Ministério Público Federal. O Ministério Público e o licenciamento ambiental
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- Ana Clara Borja Cortês
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1 Ministério Público Federal O Ministério Público e o licenciamento ambiental
2 Licenciamento Ambiental Têm legitimidade para atuar na defesa do meio ambiente: - o Ministério Público - os entes estatais (União, Estado, Município, suas autarquias e fundações) - associações - qualquer cidadão (ação popular)
3 Licenciamento Ambiental Os processos de licenciamento ambiental não agradam ninguém!
4 Licenciamento Ambiental Os empreendedores reclamam que o licenciamento ambiental é lento e que não há segurança jurídica...
5 Licenciamento Ambiental O Ministério Público reclama que os processos de licenciamento ambiental têm deficiências técnicas graves...
6 Licenciamento Ambiental As ONGs reclamam... Sempre... De qualquer coisa...
7 Licenciamento Ambiental Estamos num processo de aprendizado... Lei nº 6.938/81 Constituição de anos Efeito pêndulo
8 Licenciamento Ambiental Necessidade de fortalecer os órgãos ambientais Maior investimento em Termos de Referência Definição mais clara da competência do IBAMA, ICMBio e órgãos ambientais estaduais e municipais (Lei Complementar nº 140/2011) Definição do papel das audiências públicas
9 Licenciamento Ambiental PEC 65 de 2012 cria o 7º do art. 225 da CF A apresentação do estudo prévio de impacto ambiental importa autorização para a execução da obra, que não poderá ser suspensa ou cancelada pelas mesmas razões a não ser em face de fato superveniente
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11 Carvão mineral catarinense De cada 100 ton retiradas do subsolo: 35 ton carvão 65 ton rejeitos pirita = FeS 2 FeS 2 (pirita) + H 2 O (água) + 7/2 O 2 (oxigênio) = Fe (ferro) + 2 H 2 SO 4 (ácido sulfúrico) + 2 H (hidrogênio)
12 Carvão mineral catarinense FeS 2 (pirita) + H 2 O (água) + 7/2 O 2 (oxigênio) = Fe (ferro) + 2 H 2 SO 4 (ácido sulfúrico) + 2 H (hidrogênio) O ácido sulfúrico faz baixar o ph da água ph normal = entre 6,5 e 7,0 ph alguns rios da bacia carbonífera = 2,0 ph água de bateria = 1,8 ph < 4,0 os metais se dissolvem (Fe, Mn,...)
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17 Bocas de mina abandonadas 807 bocas de mina 189 lançando água ácida nos rios 94 com água entrando 200 secas abertas 324 secas fechadas
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20 Estratégia de atuação do MPF passado (passivo ambiental) A.C.P. nº outras A.C.P. s (Vila Funil, Gaspetro/ICC,...) presente (empreendimetos em operação) TAC s ACP's específicas (mina Morozini), segurança estrutural futuro (novos empreendimentos) fiscalização do licenciamento ambiental
21 Ação Civil Pública nº Condenou 12 empresas mineradoras e a União a recuperar: áreas degradadas (mineração a céu aberto, depósitos de rejeitos, minas abandonadas) 3 anos recursos hídricos das bacias dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão 10 anos Prazos contados da sentença (2000) Trânsito em julgado em agosto 2014
22 Ação Civil Pública nº Execução da antecipação de tutela: processo com muito papel muito pouco foi feito em termos de recuperação nova estratégia adotada pelo Ministério Público Federal a partir de 2006 (decisão judicial de abril de 2006)
23 Nova estratégia cobrança firme do cumprimento da sentença em paralelo com abertura de um espaço de diálogo
24 Cobrança do cumprimento da sentença exigência de novos PRADs estabelecimento de um PRAD padrão NBR , da ABNT NRM 21 (Portaria DNPM 237/2001) multas p/ quem não atender prazos ou exigências técnicas
25 Cobrança do cumprimento da sentença cronogramas estabelecidos com todas as empresas critérios técnicos de recuperação bem definidos multas para quem não atender os critérios e o prazo já foram aplicadas multas no valor de R$ ,86 recursos aplicados em projetos de pesquisa
26 Espaço de diálogo Objetivos: minimizar os conflitos judiciais valorizar os esforços técnicos dos réus buscar consensos técnicos otimizar a recuperação ambiental
27 Grupo Técnico de Assessoramento (GTA) representantes técnicos do MPF, União, empresas, SIECESC, FATMA, DNPM, CPRM e Comitês de Bacia monitora os indicadores ambientais, propõe critérios técnicos, prioridades de recuperação,etc. deliberações sempre sujeitas a homologação judicial
28 Indicadores ambientais
29 Total de áreas degradadas Siderópolis 886 Linha Batista 169 Santana 568 Criciúma Sul 164 Criciúma Norte 499 Forquilha 137 Rio Carvão 426 Rio Deserto 116 Treviso 409 Mina 4 92 Lauro Müller 404 Içara 54 Estiva dos Pregos 400 Rio Hipólito 36 Sangão 379 Morro da Palha 20 Barro Branco 307 Caeté 6 TOTAL áreas
30 Total de áreas degradadas Responsável Hectares CSN % União % Rio Deserto % Catarinense % Criciúma 413 8% Cocalit 190 4% Belluno 171 3% Metropolitana 146 3% Gaspetro 110 2% Comin 100 2% São Domingos 86 2% Palermo 34 1% Ibramil 26 1% outros 47 1% CSN União Rio Deserto Catarinense Criciúma Cocalit Belluno Metropolitana Gaspetro Comin São Domingos Palermo Ibramil outros
31 Empreendimentos em operação Situação anterior aos TAC s Empresas operando sem licença ambiental Empresas operando com licenças ambientais vencidas Grande número de pedidos de licença ou renovação de licença pendentes de análise na FATMA Licenças ambientais concedidas irregularmente, sem prévia apresentação de EIA/RIMA
32 Protocolo de Intenções nº 24/04 Signatários: MPF MP/SC IBAMA FATMA Polícia Militar Ambiental DNPM
33 Protocolo de Intenções nº 24/04 Definiu critérios técnicos para o licenciamento das seguintes atividades: lavra de carvão mineral (minas) beneficiamento (lavadores de carvão) depósitos de rejeitos transporte (rodoviário) transformação (coquerias) TACs individuais com as empresas
34 Controles previstos no TAC Fiscalização dos órgãos públicos Auditorias externas Audiências públicas
35 Aspectos do licenciamento ambiental Estudos ambientais recorte e cole : Textos genéricos sem referir ao projeto concreto Responsabilidade técnica Exigência de ART ART levada a sério
36 Aspectos do licenciamento ambiental Ausência de alternativas técnicas e locacionais: Caso da Mina C - Maracajá
37 Aspectos do licenciamento ambiental Momento da audiência pública: Estudo minimamente criticado Necessidade de nova audiência pública
38 Aspectos do licenciamento ambiental Papel da audiência pública: Não é deliberativa O Ministério Público não está obrigado a concordar sempre com os pleitos das comunidades e das ONGs Capacidade de dizer não e agir conforme a lei
39 Aspectos do licenciamento ambiental Fracionamento do licenciamento: Para usar estudos mais simplificados Para evitar audiência pública Caso da Mina 101 Içara Caso da Mina Santana Urussanga
40 Aspectos do licenciamento ambiental Nem sempre a demora no processo de licenciamento é ruim: Caso USITESC (Usina Termelétrica Treviso) Termelétrica hidrelétrica Melhoria do projeto STF: 0,5% para Unidades de Conservação
41 Aspectos do licenciamento ambiental Papel do IBAMA, da FATMA e dos órgãos municipais: Lei Complementar 140 Falta ainda regulamentação Caso ACP técnicos da FATMA licenciamento carvão
42 Aspectos do licenciamento ambiental Técnicos com superpoderes: Limitações da habilitação técnica Caso ACP técnicos da FATMA licenciamento carvão É preciso fortalecer as equipes técnicas dos órgãos amientais
43 Zona Costeira Poucos remanescentes Especulação imobiliária desenfreada Legislação confusa o que pode? O que não pode? Plano de Gerenciamento Costeiro Unidades de Conservação
44 Conclusão Se temos verdadeiro compromisso com o desenvolvimento sustentável e com as gerações futuras temos que aceitar que: Alguns projetos são viáveis; Outros projetos não são viáveis.
45 Muito obrigado! Darlan Airton Dias (47)
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