Sistema de Comando de Incidentes. Objetivos:
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- Herman Pinhal Coimbra
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1 Sistema de Comando de Incidentes 05 Objetivos: 1. Conceituar o SCI; 2. Conhecer os princípios ou características principais do SCI; 3. Listar as funções do Sistema de Comando de Incidentes; 4. Detalhar a estrutura do SCI; 5. Descrever as funções e atribuições dos componentes da estrutura; 6. Citar as principais instalações, possíveis de serem estabelecidas em um SCI; 7. Definir o que é um recurso; 8. Explicar o processo de utilização dos recursos. 1º Ten. QOBM Rodrigo Schoemberger
2 5. SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES - SCI 5.1. Considerações gerais O propósito deste capítulo é familiarizar o leitor com a doutrina do Sistema de Comando de Incidentes e estabelecer parâmetros para a organização da cena de um incidente, em especial quando há a atuação, em conjunto, de unidades distintas ou, até mesmo, de organizações distintas, na cena de um incidente. Lista de Abreviaturas Utilizadas Neste Capítulo: AA: Auto Ambulância; ABT: Auto Bomba Tanque; ABTR: Auto Bomba Tanque e Resgate; ACV: Área de Concentração de Vítimas CI: Comandante do Incidente; E: Área de Espera; GCIF: Grupo de Combate a Incêndio Florestal; PAI: Plano de Ação no Incidente; PC: Posto de Comando; SCI: Sistema de Comando de Incidentes O Que é SCI? É uma ferramenta de gerenciamento, utilizada em incidentes, composta por um conjunto pré-estabelecido de procedimentos a serem adotados, com o objetivo de destinar os recursos disponíveis para as atividades que são prioritárias em uma ocorrência Princípios do SCI O SCI adota 9 princípios básicos que norteiam sua aplicação, os quais devem ser conhecidos e seguidos por todos os envolvidos na cena de um incidente: Terminologia Comum; Alcance de Controle; Organização Modular; Comunicações integradas; Plano de Ação no Incidente; Cadeia de Comando; Comando Unificado; Instalações Padronizadas; Manejo Integral dos Recursos. Fig 5-1 SCI. Fonte: 1º. Ten QOBM RODRIGO 5-2
3 5.3.1 Terminologia Comum Considerando que em um grande incidente poderemos ter equipes de trabalho de diferentes órgãos e que existe a necessidade de que todos possam se entender, faz-se necessário que a terminologia utilizada seja de conhecimento de todos. O SCI estabelece uma terminologia comum, para designar postos, funções e instalações, com o objetivo de facilitar o trabalho em conjunto e a comunicação entre equipes pertencentes a organizações distintas Alcance de Controle O alcance de controle é um dos princípios fundamentais dentro da doutrina do SCI. Por Alcance de Controle, entende-se o número máximo de pessoas que alguém pode supervisionar diretamente e com eficiência. O SCI estabelece que o número máximo de pessoas que devem reportar-se diretamente a uma mesma pessoa é 7, sendo considerado como ideal de 3 a 5. Quando o número de pessoas lideradas por uma única pessoa ultrapassar o limite de 7, faz-se necessário subdividir as equipes para que não se perca o alcance de controle Organização Modular A Organização Modular é o princípio que norteia a distribuição dos recursos na cena de um incidente de acordo com a magnitude e complexidade da ocorrência e com a quantidade de recursos disponíveis. Por este princípio, o comandante do incidente (CI) designa os recursos dentro da estrutura, respeitando o alcance de controle. Assim, as posições de trabalho e os recursos podem ser acrescentados (expansão), ou retirados (contração) com relativa facilidade Comunicações Integradas Na estrutura do SCI, as comunicações são de fundamental importância; este princípio complementa-se com o princípio da terminologia comum. As comunicações, em um incidente devem ser eficientes de forma a permitir que todos os envolvidos na cena de um incidente possam transmitir e receber informações dentro da sua esfera de responsabilidade, mesmo que sejam oriundos de organizações distintas. Podem ser estabelecidos vários canais de comunicação ou um único canal conforme a situação e a complexidade da estrutura assim o exigirem Plano de Ação no Incidente (PAI) Este princípio estabelece que todas as ações individuais das equipes envolvidas em um incidente devem ser estabelecidas em consonância com um planejamento global pré-estabelecido pelo comandante do incidente; bem como os resultados destas ações devem ser repassados ao comando do incidente para que a eficácia do plano seja avaliada e, se necessário, modificada. 5-3
4 O Plano de Ação no Incidente (PAI) pode ser mental ou escrito. A doutrina do SCI estabelece que nas primeiras quatro horas do incidente o plano pode ser mental e após este período (fase reativa), é necessário confeccionar um plano escrito Cadeia de Comando Segundo a doutrina do SCI, cada pessoa envolvida em um incidente responde e informa somente a um único superior designado, seja ele bombeiro, policial, funcionário público, brigadista, voluntário, etc. Este princípio deve ser respeitado tanto no sentido ascendente (subordinado para superior), quanto descendente (superior para subordinado). O superior deve também ter a consciência das pessoas às quais ele pode dirigir-se diretamente e respeitar esta regra Comando Unificado O comando unificado é o princípio que se aplica a um incidente quando há a participação conjunta de vários órgãos com competência técnica e jurisdicional. Deve ser estabelecido, dentro de um consenso, um comando unificado, com a participação de representantes dos órgãos envolvidos. Este Comando Unificado será o responsável pela elaboração do Plano de Ação no Incidente, evitando assim que cada instituição atue isoladamente, de forma que os esforços sejam concentrados para atingir os objetivos estabelecidos no PAI. Embora as decisões possam ser tomadas em conjunto, deve haver um Único Comandante que será da instituição com maior pertinência ou competência na cena do incidente Instalações Padronizadas Segundo estabelece a doutrina do SCI, as instalações devem possuir localização precisa, denominação comum, estar bem sinalizadas e em locais seguros. As principais instalações são o Posto de Comando, Área de Espera e a Área de Concentração de Vítimas, sendo que, além destas, poderão ser estabelecidas outras (conforme será visto em 5.5.9) Manejo integral dos Recursos Este princípio estabelece que os recursos devem ser cadastrados, controlados durante todo o momento, desde a sua chegada até a sua desmobilização, e contabilizados possibilitando o levantamento dos custos da operação. Estabelece ainda quais as pessoas, dentro da estrutura, podem solicitar ou requisitar recursos e quem pode desmobilizá-los. 5.4 Funções no SCI Dentro do Sistema de Comando de Incidentes existem algumas funções principais, que devem ser cumpridas. São elas: Comando; Planejamento; 5-4
5 Operações; Logística; Administração e Finanças. Além destas há o Staff de Comando, que é composto por três funções básicas: Segurança, Ligação Informação Pública. Fig 5-2 Funções no SCI. Fonte: SENASP 5.5 Estrutura do SCI A organização do SCI é modular, isto é, expande e contrai, de acordo com a magnitude e a complexidade. Todas as funções devem ser cumpridas, porém, não haverá, necessariamente, pessoas designadas para cada função. Inicialmente, o Comandante do Incidente assume todas as funções e irá delegá-las, conforme a disponibilidade e necessidade de recursos, observando os princípios básicos da ferramenta, em especial o Alcance de Controle Comandante do Incidente É a pessoa, presente na cena do incidente, com a maior competência funcional. Inicialmente, esta função será exercida pela pessoa de maior nível hierárquico que chegue ao local. À medida que cheguem outros órgãos e pessoas, o comando será transferido a quem tenha maior nível de competência para gerenciar o incidente e todos os órgãos envolvidos. Geralmente, no caso de um grande incêndio, esta função será exercida por um oficial do Corpo de Bombeiros. 5-5
6 5.5.2 Staff de Comando É um conjunto de funções que estão diretamente ligados ao Comando do Incidente. Os responsáveis pelas funções no Staff de comando recebem a designação de Oficial (atendendo ao princípio da Terminologia Comum, veremos que certos elementos e equipamentos dentro da estrutura do SCI recebem uma nomenclatura própria, que deve ser utilizada por todos os órgãos e pessoas envolvidos), muito embora estas funções possam ser exercidas por praças, funcionários públicos e até por civis, à critério do comandante do incidente Oficial de Segurança É a pessoa designada pelo CI para fiscalizar a segurança de todas as equipes na cena de um incidente, detectar situações potencialmente perigosas e providenciar para que as situações de risco sejam corrigidas. Dentro da doutrina do SCI, o Oficial de Segurança é o único que tem autonomia para quebrar o princípio da Cadeia de Comando Oficial de Ligação É a pessoa, ligada ao CI, responsável pelos contatos com representantes de todas as instituições que estejam trabalhando no incidente, e também com órgãos e pessoas externos à estrutura envolvida no incidente, com o objetivo de requisitar algum recurso ou outro tipo de apoio para as operações Oficial de Informação Pública É o responsável por realizar os contatos com órgãos de imprensa e outros órgãos que busquem alguma informação sobre o incidente. É importante que todas as informações a serem publicadas sejam previamente aprovadas pelo CI Seção de Planejamento Esta seção é a responsável por captar informações sobre o desenvolvimento do incidente, avaliá-las e planejar as ações, através da elaboração do Plano de Ação do Incidente, que é realizado em conjunto com Seção de Operações. A seção de planejamento é composta por unidades: recursos, situação, documentação e, desmobilização; podem fazer parte desta seção, ainda, uma unidade de meio ambiente e, uma equipe de especialistas, sempre que o incidente assim exigir. O Chefe da Seção de Planejamento reporta-se diretamente ao CI Unidade de Recursos É a unidade, vinculada à Seção de Planejamento, responsável pelo registro e pelo controle de todos os recursos na cena do incidente, propiciando que o CI tenha, a qualquer tempo, uma informação precisa sobre todos os 5-6
7 recursos disponíveis, os já designados e os indisponíveis Unidade de Documentação É a responsável por manter atualizados todos os documentos relacionados ao incidente, pela preparação escrita do plano de Ação do Incidente, bem como pela confecção e distribuição de cópias do plano às demais seções Unidade de Desmobilização Esta unidade só é efetivada em incidentes mais complexos, com grande duração (um grande incêndio florestal, por exemplo, ou, a operação verão). Sua função é coordenar a desmobilização dos recursos, para que ela ocorra de maneira organizada e gradual. Assim, uma equipe só será desmobilizada com a autorização do escalão imediatamente superior Seção de Operações É a seção responsável pela execução das ações de resposta e pela elaboração da parte operacional do Plano de Ação do Incidente. O chefe da Seção de Operações reporta-se diretamente aos CI. Dentro da estrutura da Seção de Operações, encontram-se as Áreas de Espera, Área de Concentração de Vítimas e os Grupos, Forças Tarefa e Equipes de Intervenção Seção de Logística É a responsável por prover serviços, instalações e materiais de apoio ao pessoal que trabalha no incidente. É de fundamental importância em incidentes com área muito extensa ou cuja duração seja prolongada. Compõem a Seção de Logística: a) O Setor de Apoio, do qual fazem parte a Unidade Médica: responsável pelo atendimento médico aos trabalhadores envolvidos no incidente; a Unidade de Comunicações: responsável pela manutenção e pelo controle de todos os equipamentos de comunicação utilizados no incidente; e a Unidade de Alimentação: responsável pelo fornecimento das etapas de alimentação aos trabalhadores envolvidos no incidente. b) O Setor de Serviços, do qual fazem parte a Unidade de Suprimentos: responsável pelo armazenamento dos materiais utilizados nos trabalhos; a Unidade de Instalações, responsável pelo estabelecimento e pela manutenção de Bases e Acampamentos; e a Unidade de Apoio Terrestre: responsável pelo transporte de pessoal e pela manutenção dos veículos empregados no incidente Seção de Administração e Finanças Sua principal função é manter o controle contábil do incidente. É responsável por controlar registrar e justificar todos os gastos envolvidos no atendimento a um incidente e por manter em dia a documentação que poderá 5-7
8 ser utilizada em possíveis processos indenizatórios, em especial para situações que possam ensejar a destinação de recursos em regime de urgência, como ocorre quando há decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública. É composta pelas seguintes unidades: a) Unidades de Tempo: responsável por controlar todos os horários de entrada e saída do pessoal que está trabalhando no incidente, bem como controlar o tempo de funcionamento dos equipamentos utilizados; b) Unidade de Provedoria: responsável pelo trâmite de documentos relativos a locação de maquinário ou instalações, bem como pelos contratos para fornecimento de materiais; c) Unidade de Custos: responsável pelo levantamento de todos os gastos, pela apresentação de orçamentos e sugestões que proporcionem maior economia Níveis da Estrutura As Seções podem ser subdivididas, conforme a amplitude e ou complexidade do incidente, observando-se sempre, o princípio do Alcance de Controle. Estas subdivisões recebem uma nomenclatura própria, em atenção ao princípio da Terminologia Comum Setor Setor é o nível da estrutura que tem responsabilidade sobre determinada área delimitada geograficamente (Ex: Setor Norte/Sul; Setor Direito/Esquerdo; ou que tem uma responsabilidade funcional (Setor de Controle de Trânsito; Setor de Operações Aéreas). Os setores são encontrados nas seções de Operações e de Logística Unidade Unidade é o nível da estrutura que tem a função de apoiar as atividades de Planejamento (Unidade de Situação/ de Documentação), Logística (Unidade Médica/ de Alimentos), Administração e Finanças (Unidade de Tempo/ de Custos) Divisão Divisão é o nível da estrutura que tem responsabilidade de atuar dentro de uma área geográfica definida. As divisões cobrem áreas geográficas. Ex: Divisão Norte/Sul; Divisão do Flanco Esquerdo/ Direito Grupo É o nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma designação funcional específica. Os grupos cobrem demandas funcionais. Ex: Grupo de Combate a Incêndio Florestal (GCIF); Grupo de Busca; Grupo de Reconhecimento. 5-8
9 Fig 5-3 Visão Geral da Estrutura Ampliada Fonte: SENASP Recursos Os recursos podem compreendem todo o equipamento e/ou pessoal disponível para uma aplicação tática em um incidente. Os recursos podem ser descritos por sua classe, a qual está relacionada à sua função (combate a incêndios/salvamento/controle de tumulto, etc.), ex.: abafador, viatura de resgate, equipe de controle de tumulto; por seu tipo, o qual está relacionado com o nível de capacidade do recurso (capacidade de carga/número de pessoas), ex.: ABT 4000L, ônibus com 40 lugares Categoria dos Recursos A categoria refere-se às diferentes combinações de equipamento e pessoal que se aplicam às definições de recursos. Existem basicamente três categorias de recursos: Recurso Único, Equipe de Intervenção e Força Tarefa. 5-9
10 Recurso Único Define-se como recurso único o equipamento com o seu respectivo complemento em pessoal, ou seja, o material mais o pessoal necessário à sua operação. Ex.: motosserra e o seu operador, ABT com sua guarnição, aeronave com sua tripulação, etc Equipe de Intervenção Equipe de Intervenção é um conjunto de recursos da mesma classe (relacionada à função do recurso) e tipo (relacionado à capacidade do recurso), com um só líder e comunicações integradas, que atuará em uma mesma área geográfica. Ex: dois ABT 400L, com suas respectivas guarnições atuando em um mesmo foco de incêndio Força-Tarefa É qualquer combinação de recursos únicos de diferentes classes ou tipos, com um só líder e comunicações integradas, empregadas em uma operação para atendimento de uma necessidade específica. Ex: um ABTR e uma AA, com suas respectivas guarnições, atuando no desencarceramento de uma vítima Estado dos Recursos O estado dos recursos refere-se ao seu emprego, ou à sua possibilidade de emprego imediato ou não. Em relação ao estado, o recurso pode estar: a) Designado: quando, após ter sido cadastrado foi-lhe designada uma tarefa; b) Disponível: quando, após ter sido cadastrado, o recurso encontra-se em espera (aguardando designação) e em condições de operação; c) Indisponível: quando o recurso não está em condições de operação por problemas mecânicos, falta de pessoal ou outro problema Controle dos Recursos O controle dos recursos é essencial para a manutenção de um dos princípios do SCI, o Manejo Integral dos Recursos, para tanto, faz-se necessário um rigoroso controle sobre todos os recursos, onde deve constar: o tipo do recurso; a quantidade; o local em que se encontra; o estado do recurso; Todas estas informações devem, preferencialmente, estar escritas. Para tanto, existe um formulário padrão, o SCI 219, ou T-Card Solicitação e Requisição de Recursos O termo Solicitação refere-se a recursos internos ao incidente, ao passo que o termo Requisição, refere-se a recursos que não estão diretamente 5-10
11 envolvidos no incidente. Para que o CI tenha maior controle, a doutrina preconiza que qualquer solicitação ou requisição de recursos deve seguir os canais de comando: Quem pode pedir recursos? Comandante do Incidente Chefe da Seção de Logística Chefe da Seção de Operações Chefe da Seção de Planejamento Como a estrutura é hierarquizada e, de acordo com o princípio da Cadeia de Comando, cada pessoa reporta-se a um único superior, a resposta tende a ser agilizada Instalações Instalações são espaços físicos utilizados para apoio às operações realizadas durante um incidente. As principais instalações existentes na estrutura do SCI são Posto de Comando, área de Espera e Área de Concentração de Vítimas Posto de Comando É o local a partir do qual se exerce a função de comando. De lá são emanadas as ordens, são realizadas as reuniões de planejamento e definidas as ações que serão implementadas na resolução do incidente. Em um incidente, qualquer que seja a sua extensão, só haverá um PC. O PC é sinalizado com um retângulo laranja, com a inscrição PC, em seu interior. Fig 5-4 Posto de Comando Fonte: SENASP Área de Espera É o local delimitado e identificado, onde os recursos operacionais que serão empregados no incidente são cadastrados e ficam aguardando uma designação. A área de espera deve ficar em um local seguro, distante até 5 minutos do local do incidente. Deverão ser estabelecidas rotas diferentes para entrada e saída dos recursos. Poderão ser estabelecidas uma ou mais áreas de espera, de acordo com a magnitude e/ou amplitude do incidente. Cada área de espera terá um Encarregado, o qual está subordinado à Seção de Operações. Na área de espera estará também o Check-in, pessoa responsável pelo cadastramento dos recursos, o qual está subordinado à Unidade de Recursos. A Área de Espera é sinalizada com um círculo amarelo, com a inscrição E em seu interior; no caso de serem estabelecidas mais de uma área de espera, elas serão designadas pela letra E, seguida do número correspondente (E1, E2, E3, etc.). Fig 5-5 Área de Espera Fonte: SENASP 5-11
12 Área de Concentração de Vítimas É o local onde serão concentradas as vítimas, será feita a triagem e onde elas permanecerão aguardando o transporte ao hospital de referência. O local escolhido como ACV deve ser: seguro; de fácil acesso; perto da cena do incidente; provido de recursos para APH e triagem; coberto (sempre que possível); iluminado; com capacidade de expansão. Na ACV haverá um encarregado, o qual se reporta à Seção de Operações, poderão haver também observadores, os quais estão subordinados à Unidade de Situação e têm a atribuição de manter atualizados os dados sobre quantidade e gravidade das vítimas, viatura de transporte, hospital de referência, etc. A ACV é sinalizada por um círculo na cor amarela com a inscrição ACV em seu interior. Excepcionalmente poderão ser estabelecidas mais de uma ACV, conforme a situação exigir Outras Instalações As instalações principais PC, E e ACV, são suficientes na maioria dos incidentes, porém, há outras instalações que poderão ser ativadas, conforme a situação exigir. Base: É a instalação dotada de uma certa estrutura, onde são implantadas as funções logísticas primárias: almoxarifado, oficina, consultório médico, instalações sanitárias e, em alguns casos, alojamentos. Pode também ser um bom local para a instalação do PC. A Base é identificada por um círculo amarelo com a inscrição B em seu interior. Acampamento: Local equipado e preparado para proporcionar ao pessoal envolvido no incidente alojamento, alimentação e instalações sanitárias. O acampamento pode estar localizado dentro da Base. Em um incidente com uma grande área de atuação poderão ser estabelecidos vários acampamentos. O acampamento é identificado por um círculo amarelo com a inscrição A em seu interior. Helibase: É o local destinado ao estacionamento, abastecimento e manutenção de helicópteros e que possui uma estrutura para isto. É identificado por um círculo amarelo com a inscrição H em seu interior. Heliponto: É um local preparado para pouso e decolagem de helicópteros, onde são realizados embarque e desembarque de pessoas e materiais. É sinalizado por um círculo amarelo com a inscrição H seguida do número cardinal correspondente: (H1, H2, H3, etc.) Títulos das Posições Fig 5-6 Área de Concentração de Vítimas. Fonte: SENASP A fim de atender o princípio da Terminologia Comum, todos os responsáveis por algum nível da estrutura recebem um título que é de uso comum de todos os órgãos envolvidos na cena do incidente. Comando: Comandante; Staff de Comando: Oficial; 5-12
13 Seção: Chefe; Setor: Coordenador; Divisão e Grupo: Supervisor; Unidade / Força Tarefa / Equipe de Intervenção: Líder; Área de Espera/ Concentração de Vítimas/ Instalações: Encarregado. 5.6 Guia de Trabalho para o Período Inicial Para o período inicial, que inclui o momento da chegada da primeira guarnição e o primeiro nível de resposta, até a elaboração do PAI para o próximo período operacional (quando os recursos solicitados pelas seções de planejamento e de operações já estarão disponibilizados), há um roteiro a ser seguido. Este roteiro tem a finalidade de auxiliar o responsável pelo atendimento inicial no estabelecimento do SCI Procedimentos na Chegada ao Local do Incidente Oito passos a seguir se você é o primeiro a chegar à cena com capacidade operacional (First Responder). 1. Informar à base de sua chegada à zona de impacto; 2. Assumir e estabelecer o Posto de Comando; 3. Avaliar a situação; 4. Estabelecer um perímetro de Segurança; 5. Estabelecer seus objetivos; 6. Determinar as estratégias; 7. Determinar a necessidade de recursos e possíveis instalações; 8. Preparar as informações para transferir o comando Estabelecendo o PC Ao estabelecer o Posto de Comando, deve-se assegurar que este tenha: Segurança e visibilidade; Facilidades de acesso e circulação; Disponibilidade de comunicações; Lugar distante da cena, do ruído e da confusão; Capacidade de expansão física Avaliação da Situação Aspectos a considerar ao avaliar a situação: Qual é a natureza do incidente? O que ocorreu? Quais ameaças estão presentes? Qual o tamanho da área afetada? Como poderia evoluir? Como seria possível isolar a área? Quais seriam os lugares mais adequados para PC, E e ACV? 5-13
14 Quais são as rotas de acesso e de saída mais seguras para permitir o fluxo de pessoal e do equipamento? Quais são as capacidades presentes e futuras, em termos de recursos e organização? Estabelecimento do Perímetro de Segurança Ao estabelecer um perímetro de segurança devem ser considerados os seguintes aspectos: Tipo de Incidente; Tamanho da área afetada; Topografia; Localização do incidente em relação à via de acesso e áreas disponíveis ao redor; Áreas sujeitas a desmoronamentos, explosões potenciais, queda de escombros, cabos elétricos; Condições atmosféricas; Possível entrada e saída de veículos; Coordenar a função de isolamento perimetral com o organismo de segurança correspondente; Solicitar ao organismo de segurança correspondente a retirada de todas as pessoas que se encontrem na zona de impacto, exceto o pessoal de resposta autorizado Procedimentos para Transferência de Comando Ao transferir o comando devem ser considerados os seguintes aspectos: Estado do incidente; Situação atual de segurança; Objetivos e prioridades; Organização atual; Designação de recursos; Recursos solicitados e a caminho; Instalações estabelecidas; Plano de comunicações; Provável evolução Tarjeta de Campo A Tarjeta de Campo é uma espécie de cartão que contém uma lista dos procedimentos a serem realizados pelo primeiro respondente em um incidente. Este cartão pode ficar na viatura, ou ser levada no bolso da farda. Os procedimentos, se corretamente realizados, facilitarão o estabelecimento do SCI, facilitando o manejo de todos os recursos, quando a estrutura estiver ampliada Formulários do SCI A doutrina do SCI utiliza, para um maior controle dos meios disponíveis 5-14
15 e, sempre que possível, o registro por escrito de toda a operação. Isto é feito através do preenchimento de formulários padrão. Entre os principais formulários, destacamos: o SCI 201 onde deverão constar, de forma resumida, todas as informações relevantes referentes ao incidente, um croqui da cena e um organograma da estrutura atual. o SCI 211 onde deverá constar o registro de todos os recursos presentes no incidente, com informações sobre horários de chegada, instituições a que pertencem, locais onde se encontram, meios de contato, nomes dos responsáveis e o estado dos recursos; o SCI 219 também chamado de Cartão T, devido ao seu formato peculiar, utilizado para registro de todos dados referentes a um recurso disponível. Os cartões T são utilizados na Unidade de Recursos, mantidos em painéis permitindo uma fácil visualização; o SCI 234 também chamado de Matriz de Análise de Trabalho, utilizado para registro do plano de trabalho que deverá ser executado em cada período operacional. 1.Nome do Incidente 5. MAPA / CROQUI 2.Preparado por: 3. Data: 4. Horário: SCI Situação (Resumo do incidente) Fig. 5-7 Formulário SCI 201 Frente. Fonte: SENASP. 5-15
16 1.Nome do Incidente 2.Preparado por: SCI Data: 4. Horário: 7. Objetivos de Resposta Inicial, Ações Implementadas, Ações Planejadas. Fig. 5-8 Formulário SCI 201 Verso. Fonte: SENASP. LISTA DE REGISTRO 1. NOME DO INCIDENTE 2. LOCAL DE REGISTRO: 3. DATA/HORA: INFORMAÇÃO DE REGISTRO 4. LISTA DE PESSOAL POR NOME DA INSTITUIÇÃO E DE RECURSOS PELO SEGUINTE FORMATO: H=Helicóptero VTr =Viatura L=Embarcação A=Aeronave E=Equipamento T =Trabalhadores ÓRGÃO IDENTIFICAÇÃO DO RECURSO 5. DATA/ HORA CB ABT /12 04:30h 6. NOME CHEFE 7. Nº DE PESSOAS 8. CONTAT O DE TEL. OU RÁDIO 9. ESTADO DOS RECURSOS PREFXO DISPON. INDISP. Designado Lugar Sgt João 04 Canal 1 Setor A SCI 211 PAG de Fig 5-9 Formulário SCI 211 Fonte: SENASP 10. ELABORADO POR (Nome e Posto) USE O VERSO PARA INFORMAÇÕES OU COMENTÁRIOS 5-16
17 Fig 5-10 Formulário SCI 219 Fonte: SENASP 5-17
18 SUMÁRIO O Sistema de Comando de Incidentes é uma ferramenta de gerenciamento, utilizada em emergências, ou outros eventos. O SCI consiste na combinação de instalações, equipamentos, pessoal, procedimentos, protocolos e comunicações, operando em uma estrutura organizacional comum, com a responsabilidade de administrar os recursos designados para alcançar efetivamente o objetivo comum de estabilizar uma situação crítica e proteger vidas, propriedades e o meio ambiente. O emprego do SCI pode ser especialmente útil quando o conjunto de recursos empregados for muito grande, ou quando houver participação de várias unidades ou mesmo de instituições diversas. O SCI baseia-se em 09 princípios basilares, que norteiam todas as ações: - Terminologia Comum; - Alcance de Controle; - Organização Modular; - Comunicações integradas; - Plano de Ação no Incidente; - Cadeia de Comando; - Comando Unificado; - Instalações Padronizadas; - Manejo Integral dos Recursos. Aplicação do SCI: - Agências Governamentais ou não; - Eventos planejados ou não planejados; - Qualquer natureza ou nível de incidente (ou evento) independente de sua complexidade. 5-18
19 Exercícios de Fixação 1. O princípio da Organização Modular, no SCI, ocorre de baixo para cima, na medida em que: a. ( ) O CI estabelece a necessidade. b. ( ) A Seção de Administração/Finanças solicita os recursos. c. ( ) Os recursos são designados no incidente. d. ( ) Os recursos são desmobilizados no incidente. 2. Segundo o princípio da Cadeia de Comando, cada pessoa responde e informa a quantas pessoas designadas no SCI: a. ( ) 2. b. ( ) 4. c. ( ) 1. d. ( ) Equipamento ou pessoal, disponível, ou potencialmente disponível, para sua aplicação tática em um incidente configura: a. ( ) Recurso Único. b. ( ) Força Tarefa. c. ( ) Recurso. d. ( ) Equipe de Intervenção. 4. São componentes do Staff Geral do SCI: a. ( ) Operações, Logística, Planejamento e Administração/Finanças. b. ( ) CI, Operações, Planejamento, Logística e ligação. c. ( ) Segurança, informação Publica, Ligação e Oficial de Inteligência. d. ( ) Planejamento, Operações, Segurança e Informação Pública. 5. São unidades subordinadas à Seção de Logística, exceto: a. ( ) Unidade de Comunicações. b. ( ) Unidade de Recursos. c. ( ) Unidade Médica. d. ( ) Unidade de Suprimentos. 5-19
Origem do SCO O SCO é baseado no ICS, desenvolvido nos EUA durante as décadas de 70/80, inicialmente para coordenar a resposta a incêndios florestais.
APRESENTAÇÃO DO SCO Conceito de SCO O Sistema de Comando em Operações é uma ferramenta gerencial para planejar, organizar, dirigir e controlar as operações de resposta em situações críticas, fornecendo
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