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1 1 PORTUGUÊS ON-LINE AULA 7 PRONOME O pronome é a palavra que representa o substantivo ou que o acompanha, determinando-lhe a extensão do significado. Há seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, interrogativos e indefinidos. 1) PRONOME PESSOAL RETO OBLÍQUO ÁTONO TÔNICO EU ME MIM, COMIGO TU TE TI, CONTIGO ELE/ELA O, A, LHE, SE SI, CONSIGO, ELE, ELA NÓS NOS NÓS, CONOSCO VÓS VOS VÓS, CONVOSCO ELES/ELAS OS, AS, LHES, SE SI, CONSIGO, ELES, ELAS 1.1-RETO - Normalmente é o sujeito da oração. OBLÍQUO - em geral é objeto ou complemento. a) Empregam-se os pronomes o(s), a(s) após verbos terminados em vogal ou antes do verbo. Comprei o livro. Comprei-o Não comprei a bolsa. Não a comprei. b) Empregam-se as formas lo(s), la(s) após verbos terminados em r, s e z. Retira-se a letra final e acentua-se á, ê, ô, uí. Refiz os trabalhos. Refi-los. Vamos chamar os aprovados. Vamos chamá-los. Vamos distribuir os relatórios. Vamos distribuí-los. Compor o ministério é tarefa difícil. Compô-lo é tarefa difícil. c) Empregam-se as formas no(s), na(s) após os verbos terminados em m, ão, õe. Levaram o acusado. Levaram-no Põe o relatório na mesa. Põe-no na mesa.

2 d) O pronome lhe(s) significa a ele, a ela, a você. Tem sempre a função de objeto indireto. A decisão foi favorável a ele. A decisão foi-lhe favorável. e) A forma consigo significa - com ele mesmo - dá a idéia de ação reflexiva. Não pode ser usado no sentido - com você mesmo. Ele levava consigo as recordações.( com ele mesmo) Preciso falar com você.( Não pode usar consigo ) f) As formas conosco e convosco serão substituídas por com nós e com vós se vierem seguidas de numeral ou de palavras como: todos, outros, mesmos, próprios, ambos. Venha conosco. Venha com nós dois. Fale com nós mesmos. g) Uso de para eu e para mim. O pronome eu, quando precedido de preposição será sempre sujeito, se for complemento usa-se mim. Este livro é para eu ler. Sujeito Esta bala é para mim. Sujeito Macete: Para eu verbo no infinitivo. Para mim. complemento verbal ou nominal. Sujeito h) Uso da expressão entre mim e ti. Os pronomes eu e tu são essencialmente sujeitos, caso não haja um verbo subordinado a eles, emprega-se mim ou ti. Não existe mais nada entre mim e ti. Está tudo acabado entre você e mim. 2 Entre eu sair do emprego e ficar desempregado, prefiro a primeira alternativa. COLOCAÇÃO PRONOMINAL Colocação dos pronomes oblíquos átonos me, te, se, lhe, o, a, nos, vos. PRÓCLISE - pronome antes do verbo. MESÓCLISE - pronome no meio do verbo.

3 3 ÊNCLISE - pronome após o verbo. USO DA PRÓCLISE a) Por atração ocorre quando o verbo vem precedido de palavras atrativas, isto é, partículas que atraem o pronome. Elas são, em geral, palavras invariáveis como advérbios, palavras negativas, pronomes em geral e conjunções subordinativas. Não me deram atenção. Todos os esperavam. Isto nos dá esperança. Obs.: Com pronome reto a próclise é opcional. Ela me disse a verdade. disse-me a verdade. b) Nas frases interrogativas, exclamativas e optativas( que exprimem desejo). Quem te disse? ( frase interrogativa) Quantos te amam! ( frase exclamativa) Deus te abençoe. ( frase optativa) c) Formas verbais que exigem a próclise: Gerúndio precedido de preposição em. Em se tratando de dúvidas, consulte o professor. Infinitivo precedido da preposição por. Por se acharem muito inteligentes, não estudaram para a prova. USO DA MESÓCLISE Usa-se com o futuro do presente e o futuro do pretérito, caso o verbo não venha precedido de palavra atrativa. Levantar - me - ei bem cedo.( futuro do presente) Aceitaríamos as propostas. Aceitá-las-íamos. ( futuro do pretérito) USO DA ÊNCLISE

4 a) Não se inicia frase com pronome obliquo átono. 4 Compra-se carro. b) com as seguintes formas verbais: Imperativo afirmativo - Quando os convidados chegarem, sirva-os. Gerúndio - Voltando-se acenou para a multidão. Infinitivo impessoal - Não quis machucar-te. LOCUÇÕES VERBAIS [ Pronome] Verbo auxiliar [ P ]+ Verbo no infinitivo [ P ] + Verbo no gerúndio Com locuções no infinitivo ou no gerúndio o pronome pode ficar em qual quer posição. A moça [ me] queria -[ me ] entrevista r-[me ]. ( infinitivo) A moça [me ] estava - [me] entrevistando -[ me]. ( gerúndio) [ P ] Verbo auxiliar [ P] + Verbo no particípio Com locuções no particípio não se admite a ênclise ao verbo principal. A moça [ me] tinha -[ me] entrevistado. 2) PRONOMES POSSESSIVOS Meu - Minha Teu - Tua Seu - Sua Nosso - Nossa Vosso - Vossa Seu - Sua Os possessivos nem sempre expressam relação de posse, podem ter outros empregos: a) indicar cortesia, afeto ou educação. Meu caro amigo, há quanto tempo não nos falamos! b)indicar cálculo impreciso. Ela devia estar com seus trinta anos aproximadamente. A forma seu no lugar de senhor é comum na linguagem coloquial, nesse caso o possessivo assume valor de tratamento.

5 Seu José ainda não chegou. 5 3) PRONOMES INDEFINIDOS Algum, nenhum, alguém, todo, outro, ninguém, muito, pouco, tudo, certo, vários, outrem, tanto, quanto, nada, qualquer, cada, quaisquer, algo. ALGUM a) Anteposto ao substantivo tem valor positivo. Alguns convidados chegaram cedo. b) Posposto ao substantivo tem valor negativo. Convidado algum chegou. QUALQUER a) É a única palavra da Língua Portuguesa que tem plural interno. Você pode escolher quaisquer presentes. b) Pode ter sentido depreciativo. Ele não é uma pessoa qualquer. 4) PRONOMES DEMONSTRATIVOS Os pronomes demonstrativos situam o ser no espaço e no tempo, tomando como referência as três pessoas gramaticais. ESTE, ESTA, ISTO No espaço - referem-se a algo que está perto do emissor. Este livro que tenho em mãos é muito interessante. No tempo - referem-se ao tempo presente. Este ano será repleto de surpresas. No contexto lingüístico - referem-se algo que vai ser dito. Isto que vou te contar é altamente sigiloso. ESSE, ESSA, ISSO No espaço - referem-se a algo que está próximo do destinatário. O que é isso em suas mãos? No tempo - referem-se ao passado ou ao futuro não muito distante. A prova será dia 15 próximo. Nesse dia procurem chegar cedo. No contexto lingüístico - referem-se a algo que já foi anteriormente expresso.

6 Isso que acabo de contar-te fica somente entre nós. 6 AQUELE, AQUELA, AQUILO No espaço - referem-se ao ser que está afastado do emissor e de destinatário. Naquela casa nasceu seu avô. No tempo - referem-se ao passado distante. Naquela época as pessoas não eram muito civilizadas. No contexto lingüístico - opõe-se a este, referindo-se ao 1 termo citado. José e Pedro são muito diferentes, este é estudioso e responsável, aquele não quer nada com os estudos. 5) PRONOMES INTERROGATIVOS Que, quem, qual, quanto. Podem ser empregados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Quem está na sala? ( direta) Não sei quem está na sala. ( indireta) 6) PRONOMES RELATIVOS Referem-se a termos expressos anteriormente. Que - refere-se a pessoa ou coisa, pode ter como antecedente o pronomes demonstrativos o(s), a(s), e deve-se sempre prestar a atenção à regência verbal. Não sei o que aconteceu com seu irmão. ( aquilo que) O filme a que assistimos é excelente. V.T.I. Preposição O qual, a qual - referem-se a pessoa ou coisa, deve ser usado, preferencialmente, quando o antecedente estiver distante no contexto lingüístico para evitar ambigüidade. As infrações cometidas pelos contribuintes as quais constam no regulamento, serão analisadas com rigor.( observe que o pronome as quais refere-se a uma palavra feminina no plural e não ao antecedente contribuintes, se utilizássemos o que haveria ambigüidade) Quem - refere-se exclusivamente a pessoas e vem sempre precedido de preposição. A mulher de quem o marido se divorciou chegou. V.T.I.

7 7 Onde - refere-se sempre a lugar, significa no qual, em que. A rua onde moro tem um lindo abacateiro. Quanto - sempre tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, todas, todos. Tudo quanto realizei foi em vão. Cujo - tem valor possessivo e concorda em gênero e número com a coisa possuída, é o único pronome relativo que se refere ao termo conseqüente. Não deve ser precedido dos artigos a(s), o(s). Encontrei um amigo de cujo nome não me lembrava. V.T.I. Este é o livro em cujas páginas encontrei o que procurava. EXERCÍCIOS DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL

8 (Uel) Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada Os hóspedes acomodaram-se nas poltronas que... e... -se início ao espetáculo. a) lhe foram reservado - deu b) lhes foi reservado - deram c) lhe foram reservadas - deu d) lhes foram reservadas - deram e) lhes foram reservadas - deu 2. (Fei) Assinalar a alternativa correta quanto a colocação do pronome pessoal oblíquo: a) O lugar para onde nos mudamos é aprazível. b) Embora falassem-me, não acreditei. c) Sempre lembrar-se-á de ti. d) Darei-te o remédio conforme o prescrito. e) Isto abalou-me profundamente. 3. (Fgv) Observe a ocorrência da mesóclise nos seguintes exemplos: - veremos + o = vê-lo-emos; - faríamos + os = fá-los-íamos; - veríamos + a = vê-la-íamos. Assinale abaixo a alternativa em que a mesóclise ocorre de acordo com a norma culta. a) Fa-los-ei. b) Entende-los-ás. c) Partí-las-ás. d) Integrá-las-eis. e) Intui-las-emos. 4. (G1) Marque a alternativa que completa corretamente a frase: Se ninguém verdade, e se lutei para, nada a respeito. a) me disse, encontrá-la, se falou b) disse-me, a encontrar, se falou c) me disse, a encontrar, falou-se d) disse-me, encontrá-la, falou-se e) disse-me, encontrá-la, se falou 5. (Ita) Indique a alternativa em que há erro gramatical: a) Disse que daria o recado a ele e lho dei. b) Prometeu a resposta a nós e no-la concedeu. c) Já vo-los mostrarei, esperai. d) Procuravam João, encontraram-no. e) Quando lhe vi, espantei-me.

9 6. (Puccamp) A frase que mantém o padrão culto da linguagem é: a) O especialista a que recorreram para assessorá-los é muito competente. b) Já coloquei na mochila as cordas as quais ensinarei aos meninos como fazer os diferentes nós. c) A cidade cujo prefeito já lhes falei também participará do torneio. d) Tenho uma peça indiana raríssima que já me ofereceram muito dinheiro. e) Ele escolheu o tipo de utilitário de que mais lhe convinha (Puccamp) Leia com atenção: Nos calamos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca vimos ele tão alterado com nós, quando aproximamos dele; ambos sentimos embaraçados, porque só queríamos saudar ele. A frase anterior está integralmente redigida segundo padrão culto escrito em: a) Calamos-nos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca o vimos tão alterado com nós, quando nos aproximamos dele; ambos sentimos-nos embaraçados, porque só queríamos o saudar. b) Cala-mo-nos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca vimo-lo tão alterado conosco, quando nos aproximamos dele; ambos nos sentimos embaraçados, porque só queríamos saudá-lo. c) Cala-mo-nos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca o vimos tão alterado com nós, quando aproxima-mo-nos dele; ambos nos sentimos embaraçados, porque só queríamos saudá-lo. d) Cala-mo-nos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca vimoso tão alterado conosco, quando nos aproximamos dele; ambos sentimo-nos embaraçados, porque só queríamos o saudar. e) Calamo-nos, sim, mas antes eu e meu irmão queremos deixar claro que nunca o vimos tão alterado conosco, quando nos aproximamos dele; ambos nos sentimos embaraçados, porque só queríamos saudá-lo. 8. (Udesc) Assinale a alternativa gramaticalmente INCORRETA em relação à colocação do pronome oblíquo nas locuções verbais e tempos compostos. a) Quero-lhe explicar porque não cumpri o prazo combinado. b) Eles foram se acalmando na medida em que a tempestade passava. c) Eu não lembrava se você tinha solicitado-me um ou dois convites para o espetáculo. d) O casal estava encontrando-se diariamente `as 19h. e) Será que ela tinha se sentado na primeira fila por não enxergar bem? 9. (Uece) Segue a gramática normativa a colocação do pronome átono da opção: a) O amor não está deteriorando-se. b) Seu amor não tinha acabado-se? c) Comunicaremos-LHE tudo sobre o amor. d) LHE provem que o amor é digno. 10. (Ufes) TEXTO

10 " o Jânio renunciou à Presidência da República?. Sim.. E pôde. Eis aí, meus amigos. Os nebulosos na esteira dos vários presidentes absurdos. E podem mais". (Josué Machado) 1 Preenche adequadamente o texto acima: a) Porque - O fez - por que - o quis - O quis - por que - porque - porquês - vem - vim b) Por que - Fê-lo - porque - o quis - Qui-lo - por quê - porque - por que - vêm - vim c) Por que - O fez - porque - qui-lo - O quis - porque - por que - porques - vêem - vi d) Por que - Fê-lo - porque - o quis - Qui-lo - porque - por quê - porquês - vêm - vir e) Por quê - Fê-lo - porquê - qui-lo - O quis - por que - porque - por quês - vem - vir 11. (Ufpe) Assinale a alternativa que não apresenta desvio quanto à sintaxe de colocação do pronome oblíquo átono. a) "Ah, quem és? Lhe pergunto, arrepiado." (Bocage) b) "Te enganas, Cirene, pois até esse monte se sente abrasar..." (Antônio José) c) "Suma-se, moleque." (José Lins do Rego) d) "Dessa vez, me decidi. Vou viajar nessa máquina." (Jorge Amado) e) "Morto depois Afonso, lhe sucede Sancho II." (Camões) GABARITO

11 1 1. [E] 2. [A] 3. [D] 4. [A] 5. [E] 6. [A] 7. [E] 8. [C] 9. [A] 10. [D] 11. [C] TIPOLOGIA TEXTUAL - Descrição - Narração - Dissertação Descrição Forma verbal de se retratar um objeto, pessoa ou paisagem. O texto descritivo possui enorme riqueza de detalhes e informações que particularizam o objeto descrito. É um texto figurativo. Descreve características das pessoas e das coisas. Não tem preocupação em analisar, até pode, mas isso não é fundamental. Apresenta, expõe uma visão de algo ou algum fato. Narração Gênero de texto usado para contar uma história. Elementos principais do texto narrativo: ação, personagem, espaço, tempo, enredo e narrador. É um texto que supõe seqüência. Baseia-se geralmente num enredo e aponta início, meio e fim, mesmo que esta não seja a ordem estabelecida. Dissertação Consiste em uma exposição e desenvolvimento de idéias a respeito de um determinado assunto. É preciso dominar o assunto, possuir argumentos fundamentados e uma boa colocação de idéias. Baseia-se na argumentação; é um texto argumentativo. Parte de uma idéias, tema. Tem como dever: expor, analisar, explicar, criticar, classificar, defender. Tipos de raciocínio em um texto argumentativo: indutivo do particular para o geral dedutivo do geral para o particular Técnicas argumentativas 1. Argumentos sustentados por uma citação de alguém que já escreveu sobre o assunto. 2. Argumentos por comprovação, que são sustentados por fatos reais ou dados competentes. 3. Argumentos por raciocínio lógico, que são sustentados por uma relação de causa e conseqüência; tentam persuadir o leitor a partir da relação entre as idéias. 4. Argumentos por comparação e/ou contraste.

12 1 Veja o texto abaixo, com algumas questões de interpretação de concursos anteriores PROVA STJ/99 Analista Judiciário Leia o texto abaixo e responda às questões de 1 a 5. As marcas do bem Nos anos 30, Charles Chaplin empenhava toda a sua criatividade na produção de filmes como Tempos Modernos. Na obra, que se passa durante a Depressão Econômica, o genial Carlitos torna-se operário de uma grande indústria e vira líder grevista por acaso. O filme é uma crítica à industrialização desenfreada, às relações desumanas nas linhas de produção e ao descaso com os deserdados em geral, especialmente os operários. A engraçada nem por isso pouco ácida crítica de Carlitos já não cabe a um grupo de empresas que, nos anos mais recentes, introduziram nos seus planos estratégicos a preocupação com a responsabilidade social. Essa nova postura pressupõe o resgate de valores, como o humanitarismo e a solidariedade, além de adoção de princípios éticos na sua relação com empregados, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente. São empresas que abandonaram a posição acomodada de doar um chefe, periodicamente, a instituições em apuros. Essa postura foi substituída por outra, na qual o aprendizado coletivo é um dos itens mais importantes, na definição de Guilherme Leal, presidente do conselho consultivo do Instituto Ethos, entidade fundada recentemente para aglutinar empresários que compartilham idéias parecidas, quando o assunto é responsabilidade social. Nessa nova concepção de apoio, o dinheiro quase nunca chega sozinho às entidades sociais. Junto com ele, os empresários transferem o aprendizado que acumulam ao longo dos anos no próprio gerenciamento de seus negócios. Queremos fortalecer as entidades que apoiamos, diz Antônio Meireles, diretor-presidente de uma das empresas associadas ao Instituto Ethos. Há, pelo menos, duas conseqüências dessa postura, que está muito distante do paternalismo e da caridade descompromissada. Uma delas é o surgimento de instituições bem gerenciadas e que, por isso mesmo têm mais condições de captar recursos na sociedade. Para destacá-las já existe até um prêmio, o Bem Eficiente. O apoio a projetos que nascem na própria comunidade é propriedade das empresas socialmente solidárias. Um dos exemplos é o programa Crer para Ver. Mantido pela Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança, financiou, em 1998, projetos em escolas públicas, localizadas em 16 estados, atendendo a crianças. Todas as idéias vieram da comunidade e foram submetidas a análise de um comitê técnico. O dinheiro para manter o programa foi captado com a venda de cartões de Natal. As experiências vividas no trabalho comunitário enriquecem também o dia-a-dia dentro das empresas. Essa troca é possível porque algumas corporações liberam empregados para ir a campo e fazer trabalho social. Os motivos que levam as empresas adotarem posturas solidárias não são necessariamente humanitários, mas é inegável que seus projetos aglutinam pessoas dispostas a doar parte de seu tempo e experiência a quem nasce com a sina de perdedor em uma cidade cada vez mais excludente. O consumidor está atento e prefere as marcas de quem faz o bem. No Brasil, ainda não existem dados sobre isso, mas, nos Estados Unidos, pesquisa mostram que mais de 60% das pessoas optam por artigos de

13 fabricantes politicamente corretos. Os benefícios à imagem são inegáveis. O diferencial competitivo também. Do lado dos colaboradores, há mais envolvimento. (Ícaro Brasil, nº 172, dezembro / 98 com adaptações.) 1. Com referência à tipologia textual, o texto: a) é fundamentalmente argumentativo; o redator posiciona-se favoravelmente ao comprometimento de empresas com os problemas sociais, pelo resgate de valores humanitários e solidários; b) é essencialmente a descrição do programa Crê para Ver, pois quantifica as metas alcançadas ao longo de um ano de atividades; c) compara, narrando a história do tratamento dado à questão social nas últimas seis décadas, os resultados de pesquisas acerca do assunto no Brasil e nos Estados Unidos da América; d) é principalmente dissertativo porque desenvolve o assunto das relações desumanas na sociedade industrial contemporânea, exemplificando com iniciativas no sentido da solução desse problema; e) é uma propaganda do Instituto Ethos, pois visa estimular os empresários a adquirirem seus produtos incentivando o consumo. 2. De acordo com as idéias do texto, assinale a opção correta. a) Charles Chaplin com filmes como Tempos Modernos (l. 3) criticava as causas da Depressão Econômica: a industrialização desenfreada, as relações de trabalho desumanas e o descaso com os empregados. b) Atualmente, não há mais espaço para a crítica de Carlitos, pois as empresas introduziram nos seus planos estratégicos a preocupação com a responsabilidade social (l. 16 a 18). c) O dinheiro quase nunca chega sozinho às entidades sociais (ls. 38 a 39): em geral, os próprios empresários o levam. d) O programa Crer para Ver, por ter sido criado por empresas, não constitui um exemplo de experiências vividas no trabalho comunitário (l. 69). e) Embora as razões das empresas não tenham sempre caráter humanitário, a postura empresarial solidária por elas adotada leva o consumidor a optar por produtos ligados a esse tipo de ação. 3. Segundo o texto, são politicamente corretas: a) todas as experiências vividas no trabalho comunitário, iniciando com Carlitos, na década de 30; b) todas as razões que levam as empresas adotarem postura solidária; c) as ações de empresas preocupadas com a responsabilidade social que, fugindo da postura paternalista, propõem o humanitarismo e a solidariedade; d) as trocas que algumas corporações fazem com os empregados, liberando-os da carga horária contratual para a prestação de serviços de assistência social; e) somente as iniciativas que visam ao bem-estar da empresa e também dos empregados e de seus familiares. 4. No texto, não se estabelece nenhuma relação entre: a) trabalho e alienação; b) capital e educação; c) industrialização e desumanização; d) economia e ética; 1

14 e) empresariado e responsabilidade social Não serão respeitadas as idéias do texto caso se substitua: a) empenhava (l. 2) por aplicava; b) desenfreada (l. 9) por descomedida; c) descompromissada (l. 50) por descomprometida; d) análise (l. 66) por apreciação; e) liberam (l. 73) por concedem. GABARITO 1. A, 2. E, 3. C, 4. A e 5. E Final da Aula