A História da Criança
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- Lucinda Peralta Clementino
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2 EM FOCO: A HISTÓRIA DA INFÂNCIA A CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DE CRIANÇA: DIVERSOS OLHARES DOCUMENTOS NORTEADORES PARA UM OLHAR CRÍTICO E REFLEXIVO SOBRE A INFÂNCIA
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4 A História da Criança Não existe o significado da infância até o século XV- XVI Criança é vista como mini adulto Sociedade feudal: papel produtivodivide mesmos espaços e valores da sociedade
5 Alta mortalidade infantiloutras crianças as substituíam Aprendizagem não era assegurada, nem controlada pela famíliadependia de todos com quem as crianças conviviam Conceito de família diferente do que conhecemos hoje
6 Com a sociedade capitalista- industrial: Surge um conceito para a infância e uma nova estrutura de família (nuclear) A necessidade de manter descendentes mudou a mentalidade Criança: frágil, que precisa ser cuidada
7 Educação passa a ocorrer em escolaspreparação para o futuro Adultos e crianças não se misturam organizam a forma de ser da criança Há a cultura para a infância e para os adultos
8 Mulheres no mercado de trabalho Pré- escolas- cunho educativo Creches- caráter assistencialista (práticas higienistas - contexto social)
9 No Brasil (século XIX): Cunho assistencial, moralista e compensatório para classe trabalhadora Educativo para a classe burguesa Criança entendida como passiva
10 Século XX: Estudos foram realizados sobre o desenvolvimento da criança Década 80 luta pelos direitos femininos - consequência direito à creche Constituição de LDB e ECA- criança como cidadã de direitos
11 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA - histórico Séc. XVII e XVIII - adulto em miniatura participa da vida adulta alta mortalidade infantil - desapego Mudanças: - reestruturação núcleo familiar (pais e filhos) - controle de doenças para manter descendentes - sentimento de paparicação - criança ingênua e inocente - necessidade de educá-las e torná-las pessoas honradas - preocupação com saúde física e higiene Séc. XIX - Era Industrial Capitalista - primeiras instituições de E.I. CRECHES e PRÉ-ESCOLAS p/ cças filhas de operárias p/ cças nobres e burguesas cunho assistencial cunho educativo
12 CRIANÇA Concepção CRIANÇA Sujeito social e histórico No processo de construção do conhecimento utiliza diferentes linguagens constrói conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural O conhecimento é fruto de um trabalho de criação, significação e ressignificação Construção de identidade
13 O QUE É INFÂNCIA?
14 Etimologicamente, infantia é a dificuldade ou incapacidade de falar
15 As crianças eram reflexos dos adultos, uma versão em miniatura e mal dissociada deles. Eram percebidas como seres imperfeitos, seu valor não se definia pelo que eram no presente, mas pelo que viriam a ser no futuro. As crianças precisavam viver em um mundo que não era o seu, que não estava feito na sua medida
16 Não estamos preocupados apenas com o que a criança vai se tornar, mas com a infância que a criança está vivendo.
17 A infância é uma criação da sociedade, sujeita a mudar sempre que surgem transformações sociais mais amplas.
18 CONCEPÇÃO DE CRIANÇA
19 É importante contextualizar a criança à qual nos referimos para, junto com as contribuições das teorias sobre desenvolvimento infantil, que partem de uma criança idealizada, termos um panorama mais próximo da criança com a qual convivemos
20 Para uma compreensão daquelas crianças com quem estamos em contato, é preciso poder olhar para elas. E esse olhar não tem como fundamento somente uma teoria vinda de fora, mas também a coragem de acreditar em nossas próprias percepções, intuições, sentimentos e sinais. A fonte mais segura é a observação que cada um faz das crianças com quem convive, da sua gestualidade, dos seus movimentos, do seu jeito de se relacionar com os outros, com ela mesma, com os objetos, com o mundo; a observação e a tentativa de compreensão das imagens que aparecem nos seus processos e nas suas produções.
21 Cada um de nós tem uma imagem de criança que se reflete na expectativa que temos quando olhamos para uma criança.
22 ALGUMAS IMAGENS CONCENTRAM-SE NO QUE A AS CRIANÇAS SÃO, NO QUE ELAS TÊM E NO QUE ELAS PODEM FAZER, ENQUANTO QUE OUTRAS INFELIZMENTE CONCENTRAM-SE NO QUE AS CRIANÇAS NÃO SÃO, NO QUE ELAS NÃO TÊM E NO QUE ELAS NÃO PODEM FAZER.
23 DIFERENTES CONCEPÇÕES DE CRIANÇA A criança de Rousseau: ser inocente e primitivo. A sociedade corrompe a bondade com a qual as crianças nascem. A criança de Piaget: independentemente do contexto, segue uma seqüência padrão de estágios biológicos que constituem um caminho para plena realização ou para uma progressão para a maturidade. A criança de Malaguzzi: rica em potencial, forte, poderosa e competente.
24 A CRIANÇA A criança é um ser onde a imaginação predomina em absoluto. Nos livros ela quer que lhe demos cartolas, coisas mais altas do que podem entender. Isso a lisonjeia tremendamente. Mas se o tempo inteiro a tratamos puerilmente, ela nos manda às favas. Monteiro Lobato
25 GRANDE É A POESIA, A BONDADE E AS DANÇAS... MAS O MELHOR DO MUNDO SÃO AS CRIANÇAS. FERNANDO PESSOA
26 EDUCAÇÃO INFANTIL CONCEPÇÃO DE CRIANÇA Sujeito social e histórico, em processo de desenvolvimento, com um jeito próprio de sentir e pensar o mundo; faz parte de uma organização familiar, inserida em uma sociedade com uma determinada cultura. (RCNEI, V.1, p. 21)
27 Constituição Brasileira - afirma a criança como sujeito de direitos. Situa creches e pré-escolas no Capítulo da Educação Estatuto da Criança e do Adolescente - dispõe sobre direitos e deveres de crianças e adolescentes; cria conselhos da criança e adolescente e tutelares ( diretrizes políticas e defesa).
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29 EDUCAÇÃO INFANTIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Reafirma a educação como direito da criança; Educação Infantil: primeira etapa da educação básica; Finalidade: desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos, nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família; Dispõe sobre a avaliação Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil Orientam a elaboração das propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil. - Cuidar e educar - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil MEC - outras publicações.
30 PENSANDO NA CRIANÇA SUJEITO DE DIREITOS Educar pressupõe criar situações de descobertas e interações, propiciando o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança e de aprendizagens diversas, num processo que integra o cuidar; Cuidar da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa em contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades ; inclui cuidados de segurança, relacionados ao afeto e aos aspectos biológicos como nutrição, higiene e saúde; A criança aprende e se desenvolve nas interações que estabelece com adultos e criança mais experientes, com o meio físico e social; A criança utiliza diferentes linguagens no processo de construção de conhecimentos, sendo o brincar um meio próprio de aprender e de expressar o que sente e pensa;
31 O ambiente de aprendizagem implica na organização contínua de espaços para descobertas, criação, expressão de múltiplas linguagens e de construção de conhecimentos significativos para a vida; O professor planeja, organiza espaços e materiais, partilha significados da cultura, avalia, pesquisa, propõe avanços e constrói conhecimentos sobre a educação infantil; O diálogo com famílias e comunidade aproxima diferentes contextos educativos, envolvendo interesses coletivos nas decisões e condução da educação das crianças, numa perspectiva democrática; A avaliação, com ênfase nas conquistas das crianças, remete à contínua reflexão sobre a prática, objetivando avanços no processo educativo.
32 FINALIDADE Desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB, seção II, art. 29)
33 DESENVOLVIMENTO INTEGRAL ASPECTO FÍSICO - Conhecimento das potencialidades corporais, auto conhecimento, expressão de emoções, equilíbrio / deslocamento com segurança; implica cuidados nos aspectos biológicos como nutrição, crescimento, saúde/prevenção de doenças, segurança física/prevenção de acidentes; construção da identidade/imagem corporal.
34 DESENVOLVIMENTO INTEGRAL ASPECTO PSICOLÓGICO Desenvolvimento afetivoemocional;estabelecimento de vínculos/relações que auxiliam na construção de uma auto-imagem positiva, atitudes no convívio social, compreensão de si e do outro; construção de uma identidade pessoal e social. ASPECTO INTELECTUAL - Desenvolvimento dos recursos para pensar, elaboração, apropriação e uso de formas de representação/símbolos e comunicação, envolvendo resolução de problemas.
35 DESENVOLVIMENTO INTEGRAL ASPECTO SOCIAL - Desenvolvimento das condições para o convívio social; aprender a conviver com as diferenças; perceber-se como membro de um grupo, comunidade, sociedade, ambiente. COMPLEMENTO À AÇÃO DA FAMÍLIA - Espaço para ampliar e complementar a tarefa dos pais sobre a educação dos filhos
36 TER UM OLHAR SENSÍVEL PARA A CRIANÇA EM DIFERENTES MOMENTOS SIGNIFICA: SABER TEÓRICA E VIVENCIALMENTE, QUEM É A CRIANÇA. SER CAPAZ DE PERCEBER O QUE É ESSENCIAL PARA SER LEVADO EM CONSIDERAÇÃO. ESTAR PRESENTE NO AQUI E NO AGORA. REALIZAR UMA LEITURA ORIENTADA DA CRIANÇA. ACOMPANHAR O SEU DESENVOLVIMENTO.
37 Os mais sábios preocupam-se com o que importa aos homens de saber, sem considerar o que são as crianças no estado de aprender. Procuram sempre o homem na criança, sem pensar no que esta é antes de ser homem... Começai portanto estudando melhor vossos alunos, pois muito certamente não os conheceis. ROUSSEAU
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39 A CRIANÇA É FEITA DE CEM...
40 A CRIANÇA TEM CEM MÃOS CEM PENSAMENTOS CEM MODOS DE PENSAR DE JOGAR E DE FALAR
41 CEM ALEGRIAS PARA CANTAR E COMPREENDER. CEM MUNDOS PARA DESCOBRIR. CEM MUNDOS PARA INVENTAR. CEM MUNDOS PARA SONHAR.
42 A CRIANÇA TEM CEM LINGUAGENS (E DEPOIS CEM, CEM, CEM) MAS ROUBARAM-LHE NOVENTA E NOVE.
43 A ESCOLA E A CULTURA LHE SEPARAM A CABEÇA DO CORPO. DIZEM-LHE: DE PENSAR SEM AS MÃOS DE FAZER SEM A CABEÇA DE ESCUTAR E NÃO FALAR DE COMPREENDER SEM ALEGRIAS DE AMAR E MARAVILHAR-SE SÓ NA PÁSCOA E NO NATAL.
44 DIZEM-LHE: QUE O JOGO E O TRABALHO A REALIDADE E A FANTASIA A CIÊNCIA E A IMAGINAÇÃO O CÉU E A TERRA A RAZÃO E O SONHO SÃO COISAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS.
45 DIZEM-LHE: QUE AS CEM NÃO EXISTEM. A CRIANÇA DIZ: AO CONTRÁRIO, AS CEM EXISTEM.
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