CONCURSO DE PESSOAS (art. 29, CP)
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- Eric Borges Fidalgo
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1 (art. 29, CP) Fala-se em concurso de pessoas, quando duas ou mais pessoas concorrem para a prática de uma mesma infração penal, sendo que tal colaboração pode ocorrer tanto nos casos em que são vários os autores, como naqueles onde existam autores e partícipes. Antes de adentrarmos de fato no concurso de pessoas, é imprescindível destacar, dentre as várias classificações que as infrações penais recebem, aquela que separa os crimes unissubjetivos ou monossubjetivos de outros denominados plurissubjetivos.
2 Crimes unissubjetivos, monossubjetivos ou de concurso eventual são aqueles que, apesar de poderem ser cometidos por uma única pessoa, eventualmente são cometidos por duas ou mais pessoas. É o caso, por exemplo, do homicídio, furto, estupro, etc., que podem ser cometidos por uma só pessoa, por duas ou mais. Nota-se que nesses crimes a pluralidade de agentes não é elementar do tipo. Crimes plurissubjetivos ou de concursos necessário são aqueles que só podem ser cometidos por mais de uma pessoa, como, por exemplo, os crimes de quadrilha ou banco e rixa. A pluralidade de agentes é, assim, elementar do tipo. Assim, nestes crimes não há o que se falar em participação, já que a pluralidade de agentes garantem o tipo penal, sendo todos autores.
3 O crime plurissubjetivo não se confunde com o delito de participação necessária, pois neste último o autor pratica vários crimes, porém o tipo penal exige a colaboração do sujeito passivo, que não será punido. Exemplo: corrupção de menores, favorecimento à prostituição etc.
4 1. TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS a) Pluralística segundo essa teoria, a cada participante corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. A participação de cada concorrente não constitui atividade autônoma, mas converge para uma ação única, com objetivo e resultado comuns. b) Dualística para essa teoria há dois crimes: um para os autores, aqueles que realizam a atividade principal, a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro para os partícipes, aqueles que desenvolvem uma atividade secundária, que não realizam a conduta nuclear descrita no tipo penal.
5 1. TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS c) Monística ou unitária essa teoria não faz qualquer distinção entre autor e partícipe, instigação e cumplicidade. Todo aquele que concorre para o crime causa-o em sua totalidade e por ele responde integralmente. Embora o crime seja praticado por diversas pessoas, permanece único e indivisível. Essa foi a teoria adotada pelo Código Penal de A Reforma Penal de 1984 (Lei nº 7.209/84) permanece acolhendo essa teoria. Procurou, contudo, atenuar os seus rigores, distinguindo com precisão a punibilidade de autoria e participação. Adotou a teoria monística com alguns toques da dualística dando ensejo ao artigo 29, caput, e parágrafos do Código Penal.
6 ARTIGO 29 DO CÓDIGO PENAL Art Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
7 2. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS a) Pluralidade de participantes e de condutas esse é o requisito básico do concurso eventual de pessoas: a concorrência de mais de uma pessoa na execução de uma infração penal. A participação de cada um e de todos contribui para o desdobramento causal do evento e respondem todos pelo fato típico em razão da norma de extensão do concurso. b) Relevância causal de cada conduta a conduta típica ou atípica de cada participante deve integrar-se à corrente causal determinante do resultado. Nem todo comportamento constitui participação, pois precisa ter eficácia causal, provocando, facilitando ou ao menos estimulando a realização da conduta principal. Assim, no exemplo daquele que, querendo participar de um homicídio, empresta uma arma de fogo ao executor, que não a utiliza e tampouco se sente estimulado ou encorajado com tal empréstimo a executar o delito. Aquele não pode ser tido como partícipe pela simples e singela razão de que o seu comportamento foi irrelevante, isto é, sem qualquer eficácia causal.
8 2. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS c) Vínculo subjetivo ou psicológico entre os participantes deve existir um liame psicológico entre os vários participantes, ou seja, consciência de que participam de uma obra comum. A ausência desse elemento psicológico desnatura o concurso eventual de pessoas, transformando-o em condutas isoladas e autônomas. O simples conhecimento da realização de uma infração penal ou mesmo a concordância psicológica caracterizam, no máximo, conivência, que não é punível, a título de participação, se não constituir, pelo menos, alguma forma de contribuição causal, ou, então, constituir, por si mesma, uma infração típica. Tampouco será responsabilizado como partícipe quem, tendo ciência da realização de um delito, não o denuncia às autoridades, salvo se tiver o dever jurídico de fazê-lo.
9 2. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS d) Identidade de infração penal para que o resultado da ação de vários participantes possa ser atribuído a todos, tem que consistir em algo juridicamente unitário. Exemplo: A planeja o crime, B subtrai os pertences da vítima, C pega os pertences e se evade do local. Respondem todos por um único tipo penal ou não se reconhece a participação ou o próprio concurso na empreitada criminosa.
10 3. AUTORIA 3.1 CONCEITOS a) Conceito extensivo do autor autor é todo aquele que concorre de qualquer forma para o resultado. Essa teoria não distingue autoria e participação. b) Conceito restritivo do autor autor é aquele que realiza ação típica descrita na lei, isto é, o que pratica o verbo núcleo do tipo. Ex: matar, subtrair, falsificar etc. A autoria é determinada pelo momento de execução de uma ação típica, enquanto que as formas de participação (instigação, cumplicidade) são entendidas como causas de extensão da punibilidade. Essa teoria não explica as formas de autoria mediata. Nessa hipótese não pode ser considerado como autor quem se vale de outra pessoa como instrumento para a prática da conduta delituosa, já que não realiza nenhum elemento do tipo penal.
11 3.1 CONCEITOS c) Teoria do Domínio do Fato essa teoria distingue com clareza autor e executor, admitindo com facilidade a figura do autor mediato, além de possibilitar melhor compreensão da co-autoria. Essa teoria surgiu em 1939 com o finalismo de Welzel. A teoria do domínio do fato, partindo do conceito restritivo do autor, tem a pretensão de sintetizar os aspectos objetivos e subjetivos, impondo-se como uma teoria objetivo-subjetiva. Conceitua autor como aquele que tem o domínio final do fato, enquanto o partícipe carece deste domínio. O âmbito de aplicação da teoria do domínio do fato, com seu conceito restritivo de autor, limita-se aos delitos dolosos. Somente nestes se pode falar em domínio final do fato típico, pois os delitos culposos caracterizam-se exatamente pela perda desse domínio.
12 3.2 MODALIDADES DE AUTORIA a) Autor direto ou imediato é aquele que pratica o fato punível pessoalmente. Pode ser: autor executor (realiza materialmente a ação típica) e autor intelectual (sem realizá-la de modo direto, domina-a completamente). b) Autor indireto ou mediato é aquele que possuindo o domínio do fato, serve-se de terceiro que atua como mero instrumento (geralmente inculpável menor/doente mental; hipótese de coação moral irresistível e de obediência hierárquica)
13 4. CO-AUTOR A co-autoria é a realização conjunta, por mais de uma pessoa, de uma mesma infração penal. É desnecessário um acordo prévio, como exigia a antiga doutrina, bastando a consciência de cooperar na ação comum. Co-autor é aquele que, de acordo com um plano delitivo, presta conscientemente contribuição independente, essencial à prática do delito doloso não obrigatoriamente em sua execução. Na co-autoria, o domínio do fato é comum a várias pessoas. Assim, todo co-autor (que é também autor) deve possuir o condomínio do fato princípio da divisão de trabalho.
14 4. CO-AUTOR A co-autoria fundamenta-se no princípio da divisão de trabalho, em que todos tomam parte, atuando em conjunto na execução da ação típica, de tal modo que casa um possa ser chamado verdadeiramente de autor. Todos participam da realização do comportamento típico, sendo desnecessário que todos pratiquem o mesmo ato executivo. Basta que cada um contribua efetivamente na realização da figura típica e que essa contribuição possa ser considerada importante no aperfeiçoamento do crime. Exemplo: Enquanto um indivíduo estupra a vítima, o outro a segura. Aquele será o autor e este o co-autor do crime de estupro.
15 5. AUTORIA COLATERAL OU ACESSÓRIA A autoria colateral não se confunde com o concurso de pessoas. Como vimos, um dos requisitos do concurso de agente é a existência do vínculo psicológico entre os envolvidos, ou seja, o liame de vontades. Já a autoria colateral se caracteriza justamente por não haver tal vínculo entre os agentes. Esta ocorre quando duas pessoas buscam a dar causa a determinado resultado, convergindo suas condutas para tanto, sem estarem unidos pelo liame subjetivo. Ocorre quando duas ou mais pessoas produzem um evento típico de modo independente uma das outras, quer dizer, sem atuarem conjunta e conscientemente inexiste liame psicológico entre os agentes.
16 5. AUTORIA COLATERAL OU ACESSÓRIA Exemplo: Jorge e Antônio pretendem matar Carlos, e para tanto se escondem próximo à sua residência, sem que um saiba da presença do outro, e atiram na vítima. Assim, Jorge e Antônio responderão por homicídio em autoria colateral já que um não tinha conhecimento da ação do outro (não há vínculo psicológico).
17 5. AUTORIA COLATERAL OU ACESSÓRIA HIPÓTESES DO EXEMPLO: a) Se apenas o tiro desferido por Jorge atingir Carlos, ele responderá por homicídio consumado, ao passo que Antônio responderá por homicídio tentado. b) Se não for possível verificar qual tiro matou Carlos, Jorge e Antônio responderão por tentativa de homicídio. c) Porém, se Jorge desfere tiro em Carlos e o mata, e só depois é que Antônio atira na vítima, haverá crime impossível para ele. Neste caso, se não for possível identificar qual tiro matou Carlos, ambos os agentes serão absolvidos por crime impossível (autoria incerta).
18 6. PARTICIPAÇÃO 6.1 CONCEITO (sentido estrito) é a contribuição dolosa sem o domínio do fato em um fato punível doloso de outrem. O partícipe não pratica a conduta descrita pelo preceito primário da norma penal, mas realiza uma atividade secundária que contribui, estimula ou favorece a execução da conduta proibida. Não realiza atividade propriamente executiva. Trata-se de um conceito referencial, visto que a participação é sempre acessória ou dependente de um fato principal teoria da acessoriedade mínima. Para que a contribuição do partícipe ganhe relevância jurídica é indispensável que o autor ou co-autor iniciem, pelo menos, a execução da infração penal.
19 6.2 ESPÉCIES: a) Instigação ou induzimento induzir intencionalmente outro a cometer o delito, isto é, determinar, fazer nascer nele a decisão de realizá-lo (persuasão), mediante influência moral ou por qualquer outro meio; ou, ainda, incitar, instigar ou estimular alguém a levar adiante uma decisão já tomada de praticar o delito. b) Cumplicidade prestar auxílio, colaborar, cooperar, contribuir de forma material (ex: fornece meios cumplicidade física, material ou real) ou moral (ex: conselho, instrução, orientação cumplicidade intelectual, psíquica ou psicológica) ao autor. Na primeira modalidade (cumplicidade física), o agente coopera materialmente na execução, por meio de atos não essenciais. Na última (cumplicidade intelectual), o agente dá ao autor conselhos ou instruções sobre o modo de realização do delito, ou o apoia espiritualmente em sua resolução (já tomada) de praticar o crime.
20 6.3 TEORIAS DA PARTICIPAÇÃO a) teoria causal essa teoria parte do princípio da equivalência das condições antecedentes, não fazendo qualquer distinção entre autoria e participação. Como o resultado é consequência de um conjunto de causas necessárias para a sua ocorrência, então não haveria por que distinguir autores de partícipes, uma vez que todos os co-delinquentes são causadores do crime. b) teoria da causação (acessoriedade da participação) tem por base a contribuição causal do partícipe para a consecução do resultado, sendo que a conduta típica do autor não a condiciona, pois a participação tem caráter autônomo. O ato do partícipe é acessório em relação ao ato do autor. Existem, entretanto, quatro classes dessa acessoriedade. Na acessoriedade mínima, para que haja participação no fato do autor, basta que este seja típico. De acordo com a acessoriedade limitada, para que haja participação no fato do autor é preciso que este seja típico e antijurídico. Na acessoriedade extrema ou máxima, por sua vez, defende que só haveria participação no fato do autor se esse fosse típico, antijurídico e culpável.
21 6.3 TEORIAS DA PARTICIPAÇÃO De acordo com o professor Damásio de Jesus: (...) Passamos a adotar a teoria da acessoriedade limitada. Como dizia Welzel, para a punibilidade da participação basta que o fato principal seja típico e antijurídico, não se exigindo que seja culpável. Assim, a participação não requer que o autor principal tenha atuado culpavelmente.
22 7. CONCURSOS EM CRIMES OMISSIVOS A participação no crime omissivo ocorre normalmente através de um agir positivo do partícipe que favorece o autor a descumprir o comando legal. Exemplo: o paciente que instiga o médico a não comunicar a existência de uma enfermidade contagiosa às autoridades sanitárias não é autor de delito autônomo, mas partícipe de um crime omissivo. A autoria em crime omissivo ocorre, por exemplo, quando duas pessoas deparam-se com alguém ferido e ambas não procuram ajuda. Nesta hipótese, responderão por co-autoria em omissão de socorro. Porém, há também entendimento que não há possibilidade de co-autoria nestes crimes, e sim autoria colateral, pois existem condutas individuais, sendo o dever de agir infracionável.
23 8. CONCURSO EM CRIMES CULPOSOS A doutrina brasileira majoritária admite a co-autoria em crime culposo, rechaçando contudo, a participação. Os que cooperam na causa, isto é, na falta do dever de cuidado objetivo, agindo sem a atenção devida, são co-autores. Exemplo: o passageiro que induz o motorista de táxi a dirigir em velocidade excessiva e contribui diretamente para um atropelamento. Neste caso o passageiro será co-autor.
24 9. PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS a) Participação de Menor Importância como decorrência lógica da orientação insculpida no artigo 29, caput, do Código Penal, surge essa causa geral de diminuição de pena, de caráter obrigatório*, em sendo a contribuição do partícipe de menor relevância para o delito (art. 29, 1º, CP). Pode, nesse caso, ser aplicada a sanção penal aquém do mínimo legal. 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. Detalhe importante: a participação a que se refere este artigo, diz respeito exclusivamente ao partícipe e não ao co-autor. *Ainda, para alguns doutrinadores, esta redução prevista neste artigo é facultativa, pois o juiz poderá constatar uma intensidade de vontade do partícipe igual à dos demais agentes.
25 9. PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS b) Cooperação dolosamente distinta (desvio subjetivo de conduta) essa previsão legal serviu para abrilhantar a teoria monística ou unitária, implicando a reafirmação do caráter individual da culpabilidade. Determina-se claramente que, em caso de desvio subjetivo de conduta quando um dos intervenientes queria (dolo) participar de delito menos grave, e não do mais grave, realizado por outro concorrente (participação de crime menos grava) -, a culpabilidade seja mensurada individualmente, com a aplicação proporcional da pena. Exemplo: A determina a B corrigir C, que se excede e causa a morte de C. Todavia responderá o partícipe pelo crime menos grave, com a pena aumentada até a metade, em lhe sendo previsível o resultado (art. 29, 2º, CP)
26 10. CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS Não se comunicam entre co-autores e partícipes as circunstâncias consideradas individualmente no concurso de agentes. Prevê o art. 30 do CP que, "não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime". Circunstância de caráter pessoal é aquela situação particular que envolve o agente, mas não é inerente à sua pessoa. Exemplo: confissão espontânea, que atenua a pena e não se transfere aos demais co-autores. A condição de caráter pessoal consiste em qualidade da pessoa, tais como menoridade e reincidência, condições estas que também não se transferem aos demais agentes do delito.
27 10. CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS Circunstâncias elementares do crime são componentes do tipo penal, que se transmitem aos demais agentes da infração penal. Assim, se uma funcionária pública furta bens da repartição com sua colega que não exerce cargo público, ambas responderão por peculato-furto (art. 312, 1º do CP). Em relação ao crime de infanticídio há discussão sobre a transferência da circunstância elementar, já que a pena para tal crime não é tão gravosa tendo em vista o estado em que se encontra a mãe. Sendo assim, muitos não concordam com a transmissão da circunstância elementar, pois não seria justo que coautor fosse favorecido. Em contrapartida, há entendimento que, mesmo no infanticídio há transferência da circunstância elementar, pois a Lei não fez nenhuma ressalva sobre o assunto, e esta é a opinião majoritária. Assim, embora o estado puerperal seja circunstância personalíssima, também é elementar do tipo, dessa maneira, quem auxilia a genitora a matar recém-nascido ou o faz sozinho a pedido da mesma, responderá por infanticídio.
28 11. CASOS DE IMPUNIBILIDADE Determina o art. 31 do CP que, "o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado". Entretanto, tais condutas - ajuste (acordo), instigação (estímulo), auxílio (assistência) e determinação (decisão) - serão puníveis quando houver disposição expressa neste sentido, como é o caso do art. 288 do CP - "associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes (...)". Assim, serão puníveis tais atos quando houver início da execução do delito, pois do contrário serão consideradas condutas atípicas, já que não houve perigo a nenhum bem protegido pelo ordenamento jurídico (o mesmo ocorre no crime impossível).
29 RECADOS
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