UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA EVELIN SCHNEIDER DUARTE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA EVELIN SCHNEIDER DUARTE"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA EVELIN SCHNEIDER DUARTE UM ESTUDO SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL E NACIONAL DAS OPERAÇÕES BACK-TO-BACK Florianópolis 2012

2 EVELIN SCHNEIDER DUARTE UM ESTUDO SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL E NACIONAL DAS OPERAÇÕES BACK-TO-BACK Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título em Bacharel em Relações Internacionais. Orientador: Prof. Larissa Miguel da Silveira, Msc. Florianópolis 2012

3 EVELIN SCHNEIDER DUARTE UM ESTUDO SOBRE A REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL E NACIONAL DAS OPERAÇÕES BACK-TO-BACK Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e aprovado em sua forma final pelo Curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina. Florianópolis, de de Prof a. e Orientadora Larissa Miguel da Silveira, Msc Universidade do Sul de Santa Catarina Prof., titulação Universidade do Sul de Santa Catarina Prof., titulação Universidade do Sul de Santa Catarina

4 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço à minha família pelo apoio incondicional e a constante motivação desde o início até a conclusão desta jornada. Aos meus pais, Haroldo e Beatriz, pela presença, força e pelo esforço destinado à minha formação através das tantas oportunidades que me proporcionaram até hoje. Obrigada por acreditarem no meu potencial! Vocês me inspiram a ser melhor todos os dias. Aos meus amigos, fontes de energia para que eu conquiste os meus sonhos, pela companhia e por todos os momentos e experiências compartilhados. À minha orientadora, Professora Larissa, pelo seu tempo, críticas e orientação deste trabalho. A todos que de alguma forma contribuem para minha formação como pessoa e profissional. Muito obrigada!

5 A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. (Albert Einsten)

6 RESUMO A operação back-to-back é cada vez mais utilizada pelas empresas brasileiras como forma de competir no mercado internacional. Trata-se de uma operação em que uma empresa compra determinado produto no exterior e o revende para o seu cliente em um terceiro país, sem que a mercadoria transite pelo Brasil. Este trabalho objetivou levantar informações pertinentes à regulamentação das operações back-to-back, através dos Acordos que regulam o comércio internacional de bens no âmbito da Organização Mundial do Comércio e das normas brasileiras. Procurou-se apontar os principais assuntos referentes ao Comércio Exterior Brasileiro e os aspectos que regem as operações de importação e exportação no país. Através da pesquisa bibliográfica, documental e de entrevistas às empresas que operam na modalidade foco deste estudo, foram descritos os motivos pelos quais as empresas optam por operar através do backto-back, os riscos e vantagens, o tratamento tributário e o entendimento dos órgãos brasileiros. Palavras-chave: Back-to-back. Importação. Exportação. Regulamentação.

7 ABSTRACT The operation back-to-back is increasingly used by Brazilian companies as a way to compete in the international market. This is an operation in which a company buys a product abroad and resells it to its client in a third country without the goods transiting through Brazil. This study aimed to gather information relevant to the regulation of operations back-to-back, through the agreements that regulate the international trade of goods under the World Trade Organization and Brazilian laws. We sought to identify the main issues related to the Brazilian Foreign Trade and aspects that conduct the import and export operations in the country. Through literature, documentary and interviews with companies that operate through the operation focus of this study, we described the reasons why companies choose to operate through the back-to-back, the risks and benefits, the tax treatment and understanding of Brazilian organs. Key Word: Back-to-back. Import. Export. Regulation.

8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 Países participantes das oito Rodadas...24 Figura 1 Estrutura dos Acordos OMC...27 Quadro 2 Contribuições Financeiras...34 Figura 2 Órgãos gestores Ministério da Fazenda...47 Figura 3 Órgãos gestores Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior..49 Figura 4 Departamentos Secretaria de Comércio Exterior...50 Figura 5 Operacionalização tradicional importação/exportação...63 Figura 6 Operacionalização da Operação Back-to-back...64

9 LISTA DE SIGLAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária APEX Agência de Promoção de Exportações e Investimentos ASMC Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias BB Banco do Brasil BCB Banco Central do Brasil BM Banco Mundial CAMEX Câmara de Comércio Exterior COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social DDE Declaração de Despacho de Exportação DECEX Departamento de Comércio Exterior DECOM Departamento de Defesa Comercial DEINT Departamento de Negociações Internacionais DENOC Departamento de Normas e Competitividade no Comércio Exterior DEPLA Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior DI Declaração de Importação DPF Departamento da Polícia Federal FMI Fundo Monetário Internacional GATT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços IE Imposto de Exportação II Imposto de Importação IOF Imposto sobre Operações Financeiras IPI Imposto sobre operações com Produtos Industrializados LI Licenciamento de Importação MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MF Ministério da Fazenda OIC Organização Internacional do Comércio OMC Organização Mundial do Comércio

10 PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PICE Política Comercial e de Comércio Exterior PIS Programa de Integração Social RE Registro de Exportação RMCCI Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais SECEX Secretaria de Comércio Exterior SGP Sistema Geral de Preferências SISCOMEX Sistema Integral de Comércio Exterior SRF Secretaria da Receita Federal TEC Tarifa Externa Comum UNCTAD Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos JUSTIFICATIVA PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ESTRUTURA DA PESQUISA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O COMÉRCIO INTERNACIONAL A Organização Mundial do Comércio Princípios Estrutura dos Acordos O comércio internacional de bens Tarifas Salvaguardas Comércio e desenvolvimento Valoração aduaneira Direitos Antidumping Subsídios e Medidas Compensatórias Regras de Origem Barreiras Técnicas ao Comércio Licenciamento de Importações Inspeção Pré-embarque COMÉRCIO EXTERIOR Principais Conceitos Exportação Importação Comércio Exterior Brasileiro Principais Órgãos Intervenientes Ministério da Fazenda (MF)... 46

12 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Outros órgãos Tratamento Tributário Importação Exportação Tratamento Administrativo Documentos no Comércio Exterior Câmbio ANÁLISE DE DADOS OPERAÇÃO BACK-TO-BACK Regulamentação das operações back-to-back Posicionamento órgãos gestores Vantagens Riscos ou Desvantagens CONSIDERAÇÕES FINAIS: REFERÊNCIAS APENDICE A QUESTIONÁRIO ENVIADO ÀS EMPRESAS ANEXO A REGULAMENTO DO IPI ANEXO B CONSULTA Nº 688/1994, DE 3/1/ ANEXO C CONSULTAS Nº 202/2003, 323/2008 E 398/

13 13 1 INTRODUÇÃO A evolução das práticas comerciais em todo o mundo, por meio da globalização 1 e através do avanço econômico, faz com que cada vez mais existam possibilidades de efetivação de negócios internacionais. Os negócios passaram a ser definidos em um ambiente global, onde as empresas estão forçadas a considerar o restante do mundo em sua análise estratégica competitiva (DORNIER et al, 2000). Mais do que nunca, a competitividade de uma empresa resulta da sua capacidade produtiva acrescentada ao conhecimento e prática adequada de mecanismos que possibilitem a oferta de seus produtos, à mão de seus consumidores, atendendo satisfatoriamente os aspectos: preço, prazo e qualidade (LOPEZ;GAMA, 2005). A logística mundial cada vez mais integrada, onde é possível que uma mercadoria chegue de um hemisfério ao outro em poucas horas, e a busca por operações que possibilitem a maximização de lucros por parte das empresas atuantes no comércio internacional, fazem com que as barreiras geográficas não mais signifiquem um obstáculo para a concretização dos negócios no mercado internacional. Diante deste cenário, apresenta-se o enfoque central desta pesquisa, as chamadas operações back-to-back, que nada mais são operações de comércio internacional que conjugam a logística moderna com a busca pela redução de custos e conseqüente competitividade, os quais serão verificados ao longo desta pesquisa. No próximo item serão apresentados os elementos iniciais do relatório de pesquisa, especialmente a exposição do tema e do problema. Em seguida, serão expostos os objetivos gerais e específicos que esta pesquisa deseja atingir. Prossegue-se com a justificativa da autora para a escolha do tema e os aspectos metodológicos que auxiliaram na elaboração deste trabalho, objetivando torná-lo mais claro para o leitor. 1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA Ao visualizar um mapa político, as fronteiras entre os países se vêem claras como sempre. Mas em um mapa competitivo, que demonstra os fluxos reais de atividades industriais e financeiras entre os países, a maioria das fronteiras desapareceu, 1 O termo globalização refere-se à reorganização das estruturas produtivas e ao aumento dos fluxos comerciais e financeiros, configurando uma situação de crescente interdependência mundial, num contexto de aceleração do desenvolvimento tecnológico. (LARRAÑAGA, 2003, p. 16)

14 14 principalmente devido ao fluxo de informação cada vez mais veloz (MONTGOMERY;PORTER, 1998). Entende-se que a concorrência internacional rompeu fronteiras e ignorou bandeiras ou idiomas. O contexto evidencia a necessidade de criação de novos métodos e formas de comércio para que se alcance a diminuição de custos, e para que uma empresa possa estar apta a disponibilizar um produto competitivo frente aos inúmeros concorrentes internacionais. Montgomery e Porter (1998) esclarecem: Um ambiente competitivo em escalada força os participantes a fazerem tudo a seu alcance para se tornarem os concorrentes de menor custo. A eficiência em logística é particularmente importante [...] Neste ambiente, faz-se necessário a incorporação e o conhecimento sobre ferramentas modernas de gestão de logística e a compreensão dos objetivos desta gestão. A respeito da concepção de logística, para Larrañaga (2003, p. 31): a palavra logística tem origem no verbo francês loger, que significa alojar e que era utilizada para identificar o abastecimento militar de grandes exércitos com tudo o que era necessário para a batalha na linha de frente, longe de suas bases e recursos. Embora a batalha pelo cliente nas linhas de frente dos negócios não seja uma atividade bélica, ela é um teste para a sobrevivência das empresas submetidas a grandes pressões no ambiente competitivo de hoje. Este desafio é vivenciado pelas empresas brasileiras, uma vez que, apesar de nossas vantagens competitivas, estamos forçados a enfrentar o chamado Custo Brasil. Na formação de preço de nossos produtos, temos a incidência de diversos componentes cujo impacto é muito maior do que o verificado nos custos dos concorrentes internacionais. Sobre este tema, Lopez (2005, p. 336) esclarece: O diferencial entre os custos logísticos brasileiros e os dos demais países, que poderíamos chamar de concorrentes internacionais, é tão evidente que provoca inversão nos parâmetros de competitividade para os preços dos produtos nos mercados consumidores: temos em muitos casos melhores preços de fabricação/elaboração, decorrentes de vantagens naturais (insumos ou mão-de-obra), porém perdemos muitos mercados porque nosso preço final acaba ficando mais elevado, em função de possuirmos custos logísticos maiores. Boa parte do sucesso das empresas depende de um processo eficaz de movimentação de mercadorias, ao menor custo possível, no momento e no local adequado. De acordo com Larrañaga (2003, p. 34), Sistemas logísticos eficientes e

15 15 eficazes, ao permitir a redução do custo final dos produtos, significam um melhor padrão de vida para toda a sociedade. Uma possível alternativa para alcançar a almejada redução de custo, no sentido de obter ou manter a competitividade dos produtos, é a operação back-to-back. Trata-se de operações triangulares, em que se realizam uma compra e uma venda, envolvendo três países, mas sem que as mesmas necessariamente transitem pelo Brasil. A operação possibilita à sua empresa comprar um produto no exterior e vendê-lo a um terceiro, sem trânsito pelas fronteiras brasileiras (BANCO DO BRASIL, 2012). Nesta operação triangular não é necessário o processo de liberação aduaneiro da mercadoria no Brasil, uma vez que não ocorre o ingresso da mesma no território nacional, ocorrendo somente uma transação comercial da compra e venda e os respectivos pagamentos, reduzindo assim, a carga tributária e os custos operacionais incidentes sobre toda operação. O conhecimento da regulamentação ou normas que regem as operações é de vital importância para que as empresas atuem com segurança e não estejam passíveis a quaisquer penalidades. Por sua vez, a falta de regulamentação ou de posicionamento oficial por parte dos órgãos intervenientes gera questionamentos e desfavorece a utilização destas operações, visto que as informações são pouco acessíveis ou difundidas. Diante das idéias e conceitos acima mencionados, o seguinte estudo tem como questão central de pesquisa, que direciona e aprofunda o desenvolvimento do trabalho: Qual é a regulamentação existente no âmbito da Organização Mundial do Comércio e do Governo Brasileiro a respeito das operações back-to-back? 1.2 OBJETIVOS A seguir, serão delineados o objetivo geral e os objetivos específicos, com o intuito de determinar as competências e finalidades do trabalho.

16 Objetivo Geral Verificar a existência de regulamentação no âmbito da Organização Mundial do Comércio e do Governo Brasileiro em relação às operações back-to-back Objetivos Específicos são: Os objetivos específicos a serem alcançados no decorrer deste trabalho a) Definir o Comércio internacional de bens e identificar as normas que o regulam; b) Apresentar as normas e a estrutura organizacional do Comércio Exterior no Brasil; c) Verificar os tratamentos administrativos e tributários nas operações de Comércio Exterior no Brasil; d) Conceituar as operações back-to-back e averiguar suas vantagens e desvantagens. 1.3 JUSTIFICATIVA O comércio exterior representa a troca de bens e de serviços entre diferentes países e possibilita o crescimento econômico do país, pois esse necessitará ampliar sua produção, expandir seus mercados consumidores e adaptar-se às novas formas de produção, distribuição e estoque dos produtos, para manter-se competitivo no mercado internacional. O aumento da competitividade provoca o aparecimento de bens e serviços cada vez melhores, estabelecendo uma relação intrínseca entre aquele que produz e aquele que consome, que resulta num constante aprimoramento por parto do produtor para a conquista do consumidor. (LOPEZ, 2005, p. 29). A busca por maneiras mais competitivas de se exportar, para que as empresas brasileiras possam competir no comércio internacional foi a principal motivação que levou a acadêmica ao desenvolvimento deste trabalho.

17 17 Se o comércio exterior é uma atividade exclusivamente humana que tem por objetivo possibilitar trocas e satisfazer desejos, fica evidente que a luta por melhores condições em relação ao preço, qualidade e tempo, afetará diretamente todos os envolvidos nesta relação, ou seja, toda a sociedade. É sabido que a burocracia excessiva para a importação e exportação, a alta carga tributária, custos trabalhistas, altos custos em logística, fazem com que muitos produtos brasileiros tornem-se inviáveis a exportação, uma vez que, com todos os custos envolvidos para a efetivação desta venda ao exterior, o preço não se torna competitivo no país de destino. Por meio deste projeto, busca-se apresentar ao leitor novas informações sobre uma possível solução logística chamada Back-to-Back, que possibilita que uma empresa exportadora fabrique o seu produto em outro país, e o exporte para um terceiro, sem que a mercadoria transite pelo Brasil. A carência de publicações oficiais de órgãos governamentais e artigos científicos fornecendo de forma clara e objetiva os procedimentos às empresas que pretendem operar dentro desta modalidade resulta em um processo pouco difundido, fazendo com que muitas empresas deixem de operar nesta modalidade pela falta de informação. Também por este motivo, a acadêmica motivou-se a elaborar este trabalho para expor ao leitor informações sobre a operação back-to-back. Para os bacharéis em Relações Internacionais e para a academia será oferecida uma contextualização a respeito das normas que regulam o comércio internacional de bens, conceitos de comércio exterior, e demais informações do tema sob a ótica dos conhecimentos obtidos ao longo do curso, podendo servir como referência ao leitor para eventuais pesquisas. 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Considerando que esta pesquisa não necessariamente visa gerar uma aplicação imediata, ela pode ser considerada como uma Pesquisa Básica. Com base nos critérios de pesquisa e pela forma que será abordado o problema objeto deste estudo, é possível classificar esta abordagem como Pesquisa Qualitativa, uma vez que não se empregará dados estatísticos como foco da análise.

18 18 Sobre a pesquisa qualitativa, segundo Oliveira (2002, p. 117): As pesquisas que se utilizam de abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interpretação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Como o objetivo deste trabalho é levantar informações e fazer uma sondagem acerca do tema que é pouco difundido, considera-se o objetivo desta pesquisa como sendo exploratório. Para Gil (2002, p. 41) em respeito da pesquisa exploratória: Essas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou constituir hipóteses. Podese dizer que esta pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de idéia ou a descoberta de instituições. O presente estudo possui os tipos de pesquisa bibliográfica e documental, que serviram como base para análise e coleta de dados do tema abordado. Quanto à pesquisa bibliográfica, Severino (2007, p 122) explana: A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.. Os dados foram coletados por meio da bibliografia existente publicada em livros, revistas, periódicos, sites da internet, sites de órgãos públicos e materiais publicados pela mídia. No que tange a pesquisa documental, Gil (2002, p. 45), relata que uma pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. A respeito do material utilizado para a pesquisa documental, foram utilizados documentos provenientes de órgãos intervenientes do Comércio Exterior no Brasil, como a Receita Federal, Banco Central do Brasil e Banco do Brasil, através da análise de regulamentos, soluções de consulta e informações encontradas nos sites destes órgãos. Também foram utilizados documentos publicados por organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio. Para a coleta de dados utilizou-se ainda da entrevista, cujo questionário encontra-se no Apêndice deste trabalho. O questionário foi enviado a 7 empresas que operam através do back-to-back, sendo que 5 delas o responderam. Das 5 empresas que

19 19 responderam, 3 optaram por não se identificar ao longo do trabalho. As entrevistas foram realizadas no intuito de obter uma melhor contextualização de como funciona a operação no dia-a-dia da empresa, visto que, desde o início da pesquisa, notou-se que existem poucos artigos e publicações oficiais acerca do tema. Em relação às entrevistas Lakatos e Marconi (2005, p. 216) contribuem: As entrevistas qualitativas são muito pouco estruturadas. O principal interesse do pesquisador é conhecer o significado que o entrevistado dá aos fenômenos e eventos de sua vida cotidiana, utilizando seus próprios termos. As principais limitações encontradas por meio desta ferramenta de coleta de dados é o fato de que os resultados podem estar vulneráveis à influência do pesquisador e da análise das informações prestadas pelas empresas. O estudo limita-se pelo fato de não possuir uma visão generalista do assunto, ficando restrita às empresas escolhidas como amostragem. Ou seja, a análise feita pela autora, além daquelas advindas de outras fontes, foi baseada nas respostas das empresas entrevistadas, podendo não servir para demais empresas brasileiras. As pesquisas documentais, bibliográficas e entrevistas foram utilizadas para melhor aclarar a temática abrangendo algumas das variáveis que poderiam influenciar as considerações finais do projeto. 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA O trabalho estrutura-se em 4 capítulos para auxiliar o entendimento da regulamentação do comércio internacional nos âmbitos da OMC e brasileiro, em especial o posicionamento existente até o presente momento para a operação back-toback, buscando englobar os principais aspectos que a definem, suas vantagens e desvantagens entre outros aspectos que influenciam às empresas a utilizarem este tipo de operação nos dias de hoje. O primeiro capítulo apresenta-se, dentro da introdução, a apresentação do tema e o problema de pesquisa, os objetivos geral e específico, assim como a justificativa e os procedimentos metodológicos que foram utilizados para captação de informações para o trabalho.

20 20 No segundo capítulo, que se trata da fundamentação teórica desta pesquisa, introduz-se as definições para comércio internacional e o contexto em que foi criada uma organização internacional que pudesse regular este comércio e estimulá-lo, a OMC. Em seguida, apresentam-se os Acordos que regem o comércio de bens entre os países membros. Ainda no segundo capítulo, trata-se do comércio exterior brasileiro, levantando informações pertinentes à sua administração e regulamentação, seu tratamento tributário e administrativo, assim como as devidas definições de importação e exportação. No terceiro capítulo, busca-se contextualizar o leitor sobre a definição da operação back-to-back e os motivos pelos quais as empresas optam por utilizá-la como fonte de competitividade e ganho logístico. Neste mesmo capítulo, foram feitas análises de suas vantagens e riscos, seu tratamento tributário, assim como foram expostos os posicionamentos dos órgãos brasileiros até o momento no que tange à possível regulamentação da operação. No quarto e último capítulo, apresenta-se as considerações finais em relação ao conteúdo apresentado, expondo a visão da autora, através das devidas análises efetuadas a partir dos materiais disponíveis, a respeito do posicionamento dos órgãos brasileiros quanto às operações back-to-back e os possíveis efeitos gerados pela falta de regulamentação.

21 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No primeiro subtítulo, para contextualização do tema, foram abordadas as definições de Comércio Internacional e as circunstâncias em que se criou a Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de estimular o livre comércio internacional. Em seguida, foram apresentados os princípios e os principais Acordos desta Organização no que tange o comércio de bens, foco desta pesquisa. No segundo subtítulo, pretendeu-se esclarecer os principais aspectos referentes ao comércio exterior no Brasil: primeiramente a partir da definição das operações de importação e exportação, o histórico da abertura comercial no Brasil a partir dos anos 90, os órgão intervenientes do comércio exterior no País, além do tratamento tributário e administrativo destas operações. Ao final, também se esclareceu alguns aspectos referentes ao Câmbio, os quais serão importantes para entendimento do tema central deste trabalho: as operações back-to-back. 2.1 O COMÉRCIO INTERNACIONAL O conceito fundamental de comércio internacional está, historicamente, relacionado com as operações de troca, que existiam entre países de diferentes culturas ou hábitos, e com a evolução do fluxo de informações e meios de transporte, evidenciando a integração econômica entre os povos (RORATTO, 2006). Maluf (2000, p. 23) apresenta o seguinte conceito: O comércio internacional é o intercâmbio de bens e serviços entre países, resultantes das especializações na divisão internacional do trabalho e das vantagens comparativa dos países. Os fatores que contribuem para a decisão de inserção em um mercado alvo seriam o grau de mobilidade de fatores de produção, natureza do mercado, existência de barreiras aduaneiras, distância e variações monetárias e de ordem legal. Para Luna (2000 apud RORATTO, 2006, p. 49): Fluxo do intercâmbio de bens e serviços entre países ou empresas desses países, resultantes em grande proporção da divisão internacional do trabalho, as leis que regem o comércio internacional, as relações que integram as entidades econômicas internacionais e a harmonização dos interesses dos países entre si no campo do comércio.

22 22 Portanto, o comércio internacional se refere às transações efetuadas entre os países, não somente em relação às trocas comerciais (exportação e importação de mercadorias e serviços), mas também aos investimentos externos, os empréstimos, e donativos (RORATTO, 2006). Na etapa atual de integração econômica que vivemos, o comércio internacional vem desempenhando um papel cada vez mais relevante na economia mundial. Com a evolução das práticas comerciais em todo o mundo, por meio da modernização e globalização dos mercados, as barreiras geográficas cada vez menos significam um obstáculo à concretização de negócios internacionais. Segundo Dornier e outros (2000), a criação de um ambiente global nos negócios está forçando as empresas, independente de sua localização ou base de mercado, a considerar o restante do mundo em sua análise estratégica competitiva. Todos acabam aceitando que hoje os negócios se desenvolvem dentro de uma economia globalizada, e isso quer dizer que, são raras as empresas cujos produtos e serviços não se originam ou têm destino no exterior, ultrapassando as fronteiras nacionais. A maneira como os negócios são realizados passa de uma base nacional para uma base mundial, [...] reforçando o processo de globalização das atividades econômicas e contribuindo para a dinâmica do crescimento econômico e para os novos padrões de produção e de comércio. (THORSTENSEN, 2003, p.25). Pode-se ainda citar o aumento das necessidades dos Estados como uma ferramenta que proporcionou a evolução do comércio internacional. O conforto e a satisfação das necessidades dos povos transformou o comércio internacional em algo de extrema importância e, em certos casos, essencial. Mesmo países que possuíam recursos naturais abundantes, como o ferro, carvão e outros, devido à utilização em tão larga extensão, transformaram-se em importadores desses insumos. (GUIDOLIN, 1991, p. 23) Com a finalidade de estimular o comércio internacional sem obstáculos de qualquer natureza e com objetivo de trazer segurança e previsibilidade aos intercâmbios internacionais, consolidou-se, sob o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC), o sistema multilateral de comércio, sustentado pelos seus acordos resultantes das Rodadas de Negociação (BARRAL, 2004).

23 23 A seguir, apresenta-se o contexto em que foi criada a Organização Mundial do Comércio, com o principal objetivo de regulamentar o comércio internacional, de forma livre e justa, seus princípios e os acordos que a instituem A Organização Mundial do Comércio Ao final da Segunda Guerra Mundial, os esforços dos países vencedores estavam destinados à criação de organismos que pudessem reconstruir e regulamentar a economia mundial. Naquele momento, o propósito para criação de organizações que regulassem as relações econômicas era evitar a desvalorização da produtividade, criar mecanismos para diminuir as barreiras comerciais e gerar um ambiente de maior cooperação que pudesse impedir novas guerras (BARRAL, 2004). Silveira (2007, p. 20) contribui: Ao contrário do que se possa imaginar, a liberalização e a regulamentação da economia mundial por meio das instituições internacionais não são fatores antagônicos, mas sim complementares. Isto porque a regulamentação não permite que os Estados atuem de maneira unilateral, conseqüentemente, há a liberalização do comércio por uma maior segurança jurídica. Neste contexto, em 1944, ocorreu a Convenção de Bretton Woods, na qual foi acordado entre os Estados participantes a criação de instituições que pudessem proporcionar cooperação na área da economia internacional. A primeira seria o Fundo Monetário Internacional (FMI), a segunda o Banco Mundial (BIRD) e a terceira seria a Organização Internacional do Comércio (OIC). O FMI e o BIRD foram criados e iniciaram suas atividades logo após o término da Segunda Guerra Mundial. O primeiro com finalidade de manter a estabilidade das taxas de câmbio e auxiliar os países membros com eventuais desequilíbrios na balança de pagamentos, e o segundo, também conhecido como Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, tinha a função de financiar a reconstrução dos países atingidos pela guerra, além de fornecer recursos para apoiar projetos de desenvolvimentos dos países (SILVEIRA, 2007). A OIC acabou não sendo estabelecida, pois os Estados Unidos optaram por não ratificar a Carta de Havana, que delimitava os seus objetivos e funções, uma vez que [...] a maioria dos deputados temia que a nova instituição iria restringir

24 24 excessivamente a soberania do país na área do comércio internacional (THORSTENSEN, 2003). Como os Estados Unidos já detinham vital importância no comércio internacional, seria inviável a criação de uma organização sem a sua ratificação. Barral (2004, p. 12) esclarece: Quanto à Organização Internacional do Comércio, a política interna norteamericana, que havia levado ao Congresso uma maioria republicana, impediu sua aprovação. E a criação de uma organização em matéria comercial, sem a participação dos EUA seria impraticável, em virtude do peso deste país no comercial mundial, já em Como solução, foi negociado um Acordo Provisório, em 1947, que adotava apenas um segmento da Carta de Havana, mais especificamente as negociações de tarifas e regras sobre o comércio. Este segmento passou a ser chamado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ou GATT. As regras criadas através do GATT passaram a conduzir a liberalização do comércio internacional a partir das rodadas de negociação. Jank (2005, p. 21) menciona que foram oito as rodadas iniciadas na década de 50, no âmbito do GATT, com o objetivo de reduzir a então mais visível barreira ao comércio as tarifas praticadas por seus membros. O quadro 1, a seguir apresentado, identifica o número de países participantes de cada uma das oito rodadas assim como os principais temas debatidos e o comércio afetado em US$, demonstrando o aumento do interesse dos Estados em negociações no sistema multilateral de comércio nos últimos anos. Destaca-se especial atenção ao drástico aumento do comércio afetado na última rodada, resultando em aproximadamente 24 vezes mais do que o comércio afetado na sétima rodada. Quadro 1 - Países participantes das oito Rodadas Ano Rodada Nº Países Comércio Afetado Temas principais (US$) 1947 Rodada Genebra bilhões Redução de tarifas 1949 Rodada Annecy 13 - Redução de tarifas 1951 Rodada Torquay 38 - Redução de tarifas 1956 Rodada Genebra 26 2,5 bilhões Redução de tarifas Rodada Dillon 26 4,9 bilhões Redução de tarifas Rodada Jennedy bilhões Redução de tarifas e medidas antidumping Rodada Tóquio bilhões Redução de tarifas e

25 25 barreiras tarifárias Rodada Uruguai 123 3,7 trilhões Criação OMC Fonte: Elaboração: a própria autora, 2012 informações extraídas de BARRAL (2004). não- A oitava rodada, a Rodada de Uruguai ( ), tratou sobre as regras para novos setores como os de serviço, investimentos e propriedade intelectual, bem como reforço nas medidas antidumping, subsídios, salvaguardas além da diminuição das tarifas (BARRAL, 2004, p.14). Foi a mais ousada e complexa das rodadas e com o final da mesma, criou-se a Organização Mundial do Comércio (BARRAL, 2004), com o objetivo de fomentar o livre comércio. Thortensen e Jank (2005, p. 22) reforçam as funções da Organização: A OMC tem por funções básicas não só a criação de regras para o comércio internacional, mas a supervisão da adoção e implementação dessas regras pelos membros da organização. Uma das funções que a caracterizam como única no quadro das instituições internacionais é o mecanismo criado para dirimir os conflitos gerados pela aplicação dessas regras, o mecanismo de solução de controvérsias. Para que o objetivo da Organização pudesse ser efetivado, foram estabelecidos os princípios básicos, os quais fundamentam a base de todo o sistema da OMC. Conforme Silveira (2007, p. 59), [...] a OMC tem como princípios o comércio mais livre, a não-discriminação e a previsibilidade. O princípio da Não-discriminação ainda pode ser dividido em dois: o da Nação Mais Favorecida e o do Tratamento Nacional. A seguir será detalhado cada um destes princípios para que seja possível um melhor entendimento a respeito dos fundamentos da OMC Princípios Conforme mencionado no item anterior, serão esclarecidos os princípios da OMC, estabelecidos nos Acordo desta Organização, que visam fomentar o comércio internacional: (1) Comércio mais livre; (2) Não-discriminação; (3) Previsibilidade. O primeiro princípio é o do comércio mais livre que, que foi justamente uma das motivações pelo qual esta Organização foi criada. Segundo a OMC, o comércio mais livre é oportunizado com a redução dos obstáculos ao comércio (direitos aduaneiros e medidas equivalentes (SILVEIRA, 2007, p. 59).

26 26 A lista de produtos e as tarifas máximas são previamente determinadas e nenhuma outra forma de restrição ou proibição deverá ser efetuada no comércio internacional. As tarifas são as únicas formas permitidas para a proteção dos mercados e as barreiras não-tarifárias (quotas, licenças de importação etc.) são proibidas (THORSTENSEN, 2003). O segundo princípio, o da Não-discriminação, pode ser dividido entre o da Nação Mais Favorecida e do Tratamento Nacional: O princípio da Nação Mais Favorecida proíbe a discriminação entre os países membros da OMC, ou seja, toda vantagem, benefício ou imunidade que é concedida a uma parte contratante, deverá se estender imediatamente e incondicionalmente para todos os demais membros (THORSTENSEN, 2003).. Silveira (2007, p. 60) ainda atenta para as possibilidades de exceção a este princípio: Como toda regra, o sistema aceita exceções, como, por exemplo, os acordos regionais (que estabelecem uma Tarifa Externa Comum TEC) e o acesso especial a países em desenvolvimento. Incluído ao princípio geral da Não-discriminação encontra-se a regra do Tratamento Nacional, o qual determina que o produto importado deverá ter o mesmo tratamento de um produto nacional. Ou seja, as taxas e legislações que cabem ao produto nacional devem ser aplicadas igualmente ao produto importado, evitando permitir que os países concedam benefícios apenas para a proteção dos produtos domésticos (THORSTENSEN, 2003). O terceiro princípio trata da Previsibilidade, que se define através da Transparência e Consolidação das Tarifas: Consolidação de tarifas: os países membros têm acesso prévio às normas de acesso aos mercados e seus compromissos tarifários consolidados. Após definidas as tarifas, as mesmas não poderão ser majoradas, possibilitando a previsibilidade nas operações no que diz respeito aos obstáculos tarifários (SILVEIRA, 2007). Os países devem conceder aos demais membros tratamento não menos favorável do que os definidos na lista de consolidação. Transparência: cada país membro deve divulgar suas normas comerciais de forma clara, inclusive as mesmas deverão ser notificadas à OMC. Este princípio permite que os governos troquem informações sobre medidas normativas gerando confiança e estabilidade ao sistema multilateral de comércio e concede acesso a informações para

27 27 reconhecimento de novos mercados e suas exigências, possibilitando com que os países membros busquem formas de se tornarem mais competitivos nas exportações (GADRET, 2009) Estrutura dos Acordos Ao final da Rodada de Uruguai foi instituída a Organização Mundial do Comércio, provida de personalidade jurídica própria, concedendo-lhe uma estrutura institucional e jurídica consistente. No que respeita a estrutura jurídica, foram firmados vários acordos. Silveira (2007, p. 55) explica: Os acordos têm uma estrutura simples com seis partes principais: um acordo geral (o acordo que estabelece a OMC); os acordos que dizem respeito a cada uma das três amplas esferas do comércio abraçada pela OMC (bens, serviços e propriedade intelectual); solução de controvérsias; e exames das políticas comerciais dos governos. Os devidos acordos e anexos serão citados a seguir: Figura 1 - Estrutura dos Acordos OMC Fonte: Elaboração: a própria autora, 2012 informações extraídas de SILVEIRA (2007).

28 28 Levando em conta que esta pesquisa acadêmica pretende verificar a regulamentação, no âmbito da OMC, a respeito das operações back-to-back, que somente podem ser operadas no comércio de bens, no próximo capítulo serão expostos os principais acordos e negociações que regulam as relações comerciais envolvendo o Anexo 1A, relativo ao comércio internacional de mercadorias O comércio internacional de bens A OMC define, no seu preâmbulo, que as relações dos seus membros na área do comércio e atividades econômica devem ser conduzidas com vistas à melhoria dos padrões de vida (THORTENSEN, 2003). Também menciona que, visando à obtenção de vantagens mútuas, as partes deverão contribuir com a efetivação das negociações que se destinam a real redução das tarifas e dos demais obstáculos ao comércio. Baseado nos conceitos acima, as Rodadas de negociação do GATT deram fruto aos Acordos do comércio de bens, que influem e regulamentam o comércio internacional entre os países membros, os quais serão expostos a seguir Tarifas Um dos principais acordos relacionados ao comércio internacional de bens é justamente a liberalização do comércio através das negociações sobre tarifas, que será detalhado a seguir. As reduções tarifárias foram negociadas desde a primeira Rodada de Genebra, a qual deu início ao GATT. Conforme Jakobsen (2005, p.37): Nas negociações que ocorreram entre 1947 (Genebra) e 1951 (Torquay), elas foram reduzidas, em média, 25%. As concessões tarifárias entre os 23 países participantes da primeira rodada corresponderam a um comércio no valor de US$ 10 bilhões. Durante as demais 7 rodadas de negociação, ao longo dos 32 anos, os resultados foram significativos e representam o grau de sucesso de cada rodada, uma vez que indicam [...] o grau de liberalização que os membros estão dispostos a negociar em cada ocasião (THORSTENSEN, 2003, p.56). Conforme também

29 29 apresentado em tabela anterior, houve um aumento significativo do comércio afetado ao longo das 8 Rodadas do GATT, o qual pôde ser alcançado através das negociações tarifárias entre os países membros. Na Rodada de Uruguai, novos objetivos para as negociações das tarifas foram alcançados. Conforme Thorstensen (2003, p.56): Cada país apresentou e negociou com seus principais parceiros uma lista de reduções tarifárias que, uma vez aprovada como resultado da Rodada, passou a ser aplicada a todos os membros da OMC, através do princípio de Nação Mais Favorecida. Além das reduções tarifárias, o objetivo era que os países aceitassem a consolidação das tarifas negociadas, ou seja, a partir do momento em que as tarifas máximas fossem notificadas à OMC e entrassem em vigor, as mesmas não poderiam ser majoradas por parte dos governos. As negociações prevêem, no entanto, algumas situações em que é permitida a modificação da lista de concessão de tarifas, como é o caso das salvaguardas e do tratamento especial aos países em desenvolvimento Salvaguardas As medidas salvaguardas foram regulamentadas na Rodada Uruguai, através do Acordo sobre Salvaguardas, com o objetivo de definir alguns mecanismos que pudessem ser utilizados pelos países a fim de proteger importações que, de alguma maneira, estivessem prejudicando e trazendo aspectos negativos para ordem econômica daquele país. Em outras palavras, Thortensen e Jank (2005, p. 159) definem: Salvaguardas podem ser definidas como medidas que visam aumentar, temporariamente, a proteção a uma indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrentes do aumento de importações de produtor que se destinem ao mesmo mercado em que essa indústria atua, segundo determinadas circunstâncias. A medida de proteção utilizada com maior frequência pelos países é o aumento de tarifas ou a criação de quotas para os produtos das indústrias em que for comprovado ameaça de prejuízo ou prejuízo grave. A aplicação destes mecanismos

30 30 deverá ser baseada na dimensão em que dano for comprovado, como forma de facilitar a recuperação da indústria afetada (BARRAL, 2004). Portanto, Thorstensen e Jank (2005, p. 61) explicam que as medidas de salvaguarda [...] deverão ser aplicadas somente no limite necessário para remediar ou prevenir o prejuízo grave e facilitar a adaptação da indústria nacional (artigo 5.1, Acordo sobre Salvaguardas). Barral (2004) esclarece os requisitos básicos para que um país membro possa aplicar as medidas salvaguardas. Faz-se necessário um processo de investigação em que se cumpram algumas condições formais: será investigado o aumento efetivo das importações, o prejuízo ou ameaça de prejuízo à indústria nacional e um nexo de casualidade entre dois fatos. Após a autoridade competente pela condução da investigação comprovar os requisitos para aplicação das medidas salvaguardas, as mesmas deverão acontecer de forma não discriminatória, ou seja, qualquer medida deve atingir todas as importações do produto independente da sua origem. Esta característica dá-se pelo motivo de que as [...] medidas são aplicadas contra o produto e não contra um ou outro Estado, e demonstrar que se trata de medida adequada [...] (BARRAL, 2004, p. 255) Comércio e desenvolvimento No que tange às exceções aos princípios gerais da OMC, ainda pode-se citar o tratamento especial e diferenciado destinado aos países em desenvolvimento. Jakobsen (2005, p. 40) contextualiza a necessidade de criação de mecanismos específicos para os países em desenvolvimento: Não há dúvida de que a eliminação ou redução de obstáculos ao comércio de bens, como tarifas externas, condicionamentos técnicos, entraves burocráticos, entre outros, contribuem para o crescimento do comércio. O desafio sempre foi e continua sendo encontrar mecanismos que produzam acordos justos, que respeitem as diferenças existentes entre os países, possibilitando que estes disponham de mecanismos macroeconômicos para definir rumos autônomos para as duas economias, de modo que o comércio realmente contribua para o desenvolvimento de todos. A reivindicação para o estabelecimento de políticas ou regras favoráveis ao crescimento econômico dos países em desenvolvimento dá-se principalmente pelo

31 31 motivo de que estes países são dependentes da exportação de produtos primários e, por maior que seja a sua especialidade na produção de commodities, esta não assegura uma posição satisfatória no comércio internacional, pois não permite o acumulo de capital suficiente para o financiamento da sua própria industrialização. Além disso, diante do preço dos produtos industrializados a serem importados, o preço dos produtos primários exportados por estes países acaba sendo muito inferior, criando um ambiente de difícil competição. (JAKOBSEN, 2005). Portanto, com o intuito de atender aos interesses específicos de cada membro da OMC, o GATT foi modificado com a inclusão de princípios gerais exclusivos para o comércio dos países em desenvolvimento, permitindo assim seu crescimento econômico, conforme recomendações da UNCTAD 2 (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento) (THORTENSEN, 2003). Entre as principais decisões adotadas pelo GATT, pode-se citar o princípio da não-reciprocidade agregado ao capítulo IV do Acordo Geral e o Sistema Geral de Preferências (SGP). O princípio da não-reciprocidade dispõe que os países em desenvolvimento não são obrigados a seguir a cláusula da nação mais favorecida em relação aos países industrializados e ainda permite que conceda vantagens tarifárias a outros países em desenvolvimento, sem que se faça necessário a criação de zonas de livre-comércio ou uniões aduaneiras (JAKOBSEN, 2005). O SGP permitiu que os produtos dos países em desenvolvimento obtivessem tratamento diferenciado e mais favorável, no que diz respeito ao tratamento tributário. O sistema foi praticado com base setorial, ou seja, [...] os produtos em que os países em desenvolvimento eram considerados competitivos não entrariam no SGP (JAKOBSEN, 2005, p. 45). O SGP permitiu que as mercadorias de países em desenvolvimento pudessem ter acesso privilegiado aos mercados desenvolvidos com intuito de superar o impasse da deterioração dos termos de troca e conseqüentemente facilitar o avanço e crescimento econômicos dos países beneficiados (BRASIL, 2012b). 2 Referente à UNCTAD: O principal objetivo é aumentar ao máximo as oportunidades de comércio, investimento e progresso dos países em desenvolvimento, ajudando-os a enfrentar os desafios derivados da globalização e a integrar-se na economia mundial em condições eqüitativas (BRASIL, 2012a).

32 Valoração aduaneira O valor aduaneiro da mercadoria é a base de cálculo para os tributos devidos na importação, considerado um dos temas mais importantes no comércio exterior, pois é sobre este valor que incidirão tarifas e quotas, direitos antidumping ou medidas compensatórias. As mercadorias submetidas ao despacho aduaneiro estão sujeitas ao controle deste valor, onde é verificado se o valor declarado pelo importador está em conformidade com as regras estabelecidas pelo Acordo de Valoração Aduaneira (GUEIROS, 2011). As regras sobre valoração são importantes tanto para os importadores quanto para os governos. Para os importadores, concedem maior segurança de que as alfândegas não usaram valores injustos no ato do desembaraço de bens importados. Para as autoridades, garante que os produtos não estão entrando com valores subestimados para contornar medidas de proteção, ou seja, para recolher tarifas menores do que as devidas, por exemplo. (THORTENSEN, 2003). Algumas das regras previstas neste Acordo são: O valor aduaneiro é o valor de transação, ou seja, o preço efetivamente pago pelos bens. Cada membro deve estabelecer normas quanto à inclusão ou exclusão no valor de transação os custos de: transporte, seguro ou custos de movimentação da carga para o porto, os quais serão utilizados ou não como base de cálculo para os tributos. Outra regra diz respeito à taxa de câmbio, que deve ser utilizada de acordo com as publicadas pelas autoridades responsáveis do país de importação, na data de importação ou conforme estipulado por cada membro (THORTENSEN, 2003). No Brasil, compõem o Valor Aduaneiro, independente do método de Valoração Aduaneira utilizado, os seguintes custos: custos de transporte das mercadorias até o porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, custos relativos à carga, descarga e manuseio relacionados com o transporte até a chegada aos locais de entrada do território aduaneiro e o custo de seguro das mercadorias durante essas operações (BRASIL, 2012c) Direitos Antidumping

33 33 De acordo com Thorstensen (2003), o GATT, desde a sua criação reconhece o direito dos Estados membros em atuar contra o chamado comércio desleal. No comércio internacional, algumas barreiras impostas à entrada de produtos originários de outros países são legalmente aceitas e conhecidas como mecanismos de defesa comercial, como é o caso do direito antidumping. Este mecanismo é aplicado contra a prática ilegal de dumping, ou seja, quando o preço de exportação de um produto está abaixo do preço do produto no país produtor (THORSTENSEN;JANK, 2005). Barral (2004) contribui que o dumping pode ser definido como a distinção de preços entre dois mercados nacionais, mercado importador e mercado exportador, desconsiderando os elementos referentes ao transporte, seguro, tributos etc. Para que um direito antidumping seja aplicado, é necessária a verificação de três requisitos por parte das autoridades investigadoras: a existência do dumping; a existência do dano ou ameaça de dano à indústria nacional e nexo de causalidade entre o dumping e o dano. (THORSTENSEN;JANK, 2005). Barral (2004, p. 217) esclarece como as medidas antidumping são impostas: Comprovada a existência destes elementos (dumping, dano, nexo causal), o país importador poderá impor medidas antidumping sobre o produto importado, as quais se materializam com a cobrança de direito antidumping, normalmente um percentual ad valorem sobre o produto importado. A aplicação destas medidas é positiva na medida em que impede o intuito predatório de produtores estrangeiros. Verifica-se que, como conseqüência da redução das barreiras tarifárias no âmbito das negociações comerciais, o direito antidumping está sendo cada vez mais utilizado pelos países como instrumento para promover a proteção das indústrias nacionais, (THORSTENSEN;JANK, 2005) Subsídios e Medidas Compensatórias A negociação para definição do termo subsídios, durante a Rodada de Uruguai, representou progresso na história do GATT/OMC, uma vez que a falta de definição para o termo estava causando graves conflitos comerciais. Na referida Rodada foram abordados, pela primeira vez, os seguintes aspectos: o que é um subsídio, o

COMÉRCIO INTERNACIONAL

COMÉRCIO INTERNACIONAL COMÉRCIO INTERNACIONAL PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO: Defesa comercial. Medidas Antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas comerciais Ponto 6 do programa AFRFB Prof.Nelson Guerra CONCEITOS No Brasil,

Leia mais

COMÉRCIO INTERNACIONAL

COMÉRCIO INTERNACIONAL COMÉRCIO INTERNACIONAL ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC): textos legais, estrutura, funcionamento. 2.1. O Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT-1994); princípios básicos e objetivos. 2.2. O Acordo

Leia mais

Os Instrumentos de Defesa Comercial

Os Instrumentos de Defesa Comercial Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Comércio Exterior Departamento de Defesa Comercial Os Instrumentos de Defesa Comercial Marco César Saraiva da Fonseca Coordenador-Geral

Leia mais

Comércio Internacional para Concursos Guia de estudos Série Teoria e Questões

Comércio Internacional para Concursos Guia de estudos Série Teoria e Questões Comércio Internacional para Concursos Guia de estudos Série Teoria e Questões CAPÍTULO 1 POLÍTICAS COMERCIAIS. PROTECIONISMO E LIVRE CAMBISMO. COMÉRCIO INTERNACIONAL E CRESCIMENTO ECONÔMICO. BARREIRAS

Leia mais

A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Este post é um pouco maior do que o habitual, mas o assunto é de interesse geral, principalmente para aqueles que estão iniciando no comércio exterior. ****

Leia mais

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011 COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011 1 Krugman & Obtstfeld (2005) Cap. 9 OMC Entendendo la OMC (www.wto.org) 2 INTERESSE DO EXPORTADOR Identificação Barreiras e Ações

Leia mais

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Divisão de Defesa Comercial e Salvaguardas. O Acordo sobre Subsídios da OMC

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Divisão de Defesa Comercial e Salvaguardas. O Acordo sobre Subsídios da OMC MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Divisão de Defesa Comercial e Salvaguardas O Acordo sobre Subsídios da OMC easzpes O Acordo sobre Subsídios da OMC: Contexto Histórico Rodada Uruguai de Negociações Multilaterais

Leia mais

Parte 1 TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Parte 1 TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Sumário Parte 1 TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Capítulo 1 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional... 3 1.1. Uma breve abordagem histórica... 3 1.2. Teorias Clássicas... 7 1.2.1. Teoria das Vantagens

Leia mais

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO - OMC

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO - OMC ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO - OMC Bretton Woods 1944: Ainda antes do final da Segunda Guerra Mundial, chefes de governo resolveram se reunir buscando negociar a redução tarifária de produtos e serviços.

Leia mais

Sumário. Parte 1. Capítulo 1 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional. Capítulo 2 Políticas Comerciais

Sumário. Parte 1. Capítulo 1 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional. Capítulo 2 Políticas Comerciais Sumário Parte 1 Capítulo 1 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional 1.1. Uma breve abordagem histórica 1.1.1. A Passagem do Protecionismo para o Liberalismo 1.2. Teorias Clássicas 1.2.1. Teoria

Leia mais

OMC e CEE 27/05/2019 1

OMC e CEE 27/05/2019 1 OMC e CEE 27/05/2019 1 O Multilateralismo Além dos acordos bilaterais e da constituição de blocos regionais, a liberalização do comércio é alcançada por tratados internacionais envolvendo a participação

Leia mais

COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistemas de Preferências (item 3 do Programa) COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistema Geral de Preferência

COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistemas de Preferências (item 3 do Programa) COMÉRCIO INTERNACIONAL Sistema Geral de Preferência Sistemas Preferenciais e Acordos Regionais: Blocos Econômicos Prof.Nelson Guerra (item 3 do Programa) Preferências: É o percentual de redução na alíquota de imposto do país importador que assinou um acordo

Leia mais

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 1º SEMESTRE 2014

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 1º SEMESTRE 2014 COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 1º SEMESTRE 2014 1 OMC Entendendo la OMC (www.wto.org) 2 Faixas 0%-4% Brasil 65 0,7% EUA 5.838 67% UE 5.276 63% India 1, 2 117 4% África do Sul

Leia mais

Capítulo 1 Conceitos. Capítulo 2 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional

Capítulo 1 Conceitos. Capítulo 2 Abordagens Analíticas do Comércio Internacional Sumario Capítulo 1 Conceitos 1.1. Importação 1 1.2. Nacionalização 2 1.3. Exportação 3 1.4. Industrialização 4 1.5. Reexportação 5 1.6. Reimportação 6 1.7. Admissão Temporária 7 1.8. Relações de Troca

Leia mais

Diretrizes da Nova Política de Comércio Exterior Medidas para Ampliar a Competitividade

Diretrizes da Nova Política de Comércio Exterior Medidas para Ampliar a Competitividade Diretrizes da Nova Política de Comércio Exterior Medidas para Ampliar a Competitividade Alessandro Golombiewski Teixeira Secretário-Executivo do MDIC Rio de Janeiro, Agosto de 2011 Introdução 1 Panorama

Leia mais

BARREIRAS COMERCIAIS

BARREIRAS COMERCIAIS International Business Centers Brazilian Network BARREIRAS COMERCIAIS Abertura Esta cartilha faz parte de um conjunto de materiais de apoio ao empreendedor brasileiro desenvolvido pela Confederação Nacional

Leia mais

Aula Demonstrativa. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em Exercícios Professores: Rodrigo Luz e Luiz Missagia

Aula Demonstrativa. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em Exercícios Professores: Rodrigo Luz e Luiz Missagia Aula Demonstrativa Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em Exercícios Professores: Rodrigo Luz e Luiz Missagia Aula Demonstrativa Exercícios de Comércio Internacional Aula Demonstrativa Exercícios

Leia mais

Exportação Passo a Passo

Exportação Passo a Passo Sumário 3 4 5 6 1. INTRODUÇÃO 7 2. IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA POR QUE EXPORTAR? 9 2.1. A internacionalização da empresa 10 2.2. Etapas da internacionalização da empresa 2.3. Considerações importantes

Leia mais

Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX

Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX Controle Administrativo no Comércio Exterior São Paulo, 18 de setembro de 2013 Controle administrativo 1. O que é o controle administrativo? 2. Aspectos

Leia mais

CONTABILIDADE GERAL. Procedimentos Específicos. Importação e Exportação Tratamento Contábil Parte 1. Prof. Cláudio Alves

CONTABILIDADE GERAL. Procedimentos Específicos. Importação e Exportação Tratamento Contábil Parte 1. Prof. Cláudio Alves CONTABILIDADE GERAL Procedimentos Específicos Prof. Cláudio Alves No que diz respeito às operações de importação e exportação de bens envolve frequentemente a contratação de serviços de terceiros, o reconhecimento

Leia mais

Por que exportar? Tiago Terra Supervisor de Competitividade Apex-Brasil

Por que exportar? Tiago Terra Supervisor de Competitividade Apex-Brasil Por que exportar? Tiago Terra Supervisor de Competitividade Apex-Brasil Apex-Brasil A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, atua há anos para promover os estudos e serviços brasileiros

Leia mais

Guia para Cálculo de Impostos de Importação

Guia para Cálculo de Impostos de Importação Guia para Cálculo de Impostos de Importação Ao importar algo no exterior e solicitar o envio para o Brasil, além do valor do produto e do frete é importante saber todos os encargos que incidem sobre a

Leia mais

AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR. Lic. Andrés Bancalari

AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR. Lic. Andrés Bancalari AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR Lic. Andrés Bancalari AGENDA PRIMEIRA PARTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO SEGUNDA PARTE: OS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO(ALCouTLC)EOMERCOSUL TERCEIRA

Leia mais

Unidade III SISTEMÁTICA DE. Profa. Lérida Malagueta

Unidade III SISTEMÁTICA DE. Profa. Lérida Malagueta Unidade III SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Profa. Lérida Malagueta Pontos de vista da exportação Exportação: é o ato de vender os produtos e serviços de sua empresa em um mercado fora do território

Leia mais

Comércio Internacional. Aula 1

Comércio Internacional. Aula 1 Comércio Internacional Prof. Roberto Caparroz Aula 1 Políticas comerciais Protecionismo e livre-cambismo Comércio internacional e crescimento econômico Barreiras tarifárias e não-tarifárias Introdução

Leia mais

Comércio Internacional Auditor Fiscal da RFB

Comércio Internacional Auditor Fiscal da RFB Prof. Thális Andrade Comércio Internacional Auditor Fiscal da RFB Políticas Comerciais Contatos: professorthalisandrade@gmail.com Instagram: @direitoaduaneiro Facebook: Thális Andrade Raio-X das Questões

Leia mais

EXPORTAÇÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TRIBUTOS, INCENTIVOS FISCAIS E CUSTOS

EXPORTAÇÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TRIBUTOS, INCENTIVOS FISCAIS E CUSTOS EXPORTAÇÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TRIBUTOS, INCENTIVOS FISCAIS E CUSTOS TRIBUTOS: 1) Como são tributadas as operações de exportações de mercadorias? Alguns países adotam o princípio da não tributação

Leia mais

Carne bovina, arroz, produtos de couro, lã,peixe e laticíneos

Carne bovina, arroz, produtos de couro, lã,peixe e laticíneos Mercosul - Uruguay Área: 176,220 Km² Capital: Montevidéu Idioma: Espanhol Religião: Católicos 47,1%, Protestantes 11,2%, Judeus 0,3%,agnósticos ou ateus 17,2% outras 24,2% População: 3.510.386 (est. para

Leia mais

A Agenda Aduaneira de Facilitação do Comércio Exterior

A Agenda Aduaneira de Facilitação do Comércio Exterior A Agenda Aduaneira de Facilitação do Comércio Exterior ENAEX Rio de Janeiro, 23 de novembro de 206 TÓPICOS ACORDO DE BALI pendências O PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR - perspectivas OPERADOR ECONÔMICO

Leia mais

8º Seminário Internacional em Logística Agroindustrial

8º Seminário Internacional em Logística Agroindustrial 8º Seminário Internacional em Logística Agroindustrial Dissertaç ão: INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA NA EXPORTAÇÃO DE CAFÉ PELO PORTO DE SANTOS: Um Estudo Multicasos Carlos José da Silva Pereira Clayton de Gouveia

Leia mais

Um despachante aduaneiro é o profissional especializado no desembaraço de mercadorias que transitam por alfândegas (aduana)

Um despachante aduaneiro é o profissional especializado no desembaraço de mercadorias que transitam por alfândegas (aduana) DESPACHO ADUANEIRO Um despachante aduaneiro é o profissional especializado no desembaraço de mercadorias que transitam por alfândegas (aduana) Um despachante oficial em Portugal é um representante por

Leia mais

Brazilian Network ACORDOS COMERCIAIS

Brazilian Network ACORDOS COMERCIAIS International Business Centers Brazilian Network ACORDOS COMERCIAIS Abertura Esta cartilha faz parte de um conjunto de materiais de apoio ao empresário brasileiro desenvolvido pela Confederação Nacional

Leia mais

Tiago Terra Apex-Brasil. Por que exportar?

Tiago Terra Apex-Brasil. Por que exportar? Tiago Terra Apex-Brasil Por que exportar? Apex-Brasil A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, atua há anos para promover os estudos e serviços brasileiros no exterior e atrair

Leia mais

1 Introdução Motivação

1 Introdução Motivação 15 1 Introdução O tema central da dissertação aborda a proposta de sistema de informações para o armazenamento e análise de dados referentes aos fluxos logísticos dos corredores de exportação e importação

Leia mais

Entraves às exportações brasileiras. Soraya Rosar Gerente Executiva Unidade de Negociações Internacionais

Entraves às exportações brasileiras. Soraya Rosar Gerente Executiva Unidade de Negociações Internacionais Entraves às exportações brasileiras Soraya Rosar Gerente Executiva Unidade de Negociações Internacionais Introdução Apesar de ser a sétima economia do mundo, o Brasil ocupa só a 22º colocação no ranking

Leia mais

Avaliação dos principais gargalos que impactam na eficiência dos portos públicos. Procedimentos de coletas de dados

Avaliação dos principais gargalos que impactam na eficiência dos portos públicos. Procedimentos de coletas de dados Avaliação dos principais gargalos que impactam na eficiência dos portos públicos Problema: Segundo a Antaq (2016), movimentou-se mais de um bilhão de toneladas nas instalações portuárias públicas brasileiras,

Leia mais

Medidas Sanitárias e Fitossanitárias - SPS

Medidas Sanitárias e Fitossanitárias - SPS Medidas Sanitárias e Fitossanitárias - SPS Introdução O desenvolvimento do comércio agrícola necessita de garantias quanto à segurança dos alimentos. Produção agropecuária requer medidas de proteção contra

Leia mais

v. 01 Política comercial Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ

v. 01 Política comercial Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ v. 01 Política comercial Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ reinaldogoncalves1@gmail.com Sumário 1. Política comercial: bidimensional 2. Política comercial: Razões 3. Instrumentos 2 Bibliografia

Leia mais

FORMULÁRIO PADRÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS

FORMULÁRIO PADRÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS FORMULÁRIO PADRÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS Título do Projeto: A utilização de Trading Companies e Comerciais Exportadoras como mecanismo de exportação indireta por empresas de Tubarão-SC e Braço do

Leia mais

Processos Aduaneiros Especiais. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1

Processos Aduaneiros Especiais. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1 Processos Aduaneiros Especiais SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1 Regimes Aduaneiros COMUM (ou geral): em que há pagamento de direitos aduaneiros, ou que confere isenção

Leia mais

Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1

Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1 Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR NO PEC NORDESTE FORTALEZA julho/2017 1 Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX Sistema para acompanhamento e controle

Leia mais

Unidade. Exportação. Mercado UNME SEBRAE/PA

Unidade. Exportação. Mercado UNME SEBRAE/PA Unidade Exportação de Mercado UNME SEBRAE/PA Exportação É a saída de mercadoria nacional ou nacionalizada do território aduaneiro brasileiro. (Maluf, 2000) A exportação ocorre com a saída da mercadoria

Leia mais

O Siscomex. O Sistema tem como gestores: Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, responsável pelas áreas aduaneira e tributária;

O Siscomex. O Sistema tem como gestores: Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, responsável pelas áreas aduaneira e tributária; O Siscomex O Sistema Integrado de Comércio Exterior teve seu início em 1992, informatizando os processos de exportação. Em 1997 entrou em vigor o Siscomex importação e o sistema se consolidou com a criação

Leia mais

Relatório Aprendendo a Exportar

Relatório Aprendendo a Exportar Relatório Aprendendo a Exportar Encontro 1 O número de empresas exportadoras no Brasil é bastante reduzido, já que não há uma cultura de exportação em larga escala consolidada no país. Para as empresas,

Leia mais

ANEXO 10 APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE SALVAGUARDA. Artigo 1º

ANEXO 10 APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE SALVAGUARDA. Artigo 1º ANEXO 10 APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE SALVAGUARDA Artigo 1º As Partes Contratantes poderão aplicar, em caráter excepcional e nas condições estabelecidas neste Anexo, medidas de salvaguarda à importação dos

Leia mais

Livre comércio X proteção. Política comercial estratégica

Livre comércio X proteção. Política comercial estratégica Livre comércio X proteção Política comercial estratégica Política comercial estratégica Ação governamental para alterar jogo estratégico. Conflito e cooperação na política comercial; Guerra comercial traz

Leia mais

Logística Internacional

Logística Internacional PLANO DE ENSINO 2014.2 Logística Internacional Semestre: 4º Carga Horária: 47 h Ementa Introdução aos conceitos e aplicação prática do fluxo de funcionamento da Logística Internacional abrangendo as diferentes

Leia mais

SEMINÁRIO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL: CENÁRIO ANTIGLOBALIZAÇÃO E RESTRIÇÕES DA OMC A POLÍTICAS INDUSTRIAIS 27/04/2016

SEMINÁRIO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL: CENÁRIO ANTIGLOBALIZAÇÃO E RESTRIÇÕES DA OMC A POLÍTICAS INDUSTRIAIS 27/04/2016 SEMINÁRIO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL: CENÁRIO ANTIGLOBALIZAÇÃO E RESTRIÇÕES DA OMC A POLÍTICAS INDUSTRIAIS 27/04/2016 EQUIPE Programas brasileiros contestados Inovar-Auto Lei de Informática PADIS PATVD

Leia mais

Controle administrativo no comércio exterior

Controle administrativo no comércio exterior Controle administrativo no comércio exterior O que é o controle administrativo Controle exercido com o objetivo de verificar a consonância da operação pretendida em relação às normas comerciais, técnicas,

Leia mais

PRANA SIGNIFICA ENERGIA VITAL. FOCADOS NISSO, NOS EMPENHAMOS PARA SER A ENERGIA PROPULSORA DA SUA RELAÇÃO COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL CONECTANDO

PRANA SIGNIFICA ENERGIA VITAL. FOCADOS NISSO, NOS EMPENHAMOS PARA SER A ENERGIA PROPULSORA DA SUA RELAÇÃO COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL CONECTANDO PRANA SIGNIFICA ENERGIA VITAL. FOCADOS NISSO, NOS EMPENHAMOS PARA SER A ENERGIA PROPULSORA DA SUA RELAÇÃO COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL CONECTANDO SEUS NEGÓCIOS COM O MUNDO. QUEM SOMOS SOMOS UMA EMPRESA

Leia mais

Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR, CAMPO GRANDE MS julho/2017 1

Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior. SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR, CAMPO GRANDE MS julho/2017 1 Procedimentos e Requisitos de Comércio Exterior SEMINÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR, CAMPO GRANDE MS julho/2017 1 Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX Sistema para acompanhamento e controle do comércio

Leia mais

Formação Analista em Comércio Exterior

Formação Analista em Comércio Exterior Formação Analista em Comércio Exterior Objetivo: Habilitar os participantes para exercer a profissão de Analista em Comércio Exterior e trabalhar com a análise das operações, planejamento, coordenação

Leia mais

Passo a Passo para Iniciar uma Exportação

Passo a Passo para Iniciar uma Exportação Passo a Passo para Iniciar uma Exportação Apresentação do Professor Professor: Douglas Cândido. Administrador com ênfase em Comércio Exterior pela Estácio de Sá, MBA em Gestão de Negócios Internacionais

Leia mais

ADUANEIRO JORGE ADVOGADOS ASSOCIADOS.

ADUANEIRO JORGE ADVOGADOS ASSOCIADOS. ADUANEIRO ESPECIALISTAS EM DIREITO ADUANEIRO Contando com a vasta experiência da Sócia Dra. Maria de Lourdes Pereira Jorge que se aposentou como Auditora Fiscal da Receita Federal, enquanto ocupava o cargo

Leia mais

COMÉRCIO INTERNACIONAL

COMÉRCIO INTERNACIONAL COMÉRCIO INTERNACIONAL DICAS e LEMBRETES: O que é mais importante Prof.Guerra PROGRAMA DE COMÉRCIO INTERNACIONAL 1. POLÍTICAS COMERCIAIS. Protecionismo e livre cambismo. Políticas comerciais estratégicas.

Leia mais

IBES. Disciplina: Geopolítica Professora: Fernanda Tapioca Ministrada dia INTEGRAÇÃO ECONOMICA

IBES. Disciplina: Geopolítica Professora: Fernanda Tapioca Ministrada dia INTEGRAÇÃO ECONOMICA IBES Disciplina: Geopolítica Professora: Fernanda Tapioca Ministrada dia 08.04.14 INTEGRAÇÃO ECONOMICA Sumário: 1. Conceito/ Significado 2. Espécies: nacional, internacional e mundial 3. Integração econômica

Leia mais

Conselho Empresarial Brasil China A APLICAÇÃO DE SALVAGUARDAS O CASO CHINA. Ana Luiza Scattone Ferreira 18 de Julho de 2006

Conselho Empresarial Brasil China A APLICAÇÃO DE SALVAGUARDAS O CASO CHINA. Ana Luiza Scattone Ferreira 18 de Julho de 2006 Conselho Empresarial Brasil China A APLICAÇÃO DE SALVAGUARDAS O CASO CHINA Ana Luiza Scattone Ferreira 18 de Julho de 2006 SALVAGUARDAS ESPECÍFICAS CONTRA PRODUTOS CHINESES As Salvaguardas Específicas

Leia mais

1 INTRODUÇÃO. Tabela 1 Valor exportado do agronegócio brasileiro

1 INTRODUÇÃO. Tabela 1 Valor exportado do agronegócio brasileiro 1 INTRODUÇÃO O Brasil encontra-se num ambiente favorável de crescimento econômico nos últimos anos. A economia brasileira tem como principais forças o comércio, o setor industrial e o agronegócio. O agronegócio,

Leia mais

2.9 Tributação. Por que Tributação? Comparação Internacional

2.9 Tributação. Por que Tributação? Comparação Internacional 2.9 Tributação Por que Tributação? Um sistema tributário oneroso e complexo reduz a competitividade e desestimula investimentos. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias entre países em estágios

Leia mais

SUSPENSÃO ISENÇÃO RESTITUIÇÃO

SUSPENSÃO ISENÇÃO RESTITUIÇÃO SUSPENSÃO ISENÇÃO RESTITUIÇÃO DRAWBACK 1. CONCEITO Drawback é o regime especial que consiste na importação com suspensão, isenção ou restituição dos tributos, de insumos destinados a integrar produtos

Leia mais

Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX. Controle Administrativo no Comércio Exterior

Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX. Controle Administrativo no Comércio Exterior Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX Controle Administrativo no Comércio Exterior São Paulo, 16 de maio de 2014 Controle administrativo 1. O que é o controle administrativo? 2. Aspectos

Leia mais

O Importador não precisará mais recolher IPI na revenda de suas mercadorias

O Importador não precisará mais recolher IPI na revenda de suas mercadorias São Paulo, 25 de Junho de 2014. O Importador não precisará mais recolher IPI na revenda de suas mercadorias Em julgamento recente, o STJ pôs fim à divergência: a cobrança do IPI na revenda das mercadorias

Leia mais

COD CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL. COD Brasil CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL.

COD CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL. COD Brasil CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL. COD CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL COD Brasil CERTIFICADO DE ORIGEM DIGITAL www.cod.cni.org.br www.cod.cni.org.br CONCEITO O Certificado de Origem é o documento que atesta a origem da mercadoria, ou seja,

Leia mais

Não se confundem com a defesa da livre concorrência ou combate às práticas ilegais de comércio.

Não se confundem com a defesa da livre concorrência ou combate às práticas ilegais de comércio. Conjunto de medidas utilizadas no combate às práticas desleais no comércio internacional e à desorganização de mercado decorrente do surto de importações. Não se confundem com a defesa da livre concorrência

Leia mais

Políticas comercial e industrial: o hiperativismo do primeiro biênio Dilma. Sandra Polónia Rios Pedro da Motta Veiga

Políticas comercial e industrial: o hiperativismo do primeiro biênio Dilma. Sandra Polónia Rios Pedro da Motta Veiga Políticas comercial e industrial: o hiperativismo do primeiro biênio Dilma Sandra Polónia Rios Pedro da Motta Veiga Junho de 2013 Estrutura: 1. As políticas comercial e industrial: contexto e principais

Leia mais

Formação Analista em Comércio Exterior Telefone

Formação Analista em Comércio Exterior Telefone Formação Analista em Comércio Exterior Telefone 0800.7183810 Objetivo: Habilitar os participantes para exercer a profissão de Analista em Comércio Exterior e trabalhar com a análise das operações, planejamento,

Leia mais

Lei da Transparência nº /2012

Lei da Transparência nº /2012 PERGUNTE À CPA 3ª FEIRA 11 DE JUNHO DE 2013 Lei da Transparência nº 12.741/2012 Apresentação: Fernanda Silva LEI Nº 12.741, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012 - DOU de 10.12.2012 Dispõe sobre as medidas de esclarecimento

Leia mais

PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR

PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR A maior participação do Brasil no comércio global passa por uma logística eficiente e pela melhoria do ambiente interno de negócios, o que exige a modernização dos nossos

Leia mais

3-O conceito associado à especialização de cada país na produção de alguns produtos e aquisição dos restantes ao Resto do Mundo intitula-se...

3-O conceito associado à especialização de cada país na produção de alguns produtos e aquisição dos restantes ao Resto do Mundo intitula-se... Para cada uma das questões, selecione a alternativa correta: 1-Um país detém uma vantagem absoluta na produção de um bem... (A) quando produz esse bem com um custo relativo inferior a outro país. (B) quando

Leia mais

Regimes de Negociação Comercial Internacional e a atuação brasileira RNCI Prof. Diego Araujo Azzi

Regimes de Negociação Comercial Internacional e a atuação brasileira RNCI Prof. Diego Araujo Azzi Regimes de Negociação Comercial Internacional e a atuação brasileira RNCI 2018.1 Prof. Diego Araujo Azzi Regime de Negociação Comercial Internacional e a Atuação Brasileira Aula 03 (27.02) Acordos para

Leia mais

GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO (GTIP)

GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO (GTIP) Secretaria de Acompanhamento Econômico - SEAE GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO (GTIP) ANDREA MACERA Coordenadora-Geral SEAE/MF FIESP, 19 AGO 2013 1 INSTRUMENTOS NORMATIVOS DECRETO Nº 8.058,

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ECONOMIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ECONOMIA Economia Internacional (I) Gilberto Joaquim Fraga Departamento de Economia DCO/PCE/UEM gjfraga@uem.br www.gjfraga.weebly.com Abril, 2017 1 O

Leia mais

ANEXO VII OBSTÁCULOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO

ANEXO VII OBSTÁCULOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO ANEXO VII OBSTÁCULOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO 1451 1452 ANEXO VII OBSTÁCULOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO Disposições Gerais Artigo 1.- As disposições do presente Anexo têm como objetivo evitar que as normas técnicas,

Leia mais

Tributos aduaneiros. I- Imposto sobre importação de produtos estrangeiros II (art.

Tributos aduaneiros. I- Imposto sobre importação de produtos estrangeiros II (art. Tributos aduaneiros Os tributos sobre o comércio exterior têm natureza predominantemente extrafiscal, ou seja, de interferência no domínio econômico, com importante papel no desempenho das exportações,

Leia mais

* V. art. 34, Dec /1995 (Regulamenta as normas que disciplinam os procedimentos administrativos, relativos à aplicação de medidas antidumping).

* V. art. 34, Dec /1995 (Regulamenta as normas que disciplinam os procedimentos administrativos, relativos à aplicação de medidas antidumping). LEI 9.019, DE 30 DE MARÇO DE 1995 Dispõe sobre a aplicação dos direitos previstos no Acordo Antidumping e no Acordo de Subsídios e Direitos Compensatórios, e dá outras providências. Faço saber que o Presidente

Leia mais

ABRACOMEX Guia Básico do Siscomex Exportação

ABRACOMEX Guia Básico do Siscomex Exportação ABRACOMEX Guia Básico do Siscomex Exportação 0800.7183810 Apresentação do Professor Douglas Cândido Graduação em Administração c/ Hab. em Comércio Exterior pela Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina

Leia mais

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Comissão de Educação, Ciência e Cultura. Relatório

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Comissão de Educação, Ciência e Cultura. Relatório Relatório sobre a Comunicação da Comissão Europa Global: Competir a nível mundial. Uma contribuição para a Estratégia do Crescimento e do Emprego COM (2006) 567 dirigido à Comissão dos Assuntos Europeus

Leia mais

EXPORTAÇÃO ASPECTOS FISCAIS

EXPORTAÇÃO ASPECTOS FISCAIS EXPORTAÇÃO ASPECTOS FISCAIS 1 - INCIDÊNCIAS TRIBUTÁRIAS RIAS NAS EXPORTAÇÕES Optantes do SIMPLES Os transformadores plásticos exportadores optantes do SIMPLES devem analisar a conveniência da continuidade

Leia mais

5 Discussão dos resultados

5 Discussão dos resultados 5 Discussão dos resultados Este capítulo aborda os principais resultados da pesquisa e sua influência na resposta às perguntas intermediárias, levando-se em consideração o referencial teórico e as limitações

Leia mais

Fatores para o cálculo do preço de exportação

Fatores para o cálculo do preço de exportação Fatores para o cálculo do preço de exportação No cálculo do preço de exportação devem ser levados em conta, entre outros fatores: IPI - IMUNIDADE do Imposto sobre Produtos Industrializados, na saída de

Leia mais

Apresentação do Professor

Apresentação do Professor Professora: Ariane Canestraro Apresentação do Professor Pós-graduada em Comércio Exterior, grande experiência com o mercado internacional, através de atividades desenvolvidas como Importação, Exportação,

Leia mais

Dúvidas. Remessas Expressas Perguntas e Respostas. 1 O que é? 2 Tributação. 3 Valor Máximo dos bens. 4 Bens que podem ser enviados

Dúvidas. Remessas Expressas Perguntas e Respostas. 1 O que é? 2 Tributação. 3 Valor Máximo dos bens. 4 Bens que podem ser enviados Dúvidas Remessas Expressas Perguntas e Respostas 1 O que é? 2 Tributação 3 Valor Máximo dos bens 4 Bens que podem ser enviados 5 Bens que NÃO podem ser enviados 6 Diferença entre Remessa Expressa e Postal

Leia mais

SUPPLY CHAIN, OPERAÇÕES E LOGÍSTICA FALTA EXPERIÊNCIA PARA EXPORTAR

SUPPLY CHAIN, OPERAÇÕES E LOGÍSTICA FALTA EXPERIÊNCIA PARA EXPORTAR CE 34 SUPPLY CHAIN, OPERAÇÕES E LOGÍSTICA FALTA EXPERIÊNCIA PARA EXPORTAR GVEXECUTIVO V 16 N 6 NOV/DEZ 2017 FALTA EXPERIÊNCIA PARA EXPORTAR POR ALEXANDRE PIGNANELLI, JULIANA BONOMI SANTOS E DAFNE OLIVEIRA

Leia mais

PT Unida na diversidade PT A8-0009/55. Alteração. Marine Le Pen em nome do Grupo ENF

PT Unida na diversidade PT A8-0009/55. Alteração. Marine Le Pen em nome do Grupo ENF 27.1.2016 A8-0009/55 55 Considerando A A. Considerando que as negociações sobre o TiSA devem alcançar uma regulamentação internacional eficaz, e não um enfraquecimento da regulamentação nacional; A. Considerando

Leia mais

AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL MÓDULO 2

AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL MÓDULO 2 AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL MÓDULO 2 Índice 1. As dinâmicas da globalização... 3 2. Globalização comercial... 3 2 1. AS DINÂMICAS DA GLOBALIZAÇÃO Se o termo globalização sugere diferentes significados, podemos

Leia mais

Quem são os Operadores Econômicos?

Quem são os Operadores Econômicos? Quem são os Operadores Econômicos? São todos os participantes da cadeia logística internacional, tais como: Importadores; Exportadores; Transportadores; Depositários; Despachantes; Entre outros. Operadores

Leia mais

Importações sujeitas a Licenciamento Automático

Importações sujeitas a Licenciamento Automático Importações sujeitas a Licenciamento Automático Estão sujeitas a licenciamento automático as seguintes importações: Produtos relacionados no SISCOMEX e disponíveis no endereço eletrônico do MDIC; Operações

Leia mais

Guia da importação para iniciantes

Guia da importação para iniciantes Guia da importação para iniciantes 03 Introdução 18 Licenciamento de Importação (LI) 05 Quem pode importar? 21 Por que uma empresa especializada pode ajudar? 08 Quais as modalidades de importação? 24 Conclusão

Leia mais

A pesquisa pretendida tem os seguintes objetivos específicos, visando à facilitar o entendimento dos custos envolvidos nos processos de importação:

A pesquisa pretendida tem os seguintes objetivos específicos, visando à facilitar o entendimento dos custos envolvidos nos processos de importação: 1 Introdução Com a elevação da complexidade das cadeias de suprimento, cada vez mais o planejamento logístico torna-se fundamental para a competitividade de uma empresa (Wanke & Zinn, 2004). A logística,

Leia mais

A Competição Empresarial tem a capacidade de transformar complexidade e especialização em desempenho. A competição permite construir organizações que

A Competição Empresarial tem a capacidade de transformar complexidade e especialização em desempenho. A competição permite construir organizações que A Competição Empresarial tem a capacidade de transformar complexidade e especialização em desempenho. A competição permite construir organizações que funcionem. A essência da competição é escolher o que

Leia mais

CURSO FORMAÇÃO DESPACHANTE ADUANEIRO

CURSO FORMAÇÃO DESPACHANTE ADUANEIRO CURSO FORMAÇÃO DESPACHANTE ADUANEIRO PROGRAMA DO CURSO 08007183810 / 40620660 Ramal: 0405 www.abracomex.org /abracomexadm /abracomex FORMAÇÃO DESPACHANTE ADUANEIRO Carga horária: 360h Modalidade: Online

Leia mais

DECLARAÇÃO SOBRE COOPERAÇÃO EM COMÉRCIO E INVESTIMENTO E PLANO DE AÇÃO OS ESTADOS DA AELC OS ESTADOS MEMBROS DO MERCOSUL

DECLARAÇÃO SOBRE COOPERAÇÃO EM COMÉRCIO E INVESTIMENTO E PLANO DE AÇÃO OS ESTADOS DA AELC OS ESTADOS MEMBROS DO MERCOSUL DECLARAÇÃO SOBRE COOPERAÇÃO EM COMÉRCIO E INVESTIMENTO E PLANO DE AÇÃO entre OS ESTADOS DA AELC e OS ESTADOS MEMBROS DO MERCOSUL Genebra, 12 December 2000 Florianópolis, 15 December 2000 ASSOCIAÇÃO EUROPÉIA

Leia mais

Internacional Marketing. Milton Henrique do Couto Neto

Internacional Marketing. Milton Henrique do Couto Neto Internacional Marketing Milton Henrique do Couto Neto miltonh@terra.com.br No futuro só existirão dois tipos de gestores: os rápidos e os mortos. Marketing Internacional É o processo de planejamento e

Leia mais

A TRIBUTAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR SOB A ÓTICA ADUANEIRA A ADUANA BRASILEIRA

A TRIBUTAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR SOB A ÓTICA ADUANEIRA A ADUANA BRASILEIRA A TRIBUTAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR SOB A ÓTICA ADUANEIRA A ADUANA BRASILEIRA 1 A ADUANA BRASILEIRA Histórico 1587 Foral da Alfândega de Lisboa 1832/60/76 Regulamento das Alfândegas do Império 1885 - Consolidação

Leia mais

Sumário. Visão Geral do Programa Brasileiro de OEA

Sumário. Visão Geral do Programa Brasileiro de OEA PARTE 1: Sumário Visão Geral do Programa Brasileiro de OEA PARTE 2: Projeto Piloto Estrutura Administrativa Centro OEA Lançamento do módulo OEA-Segurança Próximos Passos Quem são os Operadores Econômicos?

Leia mais

Aspectos Administrativos Gerais da Importação

Aspectos Administrativos Gerais da Importação Aspectos Administrativos Gerais da Importação Define-se importação como sendo o ato de inserir no país produtos ou serviços oriundos do exterior, sendo que o processo de tal aquisição oportuniza o intercâmbio

Leia mais