Análise semanal de Mercado. Euro Stoxx 50: Expectativas em relação ao Brexit alimentam volatilidade

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1 Euro Stoxx 50: Expectativas em relação ao Brexit alimentam volatilidade O índice de referência europeu flutuou nos últimos dias ao sabor das expectativas dos investidores em relação ao referendo que vai nesta semana acontecer no Reino Unido. Depois de algumas sondagens terem apontado para o Brexit como o cenário mais provável, o ataque a Jo Cox, política do partido trabalhista e defensora da manutenção no UE, veio mudar as expectativas e distorcer a campanha para o referendo. Nesta altura os investidores antecipam maioritariamente que o Reino Unido fique na UE. A primeira reacção a um resultado de manutenção deverá ser positiva, mas a questão principal é se este resultado terá força para fazer o índice europeu inverter uma tendência descendente de mais de 6 meses. Tecnicamente, o índice ainda não deu sinais positivos suficientes para acreditarmos que a tendência descendente será invertida. Um resultado de manutenção na EU pode levar o índice até ao topo do canal descendente, mas este nível (em torno dos 3100 pontos) é uma resistência importante às subidas. Assumimos uma visão positiva para as próximas semanas, com a zona de resistência como objectivo do período.

2 S&P 500: Índice norte-americano mostrou-se resistente à volatilidade europeia Apesar do principal índice norte-americano ter sido contagiado pelo sentimento negativo europeu, revelou-se surpreendentemente resiliente à volatilidade extrema registada pelos índices europeus. Durante a semana Janet Yellen esteve debaixo de olho, mas acabou por acrescentar pouco ao que era esperado, não tendo tido impacto significativo nas bolas, ao contrário do que esperávamos. No dia de hoje, o S&P 500 está a acompanhar a reacção positiva da Europa, recuperando de praticamente metade das quedas que registou com o stress europeu. Algo que revela força compradora. O relaxamento da Janet Yellen e a eventual manutenção do Reino Unido na EU deverá ser suficiente para levar o índice, novamente, para perto de máximos, mas pensamos que é importante que os indicadores económicos tragam surpresas positivas para que o índice se mantenha suportado. Do ponto de vista técnico, a resistência assinalada deverá funcionar mais uma vez como travão às subidas. Daí a necessidade por melhores indicadores da economia para o índice quebrar os máximos históricos em alta. O índice poderá beneficiar do optimismo europeu em caso de manutenção do Reino Unido, mas mantemos uma visão de médio prazo neutral.

3 Ouro: Surpreendentemente suportado após expectativa de Bremain A reacção limitada do ouro à expectativa de manutenção do Reino Unido, criada durante o fim-de-semana, revela suporte do metal, que tem dado sinais técnicos positivos consecutivamente. O ouro é usado acima de tudo para cobertura contra inflação e como activo de refúgio em momentos de stress, que foi algo que se verificou nas últimas semanas. A possibilidade de Brexit alimentou a subida do ouro, mas agora que essa expectativa diminui, o ouro mantém-se suportado. Algo que nos revela que o Brexit não é o único factor a alimentar a subida do ouro. Outro factor pode ser alguma expectativa de inflação nos EUA, mas é algo que ainda não é claro nos indicadores de inflação corrente. Seja qual for a razão, parece-nos que os compradores de ouro de mantêm abundantes. De um ponto de vista técnico, no inicio do ano o ouro deu vários sinais positivos, ao quebrar as duas médias móveis e o topo de um canal descendente de vários meses. Nos últimos meses, o ouro tem lateralizado numa formação que não é comum, mas que nos parece poder dar alguma resistência nos níveis actuais. Pensamos que, apesar de sobrecomprado no curto-prazo, o ouro deverá manter uma tendência ascendente no médio prazo.

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