NARRATIVIDADE EM O CASO MOREL, DE RUBEM FONSECA

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1 NARRATIVIDADE EM O CASO MOREL, DE RUBEM FONSECA Janilse Paula Brandão (Bolsista UEMS) Geraldo Vicente Martins (UEMS) Unidade Universitária de Cassilândia, Rodovia MS km 6,4, CEP , Cassilândia MS Resumo O trabalho se propôs a analisar a importância da sintaxe narrativa na constituição do romance O caso Morel, de Rubem Fonseca, autor renomado da moderna literatura brasileira, e dos efeitos de sentido que esta se propõe a alcançar. Para isso, recorreu a elementos da teoria semiótica discursiva, sobretudo da sintaxe e da semântica narrativa, buscando reconhecer, nos elementos selecionados, pontos comuns e recorrentes que permitam identificar a narratividade da obra, a partir de diversas ocorrências de manipulação entre os protagonistas da obra. Considera-se que a observação dos diálogos entre as personagens Morel e Vilela, a exemplo do comportamento assumido por cada uma delas em relação à outra, constitui uma peça-chave para a devida compreensão do enredo do romance em questão. Palavras-chave: Análise lingüística. Literatura policial. Semiótica discursiva. Sintaxe narrativa. Abstract This paper proposed to analyze the importance of narrative syntax in the constitution of the novel "O caso Morel" by Rubem Fonseca, author of renowned works of modern Brazilian literature, and the effects of sense that it proposes to achieve. For this it has used elements of discursive semiotic theory, especially the narrative syntax and semantics, seeking recognition, on the selected elements, common points and applicants to identify the narrative of the novel, from several instances of manipulation between the protagonists of the work. It is considered that the observation of dialogues between the characters Morel and Vilela, such behavior made by each in relation to the other, is a key to a proper understanding of the plot of the novel in question. Keywords: Linguistic analysis. Police Literature, Discursive semiotics. Narrative syntax.

2 Introdução O presente trabalho realiza uma análise do romance O caso Morel, de Rubem Fonseca, renomado autor da moderna literatura brasileira, com base na sintaxe narrativa, relacionada a alguns aspectos da semântica narrativa; utiliza-se, portanto, de elementos da semiótica discursiva, teoria cuja preocupação central é compreender como o texto constrói seus sentidos. De início, preocupa-se em entender a própria questão da narratividade, uma vez que, como afirma Fiorin (2002), esta se encontra presente em todos os textos, razão pela qual é preciso fazer uma distinção entre narratividade e narração. A narratividade é uma transformação que se situa entre dois estados sucessivos e diferentes; isso significa que uma narrativa mínima ocorre quando se tem um estado inicial, uma transformação e um estado final; já na narração, os estados e transformações estão ligados a personagens individualizadas, permitindo a construção de um percurso narrativo preso às condições peculiares de sua própria história. Há dois tipos de enunciados elementares na sintaxe narrativa, etapa que focaliza a questão da narratividade na teoria semiótica discursiva: a) enunciados de estado: são os que estabelecem uma relação de junção (disjunção ou conjunção) entre um sujeito e um objeto; b) enunciados de fazer: são os que mostram as transformações, os que correspondem à passagem de um enunciado de estado a outro. Existem também duas espécies de narrativas mínimas: a de privação e a de liquidação de uma privação. Na primeira, ocorre um estado inicial conjunto com o objeto desejado e um estado final disjunto. Já na segunda espécie, ocorre o contrário: um estado inicial disjunto e um final conjunto. Há que se considerar ainda as narrativas complexas, presentes em grande parte dos textos contemporâneos, nas quais uma série de enunciados de fazer e de ser (de estado) está organizada hierarquicamente. Tais narrativas estruturam-se em quatro fases: a manipulação, a competência, a perfórmance e a sanção. Na fase da manipulação, um sujeito age sobre outro para levá-lo a querer e/ou dever fazer alguma coisa. Na da competência, o sujeito que vai realizar a transformação central da narrativa é dotado de um saber e/ou poder fazer. Na da perfórmance, ocorre a transformação (mudança de um estado a outro) central da narrativa. Finalmente, na da sanção, é feita a constatação de que a

3 perfórmance se realizou e ocorre o reconhecimento do sujeito que operou a transformação; nessa fase, distribuem-se prêmios e castigos. Fiorin (op. cit.) ressalta ainda que a semântica do nível narrativo ocupa-se dos valores inscritos nos objetos. Numa narrativa, aparecem dois tipos de objetos: objetos modais e objetos de valor. Os primeiros são o querer, o dever, o saber e o poder fazer, são aqueles elementos cuja aquisição é necessária para realizar a perfórmance principal. Os segundos são os objetos com que se entra em conjunção ou disjunção na performance principal. Objeto modal e objeto-valor são posições na seqüência narrativa: o objeto modal é aquele necessário para se obter outro objeto; o objeto-valor é aquele cuja obtenção é o fim último de um sujeito. Segundo Barros (2005: 16): A sintaxe narrativa deve ser pensada como um espetáculo que simula o fazer do homem que transforma o mundo. Para entender a organização narrativa de um texto, é preciso, portanto, descrever o espetáculo, determinar seus participantes e o papel que representam na historiazinha simulada. Partindo dessa visão da sintaxe, a semiótica propõe duas concepções complementares de narrativa: narrativa como mudança de estados, que é operada pelo fazer transformador de um sujeito que age no e sobre o mundo em busca dos valores investidos nos objetos; narrativa como sucessão de estabelecimentos e de rupturas de contratos entre um destinador e um destinatário, de que decorrem a comunicação e os conflitos entre sujeitos e a circulação de objetos. Pode-se perceber que os programas narrativos projetam sempre um programa correlato, isto é, se um sujeito adquire um valor é porque outro sujeito foi dele privado ou dele se privou, ou seja, os objetos circulam entre os sujeitos e as transformações, e põem os sujeitos em relação uns com os outros. Na organização narrativa, existem ainda o percurso do destinador-manipulador e o percurso do destinador-julgador. As ações do sujeito e do destinador são diferentes: o sujeito transforma estados, faz ser, e simula a ação do homem sobre as coisas do mundo; o destinador modifica o sujeito, pela alteração de suas determinações semânticas e modais e faz fazer, representando, assim, a ação do homem sobre o homem. Para alcançar a manipulação, o sujeito pode recorrer a quatro estratégias: a provocação, a sedução, a tentação e a intimidação, sendo que a prioridade para qualquer uma delas dependerá

4 da relação entre manipulador e manipulado. Contudo, a manipulação somente será bem sucedida quando o sistema de valores em que ela está assentada for compartilhado pelo manipulador e pelo manipulado, quando houver certa cumplicidade entre eles. Portanto, a sucessão de estados e transformações adota a perspectiva do sujeito e de sua ação. A sucessão de estabelecimentos e rupturas de contratos é a das relações entre o destinador e o destinatário-sujeito. O esquema narrativo engloba os dois pontos de vista e simula a história do homem. A partir de certos valores e de determinados contratos, o homem age e transforma o mundo, à procura desses valores. Tais elementos do nível narrativo serão abordados no romance O caso Morel, de José Rubem Fonseca, escritor brasileiro cuja obra, como grande parte da literatura contemporânea, revaloriza a narratividade do relato realista, sobretudo na narrativa policial, que combina com o estilo brutalista para a representação da violência. Tendo em vista o panorama da literatura brasileira das décadas de 1960 e 70, a obra de Rubem Fonseca pode ser considerada como uma das responsáveis pelo esforço de renovação da narrativa da época, pois trazia um caminho pouco explorado. As obras desse autor são produzidas pela conjunção dos temas da violência urbana com o modo de narrar seco e preciso. Em seus romances, predomina o uso de recursos da narrativa policial, a qual costuma ser dividido em duas grandes modalidades: o romance policial clássico, que consiste no enredo de detecção pura, voltado para a resolução de mistérios e primando pelo raciocínio lógico e dedutivo; e o romance policial moderno, também chamado de roman noir ou hard-boiled, o qual apresenta enredo de suspense, podendo ou não conter um componente de mistério, com predomínio da ação e da violência, caracterizando-se pela presença do detetive cínico e durão. Entre os escritores brasileiros contemporâneos, Fonseca foi um dos primeiros a encarar sem rodeios a violência urbana em todos os estratos sociais, ou seja, do traficante ao empresário, da socialite à prostituta, do mendigo ao banqueiro. Sua obra O Caso Morel, lançada em 1973, é a história de um artista plástico e fotógrafo que se encontra na prisão, sob suspeita de homicídio; encarcerado, decide escrever uma autobiografia ficcionalizada e, para isso, pede conselhos a um escritor. É também a história de um ex-policial, que é procurado por seu amigo delegado para auxiliar um artista plástico acusado de assassinato a escrever um livro na prisão; o escritor se interessa pela narrativa do preso e contribui com suas investigações para que o caso chegue a uma resolução adequada.

5 Observa-se, então, a presença de duas narrativas, uma encaixada na outra. A primeira é contada por um narrador em terceira pessoa, cujo ponto de vista na maior parte do tempo aproxima-se da perspectiva de Fernando Vilela, o escritor ex-policial. A esta narrativa, intercalase outra, a qual toma por orientação o livro escrito por Paulo Morais, o artista plástico conhecido como Paul Morel, repleta de orgias e de reflexões bastante irônicas sobre a arte e a cultura de seu tempo. No percurso narrativo dessa obra, consideram-se as narrativas complexas, nas quais uma série de enunciados de ser (de estado) e de fazer estão organizados hierarquicamente. Nas narrativas, existem dois níveis de realidade : o primeiro corresponde ao mundo ficcional (em relação à nossa realidade empírica), que constitui a realidade instituída pelo texto, o mundo no qual os personagens do romance transitam; o segundo corresponde ao relato de Morel, romance dentro do romance, que se apresenta como elaboração narrativa da realidade romanesca, algo que ficcionaliza os dados do primeiro nível. É para as falas de Morel e Vilela, focalizadas, principalmente, quando surgem diálogos privados entre eles, que o presente trabalho confere maior importância, procurando encontrar neles indícios de um relacionamento marcado pela manipulação, que se torna a grande responsável pelo desenvolvimento do romance de Rubem Fonseca. A análise a ser efetuada pretende verificar a importância da sintaxe narrativa na constituição da obra e dos efeitos de sentido que esta se propõe a alcançar. Para tanto, estabelece os seguintes objetivos: - analisar o percurso narrativo dos sujeitos protagonistas da obra, por meio dos elementos principais da sintaxe narrativa; - descrever o relacionamento entre os personagens na obra de acordo com os postulados sugeridos pelo esquema narrativo canônico e - identificar sentidos implícitos por meio da leitura do nível sintático da obra. Metodologia Os procedimentos metodológicos da pesquisa dizem respeito ao levantamento dos pontos centrais da narrativa, baseando-se nos trechos em que as personagens dialogam, sobre os quais se efetuará uma análise lingüístico-semântica, além de se focalizarem questões da sintaxe narrativa mencionadas na introdução.

6 Tal análise busca reconhecer, nos elementos selecionados, pontos comuns e recorrentes que permitam identificar a narratividade da obra. Resultados Ao se debruçar sobre a obra alvo deste estudo, observa-se que o aspecto geral do romance O Caso Morel é o de uma narrativa feita por fragmentos, da qual resulta a sensação de descontinuidade, responsável por estimular no leitor o desejo de continuar perseguindo o fluxo da história. Nesse sentido, a obra de Rubem Fonseca, marcada pela combinação entre erotismo, pornografia, arte e morte, retrata a psicopatologia da vida cotidiana do homem contemporâneo. Essa narrativa faz com que se observe o lado obscuro do comportamento humano, a presença da violência sob todas as formas, tanto física, quanto psicológica e moral. Além do tom nitidamente policialesco, os crimes atuam apenas como um disfarce de suas críticas a uma sociedade opressora do indivíduo, ou seja, a morte não é nada. O assassinato não é nada. O que transtorna é a selvageria do crime, porque ela parece inexplicável (BOILEAU e Narcejac, 1991, p. 11). Desse modo, mais do que simplesmente deslindar o ato criminoso, o que interessa é registrar o cotidiano terrível das grandes cidades. Tudo isso faz deste livro um grande romance policial da época e uma das obras mais fortes de um autor obcecado pelas pulsões básicas do homem: sexo e morte. Nesse contexto, a frase nada temos a temer exceto as palavras, repetida diversas vezes pelo narrador, funcionando, no relato, como uma divisa de Morel, constitui-se em uma advertência contra os discursos verbais, dos quais é preciso desconfiar, e ao mesmo tempo um reconhecimento do poder da palavra, que pode servir tanto para dizer a verdade ou persuadir, quanto para enganar e iludir. Observa-se que a frase anuncia a crença no poder das palavras e a desconfiança, por trás de seu uso insidioso, traiçoeiro. Ao se focalizar a narração de uma história, de Morel para Vilela, são as palavras que servem para mediar uma relação contratual entre os dois personagens, a qual é marcada pela tentativa de convencimento (e, portanto, de manipulação). Nesse sentido, Morel se serve do poder da palavra, manipula a linguagem e tece seu próprio discurso, já a partir do momento em que insinua não saber escrever um livro e precisar da

7 ajuda de um escritor. Por essa razão, o delegado Matos envia-lhe Vilela que, daí em diante, passa a ser também manipulado por Morel, pois este, por meio da reprodução de uma história simples, sem muitos detalhes, com ênfase na vida sexual que tinha com várias mulheres fora da prisão, articulando tais relatos por meio da escolha refletida das palavras, faz com que Vilela passe a investigar os fatos recorrentes na história, em que ora acredita, ora não acredita, o que ajudará Morel a ganhar a liberdade no final da narrativa. Ao se considerar o percurso narrativo marcado entre os personagens Morel e Vilela, devese lembrar, conforme já referido, que há quatro classes de manipulação: a provocação, a sedução, a tentação e a intimidação. Com a leitura da obra O Caso Morel, de Rubem Fonseca, verifica-se uma relação marcada pelo conflito entre Vilela e Morel, durante a qual ora um, ora outro assume o papel de manipulador, com base na história que um relata e o outro tenta escrever. Já no capítulo inicial, pode-se notar o interesse de Vilela pela obra de Morel, no momento em que, após se cumprimentarem, Morel diz eu quero ter certeza de que vou ser publicado. Em seguida, Vilela retruca essa certeza você não pode ter. (Fonseca, p. 08) 1. Ao não dar ao outro a certeza de que sua história será publicada, mas, ainda assim, dispor-se a escrevê-la, Vilela demonstra estar interessado no relato. No capítulo três, quando os dois voltam a se encontrar na penitenciária, Vilela, que já havia investigado se as personagens da história eram ou não reais, indaga, não existe, na realidade, nenhum industrial Miguel Serpa, nem agência Andrade & Leitão. Eu verifiquei, ao que lhe responde Morel, Você me decepciona. A única realidade não é a da imaginação? (p.18), indicando, diante dessa situação, a Vilela que deve se concentrar em sua narração, tomando-a como única fonte da verdade a ser construída em seu enredo. Registra-se, portanto, um certo conflito entre ficção e realidade. No capítulo quatro, o delegado Matos quer ler os relatos de Morel, mas Vilela procura desviá-lo dessa idéia, uma vez que desejava somente ele ter acesso à obra de Morel, alcançando, com isso, o estatuto de guardião dessa história. Tal fato pode ser observado nos trechos posso 1 A partir desta citação inicial, quando se tratar de trechos do romance analisado, far-se-á a referência à obra por meio de simples menção à página da edição consultada.

8 ver? Só perguntando ao Morel. (...) O Matos me pediu para ler os papéis que você está escrevendo. Sou contra. (...) Estou mostrando para você (p. 22). No capítulo cinco, como se houvesse um intervalo no desenvolvimento do enredo, em estratégia romanesca empregada pelo autor, Morel e Vilela conversam sobre outros assuntos, tentando dissimular algum obstáculo inicial que ameaçasse o relacionamento entre os dois. Por meio desse recurso, busca-se, portanto, indicar a construção de certa intimidade entre as personagens. No sexto, podemos notar que Vilela insta Morel para que este relate aquilo que seria a história verdadeira e não ficcional. Quando Morel pede conselhos a Vilela sobre a continuação de seu relato, perguntando se é direito falar de seu pai, Vilela responde que se for verdade, é direito (p.40); trata-se de uma tentativa velada de reforçar seu desejo de que Morel relate os fatos da forma mais próxima a como teriam ocorrido. No sétimo capítulo, em novo intervalo no enredo, eles se distraem com outros assuntos, mas para Vilela o que interessa é o final da história, pois afirma: estou interessado no fim da história. (p. 53). Vilela não percebe estar sendo alvo de certa manipulação de Morel, uma vez que este, tendo garantido a atenção do outro para seu relato, retarda o desenvolvimento dos fatos com vistas a garantir uma maior expectativa e envolvimento do outro em sua história. No capítulo oito, Vilela manipula novamente Morel para que não mostre o relato a Matos. Vilela diz a Morel para não mostrar o relato a Matos. (p. 58). Pode-se notar, no trecho, ainda mais a manipulação e o interesse de Vilela pela obra de Morel, pois aceita, sem questionar, as condições que o outro lhe impõe para continuar a ser o único destinatário de seu relato. No capítulo onze, relata-se mais um encontro entre os dois, durante o qual se trocam correspondências, Vilela dá a Morel as folhas datilografadas por Hilda (...) Morel dá os papéis a Vilela. (p. 79). No capítulo doze, observa-se que Vilela manipula Morel para que este não desista de escrever o livro, Vilela abre a pasta. Entrega a Morel folhas datilografadas. Morel joga as folhas no chão, displicentemente. (...) Vilela diz Continua. Não desista agora. (...) Morel apanha as

9 folhas datilografadas que jogou no chão. Põe as folhas sobre a mesa. Volto Quinta-Feira, diz Vilela. (p. 88). No treze, Vilela começa a desconfiar do relato de Morel: há algumas incoerências no seu relato, disse Vilela e fica preocupado com o final do relato, vejo que você não escreveu muito desta vez, à medida que chego perto vai ficando mais difícil. Morel faz com que Vilela sintase um pouco intimidado, pensei que poderia escrever sobre as coisas que aconteceram comigo, mas agora, chegando perto.... (p. 91). A intimidação ocorre porque, dependente do relato de Morel e preso à expectativa de seu final, Vilela passa a esperar por ele avidamente, curioso de saber como as coisas teriam sido concluídas. Essa tensão se prolonga pelo capítulo seguinte. No capítulo quinze, com a não conclusão da história, Vilela vê-se tentado a procurar um final para ela, pressentindo a possibilidade de a inocência de Morel ser comprovada. Assim, diante dessa situação, Vilela se junta a Matos para discutir o final da história, mostrando as possíveis provas de um homicídio e construindo um diálogo que se encaminhe para a inocência do amigo: Morel ainda não acabou, mas eu quero ver o resto assim que ele escrever, Morel não confessa nada, Você mesmo disse que ele ainda não chegou ao fim (p. 108). No capítulo dezesseis, por meio de diários, exames cadavéricos e outros, relatados por Morel, Vilela começa a investigar os fatos, trazendo-os para um confronto com a realidade. Notase que Morel parou de escrever, utilizando-se desse recurso como uma maneira de forçar uma manipulação sobre Vilela, levando-o a concluir a narrativa, mas o que se evidencia, no capítulo seguinte, é Vilela a manipular Morel, entrevistando-o e levando-o a entregar-lhe filmes, slides e outros livros. No capítulo dezoito, pode-se observar que foi a vez de o delegado Matos ser manipulado por Vilela, pois encontra-se ajudando nas investigações: Vilela telefona a Matos e pergunta se eles investigaram a mulher do barraco, Claro (p. 132). Pode-se verificar também que Vilela ainda insiste com Morel para que este conclua sua história: escreveu muito?, diz Vilela. Você sabe que não. Desisti. Rasga aquela merda toda, diz Morel (p. 132). Nesse momento da narração, pode-se dizer que é a liberdade para Morel e a conclusão do livro para Vilela que estão em jogo, visto que Vilela afirma eu li o diário de Joana. Há muita

10 coisa ali que eu não entendo e quero entender. Você podia me ajudar, mas Morel pergunta por que eu haveria de te ajudar? Por que você está me ajudando?. O diálogo segue tenso com Vilela dizendo eu não vim aqui para brigar com você, Morel, eu vim......eu vim para conversar com você, eu quero te ajudar e quero que você me ajude. Morel examina o rosto de Vilela. Está bem, não vamos brigar. (p. 133) Morel continuou sendo manipulado por Vilela, que pergunta você escreveu esse episódio? Morel responde escrevi. Achei importante, para explicar Joana. Vilela diz então me dá. Eu leio e rasgo, com as outras coisas. (p. 135) Nos capítulos dezenove e vinte, Vilela continua suas investigações. No vigésimo primeiro, ao inventar um final para a história, Vilela ameaça com uma pistola um casal que mora na praia, onde Joana foi encontrada morta, para fazê-los culpados. Vilela os intimida: quero saber a verdade. Qual de vocês vai falar? É melhor falar agora, por bem, senão vai ser debaixo de cacete, na delegacia. José e Crueza se olham. (p. 154). No capítulo vinte e um, em uma confissão reveladora, Morel desabafa: Não quero escrever mais. Quando era artista, eu vivia preocupado com o efeito, nas outras pessoas, daquilo que eu fazia, preocupado em saber se ia vender, ganhar prêmio, ser elogiado pela crítica era como se eu fosse um cachorro ensinado, um desses animais de circo que executa os seus pobres truques para ganhar um pouco de açúcar. Mesmo como artista de vanguarda, supostamente destrutivo, eu continuava fazendo o que os outros queriam e esperavam que eu fizesse. Ao escrever, mudei apenas de linguagem, continuei querendo aplauso, coroa de louros, admiração. Medalhinhas e torrões de açúcar. Logo que fui preso eu me sentia culpado (pois não estava preso?) e cheguei a considerar justas as torturas que sofri. Agora eu quero ser eu mesmo, não quero aprovação ou estima ou respeito, de ninguém, de nada. (p. 159) Verifica-se, por esse trecho, que Morel, ao ser tido como não culpado, recorda-se das vezes em que fora manipulado por Vilela e outras pessoas e que, agora, livre, decide não aceitar ser manipulado por ninguém, por nada. No último capítulo, quando se inventa um final para a história, constata-se que a culpa do assassinato em que Morel fora envolvido recai sobre Félix. A condenação de Félix é um final perfeito para nossa história. (p. 165). Assim, após tantas manipulações entre as personagens centrais da narrativa, o próprio leitor vê-se manipulado pelas palavras para acreditar na culpa de um outro pelo crime, inocentando Morel dessa ação.

11 Discussão Como se verifica pelo enredo da obra, na prisão, Morel está escrevendo uma autobiografia ficcionalizada. Esta, por sua vez, embora relacionada com a realidade, é de natureza ficcional, pois o mundo no qual as personagens do romance transitam é fruto da imaginação de Morel. representa literariamente o real, ou seja, incorpora dados do real, que criam a ilusão de apresentação direta da realidade. Notamos isso quando Morel pede uma opinião para Vilela e este pergunta: Por que você usa o seu nome? Morel responde com outra questão: Isso tem importância? (p. 18). Para Morel, não interessa esclarecer se sua história é ou não verdadeira; vale, para ele, sobretudo, a possibilidade de os outros, a partir dos papéis que cada um desempenha no relato que se desenvolverá ao longo da obra, acreditarem no que conta. Assim, após Vilela ter acesso à narrativa do preso e a todos os documentos relatados no interior da história, como exames cadavéricos, laudos periciais, filmes, etc., interessa-se pela narrativa, que estava sendo bem elaborada por Morel com base em sua capacidade de articular as palavras, entrelaçando-as em uma narrativa coerente e organizada, razão pela qual Vilela, manipulado pela escrita de Morel, começa a escrever o seu próprio livro, tentando não deixar com que Morel pare de escrever até chegar a uma conclusão. As visitas do ajudante/escritor à prisão acontecem constantemente e provocam Morel para que continue dependendo do seu auxílio, como quando, por exemplo, este escreve uma carta para aquele e depois se arrepende. Estou infeliz por estar escrevendo essa carta para você. Vilela devolve a carta a Morel. Leva. Morel encolhe os ombros. Por que você não pediu ao Magalhães para editar o seu livro? Quem? Aquele calhorda? Morel parece mais tenso (...). ( p. 28) Em uma das conversas, Vilela tenta seduzir Morel, reforçando o seu próprio discurso: É isso que me mantém vivo, aqui dentro. As mil flexões. Chegar lá. Não é o livro. É a primeira vez que você chama o que está escrevendo de livro. É mesmo? Creio que sim. Mas eu não tenho a sua memória. Você escreveu alguma coisa? Escrevi. Morel dá os papeis a Vilela. (p. 79) Vilela elogiou Morel e fez com que este desse os papéis para ele.

12 Vilela investiga o caso descrito por Morel (assassinato), para finalizá-lo, juntamente com o seu livro. Vilela conversa com Morel sobre outros assuntos para distraí-lo e, em seguida, faz perguntas que o levam a contar que possui filmes, slides, fotos da vítima, etc. Você tem fotos de Heloísa? Um monte. Tenho muita vontade de ver fotos de Heloísa. Novamente podemos ver Morel manipulado por Vilela entregando tudo a este. Como é que eu faço para apanhar os filmes? Uma empregada toma conta da casa, (...) dona Benedita (...). Escrevo um bilhete para ela. (p. 129). Por fim, Vilela com a ajuda de d. Benedita, transporta as fotos e os filmes para o seu carro. (p. 130) Vilela novamente manipula Morel. Na citação abaixo, Vilela, demonstrando ter conhecimentos de psicologia, ao falar da memória de Morel, tenta fazer com que este confesse o crime. Morel, por sua vez, mostra-se sempre lúcido e firme em seu discurso, dizendo que não a matou. Você matou Joana? Não. Você escreveu que a deixou no chão, ferida, e foi embora. Ela podia ter morrido. Ela foi morta por alguém que chegou depois que eu me afastei. Você pode ter se esquecido, bloqueado a memória, inconscientemente. Eu me lembro de tudo, com muita lucidez. Deixei Joana viva, tenho certeza. (FONSECA, 1999, p. 135) Tratando-se das quatro fases de uma narrativa complexa, destacam-se, para concluir, a manipulação e sanção. Na primeira, quando Morel decide escrever uma autobiografia na prisão, Vilela, ao auxiliar Morel, interessa-se pela sua obra e auxilia-o para que esta seja concluída. Vilela abre a pasta. Entrega a Morel folhas datilografadas. Morel joga as folhas no chão, displicentemente. Quer me dar o que você escreveu?, pede Vilela. Continua. Não desista agora (p. 88). Vejo que você não escreveu muito desta vez. (p. 91) Na segunda, a fase da sanção, constatou-se a realização da perfórmance e o reconhecimento foi feito: Morel convence aos outro com seu relato; por isso, passou a ser considerado inocente, recebendo a liberdade de volta.

13 Agradecimentos À Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS, os agradecimentos da acadêmica pela concessão da Bolsa PIBIC, sem a qual a pesquisa não teria se concretizado. Referências Barros, D. L. P. de. Teoria Semiótica do Texto. 4ªed. São Paulo: Ática, 2005, 96p. Boileau, P. e Narcejac, T. O romance policial. São Paulo: Ática, 1991, 217p. Fiorin, J. L. Elementos de Análise do Discurso. 11ªed. São Paulo: Contexto, 2002, 94p. Fonseca, R. O Caso Morel. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, 172p. Otsuka, E. T. Marcas da Catástrofe. São Paulo: Nankin Editorial, 2001, 148p.

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