Política Nacional de Educação Infantil PROINFÂNCIA - BAHIA
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- Yan Rosa Madureira
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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED Política Nacional de Educação Infantil PROINFÂNCIA - BAHIA Coordenação Geral Marlene Oliveira dos Santos Coordenação Adjunta Maria Izabel Ribeiro
2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED RETRATO DO COTIDIANO NA EDUCAÇÃO INFANTIL SETEMBRO/ 2013 IRECÊ-BA ELABORAÇÃO: SORAIA MENDES E PATRICIA PAIM
3 OBJETIVO Dialogar sobre o cuidado, a educação e a rotina na Educação Infantil, a partir da concepção atual de criança e de infância, articulando com os Indicadores de Qualidade na Educação Infantil e as DCNei.
4 O que é ser criança? Qual é o seu lugar no mundo?
5 Uma criança pintada por Goya
6 A infanta Margarita pintada por Velásquez A palavra infância é composta pelo prefixo in e pelo radical fante, particípio passado do verbo latino fari, significa falar, dizer. Então, infância em sua origem significa aquele que não fala, que não tem palavra, não tem voz.
7 Será que tal significado (original) mantém-se ainda entre nós? Será que no passado estava claro o significado de criança e de infância? El Príncipe Baltasar Carlos
8 Na idade medieval A criança era considerada objeto tutelar da mulher, podendo estas serem as mães ou amas. E logo que não necessitava de cuidados ingressava no mundo adulto, sem distinção.
9 Por volta do século XVI Começa a surgir o sentimento de criança como um ser dócil. Ela é tida como ingênua e inocente, e quem as cercam devem zelar por ela.
10 No século XVII, outra ideia de criança surge A criança passa a ser vista como alguém que precisa ser moldada, educada, ensinada.
11 No final do séc XVIII até o início do séc XIX a infância era descrita como algo natural, um período desprovido de inocência, na qual a criança estaria desprovida da razão por não dominar a linguagem falada
12 Com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, as crianças com pouca idade eram obrigadas a acompanhá-las em suas jornadas. Surge então, a luta por criação de locais onde as crianças deveriam permanecer enquanto as mães estavam trabalhando. Sendo que esses locais surgiram com caráter de guarda e assistência.
13 Esses locais de guarda e assistência da criança, surgem inicialmente como uma conquista e um DIREITO da mulher trabalhadora para promover igualdade de oportunidade para homens e mulheres.
14 No final de séc XX, mais precisamente, a partir da Constituição Federal do Brasil, a criança é vista como um sujeito de direitos.
15 De acordo com os DCNei, 2010, em sua apresentação: O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres, dos movimentos de trabalhadores, dos movimentos de redemocratização do país, além, evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da educação.
16 O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) nos diz que a criança tem direito a comer, a brincar, à moradia, à educação Contudo, o maior direito que uma criança tem é ser CRIANÇA.
17 Cuidar educando e educar cuidando: como cuidado e educação aparecem nas situações cotidianas observadas na EI? O QUE SÃO SITUAÇÕES COTIDIANAS?
18 Práticas Pedagógicas da Educação Infantil (DCNei, 2010) As práticas pedagógicas que compõem a Proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira e garantir experiências que: promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
19 possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos; recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais; ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem estar;
20 possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade; incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
21 promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras; possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.
22 A Instituição de Educação Infantil É muito importante que as instituições que atendem crianças pequenas, principalmente aquelas de zero a três anos, caracterizem-se por serem cuidadosas, protetoras, afetuosas e provocadoras. As suas rotinas devem visar o bem-estar das crianças, de modo que elas se sintam seguras e orientadas. Isso inicia com a atenção do educador por si mesmo, por suas emoções, por seus sentimentos e pela análise de suas ações, e prossegue na atenção ao outro seja ele um adulto ou uma criança. (Maria Carmen Silveira Barbosa, Práticas cotidianas na Educação Infantil: bases para a reflexão sobre as orientações curriculares (MEC/COEDI,2009)
23 O grande desafio atual, mediante a cultura infantil, é criarmos práticas que, respeitando as identidades, promovam situações que favoreçam o desenvolvimento, a expressão, a convivência e a aprendizagem num ambiente de prazer e ludicidade.
24 Precisamos estar atentos à nossa prática, pois ela está sempre carregada das marcas históricas que constituíram teorias e concepções de infância e de educação. Olhar para a criança hoje, enquanto cidadã, é incluí-la em um conjunto de leis e diretrizes que possam garantir para ela uma educação de qualidade e que contemple todos os aspectos de seu desenvolvimento.
25 Será que há um padrão único de se trabalhar na Educação Infantil? Cada um pode fazer do seu jeito o que sabe e o que acredita? Há alguns princípios básicos que devem ser adotados?
26 Para o trabalho na Educação Infantil, é indispensável conhecermos o desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos, saber como elas aprendem, como interagem, por que a brincadeira é tão importante, quais são as maneiras mais significativas de aproximar os saberes produzidos historicamente da linguagem infantil, sem deixar de contextualizar esses conhecimentos a partir da cultura da criança e do(a) educador(a), suas trajetórias de vida, seus conhecimentos a priori, suas vivências e maneiras de estar no mundo.
27 Acrescentamos a essa crença, a ideia da aprendizagem ter sentido e significado para os envolvidos no processo. Logo, levar em consideração o quê, como e para quê estamos aprendendo isto, faz toda a diferença! Isto faz da Escola um espaço social e socializador.
28 O que é rotina?
29 Para Maria Carmen Silveira Barbosa em seu livro, Por amor e por força Rotinas na Educação Infantil A rotina se trata de instrumento de controle do tempo, do espaço, das atividades e dos materiais, regulamentando e padronizando os adultos e as crianças. Porém se não fosse pela repetição das mesmas atividades e tarefas, jamais teríamos a confiança de dormir à noite. A Rotina na Educação Infantil
30 A rotina é a estrutura, a coluna vertebral do dia-a-dia. Ela está formada pelas práticas educativas recorrentes que são realizadas nos diferentes momentos do dia. Todas as ações intencionais do(a) educador(a) que compõem a jornada das mais banais às mais complexas, fazem parte da rotina. A rotina vai sendo transformada ao longo do tempo. Ela é flexível.
31 Como você tem organizado a rotina em sua creche, pré-escola ou escola? Há momentos para brincadeiras e jogos? Como acontecem os momentos de atividades livres e dirigidas? Todos realizam a mesma atividade ao mesmo tempo?
32 Como são organizados os critérios e as regras do grupo? São decididos a priori ou junto com as crianças? Quando uma criança não tem interesse em realizar a atividade proposta, o que ela faz? Tem possibilidade de optar por outra atividade? As expressões artísticas são valorizadas? Como abordam os conhecimentos comumente chamados de conteúdos (saberes historicamente construídos pela humanidade)?
33 Para pensar a rotina na Educação Infantil, é preciso pensar mais profundamente no que é ser criança, no que é a infância e em como as crianças aprendem.
34 Independentemente da infância que elas tenham, as crianças são seres sociais, possuem histórias, vivem em lugares distintos, pertencem a uma classe social, estabelecem relações definidas segundo seu contexto de origem e apresentam uma linguagem decorrente dessas relações sociais e culturais.
35 Partindo das diferentes concepções de infância, podemos nos reportar à nossa realidade, ao nosso dia-a-dia, e pensar: quem são essas crianças que frequentam nossas creches ou pré-escolas e escolas? Como vivem? O que fazem? Como deve ser minha mediação como professor(a)?
36 Os(as) professores(as) devem conhecer a realidade em que trabalham, refletir sobre o melhor caminho para organizar a rotina de forma a favorecer o aprendizado, a autonomia, a cidadania e os valores, numa perspectiva que envolva cuidado e educação com a integridade física, psíquica, moral e intelectual das crianças.
37 Podemos ter eixos norteadores que orientam a organização da rotina, mas o trabalho propriamente dito depende da proposta pedagógica da instituição, com sua realidade, suas metas, seus interesses, suas limitações e perspectivas.
38 A construção de uma rotina pode estruturar a criança no tempo e no espaço, além de orientar o(a) professor(a). É um exercício coletivo no qual as crianças têm a oportunidade de falar e ouvir os amigos, no qual são necessários acordos e concessões.
39 É possível também construir as regras e combinados de convivência do grupo (direitos e deveres do grupo), planejar atividades lúdicas e interativas visando o bem-estar e o desenvolvimento das crianças, sem se esquecer das famílias que devem estar presentes nas primeiras semanas.
40 Algumas práticas da Educação Infantil são: as brincadeiras, a rodinha, os registros, o faz-de-conta, a música, as artes plásticas, as histórias, a higiene, a alimentação, o descanso, etc. Contudo, a forma de abordar essas atividades faz toda diferença na construção dos sujeitos.
41 Assim, cada atividade tem seu valor e precisa ser planejada com cuidado pelos(as) professores(as) e ter sempre um sentido. Por que e para que estamos realizando determinadas atividades com as crianças são perguntas que podem nortear a elaboração do planejamento.
42 A chegada na creche, pré-escola ou escola com turmas de educação infantil A entrada na instituição de Educação Infantil pode ter um tempo mais amplo. As crianças podem chegar aos poucos; não é necessário fazer fila no pátio e que todos cheguem juntos. Este processo mais lento possibilita o encontro. Atividades da chegada
43 Refletir se realmente damos o espaço de que as crianças precisam para falar o que desejam e ouvir seus(suas) amigos(as) e professores(as). É o momento ideal para estabelecimento dos combinados do dia, como a elaboração de um roteiro de atividades em que todos podem participar e acordos de convivência coletiva. A RODA DE CONVERSA
44 A rodinha de conversa, as brincadeiras, o faz-de-conta, a contação de histórias e as atividades artísticas, como artes plásticas e dramatizações teatrais, são atividades indispensáveis no cotidiano de uma creche, pré-escola ou escola onde haja turmas de Educação Infantil. Brincadeiras, faz-de-conta, contação de histórias e artes
45 Para o desenvolvimento cognitivo e afetivo são imprescindíveis que as crianças tenham a garantia de brincadeiras, as mais variadas possíveis. Brincadeiras, faz-de-conta, contação de histórias e artes
46 Os momentos de higiene, descanso e alimentação devem ser cuidadosamente planejados São ricas oportunidades de aprendizado Momentos de alimentação, higiene, descanso e cuidados pessoais
47 As atividades selecionadas precisam estar de acordo com os objetivos gerais da instituição, com as metas definidas para o grupo. Uma mesma atividade pode atingir diversos objetivos e, quanto mais desafiante ela for, melhor será. As atividades
48 É preciso garantir espaço para atividades das diferentes áreas de conhecimento e que envolvam vários tipos de linguagem. As atividades precisam ter significado tanto para as crianças como para o(a)educador(a). As atividades devem ser prazerosas e desafiantes As atividades
49 As atividades precisam considerar diferentes formas de organização do grupo As atividades dirigidas, isto é, aquelas que são propostas pelo(a) educador(a), precisam ser planejadas antes de serem propostas. As atividades
50 As crianças pequenas precisam realizar movimentos amplos e adquirir ou aperfeiçoar algumas habilidades corporais básicas. A educação das crianças pequenas deve ser feita por toda a cidade, e não apenas dentro dos limites dos muros da instituição. Atividades externas
51 Saída O momento da saída da escola é o do reencontro com a família. As crianças precisam saber que sempre alguém irá buscá-las, que não ficarão sozinhas.
52 Apesar de as atividades de rotina acontecerem dia após dia, elas podem ser executadas de modos diferenciados, isto é, elas não precisam ser repetitivas, e ainda, apesar de serem propostas de modo homogêneo para todo o grupo, precisam incorporar respostas diversificadas.
53 Critérios gerais para organizar uma jornada Ao organizar a rotina da sala de aula, é preciso estar atento: às idades das crianças do seu grupo; aos ritmos individuais de cada criança para poder propor um ritmo grupal; ao contexto social, isto é, às experiências anteriores das crianças e às rotinas culturais da sua família;
54 Critérios gerais para organizar uma jornada à adequação da distribuição espacial, dos materiais, dos equipamentos para a realização das atividades; às motivações que cada grupo apresenta à organização geral da instituição e às relações que cada turma tem com as demais;
55 Critérios gerais para organizar uma jornada à perspectiva de educar para a globalidade e com significação e não apenas o controle e a obediência; às ferramentas, aos conhecimentos que o(a) professor(a) e a escola acreditam serem imprescindíveis para o desenvolvimento das crianças.
56 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA (MEC) ALGUNS DOCUMENTOS
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