II Curso de Comunicação Social Espírita

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2 GÊNEROS E MODALIDADES DE COMUNICAÇÃO A NOTÍCIA O QUE É UMA NOTÍCIA? - A notícia é um gênero jornalístico, assim como a reportagem, a entrevista, o artigo, ou o editorial. QUAL A FINALIDADE DE UMA NOTÍCIA? - Notícia é a forma substantivada de noticiar que, por sua vez, significa dar conhecimento de fatos, conceitos e/ou idéias. QUAL A COMPOSIÇÃO DE UMA NOTÍCIA? - Uma notícia, geralmente, se compõe de duas partes: lead (lê-se lide) e corpo. O lead consiste normalmente no 1º parágrafo da notícia e é a parte que apresenta um resumo, feito em poucas linhas, no qual são fornecidas as respostas às questões fundamentais do jornalismo: O que? (os fatos) Quem? (as personagens) Quando? (o tempo) Onde? (o lugar onde aconteceu) Como? (as circunstâncias em que os fatos ocorreram) Por que? (os motivos que provocaram os fatos) Qual a importância do título para a notícia? - O título é a chave. Para funcionar, precisa ter impacto. Sem impacto não chamará a atenção. Se não chamar a atenção, será inútil. (Manual de Estilo da Editora Abril). 2

3 O PRESS-RELEASE (RELISE) É um tipo de modalidade jornalística, geralmente, utilizada pelos setores de Relações Públicas e/ou Assessoria de Comunicação de organizações governamentais, filosóficas, religiosas e comerciais. Consiste no envio de matéria pré-elaborada aos veículos de comunicação, tanto impressos como eletrônicos, visando a sua publicação gratuita. A matéria em si deve constituir uma boa notícia para a imprensa e a sua concepção deve primar pela originalidade, objetividade e concisão. A sua composição deve seguir o critério de perguntas/respostas do item A Notícia. A ENTREVISTA A entrevista pressupõe uma interação entre duas pessoas, cada uma com uma função específica: o entrevistador, aquele que faz as perguntas e o entrevistado, aquele que responde as perguntas. Este gênero tanto se presta para a veiculação na mídia impressa, como na eletrônica, observadas as especificidades de cada veículo. 1ª FASE: Conheça a pessoa que será entrevistada e o assunto que será objeto da entrevista. Faça um roteiro de perguntas, observando uma seqüência lógica. Prefira perguntas curtas e objetivas Não confie na memória. Use um gravador, faça uma pergunta por vez e preste atenção na resposta do entrevistado - na resposta, pode ocorrer um comentário do entrevistado e daí surgir uma pergunta improvisada, cujo resultado final possa ser interessante. Não use de intimidade nas entrevistas. Seja formal ao perguntar e mantenha a neutralidade diante dos conceitos emitidos pelo entrevistado. Não faça juízo de valor. Não cabe ao entrevistador fazer qualquer julgamento sobre as idéias do entrevistado. 2ª FASE: Faça a transcrição do texto gravado, passando-o para o papel. Selecione uma frase significativa que possa servir de título ou elabore um. 3

4 Desenvolva uma introdução e apresente o entrevistado e o assunto. Mencione o nome do entrevistador antes de cada pergunta e o nome do entrevistado antes das respostas. Caso queira, use outros meios para diferenciar as perguntas das respostas, o que pode ser feito, nos veículos impressos, por meio de recursos gráficos (como negrito ou itálico). Faça a reprodução do diálogo na linguagem do entrevistado. Transforme tudo isso em um rascunho, em seguida, passe a entrevista a limpo e elimine trechos redundantes, bem como substitua termos incompreensíveis ao público. Faça uma revisão gramatical e de conteúdo, de forma cuidadosa. A REPORTAGEM Enquanto a notícia nos informa, no mesmo dia ou no seguinte, se o acontecimento entrou para a História, a reportagem nos mostra como é que isso se deu. A notícia se esgota no anúncio, a reportagem só se esgota no desdobramento, ao ampliar o relato dos fatos. A Reportagem se caracteriza pela cobertura jornalística, com possibilidade e/ou liberdade de seqüência e exposição em série. São pertinentes as perguntas mencionadas no item A Notícia: o que, quem, quando, onde, como e por que. É um gênero jornalístico aplicável a todos os meios de comunicação, guardadas as diferenças de linguagem de cada meio em si. Uma reportagem é formada de vários textos, nos quais são apresentadas opiniões, dados estatísticos, tabelas e mapas, que têm a função de facilitar a compreensão do público. A CRÔNICA Este gênero oscila entre literatura e jornalismo, o que equivale a afirmar que tanto pode ser publicada em livros, como ser veiculado em um jornal, revista, rádio, televisão e internet. Uma das características de uma crônica é a dimensão do texto, geralmente curto e objetivo, envolve poucas personagens, uma vez que o espaço é exíguo. A crônica usa a narração, como recurso para exposição do pensamento e, como a maior parte dos gêneros ficcionais, pode ser apresentada no presente ou no passado, observando-se, no entanto, que o objetivo que se tem em mente: entreter, divertir, levar à reflexão sensibilizar, etc. e o tempo verbal escolhido, podem conferir inúmeros efeitos de sentido. 4

5 A CRÔNICA PERSUASIVA A crônica persuasiva vai além da crônica ficcional, pois nela o autor expõe e defende a sua opinião sobre determinado assunto, com argumentos sólidos, por vezes destacando dados comparativos e detalhes de sua proposta. Nesse contexto, esse tipo de gênero pode também citar testemunho de autoridades no assunto, como também dados de pesquisas que validam a sua opinião. A argumentação deve ser convincente, sem, no entanto, ser impositiva, mas dar liberdade de interpretação ao público a que se destina. Pode até ocorrer a interação com o público na seção Cartas do leitor, quando o veículo disponibilizar espaço. Da mesma forma que a crônica simples, o espaço é limitado e a objetividade na colocação da intenção e a adequação da linguagem à natureza do veículo são fatores que devem ser levados em conta pelo cronista para alcançar êxito em sua atividade. O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO É um gênero textual argumentativo que tem por finalidade persuadir o público sobre certos conceitos, idéias, marcas de produtos e/ou serviços e, ainda, lançar, construir ou reconstruir a imagem institucional de organizações, como também veicular temas comunitários. Critério para elaborar um anúncio ou uma campanha de publicidade: O que dizer e por que dizer? Isto é, definir a proposição e as razões/benefícios que o público irá receber. A quem dizer? Definir o perfil do público, quanto à faixa etária, sexo, grau de instrução, nível de conhecimento doutrinário, hábitos e outros fatores pertinentes. Como dizer? Definir o tratamento que se deve dar à mensagem, em função do momento. Onde dizer? Levantar os meios acessíveis e compatíveis para a veiculação da mensagem. Quando dizer? Estabelecer um cronograma, definindo o período de início e término da ação comunicativa. Por quanto? Dimensionar os custos da campanha. A estrutura visual, sonora e/ou gráfica de um anúncio não é rígida, mas existem alguns elementos fundamentais que não devem faltar em sua composição: o título, às ve- 5

6 zes, seguido ou não de um subtítulo, o corpo de texto, imagens (fotos ou ilustrações nos veículos impressos e sons e efeitos sonoros nos veículos eletrônicos), às vezes, slogan associado à assinatura e logomarca ou logotipo do anunciante. A linguagem (verbal e não verbal) é diversificada e está em relação ao objetivo do anúncio, ao tipo de mensagem, ao perfil do público e à especificidade de cada veículo. Dá-se o nome de campanha publicitária ao conjunto de peças (anúncios) desenvolvido, para transmitir a mensagem ao público, em determinado período. No planejamento de campanha, são levados em conta: o Tema, o Conceito, a Imagem-chave, Palavra-chave e a Veiculação. O EDITORIAL É por meio de editoriais que os meios de comunicação expressam a sua opinião em relação a temas do momento, seja para fazer críticas e/ou elogios a pessoas ou a organizações, seja para sugerir ou estimular a reflexão sobre determinado assunto. É o momento em que os veículos deixam claro a sua posição em relação a certos assuntos. O editorial apresenta uma estrutura relativamente simples: a idéia central (a tese), o desenvolvimento da tese, com argumentos que fundamentem a tese e a conclusão. A conclusão ocorre geralmente, no final do texto e reforça a gravidade do problema ou reitera a crítica ou o elogio mencionado. É um gênero jornalístico que privilegia a impessoalidade, ou seja, não é assinado, pois representa o ponto de vista do veículo ou da organização e não de um jornalista ou um membro em particular. A MALA-DIRETA/O MARKETING DIRETO Estas modalidades, tecnicamente, se apresentam em quatro versões: Mala-direta: impressa e eletrônica; Mala-direta para Marketing Direto: impressa e eletrônica A Mala-direta (MD) e o Marketing direto (MKTD) são modalidades publicitárias, assim como o anúncio. Elas se prestam para promover um produto, serviços e idéias, por meio do correio, pelo serviço de entregas em domicílio ou on-line, via Internet. A estrutura textual de ambos se assemelha a do anúncio, com a diferença que na MD, a abordagem é menos conceitual e se torna mais persuasiva e direta. E, no MKTD, além das exigências mencionadas para a MD, ele pede do destinatário uma resposta imediata, em curto prazo. Outra diferença entre MKTD e Mala-direta: o primeiro utiliza 6

7 vários canais de comunicação, ao mesmo tempo, enquanto o segundo, distribui a mensagem pelo correio ou pelo serviço de entrega em domicílio. Para o bom desempenho de ambas as modalidades são necessários três condições: um banco de dados (cadastro de nomes ou mailing-list), isto é, o universo a ser atingido; uma oferta atraente (se possível exclusiva) e uma criação inédita da peça. O texto, geralmente é curto, mas o suficiente para entendimento da proposta em foco. Por se tratar de peças personalizadas, o tratamento redacional exige cuidados na elaboração do texto, aplicação de imagens e, quando impressos, escolha mais detalhada do material (papel, anexos e outros). Quanto mais criativa a peça, maior a probabilidade de êxito. No tocante à Mala-direta eletrônica (on-line), algumas recomendações de especialistas: a) não exagere quanto ao número de s e respeite a privacidade das pessoas; b) não se desvie do assunto; c) não sobrecarregue o destinatário com várias propostas, ao mesmo tempo; d) seja discreto - tenha o cuidado de enviar s do tipo oculto a uma lista, em especial no caso em que as pessoas que fizerem parte da lista mereçam permanecer anônimas umas às outras; e) seja transparente na colocação das propostas, isto é, não faça rodeios. O ARTIGO DE OPINIÃO O Artigo é um gênero jornalístico muito comum e apreciável, em função do que pode transmitir a um grande público e também a um público especializado. Não tem a leveza de uma Crônica, nem as fantasias de um Conto. Um Artigo de opinião, para atingir o seu objetivo, deve ser assimilado e estimular a reflexão do público. Uma avaliação de um texto dessa natureza implica em levantar os seguintes pontos: a) se o autor se posiciona claramente sobre o tema; b) se o tema apresenta uma idéia principal que resuma seu ponto de vista; c) se a idéia principal é fundamentada em argumentos claros, fortes e consistentes; d) se esses argumentos são bem desenvolvidos; e) se a linguagem está adequada ao gênero e ao perfil do público visado; f) se o texto apresenta título adequado; e g) se é atraente ou convidativo. A estrutura se assemelha a de uma crônica persuasiva pelo tom de análise, crítica e defesa de um ponto de vista firmado pelo autor. 7

8 A CARTA DE LEITOR É um gênero textual que proporciona a interação dos leitores de uma determinada publicação com o editor da mesma ou entre os próprios leitores, em um espaço denominado Painel do leitor, Cartas à redação ou outras denominações. A sua estrutura é semelhante a da Carta Pessoal e, por essa razão, devem constar os seguintes elementos: local e data, vocativo, assunto, expressão cordial de saudação, despedida e assinatura, dispensando títulos. O objetivo de uma carta varia no tempo e no espaço. Pode ser uma carta objetivando parabenizar o veículo por algum motivo, reclamar sobre determinada matéria, pela abordagem de um assunto ou pela ausência dele, para sugerir temas para as próximas edições e, até concordando ou discordando da opinião deste ou daquele leitor, cuja carta foi publicada. É um gênero que atesta a credibilidade do veículo e, ao mesmo tempo, o seu índice de influência sobre a audiência, principalmente, quando veicula temas polêmicos e temas inéditos de interesse comunitário. A Internet deu origem a uma nova e revolucionária modalidade de relacionamento pessoal, o , que é enviado eletronicamente, por um programa de computador, abolindo a escrita no papel e o envio da carta pelo correio. A custo zero. A estrutura textual guarda semelhança com a tradicional Carta de leitor, notadamente, dos meios impressos, como jornais e revistas. O BLOG Originalmente a sua denominação foi weblog, um diário virtual, um canal para jovens se relacionarem com outros jovens internautas interessados em expor seus pensamentos, seu cotidiano. O tempo passou e, hoje, o blog é uma ferramenta para a divulgação de idéias pessoais, serviços e também para a divulgação de notícias, de textos sobre cultura, político, negócios, debates, publicidade, pesquisas e outros assuntos. Além de textos, o blog permite a exposição de fotos e, em alguns casos, até vídeos. Os blogs podem ser individuais ou comunitários. A estrutura textual é equivalente a de um relise: apresenta oferta de serviços, imagens institucionais de empresas, confissões pessoais sobre o cotidiano de uma pessoa, crônica argumentativa, cujo texto até passa a defender idéias e posições políticas, filosóficas, artísticas, etc. A sua popularização se deve à facilidade, simplicidade e rapidez de criar uma página na rede, por meio de programas de hospedagem de blogs, disponíveis gratuitamente 8

9 na Internet. Existem vários sites e provedores que orientam como montar um blog. Eis alguns: blogger.com, e O CARTAZ/O PÔSTER É um gênero publicitário que tem a finalidade de informar as pessoas ou conscientizá-las sobre determinado assunto, ajudando-as na memorização de datas, locais e detalhes atinentes a um evento. A estrutura textual é, geralmente, composta de frase-título de impacto visual, à qual se agregam apelos emocionais ou racionais, associados a imagens e cores. O texto verbal apresenta três partes: a chamada principal, as instruções e as informações sobre datas, locais, sites, telefones para contato e identifica os órgãos que se responsabilizam pela mensagem. O modo imperativo é comumente empregado para gerar ação do leitor, embora em linguagem coloquial e, em certos casos, até com certo toque de humor. O ROTEIRO DE VÍDEO O Vídeo é uma ferramenta que apresenta grande versatilidade para apresentações em auditórios, salas de aula e em cinemas, na configuração de videoclipe e na forma de documentário. Independente do ambiente que vá ser projetado, para produzir um documentário, é preciso traçar um Roteiro, que tanto pode partir de imagens existentes ou de um texto para, em seguida, captar as imagens correspondentes. O roteiro de vídeo se divide em blocos, sendo que cada bloco tem a parte de vídeo e áudio, que são preenchidos seguindo as indicações do roteiro, que, por sua vez, determina a duração (minutagem) de cada ação em cada quadro. Para isso, existe a possibilidade dos cortes a que o editor recorre para conciliar conteúdo e tempo. RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAR UM ROTEIRO DE VÍDEO: Definir o que se deseja mostrar. Como o assunto será abordado: como uma crítica, como uma crônica poética ou um discurso filosófico? Pessoas que irão participar? Quem, quantas? Irão ser entrevistadas? Que perguntas fazer? Que depoimentos serão os mais adequados? 9

10 Quanto às imagens, qual o melhor momento para se fazer a gravação? Imagens captadas em ambiente interno (campo fechado?), em estúdio? Externas? Como chegar lá? Como será a iluminação? Haverá narrações em off? Com trilha sonora ou sem? Quando entra a música? E que critério será utilizado para a seleção e seqüência das imagens? Enfim, o roteiro traça o caminho pelo qual o autor deverá trilhar: da idéia à edição Este material foi elaborado por Merhy Seba, Coordenador da Área de Comunicação Social Espírita das Comissões Regionais do Conselho Federativo Nacional da FEB e cedido pelo setor de Comunicação Social Espírita da Federação Espírita do Paraná, a quem o DECOM-FERGS estende seus agradecimentos. 10