Identidade, gêner o e cultur a

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Daniel Pinho Sequeira
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3 Identidade, gêner o e cultur a

5 in natura habitus

6 Na vida real

7 escravidão

9 1 status 1 - Termo utilizado sem juízo de valor.

11 status quo Esposa: Eu gostei dessas questões quando chegou nessa par te porque eu odeio aquilo das pessoas pensarem que homem tem de ser isso ou aquilo, que o menino tem de ser mais.... Eu gosto muito da liberdade da mulher, eu acho que toda mulher tem de ser livre. Pesqu isador a: Antes de vir para cá você não trabalhava certo, como era isso? Esposa: Era terrível, terrível, porque em toda minha vida eu tinha essa vontade, essa vontade falava mais alto, de ganhar

12 meu próprio dinheiro de não depender de ninguém. Porque toda minha vida, eu sou de uma cidade pequena, onde você tem de pedir para o pai permissão para ir ao cinema, tinha que pedir dinheiro, dependia da vontade dele. Para ir a uma festa o ir mão tinha que ir junto. E isto nunca funcionou muito bem na minha cabeça, nunca, eu achava que a responsabilidade era minha... Então, quando eu casei, meu marido tinha aquela idéia porque é uma coisa que passa de pai para filho no Brasil. Não sei: mulher não trabalha, mulher não trabalha. Então, a gente sempre discutia, mulheres pobres não trabalham porque as ricas trabalham. É a mulher do pobre que não trabalha. Eu nunca aceitei isso Então eu penso e estou criando minha filha par a ser livre financeiramente e nunca se casar por que sua mãe morre de medo que ela fique em casa, eu acho um absurdo. Dá medo, tem de casar, tem de casar. A mulher se casa para lavar a louça isso e aquilo e nunca tem liberdade e a minha filha eu falo para ela, o dia que você se casar você se casa por amor, não tem de, não pense como as pessoas pensam no Brasil, não se case por situação, não. Casar por situação porque o pai não agüenta mais, isso e aquilo, o medo. Então, hoje eu penso muito melhor, ele consertou 100% porque se ele tivesse aquele machismo na cabeça dele eu não vivia. Então, consertou por assim dizer, é nor mal para ele me ajudar em casa, não tem aquela confusão, você entende?... Então, aqui foi muito bom para mim porque eu tinha isso desde pequena, quando fui criada pelo meu pai.

13 Eu sofria calada, tinha medo de abrir a boca e a coisa ficou ainda pior... Tinha muito medo de sair, de buscar ajuda onde quer que fosse... Chegou um tempo que eu cheguei a ficar com medo do meu própr io mar ido, porque quando ele voltava elas enchiam a cabeça dele contra m im, e ele foi se tor nando cada vez mais violento comigo... Minha vida só foi piorando cada dia um pouco mais... Meu marido começou a judiar de mim, como a família dele fazia comigo e ainda pior Chegamos a um ponto de nem nos falar, de nem dizer bom dia um para o outro.. Ele me deixava sem comida, sem nada, presa, sem sair de casa, sem ver ninguém, e eu fui ficando cada vez mais fraca mais doente... Quando vim par a cá pesava setenta e cinco qu ilos, depois de alguns meses de tanto sofrimento e tortura, cheguei a pesar quarenta e cinco quilos, eu ficava em pé as minhas coxas nem encostavam uma na outra de tão magra que eu estava... (brasileira não descendente).

14 Már cia: Mas eu acho que a cabeça do homem brasileiro ela se abre muito nos EUA... Pela própr ia convivência, a cultur a, é aquela coisa, influencia... eu acho que a cabeça do Marcelo é muito aberta neste aspecto, não aquele lado macho man brasileiro controlador das finanças, eu acho que por morar mu ito tempo lá diminuiu. Mas não foi pela questão de sair de lá e vir para aqui, acho que é conseqüência da vivência lá, eu acho. Por isto eu acho que muitos casamentos de desfazem quando vão para lá, porque muda totalmente. Olha bem, você vê alguns casais que no caso em que a mulher aqui não trabalhava, ficava cuidando da família e tal, chega lá de repente o homem não consegue conviver com uma mulher que pr oduz, que tem o dinheiro. Muitas vezes o própr io homem controlava a mulher pelas, entendeu então muitos casamentos não resistem nos Estados Unidos, eu vi vários casos acontecendo. Não sei o que é isto, mas eu imagino porque de repente o homem se sente ameaçado, eu acho. Porque ela pr oduz, ela faz dinheiro (fala com orgulho) e a mulher se sente mais livre para viver, entendeu, ela tem mais liberdade, muitos casamentos não resistem por isto. [...] Pesqu isador a: E quando volta para cá, volta tudo de novo? Márcia: [silêncio]. Pesqu isador a: Você entendeu minha pergunta? Már cia: Entendi. Marcelo praticamente não faz essas coisas de casa aqui, esses trem. Talvez, né, de repente fique influenciado, mas ele trabalha muito, não tem mu ito tempo também. Em caso de necessidade, vai acontece de eu estar sem ajudante, ele vai pega uma vassoura, mas não é muito comum não (r isadas). É um bom questionamento vou pensar, de repente ele está sendo influenciado pelos machistas daqui.

16 Con sider ações finais self

17 Refer ências Bibliogr áficas da r ealidade A con str ução social Cr oss-cult ur al Psychology Psicologia, e/ iimigr ação e cultura A dominação masculina Fr om Minas to mass Bolet im For- Tr avessia mação em Psicanálise das tura Fronteiras Cruza- Psicologia, E/ I-migr ação e cul- Encenando gêner o Ident idade juvent ude e cr ise Inter national encyclopeida of the social sciences

18 A identidade cultur al na pós-moder n idade Women in Br azil Gêner o par a um dicionár io mar xista Cultur e s and or gan izat ion s Vocabulár io da Psicanálise Br asileir os nos Estados Unidos Entre o Líbano e o Brasil Silencing the self Under standing Cuban immigr ant s Ident idade br asileir a no espelho interétnico Cader nos de Pesqu isa O br incar e a r ealidade

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