Aula nº. 35 CONCURSO DE PESSOAS. c) IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL d) LIAME SUBJETIVO OU VÍNCULO PSICOLÓGICO

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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal Aula: Concurso de Pessoas - 35 Professor(a): Leonardo Galardo Monitor(a): Natália Magalhães Aula nº. 35 CONCURSO DE PESSOAS 4 - REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: No concurso de pessoas conforme estudado nas aulas anteriores há a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de uma infração penal. Para tanto devem estar presentes simultaneamente 4 requisitos cumulativos: a) PLURALIDADE DE PESSOAS e de CONDUTAS b) RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA CONDUTA c) IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL d) LIAME SUBJETIVO OU VÍNCULO PSICOLÓGICO a)entende-se por pluralidade de pessoas e de condutas, pelo menos duas pessoas e pelo menos duas condutas no ato criminoso. b)relevância causal de cada conduta significa dizer que cada conduta deve ser relevante para o resultado. Para tanto os exemplos fornecidos pelo professor merecem atenção! Exemplo 1: No exemplo 1 o agente "eu" empresta a arma para o agente "você" que atira na vítima, temos assim pelo menos duas pessoas e pelo menos duas condutas. A conduta de emprestar a arma do agente "eu" é relevante para o resultado como um todo (morte da vítima) assim como a conduta de atirar do agente "você" é relevante para o resultado (morte da vítima).

2 Página2 Exemplo 2: No exemplo 2 temos pelo menos duas pessoas e pelo menos duas condutas. A conduta do agente "eu" foi fornecer comida ao agente "você". A conduta do agente "eu" é irrelevante para o resultado final (morte da vítima) e a conduta do agente "você" que atira na vítima com sua própria arma é relevante para o resultado final (morte da vítima). Podemos perceber que mesmo havendo mais de uma pessoa e ainda mais de uma conduta, nem sempre haverá relevância causal da conduta para o resultado final. Exemplo 3: No exemplo 3 o agente "você" querendo matar a vítima, não encontra a arma de sua propriedade, momento em que ao comentar com o agente "eu" sobre o fato, este lhe oferece sua arma para a prática do crime. Porém no caminho para execução do crime, o agente "você" de posse da arma emprestada pelo agente "eu", encontra a arma de sua propriedade, deixando de usar a arma emprestada para execução do crime. Ao responder pelo crime de homicídio, o agente "você" diz que o agente "eu" também estaria envolvido no crime pois havia lhe emprestado a arma para matar a vítima. Nesse terceiro exemplo temos pelo menos duas pessoas e pelo menos duas condutas. Porém a conduta de emprestar a arma ao agente (você) é irrelevante para o resultado final (morte da vítima) pois o agente "eu" chegou ao resultado sem usar a arma emprestada. c) Identidade de infração penal significa que pelo menos duas pessoas tem a intenção de praticar o mesmo crime. Os agentes devem somar esforços para a prática de uma mesma empreitada criminosa comum.

3 Página3 d) Liame subjetivo ou vínculo psicológico significa que os agentes devem estar conectados mentalmente. Desse requisito retiramos três observações importantes e os exemplos fornecidos pelo professor merecem atenção! Exemplo 1: Duas pessoas, cada uma delas situada em prédios distintos (agente "eu" e o agente "você") que desejam matar a mesma vítima, porém devido ao anteparo situado ao meio dos prédios, cada agente acredita estar sozinho no momento da execução do crime. Na execução do crime o agente (eu) atira e curiosamente o agente (você) atira ao mesmo tempo, atingindo a vítima na cabeça em ponto fatal, levando a vítima a óbito. Nesse exemplo temos duas pessoas, duas condutas, relevância causal, identidade de infração penal e por fim passamos a analisar o liame subjetivo e o vínculo psicológico. No exemplo não há liame subjetivo ou vínculo psicológico pois os agentes não haviam combinado nada, o crime aconteceu inclusive sem que cada um dos agentes soubessem da existência um do outro. Portanto no exemplo não há preenchimento dos requisitos do concurso de pessoas mas sim da AUTORIA COLATERAL. Com isso a perícia analisará a conduta individual de cada um. Se o tiro do agente "eu" matou a vítima, este responderá por homicídio consumado e o agente "você" responderá por Tentativa de Homicídio. Sendo possível determinar a autoria chamamos de AUTORIA COLATERAL CERTA. Não sendo possível determinar qual tiro matou a vítima estaremos diante de uma AUTORIA COLATERAL INCERTA. Tanto o agente "eu" quanto o agente"você" responderão por TENTATIVA DE HOMICÍDIO. Podemos concluir que tanto a AUTORIA CERTA quanto a AUTORIA INCERTA não configuram CONCURSO DE PESSOAS.

4 Página4 Exemplo 2 No exemplo 2 o agente "você" querendo roubar o banco de sua cidade comunica a sua intenção com o agente "eu", este se mantém inerte. Ao consumar o crime, estando preso, o agente "você" diz que o agente "eu" tinha conhecimento do crime e nada fez. Porém o simples conhecimento prévio da infração não configura concurso de pessoas. Exceto se o agente que tomou conhecimento da infração penal era um agente garantidor (dever de agir e também o poder de agir) respondendo, nessa condição, pelo RESULTADO.(Vide bloco/aula 27) Exemplo 3: Somente haverá Concurso de Pessoas durante a Cogitação, Preparação e Execução, portanto, antes da consumação do crime. O Liame Subjetivo ou vínculo psicológico somente poderá se formar antes da consumação. INTER CRIMINIS Conclui-se que há configuração de CONCURSO DE PESSOAS, durante as fases de cogitação e preparação, porém também haverá CONCURSO DE PESSOAS durante a fase de execução, não necessitando de acordo prévio pois podemos estar diante de uma coautoria sucessiva. Não existe a menor possibilidade de entrar no crime após a consumação.

5 Página5 Ao estudarmos os crimes possíveis após a consumação. Há duas situações que podem inclusive ser objeto de cobrança em provas, para não errar vejamos os exemplos fornecidos pelo professor com atenção! Exemplo1: O agente "você" ao roubar uma joalheria, não tendo onde esconder o produto do crime, comunica ao agente "eu" que se coloca a disposição para esconder o produto do crime. O crime praticado pelo agente "você" é o Crime de Roubo, já para o agente "eu" configura-se o crime de Favorecimento Real. Súmula 582: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. Exemplo 2: O agente "você" pretendendo roubar uma joalheria, não tendo onde esconder o produto do crime, comunica ao agente "eu" que se coloca a disposição para esconder o produto do crime. O crime praticado pelo agente "você" é o Crime de Roubo, e para o agente "eu" também configura-se CRIME DE ROUBO, isto porque o agente "você" somente cometeu o crime pois houve estímulo pelo agente "eu" que esconderia/guardaria o produto do crime.

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