PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM. Unidade II

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM. Unidade II"

Transcrição

1 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM Unidade II 7 INTRODUÇÃO Como visto na unidade anterior, a estrutura teórica geral de Jean Piaget foi chamada de epistemologia genética, por desvendar os processos e os mecanismos principais do desenvolvimento cognitivo do ser humano. 1 Ele preocupou-se em saber como o conhecimento progride desde o nascimento até os aspectos mais complexos, até a formatização do conhecimento na adolescência. Praticamente explorou todas as categorias cognitivas. Concluiu que, ao longo da vida, o ser humano passa por uma série de etapas sequenciais, relacionadas com a idade, podendo, entretanto, variar para cada indivíduo. Explicou que cada estágio, ou etapas, tem muitas formas estruturais detalhadas. A essas etapas deu o nome de estágios, explicando que seus surgimentos, ou seja, sua ordem de aparecimento, são os mesmos para todas as crianças. Considerou, ainda, a influência da qualidade do meio físico e social nos quais a criança é criada. Assim, dependendo do estágio em que a criança se encontra, fornecerá explicações diferentes da realidade. Piaget demonstrou que existem quatro estágios, quatro estruturas de desenvolvimento cognitivo no ser humano: período sensório-motor, período pré-operacional, período das operações concretas e período das operações formais. Deu, assim, origem à teoria cognitiva. A teoria cognitiva de Jean Piaget apresenta quatro estágios: sensóriomotor, pré-operacional, operações concretas e operações formais. 17

2 Unidade II 8 PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR O período sensório-motor vai do nascimento até os dois anos de idade, aproximadamente. 1 1 Refere-se ao período anterior à linguagem. A vida mental reduz-se ao exercício de aparelhos reflexos, às coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário que correspondem a tendências instintivas, como a nutrição. As construções efetuam-se, exclusivamente, apoiadas em percepções e movimentos, ou seja, por meio de uma coordenação sensóriomotora das ações, sem que intervenha a representação ou o pensamento. Nesse período, predomina uma forma de inteligência empírica, exploratória, não verbal. É uma inteligência iminentemente prática. A criança soma conhecimentos pela experiência, examinando e experimentando com os objetos ao seu alcance. 2 Devido à falta de função simbólica, o bebê ainda não apresenta pensamento nem afetividade ligada a representações que permitam evocar pessoas ou objetos na ausência deles. Entretanto, um conjunto de subestruturas cognitivas é elaborado nesse período que servirão de ponto de partida para as suas construções perceptivas e intelectuais interiores, assim como certo número de reações afetivas elementares, que lhe permitirão, em parte, a afetividade subsequente. Dos movimentos espontâneos e do reflexo aos hábitos adquiridos e destes à inteligência, há progressão contínua. Inclusive, o desenvolvimento mental no decorrer dos dezoito primeiros meses da existência é particularmente rápido e importante. 1 Cada uma das idades indicadas nesta obra é, sempre, uma idade média, aproximativa. 18

3 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM A partir dos quatro meses e meio, em média, o bebê já tem a coordenação entre a visão e a preensão. Por exemplo, o bebê tem a tendência a agarrar e manipular tudo o que vê próximo a si. Pega em um cordão pendente do teto do berço e sacode, dessa maneira, todos os chocalhos suspensos acima dele. Depois, basta suspender um novo brinquedo ao teto do berço para que a criança procure o cordão, o que já constitui princípio de diferenciação entre a finalidade e o meio. Está-se no limiar da inteligência. 1 Por volta dos onze ou doze meses, a criança já procura novos meios para suas ações. Por exemplo, se um objeto distante está colocado em cima de um tapete, a criança, depois de haver tentado, sem sucesso, pegá-lo, pode, talvez por acaso, agarrar um canto do tapete, conseguindo, pouco a pouco, alcançar o objeto. No fim do período sensório-motor, a criança já é capaz de encontrar novos meios para suas ações, diminuindo, para tanto, os tateios. Assim, a criança já é capaz de reconstruir a posição do objeto que havia desaparecido de seu ângulo de visão. 2 Elkind (1972) ilustra o desenvolvimento da criança no final desse período. Se uma bola que estava à vista da criança é colocada sob uma colcha, a criança, inicialmente, olha para a mão da pessoa que está à sua frente e depois levanta a colcha para descobrir a bola. Enfatiza, assim, que essa ação se deu por meio de imagens mentais da criança. 30 Piaget (1973) afirma que, se existe uma inteligência sensóriomotora, é dificílimo precisar o momento em que ela aparece. Apesar de o bebê receber a ação do meio social, não o sente como diferente do meio físico. Durante esse período, a conduta social é de isolamento e indiferenciação. O mundo é ele e é visto sob seu ponto de vista. 19

4 Unidade II Tampouco é possível haver consciência do eu. É o egocentrismo radical do recém-nascido. Somente por volta dos onze aos dezoito meses, a criança sofre alguma modificação em relação ao meio social. Com a aquisição da linguagem, aparecem novas relações sociais que enriquecem o pensamento do indivíduo. 9 PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL O período pré-operacional vai dos dois anos até os sete anos de idade, aproximadamente. 1 Nesse período, devido à aquisição da linguagem, os objetos da percepção ganham a representação por palavras, havendo, inclusive, uma verdadeira explosão linguística. Piaget (192) salienta que, devido ao aparecimento da linguagem, as condutas são muito modificadas, tanto no aspecto afetivo quanto no intelectual. Assim, a criança torna-se, graças à linguagem, capaz de reconstruir suas ações passadas sob forma de narrativas e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal. O pensamento pré-operacional é lento e concreto. Desenvolve-se a partir de imagens concretas e estáticas da realidade, e não com sinais abstratos. O principal progresso desse período é o desenvolvimento da capacidade simbólica, tendo início a interiorização dos esquemas de ação e representação. 2 A criança, entre os dois anos e os quatro anos de idade, começa a usar símbolos mentais que representam objetos que não estão presentes. Por sua vez, é o período da fantasia, podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação. Assim, pode transformar o objeto em uma satisfação de seu prazer.

5 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM É o advento da brincadeira simbólica. Por exemplo, amarrar uma toalha no pescoço e ser o Super-homem ou mesmo pegar uma caixa de fósforos e brincar com ela como se fosse seu carrinho ou, ainda, pegar dois paus formando ângulos retos e brincar com eles como se fossem um avião. Nessa fase, o raciocínio vai do particular para o particular, ou seja, a criança acredita que um bebê não tem nome porque não fala. 1 Com aproximadamente quatro anos, o raciocínio dominante, por ser pré-lógico e fundamentado na percepção, é denominado intuição. O pensamento intuitivo não compreende a reversibilidade e a conservação. De acordo com Carla Beatris Valentini, por volta dos cinco anos e meio até os sete anos de idade, a criança começa a entender a não conservação e a conservação, ou seja, a criança já consegue acompanhar o movimento de se transformar uma bola de massa de modelar em uma salsicha. Entre as características desse período, salienta-se o pensamento egocêntrico da criança devido à sua incapacidade de assumir o papel ou se colocar sob o ponto de vista do outro. Seu pensamento continua centrado em seu próprio ponto de vista. Uma das consequências do egocentrismo, pelo fato de a criança não se colocar sob o ponto de vista do outro, é a de não sentir a necessidade de justificar seu raciocínio. 2 Por sua vez, a criança considera que tudo tem uma finalidade, que é servi-la; o acaso não é considerado. A essa característica dá-se o nome de finalismo. 30 É comum para uma criança nesse estágio atribuir vida a todos os seres, caracterizando o animismo. Assim, dá alma aos objetos. Por exemplo: O carro do papai foi dormir na garagem. 21

6 Unidade II A criança fica irritada se alguém tropeça na pedra a que deu o nome de tartaruga. Também acredita que o nome faz parte do objeto, assim como a cor e a forma dos mesmos, ou seja, por exemplo, pensar que o nome da Lua sempre foi esse e que é impossível chamá-la de outro modo. Nesse período de vida, a criança também é incapaz de reconstruir uma cadeia de raciocínios que acaba de seguir para resolver um problema. 1 Piaget (1973) explica que somente no final desse período e início do próximo é que a criança começa a compreender que uma árvore vista à direita do caminho na ida se encontra à esquerda na volta. A linguagem, nesse período, caracteriza o monólogo. As conversas entre duas crianças não têm relação com o que o outro está dizendo. Quando em grupo, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. É um monólogo coletivo. Prefere não manter uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro. A socialização, embora dentro do coletivo, é vivida de forma isolada. Não há liderança, e os pares são constantemente trocados. 2 A distinção clara entre palavras e símbolos e o que representam pode começar a aparecer no final desse período. A criança reconhece, então, que os nomes são designações arbitrárias. Essa descoberta manifesta-se, muitas vezes, nos xingamentos que tanto prevalecem nos primeiros anos de escola. 30 Com seis/sete anos de idade, as crianças já são capazes de realizar operações aritméticas elementares, tais como adição e subtração. 22

7 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS O período das operações concretas vai dos sete anos até os doze anos de idade, aproximadamente. As operações desse período são chamadas de concretas porque se baseiam diretamente nos objetos, e não ainda nas hipóteses enunciadas verbalmente. Nesse período, estabelecem-se as transições entre a ação e as estruturas lógicas mais gerais. 1 Com o pensamento operatório, muda a forma de a criança compreender o mundo. Já no início desse estágio, por volta dos sete anos de idade, as ações são interiorizadas e passam a constituir as operações. Ela consegue resolver problemas de conservação, consolidando as conservações de número, substância, volume e peso. Nesse estágio, as primeiras operações lógicas ocorrem possibilitando ao indivíduo a capacidade de classificar objetos conforme suas semelhanças ou diferenças. Ele já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho, grandeza, incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma lógica ou operatória. A criança, nesse período, já compreende as formas de reversibilidade sem, contudo, coordená-las. As operações são uma fase de transição entre as ações e as estruturas lógicas mais gerais. Evans (1980) declara: 2 As operações consistem, assim, em transformações reversíveis, podendo essa reversibilidade consistir em inversões (A A = 0) ou em reciprocidade 23

8 Unidade II (A corresponde a B e reciprocamente). Ora, uma transformação reversível não modifica tudo ao mesmo tempo, pois, do contrário, seria sem retorno. Uma transformação operatória, portanto, é sempre relativa a uma invariante, e essa invariante de um sistema de transformações constitui o que denominamos, até aqui, noção ou esquema de conservação etc.: dessarte, o esquema do objeto permanente é a invariante do grupo prático dos deslocamentos, etc. As noções de conservação podem, portanto, servir de indícios psicológicos do remate de uma estrutura operatória. A criança com sete/oito anos de idade já começa a ter condições de adquirir a noção de conservação da substância. 1 2 Uma experiência já clássica para sua demonstração é a passagem de uma mesma quantidade de líquido de um copo para outro, copos esses com diferentes larguras: uma determinada quantidade de líquido contido em um copo A é passada para outro mais estreito, B, e para outro, mais largo, C. A reação mais comum encontrada nas crianças menores, entre quatro e seis anos de idade, foi a resposta de que o líquido aumentava ou diminuía de quantidade, conforme o copo no qual o líquido estava contido. Ao que tudo indica, essas crianças pareciam raciocinar apenas sobre os estados ou configurações, desprezado as transformações: o líquido em B está mais alto do que em A, portanto aumentou de quantidade, independentemente da circunstância de ser o mesmo líquido, que foi apenas transvasado, etc. 30 Já no nível das operações concretas, as crianças com sete/ oito anos de idade, perante essa experiência, tendem a responder algo semelhante a: é a mesma água, ela só foi despejada em outro copo. Ou mesmo: não se tirou nem se juntou nada ; só é mais alto, mas é mais estreito, por isso é a mesma coisa ; não se tirou nem se acrescentou, continua a mesma quantidade. 24

9 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM Essa clássica experiência demonstra, pois, que a criança descobrirá a conservação da substância por volta dos sete/oito anos de idade. 1 2 Outras experiências sobre conservações foram apresentadas pelos estudiosos. Ao se esticar uma bola de massa de modelar, a criança no período das operações concretas já tem a capacidade de responder algo semelhante a: a bolinha só foi esticada, agora pode-se fazer uma bolinha outra vez. Neste contexto, já se nota a reversibilidade na criança: está esticada, parece mais comprido, porém é mais fininha. Esse raciocínio advém da compensação. Nesse período observa-se, também, a seriação, ou seja, ordenar os elementos segundo as grandezas crescentes ou decrescentes. A seriação consiste em procurar qual dos elementos apresentados é menor que os demais. Nesse caso, o método é operatório, porque um elemento qualquer E é compreendido de antemão como simultaneamente maior do que os precedentes (E > D, C, B, A) e menor do que os seguintes (E < F, G, etc.), o que é uma forma de reversibilidade por reciprocidade. Seu pensamento é menos egocêntrico conseguindo descentrar suas percepções e acompanhar as transformações, assim como realizar operações inversas. Se aparecem conflitos entre a percepção e o raciocínio, a criança recorre ao uso do raciocínio para fazer seus julgamentos. Ela compreende, respeita e é fiel às regras estabelecendo, inclusive, compromissos. 30 Segundo Davidoff (01), inicialmente, ou seja, por volta dos sete/oito anos de idade, a criança oscila entre o egocentrismo e a aceitação passiva dos fatos, não sendo ainda objeto de uma socialização da inteligência que possa modificar profundamente esse mecanismo. Posteriormente, entretanto, sua organização é 2

10 Unidade II a de grupo. Participam de grupos maiores, quer chefiando ou admitindo chefia. O jovem necessita participar de grupos para seu desenvolvimento intelectual, mesmo porque, se a lógica deriva de um intercâmbio entre pessoas, o pensamento somente chegará a seu nível mais alto de abstração se este for facilitado. Lima (1973, p. 13) cita Piaget: 1 A permuta intelectual entre os indivíduos é comparável a uma imensa partida de xadrez, que se desenrola sem interrupção e de tal forma que cada ação realizada sobre um ponto gera uma série de ações equivalentes ou complementares da parte de seus companheiros. Assim, a inter-relação humana, sob a ótica da inteligência, é analisada por Piaget. É no período das operações concretas que as intuições articulam-se e agrupam-se operatoriamente levando a criança a ser cada vez mais apta à cooperação. Essas ações diferem da ação por constrangimento, mesmo porque a cooperação supõe a existência de indivíduos capazes de reconhecer seu próprio ponto de vista. 2 Assim, a cooperação aparece claramente como um elemento necessário à constituição e desenvolvimento da lógica. Inclusive, Piaget (1973) entende que a lógica não é apenas um sistema de operações livres. Aparece como uma moral do pensamento, imposta e sancionada pelos outros. Sendo assim, contém, também, um caráter social, visto que abrange um conjunto de estados de consciência, sentimentos intelectuais e condutas caracterizado por certas obrigações como, por 26

11 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM exemplo, a objetividade, a necessidade de certeza e de precisão e a contradição. A cooperação leva ao equilíbrio das operações, sendo esse equilíbrio subordinado a uma capacidade indefinida de trocar com outros e, portanto, a uma reciprocidade bem definida. Para tanto, é necessária a vida social. O intercâmbio de ideias e a cooperação entre pessoas contribuem para o agrupamento de pensamento. Reforça-se a convivência social. 1 Piaget compara as trocas intelectuais a uma partida de xadrez na qual todo ato gera uma série de ações equivalentes ou complementares da parte dos que nela estão envolvidos. Dessa forma, a cooperação faz parte disso. Desde que não haja ações sociais deformantes sobre o indivíduo, o agrupamento é apenas uma forma de equilíbrio. Esse intercâmbio deve animar e entreter o jogo livre das atividades mentais. É necessário que cada pessoa seja capaz de, livremente, perceber os fatos e as coisas sem deturpá-los e respeitar a reciprocidade das atividades diversas. Vê-se, portanto, que para esse equilíbrio não bastam o pensamento individual nem uma atividade puramente social, mas a atividade operatória interna e a cooperação externa, vistas como aspectos complementares de um só e mesmo conjunto. 2 A linguagem por sua vez é socializada, tornando, assim, possível a conversação, sem que, no entanto, tenham que se discutir diferentes pontos de vista para que se chegue a uma conclusão comum. O desenvolvimento dos esquemas que permitem a conservação não acontece ao mesmo tempo em todas as áreas. 27

12 Unidade II Assim, de acordo com Valentini e Evans (1980), a aquisição das estruturas de conservação costuma acompanhar a seguinte sequência: Conservação Número Substância Área Volume líquido Peso Volume (sólidos) Idade -6 anos 7-8 anos 7-8 anos 7-8 anos 9- anos anos 11 PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS O período das operações formais vai dos doze anos até os quinze anos de idade, aproximadamente. É no período das operações formais que o jovem é capaz de raciocinar prevendo as relações que poderiam ser válidas, procurando determinar qual dessas relações possíveis tem, realmente, validade. Esse processo advém de experimentação e análise. O período das operações formais é o ápice do desenvolvimento da inteligência. 1 A distinção entre o real e o possível é uma das características essenciais desse período, o qual corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. O jovem já tem estrutura para libertar-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro e, assim, calcular probabilidades. O adolescente já é capaz de pensar sobre seus pensamentos, construir ideais e raciocinar realisticamente sobre o futuro, bem como raciocinar sobre proposições contrárias aos fatos. Por exemplo, se for colocada uma situação para uma criança supor 28

13 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM que o carvão é branco, ela provavelmente dirá: Mas o carvão é preto. Entretanto, o adolescente pode aceitar a suposição contrária aos fatos e raciocinar a partir dela. 1 A capacidade de simbolizar torna o pensamento do adolescente muito mais flexível do que o da criança. Dessa forma, as palavras podem ter duplo sentido, pois carregam mais significados, podendo significar duas coisas e outros símbolos, inclusive, os adolescentes são capazes de fornecer muito mais conceitos diante de estímulos verbais. Com o desenvolvimento das capacidades atingidas nesse período, já é possível a compreensão de metáforas. Assim, as caricaturas políticas, inclusive, não são compreendidas antes dessa fase. Piaget (1973) explica que a incapacidade da criança de entender metáforas, duplos sentidos e caricaturas ajuda a explicar por que livros como Alice no País das Maravilhas e Viagens de Gulliver são apreciados na infância de maneira diferente do que na adolescência e na idade adulta, quando seu significado social pode ser entendido. Nesse período, atinge-se a capacidade de lidar com a lógica combinatória e de considerar os fatores possíveis, ao procurar solucionar um determinado problema. Esse fato pode explicar a razão de o adolescente apresentar uma série de alternativas e, assim, uma tomada de decisão lhe ser um problema Piaget (1973) ilustra esse desenvolvimento ao comentar que o adolescente vê, agora, muitas alternativas às diretivas paternas e repugna-lhe aceitar estas sem discussão. Ele não se contenta em saber qual é a posição dos pais, também quer saber o porquê dessa posição, e está pronto a debater as virtudes da alternativa paterna em comparação com a escolhida por si e seus companheiros. 29

14 Unidade II Esses conflitos revelam, na verdade, a própria indecisão do adolescente. Paradoxalmente, dificilmente aceita que outros tomem decisões por ele. Esse conflito faz com que ele se lance em uma nova dependência, em particular com relação ao seu grupo de amigos. O adolescente exige que seus pais tomem uma decisão, ainda que seja para que ele possa rebelar-se contra a mesma. Surgem, assim, os conflitos característicos entre jovens e pais e a crescente dependência do grupo de amigos. Outra característica marcante do pensamento do jovem, nesse período, é a capacidade de ele olhar para dentro de si próprio, ou seja, pensar sobre o pensamento. 1 2 O adolescente, pela primeira vez, avalia a si mesmo pela perspectiva de terceiros, a partir do exterior. Avalia sua personalidade, inteligência e aparência. A sua autoconsciência é, simplesmente, uma manifestação dessa introspecção. Adota atitudes e ações tais como regimes alimentares, exercícios físicos ou intelectuais por encontrar discrepâncias entre o que é e o que quer ser, entre o seu eu real e o eu ideal. Quando criança, essa discrepância nem sempre é consciente, mas, para o adolescente, já tem mais força. Piaget (1973) evidencia essa atitude explicando que, uma criança com certo defeito físico pode ser feliz e otimista na meninice, mas, ao atingir a adolescência, pode apresentar depressões e vergonha, reações essas que comprometem sua vida social e afetiva. 30 Outra consequência da introspecção da adolescência é a sua preocupação com a privacidade de seus pensamentos, ou melhor, ele faz segredo de seus pensamentos. Inclusive, reconhece que pode dizer coisas que são diametralmente opostas aos seus pensamentos. Essa atitude diferencia-se de uma invenção da 30

15 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM criança, pois esta acredita na sua invenção defendendo-a como sendo verdadeira. 1 2 O adolescente, por sua vez, pode se expressar de maneira muito convincente, mas sabe, perfeitamente, que o que diz é diferente do que pensa e não acredita em suas invenções. Para tanto, cria disfarces sociais, tais como tato e polidez, de um lado, e falsidade e exploração de outro. Por sua vez, cria famílias, religiões e sociedades ideais e as compara com as que estão vigentes considerando-as deficitárias. A construção de situações ideais, quase que inteiramente intelectuais, pode explicar a rebelião dos adolescentes contra a sociedade adulta. Entretanto, continua explicando Piaget (193), o adolescente não tem muito interesse em colocar em prática suas opiniões. Por exemplo, embora manifeste sua preocupação pelas classes sociais menos favorecidas, gasta seu dinheiro na compra de roupas de marca e não em caridade. Talvez por se sentir superior aos adultos, apresenta uma não complacência perante as falhas humanas, quer suas, quer de terceiros. À medida que o jovem é forçado a adaptar-se às realidades da vida, por meio do trabalho, por exemplo, seus exageros vão diminuindo, pois começa a reavaliar o mundo adulto e, como consequência, apresenta maior plasticidade perante as suas próprias limitações, bem como as dos outros. 30 O pensamento operacional formal torna igualmente possível a compreensão das metáforas. É por essa razão que as caricaturas políticas não são compreendidas antes da adolescência. A estrutura de pensamento está apta à dialética, permitindo a discussão para se chegar a uma conclusão. 31

16 Unidade II Estabelece-se, nesse período, organização grupal e estabelecimento de cooperação e reciprocidade. O período das operações formais apresenta assimilação do real somente em função dos desenvolvimentos imaginados ou deduzidos. Essa mudança de perspectiva, em relação ao indivíduo do período das operações concretas, é fundamental, tanto do ponto de vista afetivo, quanto do ponto de vista cognitivo. Piaget esclarece (1973, p. 126): 1 Sendo a adolescência (1-18 anos) a idade da inserção do indivíduo na sociedade adulta, muito mais ainda que a idade da puberdade (13 anos mais ou menos, entre as meninas e 1 anos entre os meninos), a préadolescência caracteriza-se, ao mesmo tempo, por uma aceleração do crescimento fisiológico e somático e por esse abrir-se dos valores às possibilidades novas, para as quais já se prepara o sujeito, porque consegue antecipá-las, mercê dos novos instrumentos dedutivos. A autonomia moral, bem como a ideia de justiça social têm um alcance muito maior do que nos grupinhos sociais do nível das operações concretas. 2 Os jovens desse período apresentam também a construção de ideias ou de estruturação de valores ligados a projetos de futuro. O período das operações formais é o terreno comum do pensamento adulto e nenhum outro sistema mental acontece após esse. O desenvolvimento mental segue, na vida adulta, por meio de um aumento gradual em profundidade de compreensão. 32

17 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM 12 CONCLUSÃO O desenvolvimento mental da criança surge com a sucessão gradual de quatro estágios, ou períodos, sendo que cada um é um prolongamento do anterior e, ao mesmo tempo, conduz à construção do seguinte. 1 Apesar de haver variações nas idades médias que os caracterizam, dependendo do grau de inteligência ou do meio social, a ordem de sucessão dos períodos é constante. Nota-se que, à medida que as aquisições se afastam das origens sensório-motoras, tanto mais variável é a sua cronologia, ou seja, as datas de seu aparecimento, não a ordem de sucessão dos estágios. Esse fato ocorre devido à maior influência do meio físico e social que atinge a pessoa à medida que ela cresce. Segundo Evans (1980), a maturação orgânica constitui fator necessário e indispensável na ordem de sucessão dos estágios, mas não explica todo o desenvolvimento, e é somente mais um fator entre outros. A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência deve-se ao fato de que ficam evidenciadas, em cada uma dessas etapas, quais as possibilidades de aquisições de novos conhecimentos, ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. 2 A compreensão desse processo é fundamental para que os professores possam, também, compreender com quem estão trabalhando, muito embora a teoria cognitiva não ofereça uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Apresenta, sim, características e possibilidades de crescimento de maturação ou de aquisições, favorecendo, portanto, aos educadores, um caminho no que tange 33

18 Unidade II aos estímulos adequados para conseguirem um maior desenvolvimento de seus alunos. Lima (1980, p. 131) cita: Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de técnico do time de futebol, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia, começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ensinando... aí não está havendo uma escola piagetiana. Referências bibliográficas AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro. São Paulo: Ática, 06. CASTRO, Amália Domingues de et. al. Didática para a escola de 1º e 2º graus. São Paulo: Edibell, DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia. São Paulo: Makron, 01. ELKIND, David. Crianças e adolescentes: ensaios interpretativos sobre Jean Piaget. Rio de Janeiro: Zahar, EVANS, Richard I. Jean Piaget: o homem e suas ideias. Rio de Janeiro: Forense Universitária, FLAVELL, John H. A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira,

19 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM PIAGET, Jean. Educación y instrucción. Buenos Aires: Proteo, Encyclopédie Françase. Tome XV, 193, caps. 1 e 2. Os métodos novos e suas bases psicológicas: exame dos métodos novos. Zahar/INL/MEC, INHELDER, B. La psychologie de l enfant. Paris: Presses Universitaires de France La psychologie de l intelligence. Paris: Colin, O desenvolvimento do pensamento: equilibração das estruturas cognitivas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Guanabara, Six études en psychologie. Genéve: Gonthier, RAMOZZI-CHIAROTINO, Zélia. Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. São Paulo: EPU,

20 36 Unidade II

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO Unidade II PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO EDAAPRENDIZAGEM APRENDIZAGEM Prof. Wanderlei Sergio da Silva Contextualização Epistemologia Genética estrutura teórica de Jean Piaget desvenda os processos e mecanismos

Leia mais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia Genética (Piaget) Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia Genética (Piaget) Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Aspecto Psicológico Brasileiro Professora: Nathália Bastos JEAN PIAGET. Teoria da Epistemologia genética ou psicogenética. Concepção construtivista da inteligência. Processo de aprendizagem.

Leia mais

Idéia norteadora. Temas. Preferência. Busca principal

Idéia norteadora. Temas. Preferência. Busca principal Psicologia da Inteligência Epistemologia geral Epistemologia genética Qual é a gênese das estruturas lógicas do pensamento da criança? Como elas funcionam? Epistemologia fundada no desenvolvimento mental

Leia mais

Desenvolvimento cognitivo

Desenvolvimento cognitivo ATIVAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO Mestrado em Psicologia da Educação Ano Lectivo 2011/2012 PRINCIPAIS TEORIAS: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO A Epistemologia Genética de Jean Piaget Apontamentos biográficos

Leia mais

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget + Piaget A epistemologia genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) n Posição filosófica: o conhecimento humano é uma construção do próprio homem à CONSTRUTIVISMO n Cada pessoa constrói ativamente

Leia mais

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Rede7 Mestrado em Ensino do Inglês e Francês no Ensino Básico ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO A Epistemologia Genética de Jean Piaget Apontamentos biográficos Pressupostos básicos Conceitos

Leia mais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia Genética (Piaget) Parte 3. Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia Genética (Piaget) Parte 3. Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Aspecto Psicológico Brasileiro Parte 3 Professora: Nathália Bastos PENSAMENTO E LINGUAGEM. A origem do pensamento é anterior à linguagem (e independente dela). A linguagem é uma construção da

Leia mais

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO Para que se possa compreender de forma mais ampla o tema da afetividade na educação infantil, entendemos que primeiramente faz-se necessário

Leia mais

A Criança e o Entendimento da Morte: estágios da compreensão e do desenvolvimento. Amanda Dupin Terapeuta Ocupacional Novembro de 2016

A Criança e o Entendimento da Morte: estágios da compreensão e do desenvolvimento. Amanda Dupin Terapeuta Ocupacional Novembro de 2016 A Criança e o Entendimento da Morte: estágios da compreensão e do desenvolvimento Amanda Dupin Terapeuta Ocupacional Novembro de 2016 [Morte] "É quando não aguentamos." (Daniel Castro, 7 anos - pág. 79)

Leia mais

14- LA TAILLE, Yves. DANTAS, Heloisa e

14- LA TAILLE, Yves. DANTAS, Heloisa e 14- LA TAILLE, Yves. DANTAS, Heloisa e Concurso Público Osasco PEB I - 2017 OLIVEIRA, Marta Kohl de, Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. ed., São Paulo: Summus, 1992 PROFESSOR

Leia mais

PIAGET TEORIA PSICOGENÉTICA

PIAGET TEORIA PSICOGENÉTICA PIAGET TEORIA PSICOGENÉTICA As peculariedades do pensamento e da lógica das crianças despertaram o interesse de Jean Piaget. Ao agir sobre o meio o indivíduo incorpora a si mesmo elementos que pertencem

Leia mais

Desejo, afetividade e aprendizagem na perspectiva de Piaget 1

Desejo, afetividade e aprendizagem na perspectiva de Piaget 1 Desejo, afetividade e aprendizagem na perspectiva de Piaget 1 Luciane Magalhães Corte Real Nesta caminhada teórica, pontuamos a importância do afeto na possibilidade da construção das estruturas cognitivas.

Leia mais

PORTFÓLIO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA CATARINA SILVA

PORTFÓLIO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA CATARINA SILVA PORTFÓLIO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA CATARINA SILVA UM POUCO SOBRE MIM 3270 MODELOS PSICOLÓGICOS E FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DOCUMENTOS DA MATÉRIA Modelos Psicológicos e fases de desenvolvimento

Leia mais

O desenvolvimento cognitivo da criança. A epistemologia genética de Jean Piaget

O desenvolvimento cognitivo da criança. A epistemologia genética de Jean Piaget O desenvolvimento cognitivo da criança. A epistemologia genética de Jean Piaget Epistemologia Genética Epistemologia genética Teoria sobre a gênese e do desenvolvimento cognitivo da criança (em específico,

Leia mais

Claudia Brandelero Rizzi Algumas concepções sobre a Teoria Piagetiana

Claudia Brandelero Rizzi Algumas concepções sobre a Teoria Piagetiana Inteligência Artificial Claudia Brandelero Rizzi Algumas concepções sobre a Teoria Piagetiana 1 Construção de conhecimento Epistemologia é uma disciplina da Filosofia que se ocupa em investigar a natureza

Leia mais

Desenvolvimento como unidade progressiva:

Desenvolvimento como unidade progressiva: PIAGET DESENVOLVIMENTO É um conceito que se refere ao conjunto de transformações do ser humano ao longo da sua vida. É um processo que se inicia no momento da concepção e termina com a morte, e em que

Leia mais

DO PENSAMENTO CONCRETO DA CRIANÇA PARA O PENSAMENTO FORMAL DO ADOLESCENTE: APRENDER E ENSINAR COM JOGOS

DO PENSAMENTO CONCRETO DA CRIANÇA PARA O PENSAMENTO FORMAL DO ADOLESCENTE: APRENDER E ENSINAR COM JOGOS DO PENSAMENTO CONCRETO DA CRIANÇA PARA O PENSAMENTO FORMAL DO ADOLESCENTE: APRENDER E ENSINAR COM JOGOS Clara Brener Mindal UFPR clarabrenermindal@ufpr.br Resumo: O minicurso trabalha jogos e brincadeiras

Leia mais

Jean Piaget TEORIA COGNITIVISTA I JEAN PIAGET. Epistemologia genética. Teoria de Piaget. Piaget. Teoria piagetiana 27/04/2014

Jean Piaget TEORIA COGNITIVISTA I JEAN PIAGET. Epistemologia genética. Teoria de Piaget. Piaget. Teoria piagetiana 27/04/2014 Jean Piaget TEORIA COGNITIVISTA I JEAN PIAGET Nasce em Neuchâtel, Suíça, em 9 de agosto de 1896. Falece em Genebra, na Suíça em 1980. Biólogo. Suíço. Estuda formas de conhecimento. Paula Freire Teoria

Leia mais

BEHAVIORISMO x COGNITIVISMO

BEHAVIORISMO x COGNITIVISMO BEHAVIORISMO x COGNITIVISMO CONSTRUTIVISMO Jean Piaget (1896-1980) Psicologia do desenvolvimento EPISTEMOLOGIA GENÉTICA embriologia mental Jean Piaget (1896-1980) Psicologia do desenvolvimento EPISTEMOLOGIA

Leia mais

2 Sobre aprendizagem

2 Sobre aprendizagem 2 Sobre aprendizagem Kurt Lewin sempre buscou meios a Topologia é um deles de elevar a Psicologia ao estado de uma ciência logicamente sólida (LEWIN, 1973, p. 12), ou seja, com a possibilidade de conceitos

Leia mais

Desenvolvimento cognitivo

Desenvolvimento cognitivo PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM Educação Social, 1º Ano, 1º Semestre Desenvolvimento Cognitivo: A Epistemologia Genética de Jean Piaget Apontamentos biográficos Pressupostos básicos Conceitos

Leia mais

Definição de Inteligência, de Jean Piaget

Definição de Inteligência, de Jean Piaget Definição de Inteligência, de Jean Piaget Discussão 1: Definição de Inteligência* * Manuscrito da gravação de Jean Piaget à Rádio Suíça Romande em 06 de março de 1951 O texo foi traduzido do Francês por

Leia mais

Experiências de Piaget

Experiências de Piaget Experiências de Piaget Conclusões Como forma de complementar o trabalho de vocês sobre as experiências de Piaget são apresentadas algumas conclusões piagetianas a respeito de cada experiência. Tais conclusões

Leia mais

Profª Maúcha Sifuentes dos Santos

Profª Maúcha Sifuentes dos Santos Desenvolvimento cognitivo Profª Maúcha Sifuentes dos Santos Desenvolvimento cognitivo: o que é? Desenvolvimento cognitivo: mudanças na capacidade mental (aprendizagem, memória, raciocínio, pensamento e

Leia mais

Elaboração de Projetos

Elaboração de Projetos Elaboração de Projetos 2 1. ProjetoS Jean Piaget (1896-1980) FERRARI, Márcio. Jean Piaget: o biólogo que pôs a aprendizagem no microscópio. Nova Escola, São Paulo, jul. 2008. Edição especial grandes pensadores.

Leia mais

(1970) Jean Piaget. Não pode ser concebido como algo predeterminado. As estruturas internas do sujeito resultam de uma construção efetiva e contínua.

(1970) Jean Piaget. Não pode ser concebido como algo predeterminado. As estruturas internas do sujeito resultam de uma construção efetiva e contínua. (1970) Jean Piaget Caráter interdisciplinar epistem- familiaridade com uma matéria, entendimento, habilidade, conhecimento científico, Ciência epistemologia reflexão geral em torno da natureza, etapas

Leia mais

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE PROVA FUNDEPES/COPEVE- UFAL - UNCISAL. RAFAEL TREVIZOLI NEVES PSICÓLOGO CRP 06/ COLABORADOR EducaPsico

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE PROVA FUNDEPES/COPEVE- UFAL - UNCISAL. RAFAEL TREVIZOLI NEVES PSICÓLOGO CRP 06/ COLABORADOR EducaPsico RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE PROVA FUNDEPES/COPEVE- UFAL - UNCISAL RAFAEL TREVIZOLI NEVES PSICÓLOGO CRP 06/107847 COLABORADOR EducaPsico Novembro/2014 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE PROVA FUNDEPES/COPEVE-UFAL UNCISAL

Leia mais

ARTIGO. As concepções de desenvolvimento e aprendizagem na teoria psicogenética de Jean Piaget.

ARTIGO. As concepções de desenvolvimento e aprendizagem na teoria psicogenética de Jean Piaget. ARTIGO 13 As concepções de desenvolvimento e aprendizagem na teoria psicogenética de Jean Piaget. Ana Lúcia Jankovic Barduchi Mestre em Psicologia pela USP, Doutoranda em Educação pela Unicamp. Professora

Leia mais

TENDÊNCIAS PEDAGÍGOCAS SEGUNDO PIAGET

TENDÊNCIAS PEDAGÍGOCAS SEGUNDO PIAGET TENDÊNCIAS PEDAGÍGOCAS SEGUNDO PIAGET Piaget chama de epistemologia a sua teoria porque está centralizada no conhecimento científico. O seu estudo é principalmente centrado em compreender como o aprendiz

Leia mais

O desenvolvimento em Piaget e Vigotskii

O desenvolvimento em Piaget e Vigotskii O desenvolvimento em Piaget e Vigotskii Piaget e Vigotskii Piaget estruturalismo a hipótese da equilibração: o sistema cognitivo caminha em direção ao equilíbrio; assimilação e acomodação: as invariantes

Leia mais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 3. Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 3. Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Aspecto Psicológico Brasileiro Parte 3 Professora: Nathália Bastos A INFÂNCIA Para Wallon a infância é considerada uma obra em construção. A primeira condição para a construção da pessoa do eu

Leia mais

VISÃO INTERACIONISTA DO JOGO: PIAGET E VYGOTSKY

VISÃO INTERACIONISTA DO JOGO: PIAGET E VYGOTSKY VISÃO INTERACIONISTA DO JOGO: PIAGET E VYGOTSKY Piaget Para Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios do desenvolvimento cognitivo.

Leia mais

Psicopedagoga Evelyn Leite

Psicopedagoga Evelyn Leite PROVAS OPERATÓRIAS Psicopedagoga Evelyn Leite Professora de Língua Portuguesa; Especialista em Psicopedagoga clínica e institucional; Direção CAAPCI - Centro de Atendimento e Assessoria em Psicologia e

Leia mais

O PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

O PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO O PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO MARISA BELMUDES MARTINEZ Falar do processo de desenvolvimento cognitivo do homem é nos fazer refletir sobre nossa própria maneira de construir o conhecimento. Esse

Leia mais

Introdução à obra de Wallon

Introdução à obra de Wallon Henri Wallon Introdução à obra de Wallon A atividade da criança: conjunto de gestos com significados filogenéticos de sobrevivência. Entre o indivíduo e o meio há uma unidade indivisível. A sociedade é

Leia mais

» Linguagem. Desenvolvimento de linguagem - introdução

» Linguagem. Desenvolvimento de linguagem - introdução Conhecendo como a criança se desenvolve * entender e perceber o desenvolvimento desviante Profa. Dra. Sandra Cristina Fonseca Pires Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - FCMSCSP *

Leia mais

Tópicos Especiais em Educação

Tópicos Especiais em Educação Tópicos Especiais em Educação Física II Unidade I -Cognição - Prof. Esp. Jorge Duarte Cognição Um dos objetivos do sistema de ensino é promover o desenvolvimento cognitivo da criança. Esse desenvolvimento

Leia mais

PIAGET Teoria Psicogenética PIAGET

PIAGET Teoria Psicogenética PIAGET PIAGET PIAGET Teoria Psicogenética Como chegamos a conhecer algo? Como os homens constroem o conhecimento? Categorias básicas de pensamento: Tempo, espaço, causalidade e quantidade Explica porque as crianças

Leia mais

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UAB A epistemologia genética de Jean Piaget Resumo Quem foi Piaget? - Nasceu na Suíça

Leia mais

Um estudo da capacidade de pensamento lógico nos calouros dos cursos de ciências

Um estudo da capacidade de pensamento lógico nos calouros dos cursos de ciências Um estudo da capacidade de pensamento lógico nos calouros dos cursos de ciências ARE COLLEGES CONCERNED WITH INTELECTUAL DEVELOPMENT? Joe W. McKinnon e John W. Renner (Universidade de Oklahoma) American

Leia mais

TEORIAS DA APRENDIZAGEM

TEORIAS DA APRENDIZAGEM TEORIAS DA APRENDIZAGEM Professora Mônica Caetano Vieira da Silva UNIDADE DE ESTUDO 08 HENRI WALLONS E A PSICOGÊNESE DA PESSOA Henri Wallon nasceu na França em 1879. Dedicou-se ao estudo da medicina, filosofia

Leia mais

PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI

PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI SEGUNDA AULA: 1. Sócio-Interacionismo Lev Vygotsky importância das trocas sociais para a aprendizagem; linguagem como possibilitadora da elaboração do pensamento. 2. Interacionismo/Contrutivismo

Leia mais

O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL SOB A ÓTICA DE JEAN PIAGET

O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL SOB A ÓTICA DE JEAN PIAGET O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL SOB A ÓTICA DE JEAN PIAGET Edvânia dos Santos Silva Stefanny Alves dos Santos Vanessa Matias de Jesus RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar o desenvolvimento

Leia mais

A TEORIA SÓCIO-CULTURAL DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO. Leon S. Vygotsky ( )

A TEORIA SÓCIO-CULTURAL DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO. Leon S. Vygotsky ( ) A TEORIA SÓCIO-CULTURAL DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO Leon S. Vygotsky (1896-1934) O CONTEXTO DA OBRA - Viveu na União Soviética saída da Revolução Comunista de 1917 - Materialismo marxista - Desejava reescrever

Leia mais

A teoria genética de Piaget. Professora Cibelle Celestino Silva IFSC USP

A teoria genética de Piaget. Professora Cibelle Celestino Silva IFSC USP A teoria genética de Piaget Professora Cibelle Celestino Silva IFSC USP Jean Piaget (1896-1980) biólogo suíço estudou a interação de moluscos com o meio ambiente Jean Piaget (1896-1980) os moluscos, como

Leia mais

Unidade I PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA. Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro

Unidade I PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA. Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro Unidade I PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro Ementa Estudo da teoria do desenvolvimento psicológico de Jean Piaget (1896-1980) e de seus desdobramentos nas dimensões socioafetivas

Leia mais

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Aisi Anne F. SILVEIRA 1 ; Sindynara FERREIRA 2 ; Gabriely FERREIRA 3 RESUMO Visto a relevância deste tema nos dias atuais, objetivou-se com este trabalho, um levantamento

Leia mais

A Docente. Boas Vindas! Psicologia da EducaçãoII

A Docente. Boas Vindas! Psicologia da EducaçãoII A Docente Professora: Elisabete Martins da Fonseca Psicologia da EducaçãoII Profa. Elisabete Martins da Fonseca Boas Vindas! Conquistar por si mesmo um certo saber, com a realização de pesquisas livres,

Leia mais

Colégio Valsassina. Modelo pedagógico do jardim de infância

Colégio Valsassina. Modelo pedagógico do jardim de infância Colégio Valsassina Modelo pedagógico do jardim de infância Educação emocional Aprendizagem pela experimentação Educação para a ciência Fatores múltiplos da inteligência Plano anual de expressão plástica

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Profa Dra Maria Beatriz Martins Linhares Professora Associada

Leia mais

Trabalho apresentado na disciplina Psicologia da Educação III Prof. Dra. Luciene Tognetta. Jaqueline Freitas Naiara Massola Sara Chierici

Trabalho apresentado na disciplina Psicologia da Educação III Prof. Dra. Luciene Tognetta. Jaqueline Freitas Naiara Massola Sara Chierici Trabalho apresentado na disciplina Psicologia da Educação III Prof. Dra. Luciene Tognetta Jaqueline Freitas Naiara Massola Sara Chierici Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 2016 1 Sondar

Leia mais

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU PLANO ANUAL DE ATIVIDADES SALA 1 AREAS OBJETIVOS ESTRATÉGIAS RECURSOS MATERIAS/HUMANOS

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU PLANO ANUAL DE ATIVIDADES SALA 1 AREAS OBJETIVOS ESTRATÉGIAS RECURSOS MATERIAS/HUMANOS AREAS OBJETIVOS ESTRATÉGIAS RECURSOS MATERIAS/HUMANOS SOCIO-AFETIVO PSICO-MOTOR Estabelecer uma relação afetiva com base no seu desenvolvimento global; Favorecer a compreensão da sua relação com os outros;

Leia mais

O PIBID COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA UMA PEDAGOGIA LIVRE E CRIATIVA

O PIBID COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA UMA PEDAGOGIA LIVRE E CRIATIVA O PIBID COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA UMA PEDAGOGIA LIVRE E CRIATIVA Laurena Fragoso Martinez Blanco Acadêmica do Curso de Pedagogia da UNICENTRO Irati e bolsista do Programa Institucional de Iniciação á

Leia mais

Jogar e desenvolver o raciocínio lógico. Profa. Dra. Adriana M. Corder Molinari

Jogar e desenvolver o raciocínio lógico. Profa. Dra. Adriana M. Corder Molinari Jogar e desenvolver o raciocínio lógico Profa. Dra. Adriana M. Corder Molinari dri.corder@uol.com.br 1 RACIOCÍNIO LÓGICO -MATEMÁTICO O QUE É? QUANDO VOCÊ UTILIZA ESTE TIPO DE RACIOCÍNIO? COM QUAIS ÁREAS

Leia mais

A CONSTRUÇÃO DOS PROCESSOS MENTAIS BÁSICOS PARA O CONHECIMENTO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DE JOGOS

A CONSTRUÇÃO DOS PROCESSOS MENTAIS BÁSICOS PARA O CONHECIMENTO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DE JOGOS A CONSTRUÇÃO DOS PROCESSOS MENTAIS BÁSICOS PARA O CONHECIMENTO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DE JOGOS LOURDES PELKA BARRIOS 1, ANA PAULA COSER SETTI 2, RENATA APARECIDA DE FARIA 3, SABRINA AZEVEDO DE OLIVEIRA

Leia mais

Simulado. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Prof. Lucas Leonardo

Simulado. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Prof. Lucas Leonardo Simulado Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Prof. Lucas Leonardo Sobre o Simulado Dividam-se em grupos de até 8 pessoas. Cada grupo terá exatamente 2 minutos para ler, discutir e anotar em uma folha a resposta

Leia mais

O construtivismo e o construcionismo fundamentando a ação docente em ambiente informatizado. Anair Altoé Marisa Morales Penati

O construtivismo e o construcionismo fundamentando a ação docente em ambiente informatizado. Anair Altoé Marisa Morales Penati O construtivismo e o construcionismo fundamentando a ação docente em ambiente informatizado. Anair Altoé Marisa Morales Penati Construtivismo Teoria que explica como a inteligência humana se desenvolve,

Leia mais

Importância do estudo de McKinnon e Renner

Importância do estudo de McKinnon e Renner Um estudo da capacidade de pensamento lógico nos calouros dos cursos de ciências ARE COLLEGES CONCERNED WITH INTELECTUAL DEVELOPMENT? Joe W. McKinnon e John W. Renner (Universidade de Oklahoma) American

Leia mais

Partir á descoberta!

Partir á descoberta! Partir á descoberta! TEMA:Partir á descoberta! EDUCADORA DE INFÂNCIA: Deolinda Alves AUXILIARES DE AÇÃO EDUCATIVA: Paula Santos e Ondina Gomes ANO ESCOLAR 2018/2019 Página 1 de 7 AREAS OBJETIVOS ESTRATÉGIAS

Leia mais

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO MOTOR: Um Estudo Comparativo em Crianças entre Sete e Dez Anos

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO MOTOR: Um Estudo Comparativo em Crianças entre Sete e Dez Anos DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO MOTOR: Um Estudo Comparativo em Crianças entre Sete e Dez Anos Resumo O presente estudo teve como objetivo realizar uma breve discussão literária entre o desenvolvimento

Leia mais

E.E. SENADOR LUIZ NOGUEIRA MARTINS ATPC 11 DE AGOSTO 2017 PC: ANA LUCIA FAZANO PARTE 2

E.E. SENADOR LUIZ NOGUEIRA MARTINS ATPC 11 DE AGOSTO 2017 PC: ANA LUCIA FAZANO PARTE 2 E.E. SENADOR LUIZ NOGUEIRA MARTINS A MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO - MATEMÁTICA A MRA/SARESP é um recorte do Currículo de Matemática. Ela reúne um conjunto de habilidades as quais se espera terem

Leia mais

23/04/2014. PIAGET: Estágios do desenvolvimento cognitivo. Estágio sensório motor (0-2 anos) PIAGET: estágios do desenvolvimento

23/04/2014. PIAGET: Estágios do desenvolvimento cognitivo. Estágio sensório motor (0-2 anos) PIAGET: estágios do desenvolvimento FNC - CURSO DE PEDAGOGIA Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem PIAGET: estágios do desenvolvimento PIAGET: Estágios do desenvolvimento cognitivo Profa. Miriam Araújo 1. Estágio Sensório-Motor

Leia mais

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS Conhecimento do Mundo Formação Pessoal e Social Movimento Linguagem Oral e Escrita Identidade e Autonomia Música Natureza e Sociedade Artes Visuais Matemática OBJETIVOS

Leia mais

Já nos primeiros anos de vida, instala-se a relação da criança com o conhecimento

Já nos primeiros anos de vida, instala-se a relação da criança com o conhecimento Materiais didáticos coleção tantos traços Já nos primeiros anos de vida, instala-se a relação da criança com o conhecimento O material Tantos Traços foi elaborado para promover a Educação Infantil de forma

Leia mais

O meu mundo! Plano Anual de Atividades - Berçário CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU

O meu mundo! Plano Anual de Atividades - Berçário CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU O meu mundo! Educadora de Infância: Sofia Marques Auxiliar da ação educativa: Idalina Alexandre Auxiliar da ação educativa: Manuela Oliveira Página 1 de 5 INTRODUÇÃO O plano de atividades é, como o nome

Leia mais

PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP. Teorias de aprendizagem. Aprendizagem e memória. Desenvolvimento cognitivo. Teorias de aprendizagem

PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP PPGEP. Teorias de aprendizagem. Aprendizagem e memória. Desenvolvimento cognitivo. Teorias de aprendizagem Teorias de aprendizagem Aprendizagem e memória Comportamentalista (S-R) acentua a relação entre estímulo e comportamento observável fatores que facilitam a aprendizagem: exercício (aumenta a força de conexão

Leia mais

Construções Lógico Matemáticas Aula 05. IMES Fafica Curso de Pedagogia 2º Ano Prof. MSc. Fabricio Eduardo Ferreira

Construções Lógico Matemáticas Aula 05. IMES Fafica Curso de Pedagogia 2º Ano Prof. MSc. Fabricio Eduardo Ferreira Construções Lógico Matemáticas Aula 05 IMES Fafica Curso de Pedagogia 2º Ano Prof. MSc. Fabricio Eduardo Ferreira fabricio@fafica.br O desenvolvimento do raciocínio lógico na criança, segundo Piaget Jean

Leia mais

Aplicação das Provas Piagetianas Segundo o Método Clínico: Um Estudo Experimental com Crianças de 5 a 9 anos.

Aplicação das Provas Piagetianas Segundo o Método Clínico: Um Estudo Experimental com Crianças de 5 a 9 anos. Aplicação das Provas Piagetianas Segundo o Método Clínico: Um Estudo Experimental com Crianças de 5 a 9 anos. SANTOS, Alan Ferreira dos [1] SANTOS, Alan Ferreira dos. Aplicação das Provas Piagetianas Segundo

Leia mais

Assunto: O Problema Docente

Assunto: O Problema Docente Universidade Federal de Roraima Departamento de Matemática Licenciatura em Matemática Didática da Matemática II Tema nº2: Fundamentos didáticos da resolução problema como metodologia para a aprendizagem.

Leia mais

Tópicos em Ensino de Física

Tópicos em Ensino de Física AULA 3 Prof. Dr. Hércules A. Oliveira UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa Departamento Acadêmico de Matemática Mestrado Profissional em Ensino de Ciência e Tecnologia Cognitivismo

Leia mais

O Desenvolvimento da criança. Psicologia Aplicada a Educação Prof. Marcos Romão

O Desenvolvimento da criança. Psicologia Aplicada a Educação Prof. Marcos Romão O Desenvolvimento da criança Psicologia Aplicada a Educação Prof. Marcos Romão O desenvolvimento O Desenvolvimento Humano, é mais uma área de estudos da Psicologia desde o nascimento até a vida adulta,

Leia mais

CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA. Profº Ney Jansen Sociologia

CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA. Profº Ney Jansen Sociologia CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen Sociologia Ao problematizar a relação entre indivíduo e sociedade, no final do século XIX a sociologia deu três matrizes de respostas a essa questão: I-A sociedade

Leia mais

LEV VYGOTSKY 1896/1934

LEV VYGOTSKY 1896/1934 TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA LEV VYGOTSKY 1896/1934 Dados Biográficos - Nasceu em Orsha, Bielorussia, em 17 de novembro de 1896. - Judeu, pertencente a uma família culta e bastante numerosa. Era o segundo de

Leia mais

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS Conhecimento do Mundo Formação Pessoal e Social Movimento Linguagem Oral e Escrita Identidade e Autonomia Música Natureza e Sociedade Artes Visuais Matemática OBJETIVOS

Leia mais

CURRÍCULO centrado em competências básicas da

CURRÍCULO centrado em competências básicas da CURRÍCULO centrado em competências básicas da atividade profissional Prof. Isauro Beltran Nünes DEPED/CCSA CURRÍCULO centrado em competências básicas da atividade profissional Profissão tem um objeto de

Leia mais

Vygotsky ( ) Vygotsky e a construção sóciohistórica. desenvolvimento. Prof. Daniel Abud Seabra Matos

Vygotsky ( ) Vygotsky e a construção sóciohistórica. desenvolvimento. Prof. Daniel Abud Seabra Matos Vygotsky (1896 1934) Vygotsky e a construção sóciohistórica do desenvolvimento Prof. Daniel Abud Seabra Matos Vygotsky e a construção sócio-histórica do desenvolvimento Aspecto característico da psicologia

Leia mais

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

DESENVOLVIMENTO SOCIAL FACULDADE DE MEDICINA USP DEPARTAMENTO DE NEUROCIÊNCIAS E CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO DESENVOLVIMENTO SOCIAL Profa Dra Maria Beatriz Martins Linhares Professora Associada Faculdade de Medicina de Ribeirão

Leia mais

Desenvolvimento Motor de 5 a 10 anos ACADÊMICOS: FERNANDO FÁBIO F. DE OLIVEIRA CARLOS ALEXANDRE DA SILVA ALEXIA REGINA KURSCHNER

Desenvolvimento Motor de 5 a 10 anos ACADÊMICOS: FERNANDO FÁBIO F. DE OLIVEIRA CARLOS ALEXANDRE DA SILVA ALEXIA REGINA KURSCHNER Desenvolvimento Motor de 5 a 10 anos ACADÊMICOS: FERNANDO FÁBIO F. DE OLIVEIRA CARLOS ALEXANDRE DA SILVA ALEXIA REGINA KURSCHNER Introdução Para Gallahue (2003), O Desenvolvimento é o processo continuo

Leia mais

COORDENAÇÃO APLICADA AO FUTSAL PROF. RICARDO PACE

COORDENAÇÃO APLICADA AO FUTSAL PROF. RICARDO PACE COORDENAÇÃO APLICADA AO FUTSAL PROF. RICARDO PACE Introdução As capacidades coordenativas servem como base para a execução de qualquer movimento humano, em que é necessária a percepção do próprio corpo,

Leia mais

Monitor de Creche ou Assistente de Desenvolvimento Infantil?

Monitor de Creche ou Assistente de Desenvolvimento Infantil? Monitor de Creche ou Assistente de Desenvolvimento Infantil? A Profª Rosângela Delage Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental Formação em Orientação Educacional pela Universidade de Nice/França

Leia mais

IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras / SP Instituição: - Editora:

IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras / SP Instituição:  - Editora: CURSO ONLINE DE PEDAGOGIA ESPÍRITA JEAN PIAGET IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras / SP Instituição: www.ide.org.br - Editora: www.ideeditora.com.br JEAN PIAGET Claparède na mesma linha de pensamento.

Leia mais

Desenvolvimento, aprendizagem e educação: a influência da abordagem histórico-cultural na escola

Desenvolvimento, aprendizagem e educação: a influência da abordagem histórico-cultural na escola Desenvolvimento, aprendizagem e educação: a influência da abordagem histórico-cultural na escola Essa abordagem propõe que se trabalhe com os indicadores de desenvolvimento proximal, que revelariam os

Leia mais

com que seja possível, dia após dia, reconhecer que continuamos a ser a mesma pessoa e eu o mundo ainda é o nosso mundo.

com que seja possível, dia após dia, reconhecer que continuamos a ser a mesma pessoa e eu o mundo ainda é o nosso mundo. 1-Mostra como a dimensão social e cultural é determinante no processo de tornar-se humano. Para se tornar humano, este tem que passar por processos de aprendizagens de formas partilhadas e reconhecíveis

Leia mais

VYGOTSKY Teoria sócio-cultural. Manuel Muñoz IMIH

VYGOTSKY Teoria sócio-cultural. Manuel Muñoz IMIH VYGOTSKY Teoria sócio-cultural Manuel Muñoz IMIH BIOGRAFIA Nome completo: Lev Semynovich Vygotsky Origem judaica, nasceu em 5.11.1896 em Orsha (Bielo- Rússia). Faleceu em 11.6.1934, aos 37 anos, devido

Leia mais

MÚSICA COMO INSTRUMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA INTERVENÇÃO COGNITIVA. Fabiano Silva Cruz Educador Musical/ Psicopedagogo

MÚSICA COMO INSTRUMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA INTERVENÇÃO COGNITIVA. Fabiano Silva Cruz Educador Musical/ Psicopedagogo MÚSICA COMO INSTRUMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA INTERVENÇÃO COGNITIVA Fabiano Silva Cruz Educador Musical/ Psicopedagogo (gravewild@yahoo.com.br) APRESENTAÇÃO Fabiano Silva Cruz Graduado em composição e arranjo

Leia mais

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU PLANO ANUAL DE SALA SALA 1. Crescer a brincar ANO ESCOLAR 2016/2017

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR - VISEU PLANO ANUAL DE SALA SALA 1. Crescer a brincar ANO ESCOLAR 2016/2017 Crescer a brincar Educadora de Infância: Daniela Caiado Auxiliares de Ação Educativa: Fátima Soares e Marlene Esteves ANO ESCOLAR 2016/2017 Página 1 de 5 Áreas Objetivos Estratégias Recursos Humanos e

Leia mais

Será Culpa ou Vergonha?

Será Culpa ou Vergonha? Será Culpa ou Vergonha? Aprenda a distinguir e a lidar com estas emoções! O que são? A vergonha e culpa são emoções auto-conscientes que fazem parte do sistema moral e motivacional de cada indivíduo. Estas

Leia mais

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência Metodologia para a Pesquisa em Ensino de Ciências O Método Cientifico. Classificação das pesquisas segundo o problema, objetivos

Leia mais

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO FACULDADE DE MEDICINA USP DEPARTAMENTO DE NEUROCIÊNCIAS E CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO 2017 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO Profa Dra Maria Beatriz Martins Linhares Professora Associada Faculdade de Medicina

Leia mais

André Oraboni Carvalho 1 Michael Ferreira 2

André Oraboni Carvalho 1 Michael Ferreira 2 BRINQUEDOS MATEMÁTICOS: UMA INVESTIGAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETO TÉCNICOS E FÍSICOS PARA A ESTIMULAÇÃO DO RACIOCÍNIO LÓGICO- MATEMÁTICO EM CRIANÇAS André Oraboni Carvalho 1 Michael Ferreira 2

Leia mais

Acadêmicos: Luis Szczuk Paloma Diedrich Shayda Muniz

Acadêmicos: Luis Szczuk Paloma Diedrich Shayda Muniz Acadêmicos: Luis Szczuk Paloma Diedrich Shayda Muniz O ser humano, estando em contato com o mundo, necessita estar captando e reagindo aos estímulos que estão no ambiente, necessita transformá-los mentalmente

Leia mais

Preparação para Concursos 2017 Simulado Teóricos da Educação SIMULADO

Preparação para Concursos 2017 Simulado Teóricos da Educação SIMULADO Preparação para Concursos 2017 Simulado Teóricos da Educação SIMULADO QUESTÃO 1 Na psicogenética de Henri Walon, a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa

Leia mais

Aula expositiva de análise e discussão do texto:

Aula expositiva de análise e discussão do texto: Material didático elaborado para História e Filosofia da Psicologia Docente: Danilo Silva Guimarães (IPUSP) Aula expositiva de análise e discussão do texto: Piaget, J. (1972) Los dos problemas principales

Leia mais

CEMAF SME Rio Claro PEB I

CEMAF SME Rio Claro PEB I CEMAF SME Rio Claro PEB I KAMII, Constance. A Criança e o Número: implicações da teoria de Piaget para atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. 6ª edição. Campinas, São Paulo: Papirus. 1990. Prof. M.Sc.

Leia mais

Atendemos na Feira de artesanato Miramar no Largo da Alfandega SC Fone: celular:

Atendemos na Feira de artesanato Miramar no Largo da Alfandega SC Fone: celular: O jogo provoca um conflito interno, que leva o indivíduo a encontrar soluções aos seus problemas. Seu pensamento sai enriquecido e reestruturado, apto a lidar com novas transformações. O jogo assume, portanto

Leia mais

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Aspectos Psicológicos da Educação TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Prof. Stephanie Gurgel Howard Gardner Cientista norte americano Formado no campo da psicologia e da neurologia

Leia mais

Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática

Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática Metodologia do Trabalho Científico O Método Cientifico: o positivismo, a fenomenologia, o estruturalismo e o materialismo dialético. Héctor José

Leia mais

Roteiro de trabalho para o 1o ano

Roteiro de trabalho para o 1o ano Roteiro de trabalho para o 1o ano No volume do 1º ano estão assim organizados os conteúdos e as habilidades a serem desenvolvidos no decorrer do ano. LIÇÃO CONTEÚDO OBJETOS 1. Grandezas e medidas Comparação

Leia mais

Brincar é importante para as crianças? Por que? Brincadeira/ satisfação/ prazer : são termos de uma mesma equação? Sempre que a criança brinca, ela

Brincar é importante para as crianças? Por que? Brincadeira/ satisfação/ prazer : são termos de uma mesma equação? Sempre que a criança brinca, ela BRINCADEIRA Brincar é importante para as crianças? Por que? Brincadeira/ satisfação/ prazer : são termos de uma mesma equação? Sempre que a criança brinca, ela está satisfeita e feliz? Brincadeira como

Leia mais