possibilidade de leitura da linguística geral de Ferdinand de Saussure João Pessoa

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2 Livro produzido pelo projeto Para ler o digital: reconfiguração do livro na cibercultura - PIBIC/UFPB Departamento de Mídias Digitais - DEMID / Núcleo de Artes Midiáticas - NAMID Grupo de Pesquisa em Processos e Linguagens Midiáticas - Gmid/PPGC/UFPB Mônica Nóbrega Coordenador do Projeto Marcos Nicolau Capa Keila Lourenço Editoração Digital Fabrícia Guedes Alunos Integrantes do Projeto Fabrícia Guedes Filipe Almeida Keila Lourenço Maria Alice Lemos Marriett Albuquerque Natan Pedroza Rennam Virginio O ponto de vista do sistema: Possibilidade de uma leitura da linguítica geral de Ferdinand de Saussure Mônica Nóbrega Série Periscópio - 21 O ponto de vista do sistema: possibilidade de leitura da linguística geral de Ferdinand de Saussure MARCA DE FANTASIA Av. Maria Elizabeth, 87/ João Pessoa, PB editora@marcadefantasia.com A editora Marca de Fantasia é uma atividade do Grupo Artesanal - CNPJ / e um projeto do Namid - Núcelo de Artes Midiáticas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB Diretor: Henrique Magalhães Conselho Editorial: Edgar Franco - Pós-Graduação em Cultura Visual (FAV/UFG) Edgard Guimarães - Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA/SP) Elydio dos Santos Neto - Pós-Graduação em Educação da UMESP Marcos Nicolau - Pós-Graduação em Comunicação da UFPB Paulo Ramos - Departamento de Letras (UNIFESP) Roberto Elísio dos Santos - Mestrado em Comunicação da USCS/SP Wellington Pereira - Pós-Graduação em Comunicação da UFPB João Pessoa N754p Nóbrega, Mônica O ponto de vista do sistema: Possibilidade de uma leitura da linguítica geral / Mônica Nóbrega. - João Pessoa: Marca de Fantasia, p.: (Série Periscópio, 21). ISBN Releitura sausseriana. 2. Sistema linguístico 3. Valor linguístico CDU: 801

3 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 7 Palavra minha Matéria, minha criatura, palavra Que me conduz Mudo E que me escreve desatento, palavra (Chico Buarque de Holanda)

4 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 9 SUMÁRIO PREFÁCIO DAS ORIGENS DE UM TEMA: OS CAMINHOS DO LIVRO...14 DAS ORIGENS DE UM MESTRE: OS CAMINHOS DE SAUSSURE E DA SUA LINGUÍTICA OS ESTUDOS DE SAUSSURE: POR ONDE COMEÇAR DO CLG AOS MANUSCRITOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES LÍNGUA OU FALA? A ESCOLHA DE UM OBJETO O CLG e o objeto da linguística Godel e a dicotomia língua e fala A exclusão da fala da ciência linguística e a noção de valor Língua: condenada a circular O SISTEMA LINGUÍSTICO SAUSSURIANO Identidade linguística: O ponto de partida para o sistema? A identidade linguística e o CLG O signo linguístico: Um conceito entre semiologia e linguística? A exclusão da coisa Quanto à arbitrariedade do signo Quanto ao caráter linear do significante O valor linguístico Relações sintagmáticas e associativas Os anagramas: o texto sob o texto PARA CONCLUIR REFERÊNCIAS

5 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 11 Prefácio O livro que tenho o prazer de apresentar ao leitor já integrou uma tese de doutorado de cuja banca de avaliação fiz parte. Assim anunciado, pareço querer apenas alertar o leitor de que se trata de reflexão que, tendo sido abalizada por um grupo de especialistas, é correta, devendo, portanto, ser recebida com aceite por todos. Ora, mesmo que, em linhas gerais, o sentido de minhas palavras não se oponha a tal conclusão, não é a ela que quero fazer referência. Minha intenção, ao sublinhar ser este livro oriundo de uma tese, é lembrar as condições em que fora enunciada para, enfim, poder falar da importância do surgimento do livro. O trabalho de Mônica surgiu num momento do contexto da linguística brasileira em que não era tão comum falar em Ferdinand de Saussure. Lembro-me da surpresa que causava dizer, naquele momento, que se escrevia uma tese sobre Saussure. Muitos se apressavam em perguntar Ainda há o que ser dito sobre Saussure?. Hoje percebo que essa pergunta - quase uma inquirição - parece indicar que a linguística brasileira se relacionou com Saussure de maneira bastante singular e com parâmetros nada similares aos utilizados pela linguística européia. A verdade é que, durante os anos de introdução do pensamento saussuriano nos bancos acadêmicos, entre nós, se tornou lugar comum afirmar que a linguística de origem Saussuriana é responsável pelo alçamento científico da disciplina, mas também se minimizou a pertinência desse pensamento. Durante muito tempo, Saussure fora apresentado nos cursos de introdução à linguística de maneira paradoxal. É como se, colado ao gesto de reconhecimento da fundação, estivesse uma necessidade de abandono. O raciocínio parecia ser este: Ferdinand de Saussure instituiu a linguística como ciência, deu-lhe método e objeto, mas sua teoria está ultrapassada, logo seu ato fundador é um fato que pertence tão-somente à história das idéias linguísticas. Exemplos não faltam: boa parte dos livros de introdução à linguística utilizados em nossas universidades faz referência, especialmente à obra póstuma de Saussure, como sendo um marco que inaugura um saber científico da linguística, no entanto, há a glosa: Saussure é passado, a linguística que merece crédito é atual. Na contramão desse senso comum, testemunha-se, na última década no Brasil, um movimento de retomada do pensamento saussuriano, motivado pela publicação de manuscritos e por estudos sobre a gênese das teorias linguísticas. Muito se tem dito sobre a atualidade do pensamento saussuriano, excelentes trabalhos têm sido responsáveis por uma verdadeira efervescência em torno da obra de Ferdinand de Saussure.

6 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 13 Não é exagero admitir que Saussure foi redescoberto. Os dogmas que se cristalizaram em torno de uma leitura ortodoxa do Curso de linguística geral foram colocados em suspenso. Hoje em dia, reinterpretam-se as famosas dicotomias, descobrem-se novos conceitos, vislumbram-se outros parâmetros de cientificidade. Assim, Saussure é reconduzido à posição de fundador. Dessa vez, não pelas certezas que pode fornecer, mas pela incompletude que sua obra convoca. É revigorante para a linguística reler Saussure a partir da aceitação de que seu pensamento é inacabado. É entusiasmador perceber que O Curso de linguística geral registra magistralmente o percurso de um saber, mas que ele é apenas um registro possível dentre outros. É ético lembrar que Saussure era um professor que, durante os três cursos ministrados em Genebra, elaborou um pensamento, mas que, em momento algum, o considerou acabado. A tese de Mônica Nóbrega pertence a esse movimento. Portanto, este livro que reproduz parcialmente sua tese - pode, e deve, ser visto como integrante de um esforço empreendido pela linguística brasileira de voltar a Saussure. Desse movimento a autora é co-fundadora. Ela faz parte do grupo que falou antes de Saussure. Este é um dos méritos deste livro: chamar a atenção para o muito que ainda não se tinha dito sobre Ferdinand de Saussure. Isso dito, cabe ainda fazer uma pequena observação que, a meus olhos, é determinante do entendimento que se possa ter do livro. O enlace de Mônica com Saussure se faz pela via da sala de aula. Mônica recupera em Saussure a voz do professor. Isso está de acordo com as inquietações da autora que, desde o seu mestrado, faz da sala de aula um espaço de pesquisa. O interessante é que, neste trabalho, o professor que está no centro da reflexão é o mesmo que fundou a possibilidade de a reflexão se constituir. O vínculo, enfim, que o leitor verá é de extrema cumplicidade. Mônica alia-se a Saussure para, num só movimento, afirmar a sala de aula a de Saussure e a de todos nós, linguistas - como um espaço de construção sempre inacabada, tal como é inacabado o pensamento de Saussure. E acrescenta: nisso reside toda a força de um saber que sobrevive, inclusive, ao dogma. Como se poderá ver, o livro revela a tendência da autora em se colocar de uma perspectiva teórica que produz no tudo não se diz, para usar as palavras de Jean Claude Milner. Foi isso que a fez ir à França para ampliar seus estudos de doutoramento e a fez buscar a psicanálise lacaniana como um subsídio da leitura empreendida. Enfim, se a mim solicitassem sintetizar a impressão que tive ao ler o livro de Mônica, diria que ele resguarda o essencial para um leitor: ele abre caminhos. Valdir do Nascimento Flores Programa de Pós Graduação em Letras Universidade Federal do Rio Grande do Sul

7 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 15 Das origens de um tema: os caminhos do livro Este livro é resultado de um dos capítulos da minha tese de doutorado 1, defendida em janeiro de 2002, na Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, sob orientação da professora doutora Leci Borges Barbisan, e do trabalho que venho desenvolvendo desde então, tanto na graduação quanto na pós-graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba. A tese de doutorado nasceu como resposta a uma questão trazida pelos meus estudos sobre a sala de aula, tendo como base teórica a linha francesa de análise de discurso. Estudos que começaram com a dissertação de mestrado 2, defendida na Pontificia Universidade Católica de São Paulo, em 1993, sob orientação da professora doutora Maria José Rodrigues Faria Coracini, e continuaram com os trabalhos que foram desenvolvidos na graduação do Curso de Letras da UFPB de 1991 até o doutorado, em parceria com a professora Maria Ester Vieira de Sousa. É dentro do contexto da linguística aplicada e da preocupação em ver a sala de aula como lugar de pesqui- 1 O mesmo e o outro: a constituição dos sentidos na articulação entre linguística e psicanálise. 2 Professor e aluno: falas de poder. sa que a AD, no início da década de 90, começou, de fato, a produzir estudos voltados para os sujeitos professor e aluno, principalmente no que diz respeito à relação que estabelecem entre si e com o livro-didático. Pioreira na abordagem destas questões, Maria Jose Coracini (1995, p. 9-10) descreve os seguintes objetivos para a AD no contexto da sala de aula: observar a sala de aula não de fora, mas de dentro, vendo- -nos como participantes dessa construção para, na medida do possível, problematizar, desnudar a realidade da sala de aula, des-construí-la (não destruí-la e reconstruir um outro modelo que seria sempre semelhante ao precedente), de modo a perceber do interior e pelo interior as regularidades que transformam a aula em uma formação discursiva (com regras de funcionamento próprias, responsáveis pelo efeito de homogeneidade), mas, também e, talvez, sobretudo, contradições e conflitos, capazes de provocar mudanças ainda que não se saiba exatamente onde se vai chegar, quais efeitos de sentido, que reações uma tal análise pode suscitar, sabendo em todo caso, que é a via aberta mais propícia à transformação do ensino. A questão que se colocou e que não estava tão clara durante a construção da dissertação quanto ficou depois 3, é que as contribuições da AD para a sala de aula, naquela época, refletiam os seus próprios limites teóricos, ou seja, não conseguindo desapegar-se das amarras das formações discursivas, próprias de suas duas primeiras fases, das re- 3 Especificamente quando construi a proposta de trabalho para o doutorado.

8 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 17 gras responsáveis pela homogeneidade, a AD via, na sala de aula, apenas a estrutura e não o acontecimento 4, mesmo quando buscava, como está claro no objetivo proposto por Coracini, analisar conflitos e contradições. Observávamos também que desde o início dos estudos voltados para a sala de aula, a AD teria vislumbrado a possibilidade de um trabalho que permitisse a análise das heterogeneidades mas, com os pés arraigados nas duas primeiras fases, não conseguia algo mais efetivo neste sentido, produzindo muito mais estudos que apontavam as regularidades, o mesmo, do que aqueles que tratavam do outro, das polissemias. Dizíamos mesmo que era a própria AD que, com as amarras de um materialismo histórico, notadamente althusseriano, esbarrava no limite da reprodução dos sentidos, histórico e socialmente determinados. Foi, portanto, a partir desta problemática que compreendemos ser necessário trabalhar o conceito de língua na dialétca entre a estrutura e o acontecimento, entre a homogeneidade e a heterogeneidade, conforme o que nos propunha a terceira fase da AD, sem a ditadura ou, como o disse Pêcheux (1990), o narcisismo da estrutura, pretendendo, assim, cooperar para que a AD pudesse, definitivamente, encarar o desafio de ver a sala de aula com seus conflitos e contradições. Seguimos os passos de Pêcheux (op.cit.), no final do livro O discurso: estrutura ou acontecimento, quando 4 Os termos são de Pêcheux, utilizados no livro Discurso: estrutura ou acontecimento, publicado no Brasil em 1990). ele passa a apresentar o que chama um certo número de exigências para uma maneira nova de trabalhar que se impõe à AD. A primeira destas exigências é dar o primado aos gestos de descrição das materialidades discursivas e, para tanto, seria preciso o reconhecimento de um real específico da língua, como o descreve Milner (1978), em O amor da língua. Pêcheux, ao dizer que se deve estudar a língua, interage com os ouvintes, certo do impacto que causaria a sua afirmativa, dizendo (op. cit., p. 50): Eu disse bem: a língua. Isto é, nem linguagem, nem fala, nem discurso, nem texto, nem interação conversacional, mas aquilo que é colocado pelos linguistas como a condição de existência (de princípio), sob a forma da existência do simbólico, no sentido de Jakobson e de Lacan. Nosso caminho, na tese de doutorado, começou, portanto, com o objetivo de investigar esta língua que estaria na base de um movimento da terceira fase da AD e que, conforme supúnhamos, seria um caminho teórico que poderia ajudar a responder à inquietação que acabamos de descrever na relação AD/sala de aula. Portanto, o caminho teórico passava pela Análise de Discurso, atravessada pela psicanálise. Urgia conhecer Lacan (tarefa que pensava possível na época) e ver, pelo menos, o que ele falava deste real da língua. Foi assim que cheguei ao doutorado em Porto Alegre, impulsionada por tais questões e pela leitura do texto de Marlene Teixeira (1997). Lá, tive a honra e a alegria de

9 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 19 conviver durante quatro anos com um grupo de linguistas e psicanalistas 5 que trabalhavam sob orientação da professora Leci Borges Barbisan. As influências do grupo na minha vida acadêmica foram incontáveis. Nossas reuniões de pesquisa eram um verdadeiro exercício de construção de saber. Um saber que nunca estava pronto, podia sermpre ser criticado, renovado, por isso mesmo construído. Todos, sem excessão, me ajudaram na construção de questões que aparecem, agora, neste livro. Entretanto, gostaria de destacar a presença marcante de dois dos colegas: Francisco Settineri e Valdir Flores. Francisco é psicanalista (de orientação lacaniana) e entrou no doutorado em Letras no mesmo ano que eu. Nossa orientadora pediu que estudássemos juntos na certeza de que um ajudaria ao outro. Para minha surpresa, é ai que começa o meu retorno a Saussure, marcado por uma paixão ao mestre que, desde então, cresce a cada dia. A primeira proposta de estudo de Francisco foi a leitura do Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure 6. Na época, como disse anteriormente, eu já era professora de linguística da UFPB há sete anos. Durante este tempo, ensinava o CLG e Saussure como um marco histórico a ser ultrapassado. Ou seja, como muitos linguistas ainda hoje o fazem, via em Saussure e nos seus estudos a importância de ter colocado a linguística no patamar de ciência, mas, mais que isto, uma série de exclusões (do 5 Marlene Teixeira, Valdir Flores, Margareth Schaffer, Francisco Settineri. 6 Doravante apenas CLG. sujeito, do sentido..) que fizeram da língua um sistema fechado e completamente abstrato. Portanto, a proposta de Francisco pareceu-me no mínimo ingênua, principalmente para ser cumprida em um doutorado. Mas, por uma sorte do destino, resolvi fazer o que ele queria por uma simples razão: eu estudaria com ele o que quer que ele quisesse, da linguística, contanto que ele me ajudasse com a psicanálise lacaniana. Um pacto simples, silencioso, e que mudaria o rumo dos meus estudos. Nós não lemos apenas 7 o CLG. Parelelamente à sua leitura, veio a descoberta de estudos que envolviam os manuscritos de Saussure e de alunos que fizeram os cursos de linguística geral, ministrados por ele em Genebra, além de vários estudiosos que trabalham em torno da produção que envolve a obra de Saussure. Assim, de uma forma que hoje entendo com muita clareza, foi através da psicanálise lacaniana (ou de um psicanalista de orientação lacaniana) que eu tive a oportunidade de (re)ler Saussure e seus estudos como algo que não está acabado. Surpreendia-me a cada leitura feita, como se descobrisse um novo Saussure, dialeticamente revestido por um velho e conhecido Saussure. Tudo me levava a gostar cada vez mais da personalidade, dos estudos, do verdadeiro enigma que sempre restará colocado em torno dos estudos do mestre Saussure. É permanece assim até hoje, pois penso que ainda é a psicanálise lacaniana que me autoriza a continuar meus 7 E hoje eu sei que isto não seria pouco.

10 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 21 estudos sobre Saussure, através da linha de pesquisa que consegui construir, junto com a minha colega Margarida Assad, no Programa de Pós-graduação em Letras da UFPB: sujeito, linguagem e psicanálise. Uma outra contribuição direta para este livro foi a de Valdir Flores. Nas nossas discussões, no grupo de pequisa ao qual fiz referência mais acima, Valdir me ajudou a pensar sobre muitas coisas, questionando, sempre, minhas certezas. Com ele no grupo, nunca foi fácil defender uma hipótese, por mais simples que ela me parecesse. Isto fortaceleu minhas pesquisas, pois instigou-me sempre a procurar um fundamento sólido para um leitor-ouvinte dos mais exigentes. Além disso, ou como se isto não bastasse, ele fez parte da minha banca de defesa de tese, fazendo, como não poderia deixar de ser em se trantando dele, uma leitura criteriosa e questionadora e sugerindo que eu publicasse o capítulo sobre Saussure. Depois de um longo tempo e de muita análise (eu no divã), aqui está o capítulo, com alguns acréscimos, transformado em lirvo, publicado. Falar de Ferdinand de Saussure e sua obra, hoje, é, pois, falar de um mestre, de um saber inacabado, de certezas que são colocadas à prova depois da publicação de manuscritos seus e de alunos dos seus cursos. Tudo nele, desde sua vida, nascimento, parece estar relacionado à linguística, aos estudos empreendidos, como se sua vida se limitasse a ser o linguísta genebrino. Talvez por isso os limites do dizer pareçam-me sempre tão difíceis de serem estabelecidos quando se trata destes estudos. Não há outro objetivo neste livro senão um: o desejo de colaborar com aqueles que tentam mostrar que o pensamento de Saussure não está encerrado, não terminou, mas surge, a cada dia, a cada leitura, ao mesmo tempo como um enigma a ser desvendado e como algo muito simples, mas cuja importância a linguística ainda está longe de perceber. Mostrar outro (ou será o mesmo?) Saussure, percorrendo um caminho já iniciado por outros estudiosos, mas ainda, no que diz respeito aos estudos feitos no Brasil, caminho a ser desvendado, parece-me urgente no sentido de apontar novas discussões no seio da própria linguística e de outros saberes que, como a psicanálise lacaniana, trabalham postulados de Saussure. Portanto, é preciso deixar claro que este livro é apenas um dentre outros possíveis caminhos a serem percorridos no vasto arcenal de leituras permitidas pelos escritos de Saussure. Comecemos, pois, por um pouco da vida e da biografia de Saussure para, depois, apresentarmos uma discussão sobre alguns dos conceitos que consideramos fundamentais nos seus estudos sobre a linguística geral ou, mais especificamente, sobre a idéia de língua enquanto sistema de signos.

11 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 23 Das origens de um mestre: Os caminhos de Saussure e da sua linguística 8 Ferdinand de Saussure nasceu em Genebra, na Suíça, em 26 de novembro de 1857, em uma família muito conhecida e antiga na cidade. O jovem Saussure viveu em um meio familiar no qual a cultura intelectual era uma tradição. Seus primeiros estudos foram influenciados por seu tio Adolphe Pictet, estudioso da paleontologia linguística. Ele estudou grego, latim, alemão, inglês e francês. Apaixonou-se logo cedo pelos estudos das línguas e, em 1872, aos quinze anos, terminou um estudo sobre o sistema geral da linguagem, cujo título era: Ensaio sobre as línguas. Ele enviou este estudo sobre as línguas para seu tio Pictet que lhe respondeu amavelmente, convidando-o a perseverar em seus estudos sobre a língua, mas, ao mesmo tempo, desestimulando-o a tratar de qualquer sistema universal de linguagem. Ora, como era exatamente este o objetivo de Saussure, já que estava certo de que qualquer estudo sobre língua deveria estar pautado em um sistema universal de linguagem, ele sentiu-se extremamente desestimulado em seus intentos, notadamente porque este tio era como um mentor intelectual para ele. Em Pictet, ele encontra um modelo de vida intelectual que fará parte da sua personalidade como estudioso. Podemos ver isto em um testemunho seu sobre Pictet, através das características que ele descreve no seu tio e que podem, hoje, ser compreendidas como também suas, próprias de sua personalidade como pesquisador. Vejamos, pois, o testemunho de Saussure sobre seu tio, trazido por Tullio de Mauro (1995, p.323) 8 : Em meio a trabalhos tão diversos, dos quais enumeramos apenas os mais consideráveis, parece que se deve desistir de procurar o fio secreto, a idéia comum que reúne todos os produtos de um mesmo pensamento. E, entretanto, se as olharmos de perto, reconheceremos sem dificuldades que todas as obras de Pictet nascem no abrigo de um mesmo pensamento. Havia nele desde sempre uma curiosidade insaciável, o amor pelas explorações novas e antigas, nos limites extremos do saber humano. Pictet deteve-se diante de todos os mistérios e meditou sobre todos os enigmas... Parece que os fatos comuns eram apenas uma base para conhecer os incomuns, os termos de uma equação que é preciso expor e, se possível, resolver... Está sempre lá, nos confins da imaginação e da ciência onde o seu pensamento amava mover-se. Assim também foi com Saussure. Sabemos que ele empreendeu diferentes estudos como aqueles sobre as lendas germânicas, sobre os anagramas e sobre linguística geral; que embora bem diferentes parecem apresentar um elo comum. Como tudo na obra de Saussure, vale 8 Todos os trechos desta obra de Tullio de Mauro, que aparecerão neste livro, foram traduzidos por mim.

12 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 25 destacar que o elo entre os seus estudos também traz uma polêmica interessante. Um pouco deste debate pode ser visto no texto: Dois Saussures?, de Pêcheux e Gadet (2004). Saussure também, como descreveu na personalidade do seu tio, amava estudar os fatos comuns, mas apenas como base para conhecer os incomuns. Adorava mover-se nos confins da imaginação e da ciência. Este é um lado da sua personalidade, enquanto estudioso, que compreendo ser preciso resgatar urgentemente para que se passe a ver nele muito mais do que um estudioso ingênuo e simples, que encerrou a linguística em uma camisa de forças que é a língua. Também como relato da sua personalidade, é interessante ver uma descrição de Saussure, feita por seus pais (apud De Mauro, 1995, p. 323), em 1872, quando eles, não o achando maduro para o ginásio, fizeram-no repetir o colegial. Todo problema o fascinava; ele voltava a ele, aprofundava-o, não o deixava sem que tivesse formulado, para ele e para seus amigos, uma solução que ele anunciava com um rigor de expressão surpreendente para o adolescente que ele era na época. Depois disto, ele afirmava que a verdade poderia estar em outro lugar, quem sabe no sentido contrário ao que foi investigado. Aos 18 anos, Saussure entra para os cursos de física e química da universidade de genebra, para cumprir tradição familiar, embora ao mesmo tempo frequente os cursos de filosofia e história da arte, além de continuar se interessando por linguística. Em 1876, aos 19 anos, Saussure vai para Leipzig estudar linguística, onde ficará por quatro anos (outono de 1876 até o primeiro semestre de 1880). Durante esse período, é a linguística histórico-comparada que lhe chama a atenção, com ênfase nos estudos de Franz Bopp. Em Leipzig, ele escuta de um professor a confirmação de uma hipótese sua, levantada ainda no colegial, sobre uma nasalis sonans original. Essa descoberta causa nele efeitos opostos: decepção por ter perdido o benefício da descoberta e, ao mesmo tempo, nova confiança em sua própria capacidade. Em dezembro de 1878, aparece em Leipzig o seu Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les langues indo-européenes. Claudine Normand (2000) destaca que a obra, embora não tenha sido bem recebida, na época, na Alemanha 9, foi considerada um trabalho inovador e decisivo em termos de gramática comparada. Foi, inclusive, este trabalho que fez a notoriedade de Saussure entre seus contemporâneos. Tullio de Mauro (1995, p. 327) mostra-nos que o preâmbulo do Mémoire de Saussure revela traços que permanecerão típicos do comportamento científico do mestre. Eu ressalto um trecho que mostra sua preocupação com o sistema, especialmente porque veremos mais 9 Berço dos estudos comparados, ou seja, dos estudos linguíticos em destaque no período em questão.

13 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 27 adiante que o sistema é algo nuclear nos estudos saussurianos. Vejamos o trecho: (...) Mas se, ao completar o campo assim circunscrito, o quadro do vocalismo indo-europeu modifica-se pouco a pouco sob os nossos olhos e que nós o veremos agrupar-se completamente em torno do a, tomando diante dele uma nova atitude, está claro que, de fato, é o sistema das vogais no seu conjunto que entrará no foco da nossa observação, cujo nome deve ser inscrito na primeira página. Conforme vimos com Claudine Normand (op. cit.), a crítica ao Mémoire foi positiva entre alguns, mas negativa entre os neogramáticos da época que, entretanto, pegavam, sem citar, uma ou outra parte do trabalho e o utilizavam. Isso faz Tullio de Mauro (op. cit. p.329) crer que estas apropriações, entretanto, justamente porque são parciais, mostram melhor do que qualquer outra coisa como a substância da teoria e da posição de Saussure permaneceram incompreendidas para os representantes oficiais da linguística da época. O Mémoire marcou substancialmente a formação de Saussure, pois o colocou como aquele que trabalha com os dados elementares, transformando-o em um homem dos fundamentos, como o chamou Emile Benveniste, linguísta francês. Além disso, a obra também o colocou diante dos problemas de reconstrução de um sistema linguístico não substancial, com uma realização falada não conhecida, que o levou a considerar as unidades linguísticas como puras entidades opositivas e relacionais, na sua vida sistêmica, e não como unidades isoladas. Em fevereiro de 1880, aos 23 anos, Saussure defende sua tese sobre o emprego do genitivo absoluto no sânscrito. Houve quem achasse que esta obra fosse sem importância particular do ponto de vista conceitual ou metodológico, entretanto, Tullio de Mauro (1995) sustenta que essa opinião é questionável. Dois argumentos são utilizados pelo autor na defesa da sua tese. Primeiro, a escolha de Saussure, neste trabalho, pelo domínio da sintaxe, na sua compreensão, merece ser valorizada, já que ela foi negligenciada pelos comparatistas e pelos neogramáticos e, mais tarde, por uma boa parte da linguística estrutural norte-americana. Em segundo lugar, a literatura anterior consagrou ao genitivo absoluto notas fugidias, em uma perspectiva comparatista, Saussure, entretanto, se propôs a determinar o valor da construção, reinserindo-a em um estado de língua preciso e destacando o seu caráter distintivo. Ou melhor, na atmosfera forçosamente materializada da reconstrução hindo-europeia (...), Saussure fez valer seu ponto de vista novo segundo o qual o valor de uma entidade linguística é relacional e opositivo (Mauro, op. cit. p.331). No outono de 1880, Saussure se estabelece em Paris. Frequenta os cursos de Michel Bréal e, a partir de fe-

14 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 29 vereiro de 1881, a École des Hautes Études onde assiste aos cursos de iraniano, de sânscrito e às aulas de filologia latina de Louis Havet. Saussure afirmou-se muito rapidamente em Paris. Em 30 de outubro de 1881, Bréal cede seu curso, na École, a Saussure e ele é nomeado Mestre de Conferências em gótico e velho alto alemão. Os cursos começam em 5 de novembro do mesmo ano e versam sobre o gótico, o velho-alto alemão (de ), a gramática comparada do grego e do latim ( ) e sobre o lituano (depois de 1888). A cada ano, Saussure redigia um breve relato sobre suas aulas. Neles, pode-se observar, desde os cursos de 1881, a presença da dualidade entre um ponto de vista fisiológico e um ponto de vista histórico. Benveniste destaca (apud Mauro, 1995, p. 337) a descrição sincrônica abordada por Saussure nestas aulas como supondo uma definição diferencial dos estados de língua ou dos dialetos; implica, consequentemente, que as particularidades de uma língua estão em relação umas com as outras e não devem ser consideradas isoladamente. Em Paris, Saussure participa das reuniões da Sociedade de Linguística, a partir de 4 de dezembro de 1880, assumindo cargos administrativos e fazendo comunicações. Nestas reuniões da Sociedade, com Bréal, Bergaigne e os membros estrangeiros, forma-se, na opinião de Tullio de Mauro (op. cit.), o estilo da escola saussuriana. Os dez anos parisienses são relativamente fecundos em notas e memórias. Estas notas, mais do que mostram os seus títulos, são dominadas pelas frequentes alusões e comparações germânicas e bálticas. Apesar de Saussure ter dito que estava preocupado desde muito tempo sobre a classificação lógica dos fatos de linguagem, Godel (1969) afirma que foi realmente depois que ele se fixou em Paris e depois da publicação de sua tese, portanto no outono de 1880, que ele começou a criticar radicalmente as concepções admitidas até então em linguística e começou a pesquisar sobre os princípios de uma verdadeira ciência da linguagem. Embora, como afirma Godel, tudo isto não passe de conjecturas. Afinal, não se sabe nada sobre o desenvolvimento das idéias de Saussure antes de 1891, data das notas manuscritas mais antigas. Entretanto, Tullio de Mauro (1995) discorda de Godel, pois acredita que a Mémoire, a tese de doutorado e os testemunhos sobre a viagem de Saussure a Lituânia mostram que este interesse é muito mais antigo. Argumenta, ainda, a favor desta tese, sobre o interesse de Saussure por Whitney ter acontecido antes dele ter ido para Paris. Em 1891, onze anos depois, por razões que não estão claras, Saussure decide deixar Paris. Depoimentos falam de razões patrióticas. Nas palavras de Favre (apud Mauro, op. cit., p.342): Ele deveria, para suceder a Michel Bréal no Collège de France, fazer-se francês [aceitar a cidadania francesa 10 ], entretanto esse estudioso permaneceu muito genebrino e muito patriota. 10 Acréscimo meu.

15 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 31 O fato é que ele volta para Genebra e passa a lecionar uma disciplina sobre linguística geral, especialmente criada para ele e, assim, Paris perde a realização de algo que marcará os estudos linguísticos até os nossos dias, pois o CLG foi escrito, como sabemos, em sua grande maioria, com base nos manuscritos de alunos de Saussure que contêm anotações destas aulas de linguísticas geral, realizadas em Genebra. Os cursos de Saussure em Genebra começam no início do semestre de inverno de Ele ensina a fonologia do francês moderno, versificação francesa, língua e literatura alemã. É apenas a partir de 1907 que ele passa a dar aulas de linguística geral. Todos os anos, durante 21 anos, Saussure lecionou um curso de sânscrito. Preparava cuidadosamente os exercícios para os alunos e os corrigia. Sobre os cuidados que ele tinha com os seus ensinamentos em Genebra, Tullio de Mauro (1995, p. 344) diz: os raros manuscritos conservados (Saussure geralmente rasgava as notas preparadas para os seus cursos) mostram o cuidado minucioso que ele tinha com seus ensinamentos em Genebra apesar da diferença inicial ser evidente entre seus ouvintes de Paris e os de Genebra. Após 1894, a produção de Saussure fica cada vez mais escassa. Meillet (apud Mauro, op. cit., p. 346) apresenta duas razões para tal escassez: uma espécie de perfeccionismo e o interesse por temas novos, em parte estranhos à linguística, como as lendas germânicas. Quanto à primeira razão apresentada por Meillet, Tullio de Mauro (op. cit., p. 351), dá outra versão, dizendo: Saussure, esmagado pela consciência da imensidade do trabalho à fazer para instaurar eficazmente a nova linguística, pareceu a seu discípulo parisiense um homem atormentado por complexos hipercríticos. Na realidade, consciente da excepcional dificuldade da tarefa, para a qual ele se preparou em 1894, ele prefere projeta-la em um longínquo porvir e considera-la como tarefa coletiva. Quanto à segunda razão, apresentada por Meillet para a escassa produção de Saussure após 1894, é interessante, mais uma vez, trazer o argumento de Tullio de Mauro que destaca que Meillet, diante do interesse intenso de Saussure pelas lendas, entendeu que tal interesse contrastaria com a imagem tradicional de Saussure, ou seja, daquele que separa a linguística interna da externa e que apresenta a necessidade de estudar a língua nela mesma e por ela mesma. Entretanto, Tullio de Mauro mostra que desde 1894, ou seja, bem antes das aulas de linguística geral, Saussure já dissera, em carta ao próprio Meillet (apud Mauro, 1995, p.347) o que realmente lhe interessava em uma língua, ou seja: Em última análise, é apenas o lado pitoresco de uma língua, aquilo que faz com que ela seja diferente de todas as outras como pertencendo a um certo povo e tendo certas origens, é este lado quase etnográfico, que conserva para mim um interesse. Ainda um comentário precisa ser feito sobre Saus-

16 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 33 sure ser visto como aquele que separa as condições externas e as internas da linguística. A respeito disto, é interessante ler o depoimento de um aluno (de Genebra) dele sobre o CLG: O ponto fraco da obra, no geral excelente, publicada por MM. Bally e Sechehaye, é deixar crer que Ferdinand de Saussure separou as mudanças linguísticas das condições exteriores de que elas dependem... Mas, o autor do presente prefácio ouviu, mais de uma vez, F.d.S. explicar, através das condições exteriores, não apenas as mudanças linguísticas, mas a conservação de certos traços. Foi assim quando ele atribuiu o prodigioso arcadismo do lituano a longa persistência do paganismo nas regiões em que se falava o lituano (apud MAURO, op.cit., p.347). Como já dissemos, os cursos de linguística geral, ministrados por Saussure em Genebra, foram muito importantes para a história da linguística, de uma forma geral, pois foi através das anotações dos alunos sobre os cursos que o CLG pôde ser publicado e influenciar gerações de linguistas até os nossos dias. Portanto, voltemos aos cursos. Foram três os cursos ministrados. O primeiro aconteceu de 16 de janeiro de 1907 a 02 de julho de O segundo, da 1 a semana de novembro de 1908 a 24 de junho de O terceiro e último curso foi realizado de 29 de outubro de 1010 a 4 de julho de Sobre os conteúdos dos cursos, Tullio de Mauro (1995) nos traz a seguinte descrição: 1 o Curso: fonologia, linguística evolutiva, mudanças fonéticas e analógicas, relação entre unidades percebidas pelo locutor em sincronia e raízes, sufixos e outras unidades isoladas da gramática histórica, da etimologia popular, dos problemas da reconstrução. 2 o Curso: Saussure persegue com rigor e decisão o problema da relação entre teoria dos signos e teoria da língua e dá definições de sistema, unidade, identidade e valor linguístico. Sobre esse curso, em conversa com Ridlinger (apud MAURO, op. cit., p.354), Saussure diz da sua insatisfação pelo caráter não definitivo de suas idéias e que o curso deste ano é uma preparação para um curso filosófico sobre a linguística. 3 o Curso: integra à ordem dedutiva do segundo a riqueza analítica do primeiro curso. Desenvolve no início do curso o tema as línguas, ou seja, a linguística externa. Esse tema é um velho postulado de Saussure. Tullio de Mauro mostra (op cit., p.354) que já em 1891, nas três lições de abertura aos cursos genebrinos, ele apontava para a importância do estudo das línguas. Portanto, no terceiro curso, as características gerais da língua são retiradas do estudo das línguas, entretanto o estudo da faculdade da linguagem nos indivíduos é apenas esboçado. O período em que Saussure dedicará atenção mais intensa à elaboração de uma teoria geral sobre a língua é entre 1890 e Entretanto, para a linguística, o ensinamento de Saussure não chega tão fácil. Segundo depoimento de Tullio de Mauro (1995, p. 357):

17 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 35 Foi necessário meio século à linguística para compreender realmente o que significava a arbitrariedade do signo, a noção de valor, para redescobrir a noção de economia e o caráter discreto das entidades linguísticas sobre o plano do conteúdo e da expressão, para recolocar o problema dos universais linguísticos e a definição explícita das exigências de uma teoria da descrição linguística. Talvez seja por isso também que Saussure é chamado por Edward Lopes (1997) de contemporâneo do futuro, pois só depois de muito tempo (futuro) da primeira publicação do CLG, estudiosos começaram a pensar (contemporaneamente) os seus conceitos, apreendendo-os a partir de uma lógica dialética que fazia parte da atitude científica de Saussure e cuja origem Tullio de Mauro (op. cit., p. 359) tenta explicar de uma forma simples: a necessidade de evitar as fórmulas solenes, de compreender profunda e cuidadosamente as coisas e de fazer com que fossem compreendidas. Essa é a origem de sua atitude dialética e problemática que surpreendia seus contemporâneos. Hábito e necessidade que fazem dos estudos de Saussure algo ao mesmo tempo simples e profundo, questionador por excelência. No verão de 1912, Saussure é obrigado, por estar doente, a suspender seus ensinamentos. Ele morre em 22 de fevereiro de OS ESTUDOS DE SAUSSURE : Por onde começar? A dificuldade pela qual passa qualquer leitor de Saussure que tente empreender um relatório da sua leitura é, em primeiro lugar, por onde começar. A pergunta está colocada para todos, implícita ou explicitamente, é o que admite Michel Arrivé (1999). Aliás, tal questionamento já estava presente para o próprio Saussure, quando tentava apresentar, sob forma de obra, suas reflexões linguísticas. Segundo ele (apud ARRIVÉ, op. cit., p. 33): seria necessário, para apresentar convenientemente o conjunto das nossas proposições, adotar um ponto de partida fixo e definido. Mas tudo o que tendemos a estabelecer é que é falso admitir em linguística um único fato como definido em si. Questão fundamental, portanto, é perceber que por onde começar (assim como como terminar?) sempre foi um problema para Saussure principalmente por causa de um ponto de vista presente nas diferentes pesquisas que empreendeu - seja sobre as lendas germânicas, sobre os anagramas ou os estudos para os seus cursos de linguística geral-, e que pode ser visto na citação acima, isto é, os fatos estudados não existem em si, mas, conforme

18 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 37 veremos melhor depois, a partir do momento em que entram em relação com outros fatos. Inevitavelmente, parece-nos que um ponto de partida já está anunciado na própria necessidade de mostrar os fatos em relação uns com os outros. E este é um ponto sobre o qual estão de acordo os estudiosos de Saussure. Claudine Normand (2000), por exemplo, ao apresentar as noções que considera fundamentais no CLG, diz que não seguirá a ordem segundo a qual elas aparecem no livro, pois considera que os elementos importantes nos estudos saussurianos apesar de se sustentarem, se implicarem, se responderem, apresentam uma ordem que está longe de ser linear. Portanto, embora não se tenha uma ordem linear, um começo óbvio para apresentar as noções saussurianas, sabemos que elas estão inevitavelmente relacionadas e é assim que devem aparecer. Podemos ainda dizer que o fato de não se ter um começo claro, uma origem evidente para os fatos da linguística, longe de constituir-se em um problema parece mesmo ser o que podemos chamar de grande avanço na forma como esta ciência é vista e isto é possível exatamente desde 1957, quando Godel colocou à disposição dos leitores manuscritos de Saussure e de seus alunos, até então desconhecidos. A partir deste ato, o que era considerado como ponto de partida e ponto final de um pensamento, o CLG, mudou de estatuto e passou a ser visto como uma interpretação possível, entre outras. Salvo evidentemente o caráter histórico que tem esta obra e que não pode ser comparado a nenhum outro trabalho que pretenda discutir as idéias do mestre. Além disso, falar sobre os estudos de Ferdinand de Saussure é falar de uma variedade fenomenal de discussões, de reflexões. Variedade que parece ter sempre como suporte uma idéia de língua ou de linguagem. No que se refere ao desenvolvimento deste livro, tentarei limitar minhas reflexões acerca de algo que parecia fundamental nos seus estudos sobre linguística, ou seja, a questão do sistema. Mais especificamente, a ênfase no caráter sistêmico das entidades linguísticas (que se apresenta precocemente para Saussure, desde a descoberta das nasalis sonans), como já vimos anteriormente. Este pode ser o ponto culminante de sua meditação teórica. Para Tullio de Mauro, esta ênfase parece ser parte da própria personalidade de Saussure, pois foi sempre parte dos seus estudos. Segundo ele, (1995, p.359): podemos nos questionar se a idéia de sistema não é uma espécie de enteléquia da vida intelectual de Saussure, um princípio final, ponto culminante de sua meditação teórica ligado às origens de sua personalidade. Sechehaye (apud Mauro, 1969, p. 361) nos traz um interessante testemunho da ênfase que Saussure deu às relações que os signos estabelecem entre si dentro do sistema: Em mais de uma ocasião, ele quis nos iniciar na sua forma de pensar. Ele abordava, nas conversas familiares essas ques-

19 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 39 tões de método, esses problemas teóricos que ele tratou mais tarde... nos cursos de linguística geral... Aconteceu também dele desenvolver diante de nós esta idéia, que o preocupou com frequência e que ele a colocou como o carro-chefe de seu pensamento em matéria de organização e funcionamento das línguas, a saber que o que importa não são os signos em si, mas as diferenças entre os signos que constituem um jogo de valores opositivos. Portanto, a interpretação que será apresentada neste livro da obra de Saussure parte de uma hipótese fundamental: a de que a discussão nuclear feita por Saussure é a que desenvolve a idéia de como funciona uma língua, ou seja, de como os signos se relacionam em um sistema. É assim que entendo que os conceitos saussurianos de língua, fala, linguagem, signo, arbitrariedade, dentre outros, só têm razão de ser se tomados na perspectiva do sistema, como conceitos que foram desenvolvidos para dar base a um outro conceito mais geral, mais amplo, o de sistema de signos. Conceito base da sua Linguística Geral e que pode ser resumido em uma frase: a lígua é um sistema de signos. Partir do sistema é seguir o conselho do próprio Saussure que podemos encontrar claramente nas últimas aulas do seu terceiro curso de linguística geral, conforme anotações de Constantin ( Komatsu e Harris, 1993). Saussure diz que as palavras não existem solitariamente, mas apenas quando chamadas a participar de uma relação, ou seja, dentro de um sistema. É então que passa a desenvolver melhor sua idéia de sistema, falando sobre os valores que são gerados a partir de duas relações: sintagmáticas e paradigmáticas. Ora, como as palavras não existem por si, como fatos positivos, a primeira questão que está colocada para ele é que se deve partir do sistema para chegar aos termos. Tullio de Mauro (1995, p. 359) chega a dizer que a noção de sistema talvez deva ser considerada como um princípio final, ponto culminante de sua meditação teórica, ligado às origens da sua postura como pesquisador. Noção que não nasce pronta da cabeça de Saussure, como afirma Engler (apud MAURO, op. cit.), mas é construída a partir de aquisições sucessivas, algumas muito precoces, já que a idéia sempre pareceu estar presente para Saussure desde, por exemplo, a época de seu Mémoire. Foi, portanto, ponto a ponto, que o sistema saussuriano (que permanece, entretanto, uma organização final de Saussure) foi se formando, através das noções que estão colocadas, por exemplo, no CLG. Ocorre que, segundo Tullio de Mauro (1995), esta compreensão não se deu aos ouvintes dos cursos de linguística geral, ministrados por Saussure, pois ele estava pelo menos um século à frente do seu tempo. Por isto mesmo, foi preciso esperar, além do CLG, o aparecimento das fontes manuscritas, para que, a partir de então, em uma outra época, o pensamento de Saussure pudesse ser visto na sua atitude dialética, sempre apresentando as

20 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 41 noções não como definitivas, mas como marcas de um pensamento em constante construção. Era esta a característica de Saussure que, na opinião de muitos, surpreendeu seus contemporâneos. Portanto, se o pensamento de Saussure não foi sistemático o bastante no sentido de precisar começos e fins para publicação de suas pesquisas, ele o foi na medida em que qualquer das suas pesquisas apresentava um movimento em comum, isto é, havia sempre a preocupação com o estudo de um objeto que longe de ser simples, angustiava Saussure porque completamente diferente de qualquer outro, já que apesar da aparência de homogeneidade, estava sempre em processo de mudança, fruto de uma de suas características principais: a de existir para circular, para ser transmitido. Este objeto foi chamado de língua, nas aulas de linguística geral e nos manuscritos saussurianos sobre linguística geral. Foi chamado de símbolo no estudo sobre as lendas germânicas, mas o ponto de vista parece ter sido o mesmo, como já dissemos, a perspectiva segundo a qual ele está longe de ter uma origem, tem sua vida determinada pelo sistema e está condenado a mudar, pois, entregue ao destino de ser transmitido. Mas, antes de partirmos do sistema, há algumas considerações sobre o CLG e as idéias de Saussure que precisam ser feitas. Do CLG aos manuscritos: Algumas considerações O CLG é uma obra no mínimo polêmica, tendo em vista, principalmente, o fato de não ter sido publicada por aquele cujas idéias diz-se estarem neste livro, mas por dois de seus alunos, Bally e Sechehaye. O livro é escrito a partir de duas fontes: notas dos três cursos sobre linguística geral, ministrados por Saussure em Genebra, durante os anos de 1906 e 1911, e notas autográficas de Saussure. A primeira publicação do CLG data de 1916, três anos após a morte do mestre, e teve uma aceitação bastante significativa, pelo menos na França. Obviamente, um tal empreendimento não poderia deixar de apresentar dificuldades. Entretanto, antes de apontá-las, é preciso reconhecer que a obra traz, sem sombra de dúvidas, noções e reflexões sobre as quais Saussure se deteve durante vários anos de sua vida. Godel chega a dizer (apud FEHR, 2000, p. 28, nota 1) que se os editores não tivessem feito como fizeram, teriam de ter renunciado à idéia do CLG. É preciso destacar a importância histórica, fundamental do CLG, pois, sem dúvida, foi ele que deu a

21 O ponto de vista do sistema - Mônica Nóbrega 43 Saussure o reconhecimento como fundador da ciência linguística moderna e, mais que isto, influenciou toda uma geração que viu nas suas noções a base para o movimento estruturalista. A importância do CLG é tal que, conforme destaca Tullio de Mauro (1995), a partir de 1930 há poucos trabalhos em linguística que não comecem por uma referência ao CLG. Obviamente, esta referência é diferente nos diferentes países. Destacaremos, para exemplificar, França e Estados Unidos. A França é o país no qual a influência de Saussure foi a mais reconhecida. Entretanto, isto não quer dizer, conforme sublinha Tullio de Mauro (1995), que houve ali uma plena compreensão das posições teóricas de Saussure. Mounin (MAURO, op. cit.), por exemplo, cita Meillet para dizer que ele jamais compreendeu a fundo a noção saussuriana de sistema, o mesmo acontecendo aos seus outros discípulos. Nos Estados Unidos, a aceitação de Saussure, através do CLG, não foi das mais significativas. Ele chegou a ser considerado, por exemplo, por Ogden e Richards (MAU- RO, op. cit.) como um ingênuo, inutilmente complicado, incapaz de descrever o funcionamento da linguagem. Foi o surgimento das fontes manuscritas que deu outra vida às discussões sobre as noções saussurianas e sua linguística. O CLG passa, como dissemos, de obra única para uma entre outras interpretações, salvo seu valor histórico inestimável, muito bem descrito por Claudine Normand (2000), que especifica o sentido de histórico que deve ser dado ao CLG, ou seja, deve-se tratá-lo, assim como Descartes, Spinoza ou Freud, como uma obra que não cessa de ser lida porque ao mesmo tempo em que fala do seu tempo, supera-o. Objeto que suscita paixão ou, pelo menos, interesse suficiente para que se trabalhe intensamente na esperança de conhecê-lo por completo, mesmo sem que realmente se tenha a certeza de conseguir tal intento. A importância do CLG foi reconhecida inclusive por Godel, após o estudo dos manuscritos. Segundo ele (apud FEHR, op. cit., p. 19) 11 : Suas razões são de uma pertinência incontestável e um estudo prolongado dos cadernos de alunos e das notas pessoais convenceram-me de que, na época, a decisão tomada pelos editores do Curso, não sem hesitações e escrúpulos, com toda a sua dificuldade, foi a mais sábia possível. Tullio de Mauro (1969), por sua vez, acredita que Saussure e suas intenções permanecem um enigma e que o CLG não foi publicado para responder às interrogações que ficaram com a sua morte. Entretanto, ressalta que, se ainda hoje se propusesse a tarefa de condensar em uma única obra as fontes manuscritas, dificilmente o faria melhor que os editores do Curso. É também ele quem ressalta que um pouco do enigma deixado por 11 As traduções são minhas.

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