monte Carlo 33 4 Processos Estocásticos e Simulação de Monte Carlo O processo estocástico faz a descrição de uma variável com comportamento ao menos em parte de maneira aleatória através do tempo, onde se assume valores

Leia mais