A IMPORTÂNCIA DA DIETOTERAPIA NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL. RESUMO
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- Maria Laura Dinis Caetano
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1 1 A IMPORTÂNCIA DA DIETOTERAPIA NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL. Tatiane Ribeiro Vieira dos Santos 1 Daniela de Stefani Marquez 2 Dulcelene Aparecida de Lucena freitas 3 Nayara Ferreira Favoreto 4 RESUMO A síndrome do intestino irritável é um distúrbio funcional do trato digestivo em que alterações fisiológicas podem ocorrer com quadros clínicos de diarreia, obstipação e ou um misto, sendo os principais sintomas característicos: dor abdominal; distúrbios da defecação; flatulência; distensão abdominal; dentre outros sintomas. O diagnóstico da doença é clínico através dos sintomas, e para um diagnóstico mais preciso existe os critérios de Roma que caracteriza os sintomas da doença; fatores psicológicos; ambientais; anormalidade na sensibilidade visceral; estresse; e intolerâncias alimentares que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. A participação do nutricionista no acompanhamento nutricional do paciente se faz necessário com orientações nutricionais; reeducação alimentar; anamnese; recordatório alimentar; dentre outras medidas. O paciente tem que ser esclarecido sobre a doença e deve ser orientado a excluir da dieta os alimentos que causam as intolerâncias alimentares; e manter um equilíbrio entre a ingestão de fibras e líquidos na dieta. Palavras-chave: Síndrome do intestino irritável. Nutricionista. Distúrbio. ABSTRACT The irritable bowel syndrome is a functional disorder of the digestive tract in physiological changes that can occur with clinical cases of diarrhea, constipation, or a mixture, the main characteristic symptoms: abdominal pain; defecation disorders; flatulence; abdominal distension; among other symptoms. The diagnosis of the disease is through the clinical symptoms, and a more accurate diagnosis there is the Rome criteria that characterizes the symptoms of the disease; psychological factors; environmental; abnormality in visceral 1 Aluna do curso de Nutrição da Faculdade Atenas. tatiuau05@gmail.com 2 Professora do curso de Nutrição da faculdade Atenas. 3 Professora do curso de Nutrição da Faculdade Atenas e coordenadora do curso. 4 Professora do curso de Nutrição da Faculdade Atenas e supervisora do estágio de nutrição
2 2 sensitivity; stress; food intolerances and that can contribute to disease development. The participation of the nutritionist in the nutritional monitoring of the patient is required with nutritional guidelines; nutritional education; history; food recall; among other measures. The patient has to be clarified about the disease and should be instructed to exclude from the diet foods that cause food intolerances; and maintaining a balance between the intake of dietary fibers and liquid. Keywords: irritable bowel syndrome. Nutritionist. Disturb. INTRODUÇÃO A síndrome do intestino irritável é um distúrbio funcional do trato digestivo onde pode ocorrer alterações fisiológicas com quadros de diarreia, obstipação ou um misto dos sintomas, que podem ser crônicos ou recorrentes, onde sua origem é desconhecida. Os sintomas clássicos são: dor abdominal, distúrbios da defecação e distensão abdominal (JUNIOR; HEYMANN; FELDMAN, 2006). O diagnóstico é feito através da anamnese e avaliação clínica do paciente. Existem os critérios de Roma que caracterizam os sintomas da doença como desconforto abdominal, sendo contínuos ou recorrentes com no mínimo de doze semanas de evolução, não sendo necessariamente consecutivos; podem apresentar duas das três características: alívio das dores com evacuação; mudanças na frequência das evacuações e ou mudança da consistência das fezes (PASSOS, 2006). A síndrome do intestino irritável pode acometer crianças, adultos ou idosos, onde vários são os fatores que ainda não são bem esclarecidos pela ciência, como os de ordem orgânica, funcional e psicológica. No trato digestivo e onde ocorre a digestão, absorção e secreção dos alimentos em que é feito através dos movimentos peristálticos que podem ser comprometidos com a doença ou aumentados; se faz necessário adequações nutricionais como: normalização na quantidade de gordura ingeridas pelo paciente, consumo na quantidade correta de fibras alimentar, consumo de fluido (água) na quantidade adequada e moderação da quantidade de frutas ingeridas e sucos (GUERRA, 2000). Pacientes podem relacionar a síndrome do intestino irritável com intolerância alimentar, onde chegam a excluir os alimentos que consideram prejudiciais para a saúde, criando regimes alimentares desequilibrados em que podem vir a desenvolver deficiência nutricional devido a exclusão desnecessária dos alimentos. O acompanhamento nutricional se
3 3 faz necessário para esses pacientes, os pacientes podem ser recomendados a fazerem o diário alimentar onde vão identificar os alimentos que causam os sintomas gastrointestinais (MARQUES, 2012). METODOLOGIA No presente trabalho será realizada uma pesquisa do tipo descritiva e exploratória, baseada por meio de levantamento bibliográfico sobre o tema síndrome do intestino irritável. Para isso, serão utilizados artigos científicos publicados, encontrados em sites acadêmicos como Google acadêmico, Scielo, Bireme, assim como revistas e periódicos do acervo da biblioteca da Faculdade Atenas. DESENVOLVIMENTO A síndrome do intestino irritável (SII) é uma doença caracterizada pelo surgimento de desordens gastrintestinais funcional, em que pode desencadear diversos sintomas como: dor abdominal; desconforto gástrico; diarreia; constipação ou um misto; presença de muco nas fezes; formação de gases; distensão abdominal e urgência de evacuações; esses são os diversos sintomas que acomete o portador da doença e que traz impacto na qualidade de vida do mesmo (THEOPHILO; GUIMARÃES, 2008). A SII pode ser subclassificada como: SII com obstipação; com diarreia; com um padrão misto; ou não classificado. Na obstipação as características das fezes são endurecidas; já na diarreia as fezes são moles ou aquosas; no padrão misto ocorre alternância entre constipação e diarreia; e no caso não classificado ocorre alterações na consistência das fezes, podendo ocorrer alterações na motilidade intestinal. Quando se tem uma motilidade aumentada normalmente ocorre diarreia, já ao contrario ocorre a constipação; a dor abdominal está associada a fortes contrações dos movimentos peristálticos (MARQUES, 2012).
4 4 O diagnóstico da SII é clínico pois não existem exames bioquímicos que permitem a identificação da doença, então é através dos sintomas. Pacientes com a doença frequentemente apresentam alterações intestinais e outros sintomas que podem surgir como: distúrbios do sono; palpitações cardíacas; fadiga crônica; alterações psicossociais como: ansiedade e depressão; sendo o estresse um fator relacionado ao aparecimento e a evolução das crises da SII conforme estudos (RIBEIRO, et al.,2011). Em alguns pacientes pode ocorrer inflamação da mucosa intestinal, com presença de linfócitos ativos, mastócitos e citoquinas pró-inflamatórias; sendo que os mastócitos infiltrados na mucosa intestinal liberam triptase e histamina nos terminais nervosos no trato gástrico o que ocasiona a dor abdominal; podem também ocorrer alterações na flora intestinal com crescimento bacteriano (hiperproliferação) no intestino delgado que ocasiona desequilíbrio da flora intestinal (MARQUES, 2012). A SII pode ser diagnosticada através de critérios de Roma II que foi criado em 1999, os sintomas são: dor ou desconforto abdominal nos últimos doze meses por doze semanas, sendo associado a pelo menos dois dos três sintomas seguintes: alívio da dor ou desconforto com a evacuação; fezes amolecidas ou mais frequentes; fezes endurecidas ou menos frequentes. Já os sintomas cumulativos que podem diagnosticar a doença são: frequência de evacuações sendo mais de três vezes durante um dia, ou menos de três vezes durante a semana; as fezes podem ter formato anormal sendo em formato grumoso e endurecidas ou amolecidas e aquosas; a passagem fecal ocorre de forma anormal com esforço, urgência ou sensação de esvaziamento das fezes incompleta; presença de muco nas fezes; formação de gases e distensão abdominal (JUNIOR; HEYMANN; FELDMAN, 2006). O último critério de Roma III foi estabelecido em 2006, é baseado no fato de que para cada distúrbio há um conjunto de sintomas associado sendo que as modificações desse critério estão relacionadas com a duração dos sintomas; sendo os sintomas de dor ou desconforto abdominal recorrente durante mais de três dias durante um mês nos últimos três meses, sendo associado a dois dos seguintes sintomas: melhora com a evacuação; relacionado a variações na forma das fezes ou alterações na frequências das evacuações. A SII deve ser subclassificada se os sintomas forem: diarreia, obstipação ou misto; sendo o critério de Roma II muito utilizado para o diagnóstico (MARQUES, 2012). De acordo com os critérios de Roma II o diagnóstico de doença orgânica não faz parte da síndrome do intestino irritável, assim sendo doenças inflamatórias intestinais e doenças orgânicas não estão relacionadas a SII (RIBEIRO, et al., 2011).
5 5 A SII pode acometer crianças, adultos ou idosos, vários são os fatores que ainda não são bem esclarecidos como os de ordem orgânica, funcional e psicológica. Crianças na faixa etária de 6 a 36 meses de vida podem ter diarreia crônica inespecífica, é nessa faixa etária em que ocorre o desmame e a introdução de novos alimentos na dieta; a criança com a SII é quase sempre bem nutrida, e na idade de 3 anos aos 5 outras manifestações gástricas podem ocorrer como a constipação funcional e a dor abdominal recorrente, em alguns casos pode ocorrer dos 6 meses a 1 ano de vida da criança sintomas de regurgitação e a cólica do recémnascido (GUERRA, 2000). A fisiopatologia da SII está relacionada a anormalidades motoras do trato gastrointestinal que pode atingir o esôfago, estômago, vesícula biliar, bexiga e vias aéreas; podem ocorrer anormalidades na sensibilidade visceral; disfunções do sistema nervoso central (SNC) por alterações psicológicas causadas pelo estresse; pode ocorrer infecções intestinais; intolerâncias alimentares; as características fecais podem ser alteradas com excreção de excesso de sais biliares; e também alterações da flora intestinal (RIBEIRO, et al., 2011). No tubo digestivo ocorrem contrações ativas dos músculos lisos do intestino conhecido como os movimentos peristálticos que empurram os alimentos no trato gastrointestinal, esses movimentos estão associados aos processos de mistura, digestão, absorção e secreção dos alimentos, para bom desempenho dessas funções há necessidade de uma boa coordenação e funcionamento do intestino; existem o movimento de propulsão em que empurra o bolo alimentar ao longo do trato gastrintestinal em boa velocidade que permite a digestão e absorção; e os movimentos de mistura que ocorre no estômago (GUERRA, 2000). A fisiologia da doença ainda não é bem esclarecida pela ciência; várias alterações podem ocorrer acometendo a motilidade gástrica; e também ocorre uma hipersensibilidade visceral; a motilidade gástrica fica irregular o que causa interferência no movimento normal dos alimentos e na sua excreção, causando acúmulo de muco e toxinas no intestino, o que gera uma obstrução parcial do trato digestivo, formando gases e fezes endurecidas que causa a distensão abdominal e a constipação. A hipersensibilidade visceral é uma resposta dos circuitos neuroimunes no SNC ou no trato gástrico que ocorre através de estímulos psicossocial, ou estímulos de irritação, inflamação ou infecção dos tecidos do intestino (THEOPHILO; GUIMARÃES, 2008). Muitos portadores da SII procuram orientações de vários profissionais da saúde pois os sintomas muitas vezes não melhoram ou o profissional não identifica a doença, então o
6 6 paciente pode acabar achando que é portador de uma doença grave como o câncer e podem se sentir estressado e deprimidos (RIBEIRO, et al., 2011). O paciente portador da SII deve ser esclarecido sobre os seus sintomas, sendo o tratamento primário fundamental para a melhoria do quadro clínico com um acompanhamento nutricional e mudança de estilo de vida mais saudável do paciente. Uma alternativa para se identificar os alimentos que possam está causando os sintomas é o diário alimentar onde o paciente vai identificar no seu dia a dia os alimentos que consomem e os que acabam causando desconfortos gástricos como a formação de gases, ou a diarreia. Outra solução é ser feito o teste de tolerância alimentar (MARQUES, 2012). Medidas como: respeitar as intolerâncias alimentares do paciente como ao glúten e a lactose onde se deve excluir alimentos que o contenham no caso de ter sido comprovado a intolerância; revisão dos hábitos alimentares; orientações nutricionais com um acompanhamento de um nutricionista; dieta pobre em gorduras; evitar alimentos flatulentos; ingestão adequada de fibras e água são algumas medidas eficazes para a melhoria dos sintomas (PASSOS, 2006). A verificação por parte do profissional nutricionista dos fatores antinutricionais como a exclusão de nutrientes sem a necessidade por parte do paciente; observação entre os sintomas e os alimentos consumidos como: café; o álcool; os vegetais formadores de gases; os adoçantes e alimentos dietéticos; a lactose; orientando a retirada destes se necessário. O uso de alimentos probióticos e prebióticos ajuda no funcionamento da microbiota intestinal. No tratamento pode ser necessário o uso de fármacos, e a participação de uma equipe multidisciplinar (THEOPHILO; GUIMARÃES, 2008). A combinação de um diagnóstico correto com uma boa anamnese enfatizando o histórico alimentar e familiar; exames físicos procurando-se os sinais alérgicos; exames de triagem e reexposição ao alimento suspeito de causar intolerância alérgica são os métodos de confirmação da SII. Um fornecimento de forma equilibrada dos macronutrientes com o acompanhamento nutricional; sendo que os lipídios não podem ser excluídos da dieta, pois ajudam na absorção das vitaminas lipossolúveis e também retarda o esvaziamento gástrico, então o equilíbrio da oferta dos nutrientes tem que ocorrer com o auxílio do profissional nutricionista; e as fibras alimentares na quantidade certa ajudam no funcionamento do trato gastrointestinal (GUERRA, 2000).
7 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A síndrome do intestino irritável é um distúrbio funcional do trato digestivo, em que vários são os fatores que podem contribuir para a piora do quadro clínico como as intolerâncias alimentares; alimentação desequilibrada; falta de fibras na dieta; o estresse; a hipersensibilidade visceral. Então, mudanças no hábito alimentar se faz necessário para o portador da doença; e o nutricionista vai atuar de forma positiva ajudando o paciente a identificar os alimentos causadores das intolerâncias; com a reeducação alimentar; orientações nutricionais; anamnese alimentar; sendo que o diagnóstico é clínico. A participação de uma equipe multidisciplinar se faz necessário; o paciente tem que ser orientado e esclarecido sobre a doença. Diante do exposto, observa-se que a hipótese foi validada, pois a atuação do nutricionista no tratamento da doença é fundamental para a melhora dos sintomas da mesma. REFERÊNCIAS GUERRA, Sheila Nogueira Pércope Rodrigues. Síndrome do colón irritável. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, v.76, n.2, pp , JUNIOR, Milton Helfenstein; HEYMANN, Roberto; FELDMAN, Daniel. Prevalência da síndrome do colón irritável em pacientes com fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia. v.46, n.1, pp.16-23, jan. /fev.,2006. MARQUES, Andrea Marin. Síndrome do intestino irritável fisiopatologia e abordagem terapêutica. Dissertação de Mestrado integrado em Medicina submetido no Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto. pp.1-52, PASSOS, Maria do Carmo Friche. Síndrome do intestino irritável- ênfase ao tratamento. JBG, J. Bras. Gastroenterol. Rio de Janeiro, v.6, n.1, pp.12-18, jan. /mar.,2006. RIBEIRO, Luana Medeiros, et al. Influência da resposta individual ao estresse e das comorbidades psiquiátricas na síndrome do intestino irritável. Revista Psiquiatria Clínica. v.38, n.2, pp.77-83, 2011.
8 THEOPHILO, Isabela de Paula Pessoa; GUIMARÃES, Norma Gonzaga. Tratamento com probióticos na síndrome do intestino irritável. Com. Ciências Saúde. v.19, n.3, pp ,
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