CONCURSO EVENTUAL DE PESSOAS INTRODUÇÃO O fato punível pode ser obra de um só ou de vários sujeitos, seja para assegurar a realização do crime ou

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CONCURSO EVENTUAL DE PESSOAS INTRODUÇÃO O fato punível pode ser obra de um só ou de vários sujeitos, seja para assegurar a realização do crime ou"

Transcrição

1 CONCURSO DE PESSOAS

2 CONCURSO EVENTUAL DE PESSOAS INTRODUÇÃO O fato punível pode ser obra de um só ou de vários sujeitos, seja para assegurar a realização do crime ou para garantir-lhe a impunidade ou porque interessa a mais de um o seu cometimento. Fala-se em concurso eventual de pessoas quando há crime unissubjetivo, que é aquele que pode ser praticado por um só agente. Para o crime plurissubjetivo há concurso necessário, pois sua configuração típica, exige a conduta de duas ou mais pessoas.

3 TEORIA MONÍSTICA (ou monista ou unitária ou igualitária): A Teoria Monista Pura é corolário da Teoria da Equivalência dos antecedentes causais (Conditio sine qua non) e dá tratamento igualitário para autores, co-autores e partícipes, não fazendo, em princípio, qualquer distinção entre eles. O crime é uno e indivisível, mantendo sua unidade à custa da convergência objetiva e subjetiva das ações dos múltiplos participantes.

4 Existe um crime único atribuído a todos os que concorrem para ele, ou seja, todos que concorrem para o crime são autores dele. A participação não é entendida como acessória - o partícipe é co-autor e responde inteiramente pelo evento. Todavia, a Teoria Monista foi adotada pelo CP reformado em 1984 (art. 29) de forma matizada ou temperada, já que estabeleceu punibilidade diferenciada para cada concorrente "na medida de sua culpabilidade" e um verdadeiro reforço do princípio constitucional da individualização da pena.

5 TEORIA DUALISTA - distingue o crime praticado pelo autor daquele praticado pelo partícipe. TEORIA PLURALISTA - haverá tantas infrações penais quantos forem os autores e partícipes. EXCEÇÕES PREVISTAS NO CÓDIGO PENAL: Aplicação da teoria dualista: aborto consentido e praticado por terceiro com o consentimento da gestante - art. 124 e 126, CP; Aplicação da Teoria Pluralista: corrupção passiva e corrupção ativa - art. 317 e 333, CP;

6 REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: 1. Pluralidade de Pessoas e de Condutas. 2. Relevância Causal de Cada Conduta Deve haver um nexo causal eficaz para o resultado. 3. Liame Subjetivo ou Psicológico entre as Pessoas, que se traduz na comum resolução para o fato típico.

7 A Convergência subjetiva exige que a consciência seja idêntica ou juridicamente uma unidade para todos a contribuir para uma obra comum. Não há necessidade de ajuste prévio - ex.: coautoria sucessiva. 4. Identidade do Ilícito Penal O delito deve ser idêntico ou juridicamente uma unidade para todos. Os agentes, unidos pelo liame subjetivo, desejam praticar a mesma infração penal.

8 AUTORIA/COAUTORIA Teorias que disputam a definição de Autoria: a) Teoria Objetivo-Formal: O autor é quem realiza a figura típica. O partícipe é aquele que comete ações fora do tipo (instiga, induz, auxilia), havendo a necessidade da norma de extensão para tipificar sua conduta - art. 29, CP).

9 b) Teoria Subjetiva: Autor é quem atua com vontade de autor (animus auctoris) e deseja a ação como própria. Partícipe atua com vontade de partícipe (animus socci) e deseja a ação como alheia.

10 c) Teoria Normativa (Finalista): O autor é quem possui o domínio final do fato (regra: delito comissivo doloso); É aquele que "toma nas mãos o decorrer do acontecimento típico compreendido pelo dolo". O autor determina o "se" e o "como" da prática do crime, pois tem a disponibilidade da decisão sobre a consumação ou a desistência do delito.

11 O domínio do fato é apenas o elemento geral do autor, ao qual se deverão agregar os elementos especiais da autoria, que se relacionam com: elementos especiais do tipo subjetivo (intenções, tendências, motivações Ex.: Prevaricação - art. 319, CP) ou requisitos objetivo-pessoais do autor ligado a especiais posições de dever, v.g., delitos funcionais - funcionário público (ex.: art. 318, 320, CP), médico (art. 269, CP), advogado (ex.: art. 355, CP).

12 Segundo Roxin, autor é aquele que detém o domínio funcional do fato (dentro de um critério de divisão de tarefas) e não apenas aquele que realiza a conduta típica (delito doloso). Nos delitos omissivos próprios e impróprios, culposos e funcionais, autor é aquele a quem se endereça o respectivo dever. Nos delitos de mão própria, autor é aquele que realiza pessoalmente a ação típica.

13 Haverá COAUTORIA quando houver a reunião de vários autores, cada qual com o domínio das funções que lhe foram atribuídas para a consecução final do fato, de acordo com o critério da divisão de tarefas. O partícipe não possui domínio do fato característico do autor, restringindo-se a colaborar, com atividades secundárias e complementares, na ação delitiva do autor.

14 Distinção entre autoria mediata e imediata AUTOR DIRETO (OU IMEDIATO): Autor direto é aquele que tem o domínio do fato, na forma do domínio da ação, pela pessoal (de mão própria) e dolosa (consciência e vontade) realização da conduta típica. É quem pratica o fato típico pessoalmente/diretamente; Assim, pode ser AUTOR EXECUTOR se realiza pessoalmente (direta/materialmente) a ação típica ou AUTOR INTELECTUAL se domina-a dolosamente por completo, delegando a coautor a realização material.

15 AUTOR INDIRETO (OU MEDIATO): Autor MEDIATO é aquele que, possuindo o domínio do fato, pelo domínio da vontade de terceiro, serve-se deste, que atua como mero instrumento. Na autoria mediata, há o abuso do homem nãolivre e, através deste abuso é que o autor mediato controla o fato. Consequência: NÃO HÁ CONCURSO DE PESSOAS.

16 HIPÓTESES DE AUTORIA MEDIATA UTILIZAÇÃO DE INIMPUTÁVEL o instrumento é doente mental, menor, ou está em embriaguez involuntária completa. É necessário que o inimputável não tenha qualquer capacidade de entendimento ou determinação. De acordo com Nilo Batista, se o menor não mero instrumento (ainda que inimputável, tem algum discernimento), há a "colaboração" ou "concurso impropriamente dito" ou "pseudoconcurso" ou "concurso aparente". Nesse caso, o maior é considerado autor direto e o menor é o colaborador.

17 COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL: Responde pelo delito o coator, pois o coagido não pratica conduta. COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL (art. 22, CP): Responde o coator e o coagido é inculpável pela inexigibilidade de conduta diversa. ESTRITA OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA (art. 22, CP): Responde como autor mediato o autor da ordem e o inferior hierárquico é inculpável pela inexigibilidade de conduta diversa. INDUÇÃO A ERRO (art. 20, 2º) ou quando o autor mediato se APROVEITA DE SITUAÇÃO DE ERRO de tipo ou de proibição inevitáveis.

18 PARTICIPAÇÃO A participação é espécie do gênero concurso de pessoas consistente na intervenção em fato alheio, o que pressupõe a existência de um fato principal. O partícipe não pratica a conduta descrita no tipo penal, mas realiza uma atividade secundária que contribui estimula ou favorece a execução da conduta proibida. A TENTATIVA DE PARTICIPAÇÃO (auxílio, induzimento ou instigação) é impunível, pois o partícipe somente pratica ações fora do tipo penal.

19 Para a Teoria Objetivo-Formal, partícipe é aquele que comete ações fora do tipo, instigando, induzindo ou auxiliando, sendo punido em função da norma de extensão adotada - art. 29, CP, que implica uma ampliação da punibilidade de comportamentos que, de outro modo, seriam impunes, uma vez que não estão previstos na parte especial. A tipicidade da conduta do partícipe decorre da norma de extensão, já a tipicidade do autor decorre diretamente na norma principal incriminadora.

20 Segundo a Teoria do Domínio do Fato, a Participação é a contribuição dolosa (livre e consciente), sem o domínio do fato, em fato punível doloso alheio. Deve haver homogeneidade do elemento subjetivo (dolo do autor + dolo do partícipe). Não cabe, portanto, participação culposa em crime doloso (seria hipótese de autoria colateral), nem participação dolosa em crime culposo (há uma forma heteróloga de autoria colateral, se houver erro vencível).

21 Elementos da Participação: Elemento Objetivo: comportamento no sentido de auxiliar, contribuir. Elemento Subjetivo: ajuste (art. 31, CP), acordo de vontades (voluntária adesão de uma atividade a outra) "vontade livre e consciente de concorrer com a própria ação, na ação de outrem".

22 Espécies de Participação: a) INSTIGAÇÃO: É a indução intencional (dolosa) de outrem ao cometimento do delito. Caracteriza-se pela colaboração espiritual no delito alheio. A instigação implica sujeito certo como destinatário e fato determinado (v. art. 286, CP). Não é possível persuasão por omissão, pois deve haver relevância causal na conduta do instigador.

23 MODALIDADES DE INSTIGAÇÃO: PERSUASÃO OU POR DETERMINAÇÃO - fazer nascer no autor direto a resolução (decisão) que o conduz à execução do crime (influência moral ou outro meio). INCITAÇÃO ou instigação propriamente dita - corresponde a reforçar e desenvolver no autor direto uma resolução ainda não concretizada, mas preexistente. O agente estimula/acoroçoa alguém a levar a diante uma decisão já tomada de praticar o delito.

24 b) CUMPLICIDADE: Modalidades: CUMPLICIDADE FÍSICA, MATERIAL OU REAL - é a dolosa colaboração de ordem material objetivando o cometimento de um crime doloso. Corresponde à promoção, colaboração, cooperação ou auxílio material relevante ao autor direto. Ex.: fornecer arma. CUMPLICIDADE MORAL - cumplicidade intelectual, psíquica ou psicológica. ex.: fornecer o segredo do cofre, ensinar determinada técnica. Nilo Batista rejeita essa figura, afirmando ser hipótese de instigação.

25 CUMPLICIDADE POR OMISSÃO (Nilo Batista) - quando o partícipe, não sendo garantidor, tem um dever genérico de agir. Se for garantidor, trata-se de autoria (por omissão imprópria). Admite-se a cumplicidade que, por uma omissão, contribua para a ocorrência de uma infração penal. Na participação moral (induzimento e instigação) não é possível por omissão. Ex.: a empregada deixa propositalmente a porta da casa aberta para facilitar a ação do ladrão que ronda a vizinhança.

26 CUMPLICIDADE NECESSÁRIA Cumplicidade necessária é aquela em que o bem ou o auxílio material são entendidos como escassos, ou seja, não poderiam ser fornecidos normalmente por qualquer pessoa. Ex.: alta soma de dinheiro, fornecimento de medicamento controlado, explosivo. Consequência: Impossibilidade de se aplicar a causa geral de redução da pena relativa à participação de menor importância, prevista no 1º do artigo 29 do Código Penal.

27 Quando o auxílio diz respeito a uma prestação de serviços, gozará do status de escasso somente o auxílio material que não puder ser fornecido por um número considerável de pessoas. Críticas: em muitas situações, poderá haver dúvida sobre a escassez do bem ou o auxílio prestado. Todavia, quando a toda evidência se puder afirmar a escassez, a consequência dessa afirmação será a completa impossibilidade de se aplicar a causa geral de redução da pena relativa à participação de menor importância, prevista no 1º do artigo 29 do Código Penal.

28 CUMPLICIDADE DESNECESSÁRIA ou Participação de Menor Importância (participação de somenos ou auxílio secundário) Art. 29 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. É causa de redução de pena somente aplicável na participação em sentido estrito, não alcançando a coautoria. O partícipe que pouco tomou parte na empreitada criminosa, colaborando minimamente, deve receber a pena diminuída de 1/6 a 1/3.

29 PRINCÍPIO DA EXECUTIVIDADE (Art. 31, CP) É necessário que o autor inicie os atos executórios ("pelo menos tentado"), não havendo punição do partícipe, se aquele apenas ficou na cogitação ou nos atos preparatórios. À luz do artigo 31, CP, a impunibilidade diz respeito ao fato e não ao agente. Trata-se de CAUSA DE ATIPICIDADE que afasta incidência da norma de extensão do art. 29, CP.

30 Fundamentos da Punibilidade da Participação TEORIA DA PARTICIPAÇÃO NA CULPABILIDADE O partícipe é punido pela gravidade da influência que exerce sobre o autor, convertendo-o em delinquente ou contribuindo para tanto. O partícipe corrompe o autor. Essa teoria encontra-se superada porque: 1) a culpabilidade de cada concorrente é individual (independente dos demais); 2) a consagração da teoria da acessoriedade limitada, que se satisfaz com a tipicidade e a ilicitude da ação, desprezando a análise da participação na culpabilidade do autor.

31 TEORIA DA PROMOÇÃO ou DO FAVORECIMENTO ou da CAUSAÇÃO (majoritária): O fundamento da punibilidade da participação está simplesmente no desvalor intrínseco da colaboração prestada a um fato socialmente intolerável (TÍPICO E ANTIJURÍDICO). O partícipe é punido porque contribuiu para que o crime fosse cometido. O desvalor da participação consiste em causar ou favorecer a lesão não justificada de um bem jurídico tutelado por parte do autor.

32 ACESSORIEDADE DA PARTICIPAÇÃO - A participação é sempre secundária/acessória, dependente de um fato principal. Assim, o injusto do fato do partícipe dependerá sempre do injusto do fato principal. Algumas teorias disputam a delimitação da punibilidade do partícipe, de acordo com o fato praticado pelo autor: Teoria da acessoriedade mínima - basta que o autor pratique um fato típico.

33 TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA - É suficiente que a conduta do autor seja típica e ilícita para que o partícipe seja responsabilizado. Basta que a ação se ajuste ao tipo previsto na parte especial e que seja contrária ao direito, sem necessidade de o autor ser culpável. Para Welzel, no âmbito interno da acessoriedade, o fundamento da punibilidade da participação está em favorecer ou provocar a prática de uma ação intolerável (antijurídica) e no âmbito externo, em ter, pelo menos, iniciado a execução.

34 Teoria da acessoriedade máxima ou extrema - exige que o autor pratique fato típico, antijurídico e culpável. Se o autor fosse inimputável ou incidisse em erro de proibição inevitável ou inculpável, o partícipe seria impunível. Teoria da hiperacessoriedade - exige que o autor pratique fato típico, antijurídico, culpável e punível. Afastada a punibilidade do autor, afasta-se a responsabilidade do partícipe.

35 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA OU ARREPENDIMENTO EFICAZ (art. 15, CP): No que diz respeito à cumplicidade, v. g., se houve, da parte do partícipe, a promessa que emprestaria a arma a ser utilizada pelo autor e, antes que ela seja entregue, desiste de participar, e se o autor comete o delito valendo-se de outro instrumento que não aquele prometido pelo partícipe, este último não poderá ser penalmente responsabilizado. Se já emprestou a arma, poderá haver arrependimento eficaz, se ele impedir a realização do crime.

36 Se o partícipe induziu ou instigou o autor, incutindo-lhe a ideia criminosa ou reforçando-a a ponto de este sentir se decidido a cometer o delito, e vier a desistir, somente não será responsabilizado penalmente se conseguir fazer com que o autor não execute a conduta criminosa. Se não tiver sucesso em evitar que o delito seja cometido, o seu arrependimento não será eficaz e, portanto, não afastará a sua responsabilidade penal como ato acessório ao praticado pelo autor.

37 DELITOS DE FUSÃO - artigo 31, CP salvo disposição expressa em contrário : se houver previsão de crime autônomo nucleado em condutas que ordinariamente seriam de participação. Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318, CP) Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança - "promover ou facilitar" (art. 351, CP).

38 TEORIA DA CUMPLICIDADE POR MEIO DA AÇÃO NEUTRA (Luis Greco): Tem por base a teoria da imputação objetiva. Aquele que realiza sua competência social, cumprindo adequadamente seu papel na sociedade, não pode em razão disso responder por um delito. O taxista não responde por ter conduzido o ladrão ao banco. Em todos os casos foram cumpridos os papéis sociais esperados dos agentes.

39 CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES CULPOSOS: De acordo com a doutrina minoritária, à luz da teoria finalista, seria INADMISSÍVEL a coautoria em crime culposo, pois se exige um ajuste de vontades entre os coautores para a realização do delito. Na culpa faltaria o liame subjetivo - comum resolução para o fato pois o resultado não foi querido pelos concorrentes.

40 Além disso, não haveria como fracionar a necessária e individualizada violação do dever objetivo de cuidado sobre o qual se assenta a autoria nos crimes culposos, o que torna conceitualmente impossível o concurso de pessoas. É INADMISSÍVEL a participação, já que, por natureza, esta só se configura na forma dolosa.

41 Segundo parte da doutrina, caberia participação na modalidade de instigação ou cumplicidade psíquica. Ex.: A incita B a dirigir em alta velocidade, e este, sem observar o devido cuidado, pratica lesões corporais na direção de veículo automotor.

42 A rigor, a colaboração de mais de uma pessoa num crime culposo deveria resultar: na consideração de cada um como autor único, quando um autor tem consciência da conduta culposa do outro; ou numa hipótese de autoria colateral culposa, quando os autores não têm consciência da conduta culposa um do outro; ou numa forma heteróloga de autoria colateral, quando há um sujeito em erro vencível e um autor direto agindo com dolo.

43 Entretanto, prevalece na doutrina e na jurisprudência pátrias a admissão de concurso em crime culposo. Pode existir um vínculo subjetivo na realização da conduta, que é voluntária, mesmo inexistindo esse vínculo quanto ao resultado, que não é desejado. Cabe reconhecer o concurso no crime culposo sob os argumentos da proximidade física de condutas desatentas ao dever objetivo de cuidado e da concausalidade das mesmas, numa interpretação puramente causalista (art. 18, II, CP Teoria Objetivo-formal).

44 CONCEITO EXTENSIVO DE AUTOR Autor no crime culposo é aquele que contribui para a produção do resultado através de uma conduta que não corresponde ao cuidado objetivamente devido. Todo aquele que culposamente causa o resultado típico é autor. Logo, qualquer contribuição causal culposa para o resultado representa autoria. Os que cooperam na causação do resultado, faltando com o dever de cuidado objetivo, agindo sem atenção exigida, são coautores em crime culposo.

45 O art. 18, II, CP menciona um agente "que deu causa ao resultado", literalmente impondo um conceito extensivo de autoria no campo da negligência. Consequentemente, não há diferença entre autor e partícipe nos crimes culposos, uma vez que a concausação culposa implica sempre coautoria. Ex: dois operários inadvertidamente arremessam juntos uma viga do alto de uma construção atingindo e causando a morte de um transeunte na calçada.

46 CONCURSO EM CRIMES OMISSIVOS: Crimes omissivos são crimes de dever e a base da responsabilidade não alcança qualquer pessoa, mas apenas aquele que está comprometido por um concreto dever de atuação. Em face da estrutura dos crimes omissivos, deve-se abandonar o critério do domínio final do fato em favor da preponderância da violação do dever. Assim, autor direto de um crime omissivo é aquele que tem o DOMÍNIO POTENCIAL DO FATO e viola o dever de atuação ao qual estava adstrito.

47 A maioria da doutrina brasileira admite concurso em crimes omissivos. Nucci, Bitencourt e Greco sustentam que, se há anuência, está presente o vínculo psicológico entre os omitentes. Há concurso entre os omitentes pois há consciência e vontade de não realizar conjuntamente o que a norma mandamental exige. O vínculo subjetivo que caracteriza a UNIDADE DELITUAL tem o mesmo efeito tanto da conduta comissiva quanto na omissiva.

48 Assim, no CRIME OMISSIVO PRÓPRIO seria cabível a coautoria. A participação comissiva em crime omissivo é aceita. Ex.: Instigar o médico a não notificar a doença. Mas seria impossível a participação omissiva em crime omissivo, sob a modalidade de instigação. Não se pode instigar por omissão, por conta da absoluta falta de eficácia causal dessa inatividade.

49 No CRIME OMISIVO IMPRÓPRIO também é cabível a coautoria se todos os omitentes são garantidores e de comum acordo deixam de evitar o resultado, quando podiam fazê-lo. Cabe participação comissiva, mesmo que o partícipe não tenha o dever jurídico de agir. Ao instigar o garantidor, o partícipe contribui moralmente para a sua resolução criminosa.

50 Em sentido contrário, a corrente minoritária (Régis Prado, Juarez Tavares e Nilo Batista) não admite o concurso em crime omissivo pois o dever de atuar a que está adstrito o autor do crime omissivo é INFRACIONÁVEL, logo não há como se vislumbrar na falta de ação o pressuposto fundamental da coautoria, que é a divisão de trabalho. Não faz sentido falar-se em divisão de trabalho (domínio funcional) por falta de resolução comum para o fato (falta de ação). Assim, cada qual transgride individualmente seu particular dever ou obrigação.

51 Obs.: Se há omissão do garante e o resultado decorre da conduta comissiva dolosa de outrem, o garantidor responde por crime na modalidade omissiva imprópria e o terceiro responde pelo crime comissivo. Segundo Nilo Batista, há uma espécie de autoria omissiva colateral à autoria comissiva daquele que produz o resultado. De acordo com parte da doutrina, admite-se a participação por omissão do garantidor. Se o sujeito não é garantidor, a omissão (mera conivência) é irrelevante.

52 PARTICIPAÇÃO (LATO SENSU) EM CRIME MENOS GRAVE - cooperação dolosamente distinta (desvio subjetivo de conduta): Art. 29, 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. A expressão "concorrente" tem sentido amplo e aplica-se à coautoria e à participação. Há divergência entre o elemento subjetivo de um dos concorrentes e a conduta realizada pelo outro.

53 INCOMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS (ART. 30, CP) Art Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Elementares: São dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre atipicidade absoluta (Indiferente penal) ou relativa (desclassificação). As elementares de caráter pessoal, quando do conhecimento do concorrente, sempre se comunicam a este.

54 Circunstâncias/condições: São dados periféricos, acessórios que gravitam ao redor da figura típica básica, somente interferindo na graduação da pena. São condições ou qualidades que se referem à pessoa do agente, nada tendo a ver com a materialidade do delito (Greco/Damásio - não distinguem circunstância de condição). Não se comunicam.

Aula 24. CONCURSO DE PESSOAS (continuação)

Aula 24. CONCURSO DE PESSOAS (continuação) Turma e Ano: 2015 (Master A) Matéria / Aula: Direito Penal Aula 24 Professor: Marcelo Uzeda Monitor: Paula Ferreira Aula 24 CONCURSO DE PESSOAS (continuação) CONCEITO DE AUTORIA A compreensão deste tema

Leia mais

Aula 25. CONCURSO DE PESSOAS (continuação) Fundamentos da Punibilidade da Participação

Aula 25. CONCURSO DE PESSOAS (continuação) Fundamentos da Punibilidade da Participação Turma e Ano: 2015 (Master A) Matéria / Aula: Direito Penal Aula 25 Professor: Marcelo Uzeda Monitor: Paula Ferreira Aula 25 CONCURSO DE PESSOAS (continuação) PARTICIPAÇÃO (continuação) Fundamentos da Punibilidade

Leia mais

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Concurso de Pessoas Art. 29 CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade Conceito: Configura-se

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Pessoas

Direito Penal. Concurso de Pessoas Direito Penal Concurso de Pessoas Introdução - Concurso de agentes ou concurso de delinquentes ou codelinquência ou concursus delinquentium; - Concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de

Leia mais

Concurso de Pessoas. 4. Requisitos do concurso de agentes:

Concurso de Pessoas. 4. Requisitos do concurso de agentes: Concurso de Pessoas 1. Conceito: ocorre quando um crime unissubjetivo é praticado por mais de uma pessoa. Tratando-se de crime plurissubjetivo (ou de concurso necessário), a participação de mais de uma

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Magistratura Estadual 9ª fase. Direito Penal. Concurso de Pessoas. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Magistratura Estadual 9ª fase. Direito Penal. Concurso de Pessoas. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Magistratura Estadual 9ª fase Período 2007-2016 1) CESPE Juiz Estadual TJ/PI - 2012 Em relação ao concurso de pessoas, assinale a opção correta. a) Segundo a jurisprudência

Leia mais

1. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS 2) RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA UMA DAS AÇÕES 3) LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES

1. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS 2) RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA UMA DAS AÇÕES 3) LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Requisitos do Concurso de Pessoas PONTO 2: Autoria PONTO 3: Autoria Mediata ou Indireta PONTO 4: Formas de Concurso de Pessoas PONTO 5: Punibilidade no Concurso de Pessoas PONTO

Leia mais

CONCURSO DE PESSOAS. pág. 2

CONCURSO DE PESSOAS.   pág. 2 CONCURSO DE PESSOAS Concurso de pessoas Ocorre quando mais de uma pessoa pratica o crime. 1.1. Crimes Unissubjetivos (Monossubjetivos) e Plurissubjetivos. 1.2. Teoria Monista (Unitária) Mitigada (Temporada)

Leia mais

Teorias da Conduta/Omissão

Teorias da Conduta/Omissão Teorias da Conduta/Omissão Teoria Normativa juizo post facto Teoria Finalista (Não) fazer com um fim a ser atingido (Johannes Welzel e Francisco Muñoz Conde) Dever/Poder de agir AUSÊNCIA DE CONDUTA - Movimentos

Leia mais

STJ ANDRÉ LUíSCALLEGARI TEORIA GERAL DO E DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA. TERCEIRA EDiÇÃO REVISTA E AMPLIADA

STJ ANDRÉ LUíSCALLEGARI TEORIA GERAL DO E DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA. TERCEIRA EDiÇÃO REVISTA E AMPLIADA ANDRÉ LUíSCALLEGARI TEORIA GERAL DO E DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA TERCEIRA EDiÇÃO REVISTA E AMPLIADA SÃO PAULO EDITORA ATLAS S.A. - 2014 2013 by Editora Atlas S.A. As primeiras edições deste livro foram publicadas

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Teoria do Crime Promotor de Justiça Período 2010 2016 1) COMISSÃO EXAMINADORA PROMOTOR DE JUSTIÇA MPE SP (2015) Após a leitura dos enunciados abaixo, assinale a alternativa

Leia mais

CONCURSO DE PESSOAS (art. 29, CP)

CONCURSO DE PESSOAS (art. 29, CP) (art. 29, CP) Fala-se em concurso de pessoas, quando duas ou mais pessoas concorrem para a prática de uma mesma infração penal, sendo que tal colaboração pode ocorrer tanto nos casos em que são vários

Leia mais

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d Série Resumos VYVYANY VIANA NASCIMENTO DE AZEVEDO GULART Promotora de Justiça do Distrito Federal; Professora universitária; Professora de cursos preparatórios para concursos; Ex-Delegada da Polícia Civil

Leia mais

Causas Supralegais de exclusão da culpabilidade

Causas Supralegais de exclusão da culpabilidade REVISÃO: Causas Supralegais de exclusão da culpabilidade a. Cláusula de consciência: muito invocada no caso das testemunhas de Geová, com fundamento na CRFB, art. 5º, inciso VI. b. Desobediência civil:

Leia mais

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s) Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

1º HORÁRIO Título da co-autoria (isso porque o CP 1940 confundia co-autoria com concurso.

1º HORÁRIO Título da co-autoria (isso porque o CP 1940 confundia co-autoria com concurso. Assuntos Tratados 1ª Horário Concurso de Pessoas Paralelo entre CP de 1940 e 1980 Requisitos Natureza Jurídica 2º Horário Concurso de Pessoas (continuação) Natureza Jurídica Crime Próprio, Comum e de Mão

Leia mais

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei LEGALE Tipo Penal Tipo Penal Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei Tipo Penal Dessa forma, o tipo penal: - do homicídio é MATAR ALGUÉM - do furto é SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM COISA

Leia mais

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL 1) O Código Penal Brasileiro estabelece, em seu artigo 137, o crime de rixa, especificamente apresentando os elementos a seguir. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Leia mais

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral Direito Penal Infração Penal: Teoria geral Sistemas de Classificação a) Sistema tripartido: Crimes, delitos e contravenções. Ex: França e Espanha. b) Sistema bipartido: Crimes ou delitos e contravenções.

Leia mais

Culpabilidade. Culpabilidade é sinônimo de responsabilidade. Em direito penal, cada um receberá uma pena na medida da sua culpabilidade.

Culpabilidade. Culpabilidade é sinônimo de responsabilidade. Em direito penal, cada um receberá uma pena na medida da sua culpabilidade. LEGALE Culpabilidade Culpabilidade Culpabilidade é sinônimo de responsabilidade. Em direito penal, cada um receberá uma pena na medida da sua culpabilidade. Culpabilidade Foi muito responsável Foi pouco

Leia mais

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA Pressupostos da responsabilidade civil extracontratual (CC/02, art. 186) Conduta culposa Nexo causal Dano 1. A conduta - Conduta é gênero, de que são espécies:

Leia mais

Aula 23 CONCURSO DE PESSOAS

Aula 23 CONCURSO DE PESSOAS Turma e Ano: 2015 (Master A) Matéria / Aula: Direito Penal Aula 23 Professor: Marcelo Uzeda Monitor: Paula Ferreira dos Santos Aula 23 CONCURSO DE PESSOAS TEORIAS A teoria adotada pelo direito brasileiro

Leia mais

DUCTOR ONLINE DIREITO PENAL

DUCTOR ONLINE DIREITO PENAL ONLINE CONCURSO PARA CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS DIREITO PENAL DO (CP, artigos 13 a 25) O QUE É? Conceito analítico ANTIJURÍDICO ou ILÍCITO CULPÁVEL TIPICIDADE ANTIJURIDICIDADE ou ILICITUDE CULPABILIDADE

Leia mais

PONTO 3: b) AUTORIA COLATERAL. CASOS DE ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL: quando se utiliza de sujeito capaz.

PONTO 3: b) AUTORIA COLATERAL. CASOS DE ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL: quando se utiliza de sujeito capaz. 1 PONTO 1: CONCURSO DE PESSOAS(...) TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO PONTO 2: a) AUTORIA MEDIATA PONTO 3: b) AUTORIA COLATERAL TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO 5 AUTORIA MEDIATA MÃE CASOS DE ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU

Leia mais

Direito Penal. Crime Doloso

Direito Penal. Crime Doloso Direito Penal Crime Doloso Conceito Doutrinário: dolo como a vontade livre e consciente de realizar a conduta objetiva descrita no tipo penal, desejando ou assumindo o risco de produzir certo resultado.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Possibilidade Do Concurso De Pessoas Em Crimes Omissivos Lucas Nascimento POSSIBILIDADE DO CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES OMISSIVOS SUMÁRIO: 1. CONCEITO E REQUISITOS DO CONCURSO DE

Leia mais

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete)

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) LEGALE RESULTADO Resultado Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) Resultado Dessa forma, o resultado pode ser: - Físico (externo ao homem) - Fisiológico

Leia mais

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal DA NORMA PENAL Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal Teoria do Delito TEORIA DO DELITO Princípio da Intervenção Mínima (Ultima Ratio)

Leia mais

Direito Penal. Consumação e Tentativa

Direito Penal. Consumação e Tentativa Direito Penal Consumação e Tentativa Crime Consumado Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I, CP); Realização plena dos elementos constantes do tipo legal; Crime Consumado

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG

DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA AULA 11 CONCURSO DE AGENTES Crimes Unissubjetivos: Crimes Plurissubjetivos TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS 1 Teoria Monista (Monística ou Unitária ou

Leia mais

PLANO DE CURSO TEORIA DA NORMA E DO CRIME (CÓD.: ENEX 60112) ETAPA: 2ª TOTAL DE ENCONTROS:

PLANO DE CURSO TEORIA DA NORMA E DO CRIME (CÓD.: ENEX 60112) ETAPA: 2ª TOTAL DE ENCONTROS: PLANO DE CURSO DISCIPLINA: TEORIA DA NORMA E DO CRIME (CÓD.: ENEX 60112) ETAPA: 2ª TOTAL DE ENCONTROS: 15 SEMANAS Semana Conteúdos/ Matéria Categorias/ Questões Tipo de aula Habilidades e Competências

Leia mais

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente LEGALE Reparação de Dano Reparação de Dano A reparação do dano sempre beneficia o agente Reparação de Dano Se o agente voluntariamente reparar o dano ou restituir a coisa, antes do recebimento da denúncia

Leia mais

EDUARDO FÁRIAS DIREITO PENAL

EDUARDO FÁRIAS DIREITO PENAL EDUARDO FÁRIAS DIREITO PENAL 1. Nos termos previstos no Código Penal, é correto afirmar que a) se considera praticado o crime no momento do resultado. b) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer

Leia mais

SEFAZ DIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Prof. Joerberth Nunes SEFAZ DIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Prof. Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal CÓDIGO PENAL TÍTULO II Do Crime Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art.

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Teoria Geral do Crime Militar Parte 6 Prof. Pablo Cruz Desistência voluntária e arrependimento eficaz Teoria Geral do Crime Militar Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste

Leia mais

Questão Discursiva 00306

Questão Discursiva 00306 Questão Discursiva 00306 Os Ministros Cármen Lúcia e Gilmar Mendes acompanharam integralmente o voto do relator. A primeira registrou ser inaceitável declaração da defesa de que teria havido caixa 2, porquanto

Leia mais

Direito Penal. Tipicidade. Professor Adriano Kot.

Direito Penal. Tipicidade.  Professor Adriano Kot. Direito Penal Tipicidade Professor Adriano Kot www.acasadoconcurseiro.com.br www.estudaquepassa.com.br DIREITO PENAL TEORIA GERAL DO DELITO CONCEITO ANALÍTICO DIVIDE O CRIME EM TRÊS ELEMENTOS. SISTEMA

Leia mais

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4.

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4. Sumario CAPÍTULO 1 DIREITO PENAL CAPÍTULO 2 DIREITOS DE PROTEÇÃO: EXCESSO E PROIBIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CAPÍTULO 3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 3.1 Princípios da Legalidade e da Anterioridade da Lei Penal 3.2 Garantismo

Leia mais

1. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO FATO TÍPICO

1. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO FATO TÍPICO 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Teoria Constitucionalista do Delito PONTO 2: Legítima Defesa PONTO 3: Exercício Regular de Direito PONTO 4: Estrito Cumprimento do Dever Legal 1. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO

Leia mais

DO CONCURSO DE AGENTES PESSOAS artigo 29 do Código Penal

DO CONCURSO DE AGENTES PESSOAS artigo 29 do Código Penal DO CONCURSO DE AGENTES PESSOAS artigo 29 do Código Penal Introdução: em regra, uma só pessoa pratica delitos. Mas nada impede que várias se unam para essa prática. Nessa hipótese, denomina-se concurso

Leia mais

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase Iter Criminis Período 2004-2016 1) FCC Técnico - MPE SE (2013) Por si própria, a conduta de premeditar um crime de homicídio

Leia mais

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO PREFÁCIO... 19

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO PREFÁCIO... 19 Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS... 15 GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO... 17 PREFÁCIO... 19 Capítulo I DIREITO PENAL MILITAR: CONCEITO E PRINCÍPIOS... 21 1. Conceito... 21 2. Princípio da legalidade

Leia mais

ENCONTRO 04. Ocorrência de ato ilícito. Que este ato tenha causado dano à alguém

ENCONTRO 04. Ocorrência de ato ilícito. Que este ato tenha causado dano à alguém ENCONTRO 04 1.4. Imputabilidade - A responsabilidade decorre apenas da conduta? - A reprovabilidade depende da capacidade psíquica de entendimento do agente? (Sim. - Que significa imputar? - Há como responsabilizar

Leia mais

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 15

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 15 CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 15 DATA 21/08/15 DISCIPLINA DIREITO PENAL (NOITE) PROFESSOR CHRISTIANO GONZAGA MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 03/08 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes

Leia mais

Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1

Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1 S u m á r i o Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1 1.1. Conceito de Direito Penal...1 1.2. As Fontes do Direito Penal...3 1.3. As Funções do Direito Penal...4 1.4. Objeto do Direito Penal...5 1.5.

Leia mais

MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG

MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n. 16 - CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG À DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Recurso relativo a questão n. 16 (caderno A ) da prova de

Leia mais

TEORIA DO CRIME. Prof: Luís Roberto Zagonel. Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal Academia Brasileira de Direito Constitucional

TEORIA DO CRIME. Prof: Luís Roberto Zagonel. Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal Academia Brasileira de Direito Constitucional TEORIA DO CRIME Advogado Criminalista Prof: Luís Roberto Zagonel Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal Academia Brasileira de Direito Constitucional Bacharel em Direito Universidade Tuiuti do

Leia mais

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal TEMA: Diversos 1. Um militar das Forças Armadas, durante a prestação de serviço na organização militar onde ele servia, foi preso em flagrante delito por estar na

Leia mais

26/08/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal IV

26/08/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal IV DIREITO PENAL III LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se

Leia mais

CONCURSO DE PESSOAS. 5.1 TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS Discute-se se a conduta praticada em concurso constitui um ou.

CONCURSO DE PESSOAS. 5.1 TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS Discute-se se a conduta praticada em concurso constitui um ou. CONCURSO DE PESSOAS Concurso de pessoas é a cooperação desenvolvida por vários agentes para o cometimento de uma infração penal. Ou seja, ocorre quando se tem unidade fato e concurso de agentes. Pode ser

Leia mais

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal DA NORMA PENAL Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal Teoria do Delito TEORIA DO DELITO CONCEITO DE CRIME Conceito analítico de crime:

Leia mais

CONCURSO DE PESSOAS. Ocorre o concurso de pessoas quando mais de uma pessoa, em comum acordo, com identidade de propósitos resolvem praticar um crime

CONCURSO DE PESSOAS. Ocorre o concurso de pessoas quando mais de uma pessoa, em comum acordo, com identidade de propósitos resolvem praticar um crime LEGALE Ocorre o concurso de pessoas quando mais de uma pessoa, em comum acordo, com identidade de propósitos resolvem praticar um crime Ocorre o concurso de pessoas quando mais de uma pessoa, em comum

Leia mais

1 - Conceito de Crime

1 - Conceito de Crime 1 - Conceito de Crime A doutrina do Direito Penal tem procurado definir o ilícito penal sob três aspectos diversos. Atendendo-se ao Aspecto Externo, puramente nominal do fato, obtém-se um Conceito Formal;

Leia mais

O AUTOR INTELECTUAL E A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

O AUTOR INTELECTUAL E A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO O AUTOR INTELECTUAL E A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO Marcília Ferreira da Cunha 1 A FIGURA DO AUTOR NO CONCURSO DE PESSOAS A teoria do domínio do fato tem sido a mais aceita na doutrina moderna no que se

Leia mais

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Concurso de pessoas

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Concurso de pessoas REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Concurso de pessoas Sumário: 1. Introdução; 2. Teorias sobre o concurso de pessoas; 2.a. Teoria monista (unitária ou igualitária) da participação; 2.b. Teoria dualista ou dualística;

Leia mais

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal POLÍCIA FEDERAL Agente da Polícia Federal Noções de Dto. Penal Prof. Guilherme Rittel DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL LEI PENAL NO ESPAÇO A pena cumprida no estrangeiro pode atenuar a pena no Brasil, se diversas,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL 0 Programa Analítico de Disciplina Departamento de Direito - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Número de créditos: Teóricas Práticas Total Duração em semanas: 15 Carga horária semanal 0 Períodos

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL Prof. Joerberth Pinto Nunes Crimes contra a Administração Pública 01) art. 312, CP -Espécies : caput : peculato-apropriação e peculato-desvio -Parágrafo

Leia mais

Conteúdo Edital PMGO

Conteúdo Edital PMGO Direito Penal Parte Geral Professor Samuel Silva Conteúdo Edital PMGO 1. Princípios constitucionais do Direito Penal. 2. A lei penal no tempo. A lei penal no espaço. Interpretação da lei penal. 3. Infração

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Crimes

Direito Penal. Concurso de Crimes Direito Penal Concurso de Crimes Distinções Preliminares Concurso de crimes ou delitos X Concurso de pessoas ou agentes X Concurso de normas ou conflito aparente de normas penais - Concurso de crimes ou

Leia mais

Direito Penal CERT Regular 4ª fase

Direito Penal CERT Regular 4ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal CERT Regular 4ª fase Período 2013-2016 1) CESPE Procurador TCE PB (2014) De acordo com o CP, assinale a opção correta a respeito de crimes (relação de causalidade;

Leia mais

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. DIREITO PENAL Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. I N F R A Ç Ã O P E N A L INFRAÇÃO PENAL Existe diferença entre

Leia mais

Tipicidade e Resultado

Tipicidade e Resultado CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal Período 2010 2016 1) CESPE Auditor - TCU (2011) Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a seguir. Se o juízo de adequação

Leia mais

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL... 13 1. Noções preliminares...13 2. Peculiaridades dos princípios do Direito Penal...13 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal...14 3.1 Abrangência do princípio

Leia mais

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico não pode ser considerada criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime. Excepcionalmente,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL 0 Programa Analítico de Disciplina Departamento de Direito - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Número de créditos: Teóricas Práticas Total Duração em semanas: 15 Carga horária semanal 0 Períodos

Leia mais

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL Ano Lectivo 2009/2010

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL Ano Lectivo 2009/2010 Programa da Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL Ano Lectivo 2009/2010 1. Unidade Orgânica Direito (1º Ciclo) 2. Curso Solicitadoria 3. Ciclo de Estudos 1º 4. Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO

Leia mais

Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco

Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. TEORIA GERAL DO CRIME CONCEITO DE CRIME O conceito

Leia mais

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos 1. Conceito Jurídico-Penal De Omissão Omissão não é inércia, não é não-fato, não é a inatividade corpórea, não é, em suma, o simples não

Leia mais

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete)

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) LEGALE RESULTADO Resultado Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) Resultado Dessa forma, o resultado pode ser: - Físico (externo ao homem) - Fisiológico

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei LEGALE Tipo Penal Tipo Penal Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei Tipo Penal Dessa forma, o tipo penal: - do homicídio é MATAR ALGUÉM - do furto é SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM COISA

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível?

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível? 1- Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a

Leia mais

CONDUTA INTRODUÇÃO (TEORIA GERAL DO CRIME) INTRODUÇÃO (TEORIA GERAL DO CRIME)

CONDUTA INTRODUÇÃO (TEORIA GERAL DO CRIME) INTRODUÇÃO (TEORIA GERAL DO CRIME) TEORIA GERAL DO CRIME TEORIA GERAL DO CRIME DIREITO PENAL Prof. Marcelo André de Azevedo INTRODUÇÃO FATO TÍPICO RESULTADO TEORIAS a) causal b) causal valorativa (neoclássica) c) finalista d) social e)

Leia mais

Direito Penal. Estelionato e Receptação

Direito Penal. Estelionato e Receptação Direito Penal Estelionato e Receptação Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

Leia mais

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME...

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME... sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL... 12 1.1 Princípios Constitucionais do Direito Penal... 12 1.2 Princípios Modernos do Direito Penal... 15 1.3 Características Gerais do Direito

Leia mais

1) Concurso de Agentes: 2. Crimes de concurso eventual x crimes de concurso necessário:

1) Concurso de Agentes: 2. Crimes de concurso eventual x crimes de concurso necessário: 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Concurso de Agentes: 1. Introdução. 2. Crimes de concurso eventual x crimes de concurso necessário. 3. Requisitos do concurso de pessoas. 4. Autoria e Participação. 1) Concurso

Leia mais

CURSO PREPARATÓRIO. RIO Polícia Rodoviária Federal DIREITO PENAL CONCEITO DE CRIME EXCLUDENTES DE CONDUTA. b) Vis absoluta

CURSO PREPARATÓRIO. RIO Polícia Rodoviária Federal DIREITO PENAL CONCEITO DE CRIME EXCLUDENTES DE CONDUTA. b) Vis absoluta CURSO PREPARATÓRIO RIO Polícia Rodoviária Federal CONCEITO DE CRIME CH DIREITO PENAL T A Professora Lidiane Portella C EXCLUDENTES DE CONDUTA a) Coação física f irresistível b) Vis absoluta c) Movimentos

Leia mais

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro.

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro. Direito Penal Dos Crimes Militares Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal DOS CRIMES MILITARES CONCEITOS DE CRIME www.acasadoconcurseiro.com.br 3 CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME

Leia mais

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha)

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) TEORIA DO DELITO Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) b) Critério Bipartido ( Alemanha, Itália) Espécies

Leia mais

Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar:

Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar: PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO PENAL P á g i n a 1 Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar: a) O fato punível praticado sob coação irresistível é capaz de excluir

Leia mais

FATEB Faculdade de Telêmaco Borba

FATEB Faculdade de Telêmaco Borba PROGRAMA DE DISCIPLINA Curso: DIREITO Ano: 2016 Período: 3º Disciplina: Direito Penal I Aulas Teóricas: 108 h Aulas Práticas: 0h Carga Horária: 108h Docente: Introdução ao Direito Penal. Fontes do Direito

Leia mais

Aula nº 07. Direito Penal (Parte Especial) Perdão Judicial no Homicídio, Induzimento ao Suicício

Aula nº 07. Direito Penal (Parte Especial) Perdão Judicial no Homicídio, Induzimento ao Suicício Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal Aula: Direito Penal (Parte Especial) - 07 Professor(a): Marcelo Uzeda Monitor(a): Marianna Dutra de M. F. Peregrino Aula nº 07 Direito Penal (Parte Especial) Perdão

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia

Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia 1) O indivíduo B provocou aborto com o consentimento da gestante, em 01 de fevereiro de 2010, e foi condenado, em 20 de fevereiro de 2013, pela prática

Leia mais

Livro Eletrônico Aula 00 Passo Estratégico de Direito Penal Militar p/ PM-MG (Soldado) Pós-Edital

Livro Eletrônico Aula 00 Passo Estratégico de Direito Penal Militar p/ PM-MG (Soldado) Pós-Edital Livro Eletrônico Aula 00 Passo Estratégico de Direito Penal Militar p/ PM-MG (Soldado) Pós-Edital Professor: Do Concurso de Agentes Introdução... 01-01 Análise das Questões... 02-08 Pontos de destaque...

Leia mais

Direito Penal. Erro de Tipo, Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Erro de Tipo, Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Erro de Tipo, Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal ERRO DE TIPO, ERRO DE PROIBIÇÃO E ERRO SOBRE A PESSOA TÍTULO II

Leia mais

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Técnico Judiciário Área Judiciária e Administrativa Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Direito Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Edital DIREITO PENAL: Código Penal: Dos crimes

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA PROGRAMA DE DISCIPLINA Disciplina: Direito Penal I Código da Disciplina: JUR 329 Curso: Direito Faculdade responsável: Faculdade de Direito Programa em vigência a partir de: Número de créditos: 04 Carga

Leia mais

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO

Leia mais

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 1) art. 1º, CP : princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 1) art. 1º, CP : princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal Direito Penal ROTEIRO DE ESTUDO Prof. Joerberth Pinto Nunes DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1) art. 1º, CP : princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal 2) art. 2º,

Leia mais

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção Grelha de correção 1. Responsabilidade criminal de Alfredo (6 vls.) 1.1 Crime de coação [art. 154.º/1 CP], contra Beatriz. Crime comum, de execução vinculada, pois realiza-se por meio de violência ou de

Leia mais

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO Erro de tipo é o que incide sobre s elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais