MARGUTTI Pinto, Paulo Roberto. Iniciação ao silêncio: análise do Tractatus de Wittgenstein. São Paulo. Edições Loyola, 1998, 366p.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MARGUTTI Pinto, Paulo Roberto. Iniciação ao silêncio: análise do Tractatus de Wittgenstein. São Paulo. Edições Loyola, 1998, 366p."

Transcrição

1 1 MARGUTTI Pinto, Paulo Roberto. Iniciação ao silêncio: análise do Tractatus de Wittgenstein. São Paulo. Edições Loyola, 1998, 366p. Margutti insere-se no contexto dos pensadores brasileiros preocupados com as pesquisas nas áreas de Lógica, Filosofia da Linguagem e Filosofia da Ciência. Graduou-se em Filosofia na UFMG e recebeu o título de mestre nessa mesma Universidade apresentando a dissertação Aspectos da lógica da implicação articulada pelas frase condicionais. Doutorou-se pela Universidade de Edinburg apresentando a tese Wittgenstein and semantic presuppotitions of definite descriptions in subject-position. Atualmente, leciona lógica, na UFMG, com ênfase nos cálculos nãoclássicos. Em 1996, criou um Laboratório de Lógica cujas pesquisas resultaram na publicação do livro Introdução à Lógica Simbólica (Editora da UFMG, 2001) e na criação de um programa de exercícios de lógica simbólica, escrito na linguagem de programação Delphi 4 para plataforma Windows, disponível na sua página da internet. Desenvolveu um método de análise argumentativa de textos e com base nele escreveu o livro Iniciação ao silêncio: análise do Tractatus de Wittgenstein que passaremos a comentar. Após o Prefácio, do próprio autor, observamos que o livro se constrói a partir de uma estrutura externa clássica. Iniciamos a leitura pela Introdução, seguimos para o desenvolvimento, dividido em 3 partes bem definidas, com subtítulos, para atingir as reflexões finais e a Bibliografia. No Prefácio, o autor justifica a existência do livro -- teve origem na tese elaborada para cumprir

2 2 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas exigência de concurso para professor Titular no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais -- e o método de procedimento da sua elaboração -- análise técnica dos argumentos empregados pelo jovem Wittgenstein, as vantagens desse método -- para fornecer uma interpretação sistemática do Tractatus. Finaliza com agradecimentos aos colaboradores. A Introdução é longa, porém bem estruturada internamente, possibilitando clareza, do ponto de vista do conteúdo, no prosseguimento do tema no desenvolvimento da pesquisa. Aqui, Margutti fundamenta-se, como ponto de partida, no pensamento de Thomas Conley, para quem muitos filósofos contemporâneos desconfiam da capacidade da filosofia formal resolver problemas de decisão e ação A conseqüência dessa desconfiança é a retomada dos estudos Retórica,no estilo neociceroniano, caracterizada no século XX pelos trabalhos de McKeon, Toulmin, Perelman e Habermas. Desse elenco de pensadores retóricos, Margutti analisa o Tratado da Argumentação de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1958), tendo em vista seus esquemas argumentativos. Margutti entende que o termo argumentação é mais adequado do que os termos retórica ou dialética, uma vez que o significado dessas duas últimas palavras está contaminado pelo uso ao passo que a palavra argumentação no sentido dado por Perelman -- estudo das técnicas discursivas que produzem ou fazem crescer a adesão dos interlocutores -- aproxima-se da Retórica e da Dialética antigas, porém a elas não se identifica. Esse estudo de técnicas discursivas proposto por Perelman envolve componente retórico, argumentos logicamente válidos

3 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 3 da dialética e um conjunto de esquemas argumentativos flexíveis e diversificados, possibilitando ir além do formal. Nessa perspectiva pragmática, segundo Margutti, a teoria da Argumentação é um Órganon das teorias pragmáticas em geral. Margutti propõe um método para leitura do Tractatus. Para que leitor compreenda o método de sua argumentação, ele esboça os passos da sua elaboração que apresentamos a partir do esquema que segue. AUTOR inspirado por determinado contexto que envolve circunstâncias históricas determinadas e outros textos, filosóficos ou não experimenta determinada vivência e expressaa por meio de um texto filosófico escrito para provocar a adesão de membros de um auditório específico. O contexto influencia e motiva o AUTOR RESPOSTA vivencia experiência filosófica e transmite ao auditório correspondente Desse ponto de vista, texto e contexto não podem ser separados. Eles implicam nas intenções do autor e do público. A análise argumentativa considera o texto em pelo menos três aspectos fundamentais:

4 4 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas vivência Texto visto da perspectiva de seu conteúdo O que ele pretende expressar problema e ponto de partida do autor Texto visto a partir a partir da perspectiva do contexto que o produziu solução dada pelo autor auditório específico Texto votado para a perspectiva do público a que se dirige. Com essa análise, Margutti conclui que o autor nada cria, apenas inventa a partir do que já existe. As discussões sobre o método argumentativo prosseguem com muita riqueza de detalhes esclarecendo seus passos que consistem em (p. 28): 1. considerar determinado texto como peça argumentativa; 2. elaborar uma conjetura interpretativa a respeito do texto e 3. analisar os procedimentos argumentativos utilizados. Essa análise mostra um duplo resultado do método: revelar os principais elementos argumentativos do texto e fundamentar de maneira consistente a interpretação geral do texto. Disso decorre a vantagem do método que, ao enfocar o texto como peça argumentativa, leva o leitor a considerar, em sua interpretação, todos os fatores que intervêm em sua composição.

5 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 5 Decore disso que a leitura da obra dá origem a uma hipótese interpretativa sobre o conteúdo. O método proposto por Margutti para a leitura do Tractatus leva-nos a concluir que as diversas formas de argumentação filosófica não são independentes das contingências histórias e culturais (p. 29) o que o diferencia do método proposto por Perelman e Olbrechts-Tyteca. Margutti ajusta a técnica do método às dificuldades do Tactatus para que a interpretação se torne possível. Nas palavras de Margutti: Trata-se de um obra cuja interpretação é muito difícil e cujas características argumentativas são tão peculiares que parecem constituir um caso claro de desvio do padrão tradicional: uma obra que trata de problemas lógicos sob forma aforística, que apresenta sua solução de uma forma aparentemente dogmática e que ao final rejeita a si mesma alegando que seus próprios aforismas são contra-sensos e que sobre o que não se pode falar, deve-se calar Para analisar o Tractatus como peça argumentativa, Margutti divide seu trabalho em três partes: 1. considera os diversos aspectos que constituem o contexto e o ponto de partida da argumentação do Tractatus (p. 32) 2. faz a exposição da sua conjectura sobre a filosofia do Tractatus (p.32) 3. analisa as principais técnicas argumentativas no Tractatus (p. 33). Conclui a introdução lembrando ao leitor que ele pretende apenas descrever os principais aspectos argu-

6 6 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas mentativos do Tractatus sem intenção de avaliá-lo criticamente, porém afirma que a filosofia do Tractatus é equivocada em muitos de seus aspectos fundamentais e aponta quatro objetivos traçados para o livro: 1. mostrar a viabilidade do método de análise argumentativa mediante sua aplicação a um texto concreto 2. testar o potencial do método para identificar casos argumentativos que não se enquadram nos padrões convencionais constituindo o que ele denomina desvios 3. revelar que os casos de desvios embora anômalos possuem sua própria especificidade e validade 4. contribuir para a melhor compreensão da dificuldade da filosofia do Tractatus, aproveitando a hermenêutica do método de análise. A primeira parte do livro discute O contexto e o ponto de partida da argumentação no Tractatus. Divide-se em quatro capítulos. No primeiro, com três subtemas, Margutti aborda a época da redação do Tractatus. Contextualiza o autor considerando os aspectos mais relevantes de sua vida, os fatos históricos da sua época e as doutrinas mais significativas usadas para a elaboração da solução proposta pela obra. Trata de A evolução intelectual de Wittgenstein em direção ao Tractatus, recapitulando fatos importantes da vida de Wittgenstein desde o nascimento (26 de abril de 1889) até a primeira Guerra Mundial. Nas Observações finais faz uma síntese do surgimento do Tractatus:

7 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 7 1. como solução para uma crise existencial 2. a crise existencial parece ter decorrido do contato com autores que influenciaram a elaboração da obra. O segundo capítulo trata do contexto éticometafísico. Está subdividido em seis subtemas que tratam das influências que Wittgenstein sofreu: de Schopenhauer ( o mundo é minha representação ); de Weininger ( o imperativo moral ); de William James ( a experiência religiosa ); de Tolstoi (o Evangelho ). Nas observações finais, há uma versão pessoal do cristianismo e a síntese dos assuntos tratados nos subtemas. Para Margutti, as leitura desses pensadores influenciou Wittgenstein na elaboração de tal síntese. O terceiro capítulo trata de O contexto ligado à análise da linguagem. Também foi subdividido em subtemas -- a teoria dos modelos de Hertz e Boltzmann, a lógica de frege, os trabalhos de Russell, a crítica mauthneriana da linguagem. Há observações finais, em que Margutti apresenta suas sugestões. No quarto capítulo da primeira parte, o tema tratado é o ponto de partida da argumentação do Tractatus. Subtema, As premissas e o problema fundamental de Wittgenstein. Temos as Observações preliminares e as Observações finais. No subtema, Margutti avalia o pensamento de autores de tendência ético-metafísica e a convergência de suas idéias ao enfatizar a existência de uma experiência de natureza eminentemente contemplati-

8 8 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas va (p.122). Entre esses pensadores que influenciaram Wittgenstein, Margutti inclui Schopenhauer, cuja experiência ético-metafísica consiste na contemplação do mundo pelo sujeito do ponto de vista do eterno. A eternidade envolvida não é substancial, mas corresponde à atemporalidade alcançada pelo sujeito quando observa a essência. Quando atinge este estado, o sujeito esquece sua própria individualidade e põe em ação um nível mais profundo de seu ser, no qual se funde, em êxtase, com o mundo. (p. 122) Essa experiência, para Margutti, consiste na beatitude obtida pela contemplação de uma realidade superior. Weininger, é outro pensador dessa mesma linha. Para ele, segundo Margutti, Todo gênio tem, em algum momento de sua vida, uma experi6encia de algo mais elevado em seu ego. Embora essa experiência possa assumir as mais variadas formas, estas, como visões intuitivas do cosmo, partilham a propriedade comum de serem provenientes apenas da excitação do ego quando ele se põe como uma alma que está solitária no universo, encarando-o e compreendendo-o. (...) (p. 123). Tolstoi, vê a experiência mística como a própria experiência do sentido da vida -- que se alcança quando se vive pelo amor no presente autêntico. Margutti vê esse fato como equivalente a estar unido a Deus, princípio e fundamento da vida. Em última instância, diz Margutti, A experiência mística é a contemplação do presente atemporal. Nessa perspectiva, o cristianismo tolstoiano é uma

9 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 9 religião sem fé e sem mistérios, capaz de proporcionar a beatitude neste mundo mesmo e não numa hipotética vida futura. A experiência mística não envolve nada de sobrenatural (p. 123) William James, continua Margutti, faz uma caracterização geral da experiência mística, apontandolhe quatro aspectos fundamentais. 1) A infalibilidade -- nesse caso, a linguagem é insuficiente para descrever a experiência mística que deve ser diretamente vivenciada e não pode ser comunicada a outrem. 2) O valor noético -- Embora o estado místico esteja mais próximo do sentimento que dá apreensão intelectual, ele constitui um tipo peculiar de conhecimento atingindo profundidades da realidade que não podem ser compreendidas pelo intelecto discursivo. 3. A transitoriedade -- A experiência mística não ocorre por um tempo muito longo. Depois que a experiência ocorreu, porém, sua qualidade é retida pela memória e ela pode ser reconhecida quando acontecer novamente. 4. A passividade -- É certo que a experiência mística pode ser preparada com o auxílio de determinadas técnicas. Todavia sua ocorrência produz o sentimento de estar possuído por um poder superior. Comenta Margutti que esses autores admitem a possibilidade de o homem passar por um transe místico que envolve um valor cognitivo correspondendo à contemplação beatífica da verdadeira realidade. Shopenhauer e Weininger aceitam que a contemplação mística é uma experiência do sujeito transcendental. Margutti prossegue sua análise voltando-se para as influências lógico-científicas, incluindo nessa linha, Frege, Russelll, Hertz e Boltzmann.

10 10 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas Da filosofia de Frege, afirma Margutti, Wittgenstein serviu-se das noções de conteúdo conceitual. sentido, e significado. Wittgenstein utiliza a noção de conteúdo conceitual para tentar chegar à essência da linguagem pela análise da proposição declarativa. Russell influenciou-o despertando interesse pelos problemas de análise da linguagem, colocando-o a caminho das novas técnicas da lógica. Margutti comenta os desacordos de idéias de Wittgenstein com as de Frege e Russell, com bastante detalhes de informações e demonstrações lógicas de raciocínio. A segunda parte prossegue com os capítulos cinco a oito e tem como tema fundamental A filosofia do Tractatus. O capítulo cinco divide-se em quatro subtemas. Há, como de hábito, as observações preliminares e as observações finais. Margutti trata de 1 A crítica da linguagem e seu objeto mostrando quatro pontos importantes observados por Wittgenstein sobre a linguagem, seguindo Frege: i. a menor unidade lingüística é a sentença, ii) as sentenças ou unidades mínimas de sentido podem ser selecionadas e agrupadas em função do conteúdo judicável, iii) uma sentença declarativa expressa dado pensamento e, sob esse aspecto, é chamada de proposição iv) a proposição assim entendida ocupa uma posição privilegiada na crítica da linguagem. Cada um dos itens é desenvolvido por Margutti com exemplos elucidativos. Segue A crítica da proposição em que faz a análise lógico-transcendental da proposição, destacando os seguintes pontos: 1. Uma proposição tem uma e somente uma análise completa (1922:3.25). Isso significa dizer, segundo Margutti, que uma análise exaustiva de uma proposição sempre nos

11 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 11 leva ao mesmo resultado -- Este princípio constitui o postulado básico da análise tractatiana da linguagem (p. 148). 2. É óbvio que devemos, na análise das proposições, chegar a proposições elementares que consistem em nomes em ligação imediata (1922). Margutti aprofunda esse princípio mostrando que a análise deve terminar em algum lugar, sob pena de tornar-se um inevitável regresso ad infinitum. Apresenta exemplos demonstrativos e ilustrativos, e, em notas de pé de página, observações importantes que remetem o leitor ao enraizamento do assunto. Segue o subbtema A proposição como modelo do fato, comentando o postulado transcendental do Tractatus que conduz à sua explicação da proposição por meio da teoria Pictórica. Margutti contextualiza o surgimento dessa idéia durante a Primeira Guerra Mundial, quando Wittgenstein servia na frente oriental. É importante notar, nesse subtema, a riqueza de detalhes apresentada por Margutti sobre o desenvolvimento dessa teoria de Wittgenstein. Os exemplos e esquemas ilustrativos são apresentados sistematicamente, com clareza e aprofundamento das idéias contidas na Teoria Pictórica. Em Sentido e significado, Margutti aponta a solução de Wittgenstein pelo pelo aforisma 3.3 Só a proposição tem sentido; só no contexto da proposição um nome tem significado (1022: 3.3). Comenta Margutti que isso permite concluir: se apenas a proposição tem sentido, o nome isolado, diferentemente do que pensa Frege, não tem sentido. Esse subtema é enriquecido com demonstrações de proposições por função de verdade usando o procedimento de tabelas-deverdade.

12 12 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas No sexto capítulo, o tema em pauta é A crítica da linguagem e seus reflexos sobre a estrutura do mundo. Seguem-se os subtemas. O postulado transcendental e a estrutura do mundo, ressalta o fato de Wittgenstein chamar estado de coisas qualquer combinação de objetos simples, existentes ou não. Em O mundo como totalidade de fatos Margutti observa um paradoxo na conclusão do Tractatus quando Wittgenstein diz que o mundo é a totalidade dos fatos, não das coisas. O sétimo capítulo trata de A lógica como essência do mundo, desenvolvido a partir dos subtemas A lógica como lei transcendetamente estruturante, A forma geral da proposição e Espaço lógico, linguagem e realidade. Esses subtemas são desenvolvidos a partir de demonstrações por tabelas de verdade e pelo cálculo dos predicados. Margutti conclui, em Observações finais, que a consideração da lógica como lei transcendentalmente estruturante da realidade e da linguagem nos mostra que ela atua em dois níveis fundamentais. Primeiramente a lógica estrutura a proposição atômica como modelo do fato atômico descrito. Em segundo lugar, ao fixar a proposição atômica como bipolar, ela determina a priori todas as combinações possíveis de valores de verdade dessas proposições atômicas. Desse modo, tudo o que pode ocorrer no mundo está enquadrado num espaço lógico a priori. Se isso é verdade, então não há proposições privilegiadas na lógica. A organização axiomática da lógica é enganadora. (...) (p.221) O oitavo capítulo apresenta o tema Aplicações dos resultados da crítica da linguagem desenvolvido a

13 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 13 partir dos subtemas A lógica -- a crítica da línguagem já mostrou que as proposições da lógica são tautológicas (p. 224); A Matemática -- O essencial no método matemático é trabalhar com equações. É em razão desse método que toda proposição da matemática deve evidenciar-se por si própria (p. 227); A Física -- A explicação da linguagem física está relacionada a dois aspectos básicos da filosofia do Tractatus. A análise das linguagens lógica e matemática revelou, por um lado, que só há necessidade lógica (1922:6.37, 6.375) assim como só há impossibilidade lógica (1922: 6.375). Por sua vez, a análise lógica da linguagem também revelou que nenhuma proposição elementar pode ser deduzida de outra (1922;5.134). Portanto, não se pode deduzir a existência de uma situação a partir da existência de outra (1922:5.135) ; A Metafísica -- A análise da linguagem da ética revela que não pode haver proposições que descrevam valores absolutos, pois elas não teriam qualquer conteúdo descritivo. Coisa semelhante acontece no caso da metafísica. Se houvesse proposições metafísicas, elas também não teriam conteúdo descritivo. Com efeito, a linguagem metafísica tenta descrever o que existe em sentido absoluto, a saber, a essência do mundo, isto é, as condições de possibilidade dos fatos. Nas Observações finais, Margutti afirma que Aplicada à lógica, a crítica da linguagem revela que as tautologias são vazias de sentido. Isso mostra as propriedades lógicas da linguagem e do mundo. Nessa perspectiva, embora não seja uma teoria, a lógica é transcendental (p. 252). Na terceira e última parte do livro, Margutti comenta as Técnicas argumentativas utilizadas no

14 14 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas Tractatus. Segue pelo capítulo nove com Técnicas heurísticas utilizadas na elaboração do Tractatus, com seus vários subtemas. Estratégia heurística fundamental do Tractatus: a livre variação de modelos -- após uma longa análise de modelos afirma Margutti que Wittgenstein reconhece a técnica heurística da livre variação de modelos como a fonte básica de sua originalidade. Estratégia heurística complementar do Tractatus: o antimodelo leva as últimas conseqüências a crítica da argumentação socrática que se encontrava apenas prenunciada em Schopenhauer (p. 274). Táticas heurísticas utilizadas no Tractatus -- Segundo Margutti, as principais táticas inventivas são a do paradoxo e a das definições retóricas. No Tractatus, Margutti concentra-se na primeira, por entender que ela condensa o espírito do texto. No décimo capítulo, A linha geral de argumentação do Tractatus, são desenvolvidos os subtemas A estratégia de argumetanação do Tractatus, O sistema de numeração dos aforismas tractatianos. Esses dois subtemas são bastante complexos. Segue A divisão do Tractatus em partes, analisadas por Margutti de forma bastante detalhada. O quinto subtema trata de A inversão da ordem das razões e a leitura por pistas -- a estratégia argumentativa do Tractatus é baseada no estilo paratático e envolve duas outras táticas: a inversão da ordem da exposição e o estabelecimento da necessidade de um tipo especial de leitura da obra. A ordem da exposição, no Tractatus não corresponde à ordem da descoberta. Wittgenstein começa por um dos resultados da análise da proposição. Margutti vai em busca do motivo dessa opção de Wittgenstein. Em A Introdução de Russell,

15 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 15 Margutti fala das dificuldades que Wittgenstein teve para publicar sua obra. Tudo indica que só conseguiu divulga-la graças à Introdução de Russell. Parece que Bertrand Russell apresentou Wittgenstein à comunidade filosófica e o promoveu, além de recomendar a leitura da sua obra, objetivo que não foi alcançado, em virtude dos inúmeros equívocos que contém e das dificuldades na Introdução de Russell. O décimo primeiro capítulo trata dos Principais esquemas argumentativos utilizados no Tractatus. O tema é aprofundado a partir dos seguintes subtemas. O espírito dos argumentos tractatianos -- O Tractatus utiliza argumentos de uma forma inteiramente sui generis, nele não se aplicam os procedimentos tradicionais. O que Wittgenstein faz na obra é estabelecer uma vasta rede de definições e princípios que se entrelaçam conceitualmente (p. 310). Argumento quase lógico -- Esse argumento é colocado por Perelman e Olbrechts-Tyteca. Margutti comenta que são assim chamados porque embora se apresentem como comparáveis a argumentos formais, lógicos ou matemáticos, só adquirem aparência demonstrativa mediante um esforço não-formal de precisão ou redução ao esquema formal que pressupõem (p. 313). Dentre os argumentos quase lógicos que interessam à análise do Tractatus, Margutti destaca os que recorrem a estruturas lógicas, como os esquemas da identidade e da incompatibilidade. No Tractatus, os esquemas baseados na identidade são construídos com a apresentação de definições; a partir delas são deduzidas conseqüências. Na verdade fica um pouco difícil o entendimento de argumentos quase lógicos porque se eles

16 16 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas são comparáveis a argumentos formais, lógicos ou matemáticos, já são demonstrativos. Também torna-se difícil entender como esforço não-formal possa tornar preciso (ou reduzir a) algo que já recebeu aspecto lógico-matemático. Por que esquemas de identidade e de incompatibilidade seriam quase lógicos? Margutti apresenta comentários detalhados sobre essa questão. Os esquemas argumentativos baseados na incompatibilidade são encontrados em Wittgenstein reduzidos a contra-sensos. Seguem-se os subtemas Argumentos que fundam a estrutura do real, Dissociações de conceitos, Interação dos argumentos tractatianos. Em todos eles, Margutti retoma os procedimentos argumentativos de Perelman e Olbrechts-Tyteca, comenta-os e mostra como ocorrem no Tractatus. Nas Observações finais, Margutti esclarece que o objetivo último do Tractatus é a elucidação pela crítica da linguagem. Esta última, contudo, é um procedimento suicida que conduz à autofagia. Nesse sentido, a crítica da linguagem, quando levada às últimas conseqüências, corresponde à experiência de morrer (p. 336). No décimo segundo capítulo, Margutti aborda A questão crucial da autofagia como ponto chave para efetuar a iniciação ao silêncio. Comenta que Considerada globalmente, a técnica da argumentação do Tractatus se caracteriza pelo uso de um método de análise e de uma linguagem que se autodestroem no final e do ponto de vista argumentativo o resultado dessa atitude consiste no estabelecimento de uma incompatibilidade que Perelman e Olbrechts-Tyteca qualificam como autofagia. Seguem os subtemas A crítica da linguagem é necessária, mas suicida, Os

17 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 17 resultados negativos da crítica da linguagem, O resultado positivo da crítica da linguagem, A crítica da linguagem na vida de Wittgenstein e Observações finais. O livro se encerra com uma pequena reflexão na qual Margutti retoma os dois objetivos centrais de sua obra: testar o potencial do método de análise argumentativa que ele mesmo desenvolveu ao longo de dois anos e apresentar uma interpretação sistemática da filosofia exposta no texto do Tractatus. Resenhei Iniciação ao silêncio: Análise do Tractatus de Wittgenstein a partir da importância e relevância do seu conteúdo. Durante a leitura dessa obra, troquei correspondências com o autor para esclarecer alguns pontos os quais registro aqui, a título de conclusões obtidas pela elucidação fornecida nas correspondências. 1) o livro é um produto da aplicação ao Tractatus de um método de análise argumentativa de textos filosóficos que Margutti elaborou, conforme comentei no início desse trabalho. 2. há uma tentativa de contextualização bastante ampla do Tractatus, com o objetivo de mostrar as influências ético-metafísicas -- a partir de Schopenhauer, Weininger, Tolstoi, William James, Mauthner -- e as influências lógico-científicas -- a partir de Frege, Russell, Hertz, Boltzmann -- sobre o jovem Wittgenstein. Foi essa contextualização que permitiu a Margutti indicar o problema que Wittgenstein tentou resolver, articulando a perspectiva lógica com a perspectiva mística. Nesse sentido, a interpretação feita por Margutti fornece uma visão de conjunto da filosofia do Tractatus, articulando a lógica e a ética. 3) a tese central de interpretação de Margutti é a seguinte: o Tractatus é uma obra de iniciação ao silêncio, envolvendo as experiências complementares da morte

18 18 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas através do dizer (enunciação de contra-sensos) e do renascimento através do mostrar (contemplação silenciosa do Absoluto). As proposições do Tractatus, segundo Margutti, são contra-sensos porque constituem uma tentativa frustrada do sujeito empírico de dizer aquilo que apenas se mostra ao sujeito transcendental e não pode ser dito pelo sujeito empírico. Comenta Margutti que discorrer sobre o místico não é apenas ilógico, mas também imoral. Daí a conclusão do Tractatus: sobre o que não se pode falar (por motivos lógicos decorrentes da crítica da linguagem), deve-se calar (por motivos lógicos e éticos). Isto explica também porque o Tractatus tem duas partes: a primeira, que está escrita, é a menos importante, pois não passa da tentativa de dizer o que apenas se mostra e não pode ser dito; a segunda, que não está escrita, é a mais importante, pois corresponde à contemplação silenciosa daquilo que se mostra ao sujeito transcendental (a essência da linguagem e do mundo, sob a forma de uma intuição inefável). 4) para atingir seus objetivos, segundo Margutti, Wittgenstein usa duas escadas: a escada lógica da crítica da linguagem (tentativa suicida de dizer a essência da linguagem) e a escada ética do alistar-se como voluntário no exército, colocando a vida em risco. As duas confluem na experiência de clarificação lógica e contemplação silenciosa que dá o sentido da vida. Chegando ao final desse comentário, só podemos dizer que o que foi exposto aqui sobre o livro de Margutti é apenas uma tentativa de mostrar recortes do seu conteúdo. A obra é densa. Há comentários, 91 notas de pé-de-página que enraízam cada novo tópico

19 SILVA, Mariluze Ferreira de Andrade e : Resenhas 19 apresentado para facilitar a compreensão da leitura, e uma Bibliografia, com 53 títulos de obras. Res fev. 04 Marilúze

A LINGUAGEM NO TRACTATUS DE WITTGENSTEIN. Bruno Senoski do Prado (PIBIC), Marciano Adilio Spica (Orientador),

A LINGUAGEM NO TRACTATUS DE WITTGENSTEIN. Bruno Senoski do Prado (PIBIC), Marciano Adilio Spica (Orientador), A LINGUAGEM NO TRACTATUS DE WITTGENSTEIN. Bruno Senoski do Prado (PIBIC), Marciano Adilio Spica (Orientador), e-mail: marciano.spica@gmail.com Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências Humanas,

Leia mais

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios Conceitos de método e seus princípios Caminho pelo qual se chega a determinado resultado... É fator de segurança. Seleção de técnicas para uma ação científica... Forma de proceder ao longo de um caminho

Leia mais

RESENHA A HISTÓRIA DAS IDÉIAS NA PERSPECTIVA DE QUENTIN SKINNER

RESENHA A HISTÓRIA DAS IDÉIAS NA PERSPECTIVA DE QUENTIN SKINNER RESENHA A HISTÓRIA DAS IDÉIAS NA PERSPECTIVA DE QUENTIN SKINNER Vander Schulz Nöthling 1 SKINNER, Quentin. Meaning and Understand in the History of Ideas, in: Visions of Politics, Vol. 1, Cambridge: Cambridge

Leia mais

Lógica Proposicional. 1- O que é o Modus Ponens?

Lógica Proposicional. 1- O que é o Modus Ponens? 1- O que é o Modus Ponens? Lógica Proposicional R: é uma forma de inferência válida a partir de duas premissas, na qual se se afirma o antecedente do condicional da 1ª premissa, pode-se concluir o seu

Leia mais

ESTUDO INTRODUTÓRIO PARTE I DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO

ESTUDO INTRODUTÓRIO PARTE I DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO Sumário ESTUDO INTRODUTÓRIO A TEORIA DISCURSIVA DO DIREITO DE ALEXY E AS DUAS QUESTÕES FUNDAMENTAIS DA FILOSOFIA DO DIREITO Alexandre Travessoni Gomes Trivisonno CAPÍTULO 1 UMA TEORIA DO DISCURSO PRÁTICO

Leia mais

A LINGUAGEM DO DISCURSO MATEMÁTICO E SUA LÓGICA

A LINGUAGEM DO DISCURSO MATEMÁTICO E SUA LÓGICA MAT1513 - Laboratório de Matemática - Diurno Professor David Pires Dias - 2017 Texto sobre Lógica (de autoria da Professora Iole de Freitas Druck) A LINGUAGEM DO DISCURSO MATEMÁTICO E SUA LÓGICA Iniciemos

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1 Função social: relatar resultados de uma pesquisa, avaliando-os em relação à literatura da área e fornecendo uma conclusão

Leia mais

Projeto 1000 no Enem. Conclusão. Bruna Camargo (67) (Aulas particulares)

Projeto 1000 no Enem. Conclusão. Bruna Camargo (67) (Aulas particulares) Projeto 1000 no Enem Conclusão OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Nas dissertações, a conclusão é a parte final que condensa os pontos centrais da discussão, inclusive o posicionamento apresentado na tese. A conclusão

Leia mais

Introdução O QUE É FILOSOFIA?

Introdução O QUE É FILOSOFIA? O QUE É FILOSOFIA? A filosofia não é uma ciência, nem mesmo um conhecimento; não é um saber a mais: é uma reflexão sobre os saberes disponíveis. É por isso que não se pode aprender filosofia, dizia kant:

Leia mais

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Item

Leia mais

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson O pensamento moderno e a crise generalizada de autoridade - A autoridade

Leia mais

A elaboração de informações documentárias. Nair Yumiko Kobashi (partes da tese de doutorado, 1994)

A elaboração de informações documentárias. Nair Yumiko Kobashi (partes da tese de doutorado, 1994) A elaboração de informações documentárias Nair Yumiko Kobashi (partes da tese de doutorado, 1994) Organização da Informação e Análise Documentária Análise documentária: disciplina de natureza metodológica.

Leia mais

constituímos o mundo, mais especificamente, é a relação de referência, entendida como remissão das palavras às coisas que estabelece uma íntima

constituímos o mundo, mais especificamente, é a relação de referência, entendida como remissão das palavras às coisas que estabelece uma íntima 1 Introdução Esta tese aborda o tema da relação entre mundo e linguagem na filosofia de Nelson Goodman ou, para usar o seu vocabulário, entre mundo e versões de mundo. Mais especificamente pretendemos

Leia mais

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodológica científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, p

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodológica científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, p LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodológica científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1993. p.238-243. 1. ARTIGOS CIENTÍFICOS Os artigos científicos são pequenos estudos, porém

Leia mais

Helaine Maria de Souza Pontes * Gabriela Teixeira Kluppel **

Helaine Maria de Souza Pontes * Gabriela Teixeira Kluppel ** DUVAL, Raymond. Ver e ensinar a matemática de outra forma: entrar no modo matemático de pensar: os registros de representações semióticas. Organização de Tânia M. M. Campos. Tradução de Marlene Alves Dias.

Leia mais

INSTITUTO ÀGORA DE EDUCAÇÃO

INSTITUTO ÀGORA DE EDUCAÇÃO INSTITUTO ÀGORA DE EDUCAÇÃO Curso de filosofia RESENHA SOBRE: BLACKBUM, Simon. Para que serve filosofia?. Disponível em: http: www.criticanarede.com/fa_10exceto.html; SHAND, John. O que é filosofia?. Disponível

Leia mais

Géneros textuais e tipos textuais Armando Jorge Lopes

Géneros textuais e tipos textuais Armando Jorge Lopes Géneros textuais e tipos textuais [texto de apoio para o curso de doutoramento em ciências da linguagem aplicadas ao ensino de línguas/universidade Pedagógica, Maputo, Outubro de 2015] Armando Jorge Lopes

Leia mais

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UM ARTIGO CIENTÍFICO

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UM ARTIGO CIENTÍFICO CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UM ARTIGO CIENTÍFICO PRODUZIR ARTIGOS CIENTÍFICOS Os artigos científicos são pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas que

Leia mais

Linguagem em (Dis)curso LemD, v. 9, n. 1, p , jan./abr. 2009

Linguagem em (Dis)curso LemD, v. 9, n. 1, p , jan./abr. 2009 Linguagem em (Dis)curso LemD, v. 9, n. 1, p. 187-191, jan./abr. 2009 RESENHA DE INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM: DISCURSO E TEXTUALIDADE [ORLANDI, E.P.; LAGAZZI- RODRIGUES, S. (ORGS.) CAMPINAS, SP:

Leia mais

IV Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento - Trabalho de investigação e debate Descartes versus Hume

IV Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento - Trabalho de investigação e debate Descartes versus Hume IV. 1-1.2 Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento - Trabalho de investigação e debate Descartes versus Hume I - Proposta A - Fundamentação Propõe-se um debate entre grupos de trabalho

Leia mais

1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO

1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO 1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO P á g i n a 1 QUESTÃO 1 - Admitindo que a história da filosofia é uma sucessão de paradigmas, a ordem cronológica correta da sucessão dos paradigmas na história

Leia mais

Dr. Antônio Renato Gusso 1

Dr. Antônio Renato Gusso 1 A UTILIZAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO NO NOVO TESTAMENTO BEALE, G. K. Manual do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento: exegese e interpretação. São Paulo: Vida Nova, 2013. 224 p. Dr. Antônio Renato Gusso

Leia mais

Introdução. Sieyès. 1 Como é cediço, o primeiro a dar esse nome ao fenômeno foi o teórico francês Emmanuel Joseph

Introdução. Sieyès. 1 Como é cediço, o primeiro a dar esse nome ao fenômeno foi o teórico francês Emmanuel Joseph Introdução Esta dissertação tem por objetivo examinar o conceito de poder constituinte na obra de Maquiavel. O que se buscará, então, é expor a construção de poder constituinte nos livros que consideramos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular CICLO PROFISSIONAL OU TRONCO COMUM FL237 - ETICA OBRIGATÓRIO 3 60 0 60 4.0 PRESSUPOSTOS ANTROPOLÓGICOS DA ÉTICA. A ESTRUTURA DO AGIR MORAL: ESTRUTURA OBJETIVA E SUBJETIVA; A CONSISTÊNCIA MORAL; A LIBERDADE;

Leia mais

AULA 01 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos

AULA 01 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos 1 AULA 01 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos Ernesto F. L. Amaral 08 de março de 2012 Metodologia (DCP 033) Fonte: Severino, Antônio Joaquim. 2007. Metodologia do trabalho científico.

Leia mais

LÓGICA I. André Pontes

LÓGICA I. André Pontes LÓGICA I André Pontes 1. Conceitos fundamentais O que é a Lógica? A LÓGICA ENQUANTO DISCIPLINA Estudo das leis de preservação da verdade. [Frege; O Pensamento] Estudo das formas válidas de argumentos.

Leia mais

Métodos e Técnicas de Pesquisas ARTIGO CIENTÍFICO. Professor Adm. Walter Martins Júnior CRA-PR

Métodos e Técnicas de Pesquisas ARTIGO CIENTÍFICO. Professor Adm. Walter Martins Júnior CRA-PR Métodos e Técnicas de Pesquisas ARTIGO CIENTÍFICO Professor Adm. Walter Martins Júnior CRA-PR 15.063 ALGUMAS REGRAS 2 não deixe para a última hora escreva leia alguns relatórios ou resumos faça um esboço

Leia mais

Dissertação x argumentação

Dissertação x argumentação Dissertação x argumentação O texto dissertativo-argumentativo se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado com argumentos, para influenciar a opinião do leitor,

Leia mais

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 2, Ano BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 2, Ano BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO 30 BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO Moura Tolledo mouratolledo@bol.com.br Brasília-DF 2006 31 BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO

Leia mais

Raciocínio Lógico Matemático

Raciocínio Lógico Matemático Raciocínio Lógico Matemático Cap. 4 - Implicação Lógica Implicação Lógica Antes de iniciar a leitura deste capítulo, verifique se de fato os capítulos anteriores ficaram claros e retome os tópicos abordados

Leia mais

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média:

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média: EXERCÍCIOS ON LINE 3º BIMESTRE DISCIPLINA: Filosofia PROFESSOR(A): Julio Guedes Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média: NOME: Nº.: Exercício On Line (1) A filosofia atingiu

Leia mais

13ª aula de Tópicos de Humanidade & Metodologia Científica 20 a 25/05/02. Diretrizes para a realização de um seminário

13ª aula de Tópicos de Humanidade & Metodologia Científica 20 a 25/05/02. Diretrizes para a realização de um seminário 55 13ª aula de Tópicos de Humanidade & Metodologia Científica 20 a 25/05/02 Diretrizes para a realização de um seminário O seminário é formado por um grupo de estudos, em que se discute um tema a partir

Leia mais

3.4 Fundamentos de lógica paraconsistente

3.4 Fundamentos de lógica paraconsistente 86 3.4 Fundamentos de lógica paraconsistente A base desta tese é um tipo de lógica denominada lógica paraconsistente anotada, da qual serão apresentadas algumas noções gerais. Como já foi dito neste trabalho,

Leia mais

O atual rei da França é calvo

O atual rei da França é calvo FILOSOFIA ANALÍTICA E FILOSOFIA CLÍNICA: ONDE ELAS SE ENCONTRAM? 1 Mariluze Ferreira de Andrade e Silva Departamento de Filosofia e Métodos UFSJ Laboratório de Lógica e Epistemologia UFSJ A Linguagem como

Leia mais

n. 18 ALGUNS TERMOS...

n. 18 ALGUNS TERMOS... n. 18 ALGUNS TERMOS... DEFINIÇÃO Uma Definição é um enunciado que descreve o significado de um termo. Por exemplo, a definição de linha, segundo Euclides: Linha é o que tem comprimento e não tem largura.

Leia mais

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Prof. Dra. Renata Cristina da Penha França E-mail: renataagropec@yahoo.com.br -Recife- 2015 MÉTODO Método, palavra que vem do

Leia mais

PALAVRAS DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2018

PALAVRAS DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2018 PALAVRAS DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2018 Lembre-se da estrutura básica da dissertação-argumentativa Introdução Desenvolvimento Conclusão Apresente

Leia mais

Husserl, Heidegger e a

Husserl, Heidegger e a Husserl, Heidegger e a fenomenologia Mariângela Areal Guimarães, professora de Filosofia do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ, Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Leia mais

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson 1561-1626 Bacon não elaborou uma teoria própria, pois se propôs

Leia mais

Metodologia Científica. Aula 8 Estrutura de Artigos Científicos

Metodologia Científica. Aula 8 Estrutura de Artigos Científicos Metodologia Científica Aula 8 Estrutura de Artigos Científicos Profa. Ms. Daniela Cartoni daniela_cartoni@yahoo.com.br Artigos científicos De acordo com a ABNT (NBR 6022, 2003): Artigo científico é parte

Leia mais

O CONHECIMENTO E SEUS NÍVEIS

O CONHECIMENTO E SEUS NÍVEIS O CONHECIMENTO E SEUS NÍVEIS 1. O CONHECIMENTO é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido. O sujeito que conhece se apropria, de certo modo, do objeto conhecido. Através

Leia mais

A LÓGICA EPISTÊMICA DE HINTIKKA E A DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE CONHECIMENTO. Resumo

A LÓGICA EPISTÊMICA DE HINTIKKA E A DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE CONHECIMENTO. Resumo A LÓGICA EPISTÊMICA DE HINTIKKA E A DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE CONHECIMENTO Autor: Stanley Kreiter Bezerra Medeiros Departamento de Filosofia UFRN Resumo Em 1962, Jaako Hintikka publicou Knowledge and Belief:

Leia mais

AULA 06 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos

AULA 06 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos 1 AULA 06 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos Ernesto F. L. Amaral 19 de março de 2010 Metodologia (DCP 033) Fonte: Severino, Antônio Joaquim. 2007. Metodologia do trabalho científico.

Leia mais

NATUREZA DO CONHECIMENTO

NATUREZA DO CONHECIMENTO NATUREZA DO CONHECIMENTO CONHECER E PENSAR Conhecer e pensar são uma necessidade para o ser humano e indispensável para o progresso. Sabemos que existimos porque pensamos. Se nada soubéssemos sobre o universo

Leia mais

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG Kant e a filosofia crítica Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson UEPG Immanuel Kant (1724-1804) Principais obras Crítica da razão pura - 1781 Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Leia mais

A REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV.

A REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV. A REVOLUÇÃO CARTESIANA Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV. Descartes (1596-1650) foi educado por jesuítas. Ele iniciou a filosofia moderna com um

Leia mais

O modelo de artigo da Revista é o modelo IMMRDC (Introdução, Métodos, Materiais, Resultados, Discussão e Conclusão).

O modelo de artigo da Revista é o modelo IMMRDC (Introdução, Métodos, Materiais, Resultados, Discussão e Conclusão). POLÍTICAS DE SEÇÃO ARTIGO ORIGINAL Deve ser um relato de alta qualidade de pesquisa original, baseada em investigações sistemáticas e completas. Deve propor a análise de conceitos, levando ao questionamento

Leia mais

Prof. Aparecido Carlos Duarte

Prof. Aparecido Carlos Duarte Unidade I METODOLOGIA CIENTÍFICA Prof. Aparecido Carlos Duarte Conteúdo: o que é ciência; classificação e divisão da ciência; o que é método; o que é metodologia científica; o que é um paradigma; movimentos

Leia mais

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se RUBENS aos pensamentos RAMIRO JR (TODOS emitidos DIREITOS pelos próprios RESERVADOS) autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos.

Leia mais

PALAVRAS DE INTRODUÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2016

PALAVRAS DE INTRODUÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2016 PALAVRAS DE INTRODUÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS /REDAÇÃO ENEM / VESTIBULAR /2016 Lembre-se da estrutura básica da dissertação-argumentativa Introdução Desenvolvimento Conclusão Apresente o tema e o recorte

Leia mais

BERNARD LONERGAN FILOSOFIA DO SÉCULO XXI LIÇÃO 1

BERNARD LONERGAN FILOSOFIA DO SÉCULO XXI LIÇÃO 1 Mendo Castro Henriques UCP-Lisboa- 2017 BERNARD LONERGAN FILOSOFIA DO SÉCULO XXI LIÇÃO 1 Introdução ao Pensamento Filosófico Contemporâneo BERNARD LONERGAN (1904 1984) Nasce a 12/17/04, Buckingham, Quebec

Leia mais

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO. Professor Marlos Pires Gonçalves

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO. Professor Marlos Pires Gonçalves TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO 1 DISSERTAR é um ato que desenvolvemos todos os dias, quando: procuramos justificativas: para a elevação dos preços; para o aumento da violência; para os descasos com a

Leia mais

DEUS: CONCEITO NÃO-DISTRIBUTIVO DE SEGUNDA ORDEM?

DEUS: CONCEITO NÃO-DISTRIBUTIVO DE SEGUNDA ORDEM? DEUS: CONCEITO NÃO-DISTRIBUTIVO DE SEGUNDA ORDEM? Edgar Marques UERJ/CNPq Abstract: In this paper I argue against Guido Imaguire s attempt of solving the christian mistery of the trinity by considering

Leia mais

Aula 08 Terceiro Colegial.

Aula 08 Terceiro Colegial. Aula 08 Terceiro Colegial Cristianismo: Entre a Fé e a Razão Busca por uma base racional para sustentar a fé Formulações filosóficas se estendendo por mais de mil anos Cristianismo Palavra de Jesus, que

Leia mais

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO 1

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO 1 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO 1 A Redação Quando se fala em redação, em geral se associa a uma composição literária ou a uma dissertação de tese. No primeiro caso, relaciona-se a um trabalho fantasioso;

Leia mais

Capítulo O objeto deste livro

Capítulo O objeto deste livro Capítulo 1 Introdução 1.1 O objeto deste livro Podemos dizer que a Geometria, como ciência abstrata, surgiu na Antiguidade a partir das intuições acerca do espaço, principalmente do estudo da Astronomia.

Leia mais

Racionalidade argumentativa e Filosofia

Racionalidade argumentativa e Filosofia Racionalidade argumentativa e Filosofia Conteúdos Competências a desenvolver / objetivos a concretizar Estratégias Recursos Avaliação Tempos 1. Argumentação e lógica formal 1.1 Distinção validade/verdade

Leia mais

Lógica e Computação. Uma Perspectiva Histórica

Lógica e Computação. Uma Perspectiva Histórica Lógica e Computação Uma Perspectiva Histórica Alfio Martini Facin - PUCRS A Lógica na Cultura Helênica A Lógica foi considerada na cultura clássica e medieval como um instrumento indispensável ao pensamento

Leia mais

UNICAMP II GÊNEROS DISCURSIVOS. CRÔNICA: Trata fatos do cotidiano cujo objetivo é despertar no leitor reflexão. CONTEÚDO:

UNICAMP II GÊNEROS DISCURSIVOS. CRÔNICA: Trata fatos do cotidiano cujo objetivo é despertar no leitor reflexão. CONTEÚDO: UNICAMP II GÊNEROS DISCURSIVOS CRÔNICA: Trata fatos do cotidiano cujo objetivo é despertar no leitor reflexão. CONTEÚDO: Temas cotidianos; Tom de realidade; Conteúdo subjetivo por não ser fiel à realidade.

Leia mais

RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO

RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO O relatório final é o documento de caráter obrigatório que revela a experiência do aluno, deve retratar todas as suas reflexões sobre a prática vivenciada, estabelecer

Leia mais

4 Considerações finais

4 Considerações finais 4 Considerações finais Concluindo esta dissertação, pensamos que seu objetivo tenha sido alcançado. Após a realização desta pesquisa, descrevemos as principais idéias de Tarso Mazzotti a respeito da argumentação

Leia mais

FILOSOFIA Conceito e delimitação

FILOSOFIA Conceito e delimitação FILOSOFIA Conceito e delimitação Conceito de Filosofia Filosofia significa philo= amigo, amor, Sophia= sabedoria. A filosofia busca dar profundidade e totalidade à aspectos referentes a vida como um todo;

Leia mais

Aula 5 OFÍCINA TEMÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA

Aula 5 OFÍCINA TEMÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA OFÍCINA TEMÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA META Apresentar formas de organização de conteúdos privilegiando o estabelecimento de relações entre os vários conhecimentos químicos e entre a Química e suas aplicações

Leia mais

Estrutura e análise do texto acadêmico. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais

Estrutura e análise do texto acadêmico. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais Estrutura e análise do texto acadêmico Introdução às Humanidades e Ciências Sociais Principais tipos de trabalhos científicos Artigo científico/paper: trata de questões científicas com extensão relativamente

Leia mais

PLATÃO E O MUNDO IDEAL

PLATÃO E O MUNDO IDEAL Introdução: PLATÃO E O MUNDO IDEAL - A importância do pensamento de Platão se deve justamente por conseguir conciliar os mundos: dos Pré-Socráticos, com suas indagações sobre o surgimento do Cosmo (lê-se:

Leia mais

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos 20.04.2012 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março 1. 2. COTAÇÕES GRUPO I 1.1.... 10 pontos

Leia mais

Metodologia do Trabalho Científico

Metodologia do Trabalho Científico Metodologia do Trabalho Científico Teoria e Prática Científica Antônio Joaquim Severino Grupo de pesquisa: Educação e saúde /enfermagem: políticas, práticas, formação profissional e formação de professores

Leia mais

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Filosofia da Ciência Realidade Axioma Empirismo Realismo cientifico Instrumentalismo I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Definição Filosofia da ciência é a área que estuda os fundamentos e

Leia mais

CAPA: Deve conter o símbolo da UTFPR, nome do experimento realizado e ano.

CAPA: Deve conter o símbolo da UTFPR, nome do experimento realizado e ano. GUIA PARA PREPARAÇÃO DE RELATÓRIO Quando todo o trabalho experimental já estiver descrito no seu caderno de pesquisa, resta apresentar o experimento e seus resultados na forma de um relatório. Um engenheiro

Leia mais

O Projeto de TCC. Como elaborar??? Claudia Brandelero Rizzi. (com contribuições do Clodis e Adriana)

O Projeto de TCC. Como elaborar??? Claudia Brandelero Rizzi. (com contribuições do Clodis e Adriana) O Projeto de TCC Como elaborar??? Claudia Brandelero Rizzi (com contribuições do Clodis e Adriana) O Projeto de Pesquisa Título Apesar de ser o primeiro item a ser lido em um projeto, o título também pode

Leia mais

ÉTICA AULA 3 PROF. IGOR ASSAF MENDES

ÉTICA AULA 3 PROF. IGOR ASSAF MENDES ÉTICA AULA 3 PROF. IGOR ASSAF MENDES LUDWIG WITTGENSTEIN Texto 2 LUDWIG WITTGENSTEIN 1889-1951 Estudou o significado conceitos filosóficos através da análise lógica da natureza das proposições da linguagem.

Leia mais

Apresentação da noção de argumento válido como aquele em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas tomadas em conjunto.

Apresentação da noção de argumento válido como aquele em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas tomadas em conjunto. FILOSOFIA Ano Letivo 2017/2018 PLANIFICAÇÃO ANUAL - 11.º Ano COMPETÊNCIAS/OBJETIVOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RECURSOS TEMPO AVALIAÇÃO Problematização, conceptualização e argumentação. Análise metódica de

Leia mais

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen 1 Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com GERAL Razão: capacidade intelectual ou mental do homem. Pressuposição: uma suposição elementar,

Leia mais

Assunto: O Problema Docente

Assunto: O Problema Docente Universidade Federal de Roraima Departamento de Matemática Licenciatura em Matemática Didática da Matemática II Tema nº2: Fundamentos didáticos da resolução problema como metodologia para a aprendizagem.

Leia mais

Tópicos da História da Física Clássica

Tópicos da História da Física Clássica Tópicos da História da Física Clássica Descartes Victor O. Rivelles Instituto de Física da Universidade de São Paulo Edifício Principal, Ala Central, sala 354 e-mail: rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/~rivelles

Leia mais

Lógica Texto 11. Texto 11. Tautologias. 1 Comportamento de um enunciado 2. 2 Classificação dos enunciados Exercícios...

Lógica Texto 11. Texto 11. Tautologias. 1 Comportamento de um enunciado 2. 2 Classificação dos enunciados Exercícios... Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 11 Tautologias Sumário 1 Comportamento de um enunciado 2 1.1 Observações................................ 4 2 Classificação dos enunciados 4 2.1

Leia mais

Ana Claudia Archanjo Veloso Rocha *

Ana Claudia Archanjo Veloso Rocha * A IMPORTÂNCIA DA ESFERA TRANSCENDENTAL NO PENSAMENTO LÓGICO E METAFÍSICO DE WITTGENSTEIN Ana Claudia Archanjo Veloso Rocha * Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar as relações pensadas pelo

Leia mais

Cálculo proposicional

Cálculo proposicional O estudo da lógica é a análise de métodos de raciocínio. No estudo desses métodos, a lógica esta interessada principalmente na forma e não no conteúdo dos argumentos. Lógica: conhecimento das formas gerais

Leia mais

Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado Sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Santo António dos Cavaleiros

Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado Sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Santo António dos Cavaleiros Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado Sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Santo António dos Cavaleiros CURSO CIENTÍFICO-HUMANÍSTICO SECUNDÁRIO Planificação Anual 2012-2013 FILOSOFIA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,

Leia mais

Plano de Atividades Pós-Doutorado

Plano de Atividades Pós-Doutorado Plano de Atividades Pós-Doutorado O presente projeto de pesquisa tem a proposta de três bolsas de pósdoutorados, para candidatos selecionados com base em uma chamada internacional, de modo a desenvolverem

Leia mais

III. RACIONALIDADE ARGUMEN NTATIVA E FILOSOFIA

III. RACIONALIDADE ARGUMEN NTATIVA E FILOSOFIA III. RACIONALIDADE ARGUMEN NTATIVA E FILOSOFIA 1. Argumentação e Lóg gica Formal 1.1. Distinção validade - verdade 1.2. Formas de Inferên ncia Válida. 1.3. Principais Falácias A Lógica: objecto de estudo

Leia mais

ÍNDICE. Lição 8 Conceitos Fundamentais da Teoria dos Conjuntos 49. Representação Simbólica dos Conceitos Fundamentais da Teoria dos

ÍNDICE. Lição 8 Conceitos Fundamentais da Teoria dos Conjuntos 49. Representação Simbólica dos Conceitos Fundamentais da Teoria dos ÍNDICE Prefácio PARTE I LÓGICA ARISTOTÉLICA Lição 1 Introdução. Lógica Aristotélica: Noções Básicas 9 Lição 2 O Quadrado da Oposição 15 Lição 3 Conversão, Obversão e Contraposição 21 Lição 4 A Teoria do

Leia mais

DESCARTES E A FILOSOFIA DO. Programa de Pós-graduação em Educação UEPG Professora Gisele Masson

DESCARTES E A FILOSOFIA DO. Programa de Pós-graduação em Educação UEPG Professora Gisele Masson DESCARTES E A FILOSOFIA DO COGITO Programa de Pós-graduação em Educação UEPG Professora Gisele Masson René Descartes (1596 1650) 1650) Ponto de partida - Constatação da crise das ciências e do saber em

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E.S.A.B. ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO Filosofia 11º Ano Duração: 135m Ano letivo: 2015/2016 Matriz da Prova de Avaliação Sumativa Interna na Modalidade de Frequência não Presencial

Leia mais

04/04/2013. Ricardo Campos de Faria

04/04/2013. Ricardo Campos de Faria Ricardo Campos de Faria O artigo científico é um trabalho que é publicado em uma revista científica. A revista científica é uma publicação periódica, que objetiva o avanço e o progresso da ciência através

Leia mais

n. 16 DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL E DEMONSTRAÇÃO INDIRETA ou DEMONSTRAÇÃO POR ABSURDO DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL

n. 16 DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL E DEMONSTRAÇÃO INDIRETA ou DEMONSTRAÇÃO POR ABSURDO DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL n. 16 DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL E DEMONSTRAÇÃO INDIRETA ou DEMONSTRAÇÃO POR ABSURDO DEMONSTRAÇÃO CONDICIONAL Para demonstrar a validade de um argumento podemos utilizar outro método, conhecido como Demonstração

Leia mais

Curso de Metodologia da Pesquisa em Ciências da Vida. Como se faz uma Tese em Ciências da Vida

Curso de Metodologia da Pesquisa em Ciências da Vida. Como se faz uma Tese em Ciências da Vida Como se faz uma Tese em Ciências da Vida Tese acadêmica: conceito e metodização Como um homem que caminha só e nas trevas, resolvi ir tão lentamente e usar de tanta circunspecção em todas as coisas que

Leia mais

POR QUE ENSINAR GRAMÁTICA

POR QUE ENSINAR GRAMÁTICA POR QUE ENSINAR GRAMÁTICA José Fernandes Vilela (UFMG) Quando se indaga por que ensinar teoria gramatical, está-se, na verdade, indagando para que ensiná-la. Ou seja, estão-se buscando, em linguagem pedagógica,

Leia mais

Conclusão. 1 Embora essa seja a função básica dos nomes próprios, deve-se notar que não é sua função

Conclusão. 1 Embora essa seja a função básica dos nomes próprios, deve-se notar que não é sua função Conclusão Este trabalho tinha o objetivo de demonstrar uma tese bem específica, a de que a principal função dos nomes próprios é a função operacional, isto é, a função de código 1. Gosto de pensar que

Leia mais

Avaliando o desenvolvimento de competências em sala de aula Júlio Furtado www.juliofurtado.com.br www.juliofurtado.com.br 1 Roteiro: O sentido de desenvolver competências Ensinar conteúdos X desenvolver

Leia mais

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA - A atividade básica na pesquisa bibliográfica é a investigação em material teórico sobre o assunto de interesse. Ela precede o reconhecimento do

Leia mais

Koch, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997, 124 p.

Koch, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997, 124 p. Koch, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997, 124 p. Resenhado por: Adriana Sidralle Rolim O texto e a construção dos sentidos é um livro que aborda questões referentes ao

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS EMENTAS DO CURSO DE FILOSOFIA Currículo Novo (a partir de 2010/1) NÍVEL I HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA Reflexão acerca da transição do pensamento mítico ao filosófico. Estudo de problemas, conceitos e

Leia mais

ARTIGO ELEMENTOS PRÉ-TEXUAIS TÍTULO. Deve ser claro e objetivo. É um elemento de coesão

ARTIGO ELEMENTOS PRÉ-TEXUAIS TÍTULO. Deve ser claro e objetivo. É um elemento de coesão ARTIGO Neste capítulo, vamos abordar os aspectos que envolvem a produção de um artigo acadêmico (científico), que tem autoria declarada e pode ser publicado em revistas técnicas e científicas. No meio

Leia mais

Lógica Proposicional Parte 3

Lógica Proposicional Parte 3 Lógica Proposicional Parte 3 Nesta aula, vamos mostrar como usar os conhecimentos sobre regras de inferência para descobrir (ou inferir) novas proposições a partir de proposições dadas. Ilustraremos esse

Leia mais