Para Bunge, existem técnicas que servem a sustentação do método. Para Bunge, método são meio utilizados para alcançar certos fins.

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM DIREITO MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DIREITO PÚBLICO LINHA: LIMITES DO DISCURSO JURÍDICO Disciplina: Metodologia da Pesquisa em Direito. Docentes: Professores Dr. Nelson Cerqueira e Dr. Rodolfo Pamplona Discente: Leonardo Vinícius Santos de Souza. FICHAMENTOS: BUNGE, Mario. El enfoque científico. IN: La investigación científica. 2ªed., Editorial Ariel, Barcelona, SOUSA SANTOS, Boaventura de. Um discurso sobre as ciências. Edições afrontamento, Porto, MARIO BUNGE Nascido na Argentina (1919) naturalizou-se no Canadá (1966) em razão exílio após o golpe militar. Reside em Toronto. Possui diversos artigos de física, matemática aplicada e filosofia das ciências. Mario Bunge, físico e filosofo das ciências ficou conhecido como critico das pseudociências. Critico da fenomenologia, do existencialismo e da hermenêutica, pós-modernidade e feminismo filosófico. Seu doutoramento foi sobre a cinemática dos elétrons pela universidade de La Plata de Buenos Aires. Critico das ciências do conhecimento ordinário e cientifico: a ciência como estilo de pensamento e de ação. a ciência como criação humana possui uma fase de investigação cientifica e produção do conhecimento. o conhecimento ordinário como conhecimento que pode ser adquirido pelo senso comum. Ambos pretendem a objetividade e a racionalidade, entretanto, somente o conhecimento cientifico é possível de realizar isso. O pensamento de Bunge se opõe, neste termo em sentido diametralmente oposto ao pensamento de Boaventura de Sousa Santos. Enquanto para este, o pensamento científico se propõe a ser um conhecimento de senso comum, para Bunge, o conhecimento comum, que ele chama de ordinário, o que não é ciência. Não é o objeto que define se o conhecimento é científico ou não. Para Bunge a definição de ciência vem do método. 1

2 Para Bunge, existem técnicas que servem a sustentação do método. Para Bunge, método são meio utilizados para alcançar certos fins. Para que estes métodos alcancem tais resultados a ciência deve ser voltada ao alcance de um bem estar (p. 23). critico da ciência do conhecimento epistemologia que segundo Bunge é o resultado do próprio método. O maior objeto do conhecimento do objeto científico é a observação do mundo dos fatos. Isso, segundo o autor, é o que garante o resultado objetivo das ciências. O homem se ocupando conhecimento dos fatos, se apropria de tais conhecimentos para o seu bem estar. O conhecimento ordinário, prévio, que integra o senso comum. O pensamento o pensamento cientifico é pautado pelo método, se submetendo à prova. E justamente por isso, o pensamento científico (por estar submetido à prova) contribui para o avanço do conhecimento. Formulado pela razão humana, submete a realidade à experimentação. A objetividade como construção de imagens reais arrisca conjecturas. O pensamento científico cria seus próprios cânones de validez. O enfoque científico parte do método (procedimento) científico e o objetivo da ciência. Lógica: sintaxe e semântica estrutura Em alguns aspectos do pensamento de Bunge, não se verifica a total contraposição, por ele mesmo anunciada, ao método fenomenológico de Husserl. Relação do autor/texto com o estudo do direito. Bunge resgata a importância do método para o conhecimento, qualquer que seja ele, desde que tenha pretensão cientifica. O problema fundamental do pensamento de Bunge aplicado ao direito é que o autor rejeita toda forma de conhecimento científico não verificável. Tudo aquilo que não permite refutação não é ciência. Para Bunge toda ciência precisa comportar a critica, do contrario, será uma pseudociência (pp ). Para ele, a questão mais importante ao conhecimento cientifico são os questionamentos. Crítico da fenomenologia de Husserl, considerava que a filosofia moderna, herdeira do positivismo, estaria ultrapassada. Para Bunge, o método é apenas uma estratégia. Ele é falível e permite apenas um procedimento para formular perguntas, estratégias, técnicas que facilitem os resultados da pesquisa e daquilo que o intelecto humano é capaz de questionar. 2

3 A investigação cientifica como algo gradual. Que se inicia com o questionamento do pesquisador, mas continua com a comunidade científica, adaptando-se às novas necessidades da pesquisa. Fichamento O tratado de metodologia e filosofia se divide em quatro partes. A parte I, Introdução, oferece um primeiro aspecto do esquema da ciência e alguns instrumentos lógicos e semânticos que são necessários. A exposição da investigação científica propriamente dita inicia-se na parte II, onde se tem a exposição das idéias científicas. Estuda-se também o problema, a hipótese, a lei científica e as teorias. A parte III trata da aplicação das idéias científicas e, por fim, a parte IV aborda o contraste das idéias científicas, começando com a observação, indo para a medição até chegar ao experimento. Mario Bunge explica a importância dos problemas formulados ao final de cada seção, pois os mesmos têm uma finalidade tripla: comprovar a compreensão do texto pelo leitor; conquistar a fé do leitor; e auxiliá-lo a seguir pensando por si mesmo sobre o tema. (p. 15) Parte I Enfoque e Instrumentos O autor afirma ser interessante iniciar a obra com uma visão panorâmica dos meios e fins que são peculiares ao enfoque científico. (p. 17) Capítulo 1 O Enfoque Científico A ciência é um estilo de pensamento e de ação: precisamente o mais recente é o mais universal e mais proveitoso de todos os estilos. Como toda criação humana, deve-se distinguir, na ciência, o trabalho (investigação) do seu produto final (conhecimento). Neste capítulo, tratar-se-á tanto dos esquemas gerais da investigação científica, ou método científico, quanto do seu objetivo. Conhecimento: ordinário e científico Afirma o autor que parte do conhecimento prévio com que se inicia qualquer investigação é conhecimento ordinário, ou melhor, conhecimento não especializado. A outra parte do conhecimento prévio é conhecimento científico, o qual se obtém mediante o método da ciência e pode voltar a submeter-se a prova, enriquecer-se e, talvez, superar-se mediante o mesmo método. À medida que progride, a investigação corrige as porções do conhecimento ordinário que ela rechaça. A partir disso, o conhecimento ordinário se enriquece com os 3

4 resultados da ciência: parte do conhecimento comum de hoje em dia é resultado da investigação científica de ontem. (p. 19) Efetivamente, tanto o senso comum quanto a ciência aspiram a ser racionais e objetivos: são críticos e aspiram a coerência (racionalidade) e buscam adaptar-se aos feitos, ao invés de se permitir especulações descontroladas. (p. 20) A peculiaridade da ciência deve consistir no procedimento e no objetivo da mesma, pois o que caracteriza este procedimento e objetivo é exatamente o método, ou o modo com que se opera para alcançar determinado objetivo. Busca-se, portanto, o método e a finalidade para qual se aplica o dito método. (p. 22) 1.2 O método científico Um método é um procedimento para tratar um conjunto de problemas. O método geral consiste em empreender, com atitude inquisitiva, alguma investigação científica suficientemente ampla, a fim de que os métodos ou as técnicas não tornem obscura a estrutura geral. (p. 24) Podemos distinguir os principais estágios da investigação científica, expondose a seguinte série ordenada de operações: 1) Enunciar perguntas bem formuladas e verossimilmente fecundas. 2) Arbitrar conjecturas, fundadas e provadas com a experiência, para contestar as perguntas. 3) Derivar conseqüências lógicas das conjecturas. 4) Arbitrar técnicas para submeter as conjecturas a prova. 5) Submeter, por sua vez, a prova as técnicas para comprovar sua relevância e a fé que merecem. 6) Completar totalmente a prova e interpretar seus resultados. 7) Estimar a pretensão de verdade das conjecturas e a fidelidade das técnicas. 8) Determinar os domínios onde valem as conjecturas e técnicas, além de formular novos problemas originados pela investigação. O autor exemplifica algumas regras do método científico: R1) Formular o problema com precisão e, a princípio, de maneira específica; R2) Propor conjecturas bem definidas e fundadas de algum modo, e não suposições comprometedoras ou ocorrências sem fundamento visíveis. (p. 25/26) 4

5 R3) Submeter as hipóteses a duras provas. Deve-se propor ao sujeito experimental tarefas completamente novas, além de se aceitar toda a evidência negativa. R4) Não declarar verdadeira uma hipótese confirmada satisfatoriamente, considerando-a, no melhor dos casos, como parcialmente verdadeira. R5) Perguntar-se por que a resposta é como é, e não de outra maneira: não se limitar a achar generalizações que se adequem aos dados, sem intentar explicá-los com base em leis mais fortes. Afirma o autor que a capacidade de formular perguntas sutis e fecundas, de construir teorias fortes e profundas e de arbitrar contrastes empíricos finos e originais não são atividades orientadas por regras: se o fossem, como supõem alguns filósofos, todos poderiam levar a cabo com êxito as suas investigações científicas que as máquinas de calcular poderiam converter-se em investigadores, ao invés de limitar-se a ser o que são: instrumentos de investigação. (p. 27) Afirma que se considera uma regra como teoricamente justificada se, e somente se, a mesma é fundada e sistemática (sistema=membro de um sistema consistente de regras). Bunge expõe que o desiderato de buscar uma única solução está exigido pelo princípio lógico da não-contradição, pois a investigação científica pressupõe os princípios da lógica. (p. 28) A metodologia científica encontra-se em um estágio descritivo, preteorético, sobretudo por haver uma suposição tácita de que todo resultado alcançado é bom. Os cientistas não têm se preocupado muito com a fundamentação e nem com a sistematização do procedimento científico, pois na maioria dos casos eles adotam uma atitude de ensaio e erro em relação às regras da investigação e as que resultam eficazes se incluem, sem maiores empecilhos, na rotina cotidiana da investigação, onde os cientistas nem a registram de maneira consciente. Para o autor, é melhor considerar a única regra de ouro do trabalho científico: audácia em fazer conjecturas e rigorosa prudência em submeter a provas as mesmas conjecturas. Em resumo, pode-se afirmar que o método científico é um traço característico da ciência, tanto da pura quanto da aplicada, de modo que onde não haja método científico não haverá ciência. Deve-se levar em conta, entretanto, que o método científico não é infalível e nem autosuficiente. (p. 29) A tática científica 5

6 O método científico é a estratégia de investigação científica: afeta a todo ciclo completo de investigação e é independente do tema em estudo. Por outro lado, a execução concreta de cada uma dessas operações estratégicas dependerá do tema em estudo e do estado de nosso conhecimento respectivo do referido tema. (p. 31) Cada ramo da ciência se caracteriza por um conjunto aberto (e em expansão) de problemas que são propostos com um conjunto de táticas ou técnicas. Tais técnicas variam muito mais rapidamente que o método geral da ciência. Dito de outro modo, pode-se perceber que não há diferença de estratégia entre as ciências, vez que as ciências especiais se diferenciam pelas táticas que usam para a resolução de seus problemas particulares; mas todas compartilham o método científico. A partir disso, tem-se uma definição: uma ciência é uma disciplina que utiliza o método científico com a finalidade de formar estruturas gerais, ou leis. O autor expõe que as técnicas classificam-se em conceituais e empíricas. Em relação ás primeiras, as conceituais, afirma-se que entre elas podem ser mencionadas as táticas que permitem enunciar de um modo preciso os problemas e conjecturas de certo tipo, assim como os procedimentos para deduzir conseqüências a partir das hipóteses e para comprovar se a hipótese proposta resolve os problemas correspondentes. No que tange ás técnicas empíricas, diz-se que o domínio da maior parte delas é uma questão de adestramento: o talento faz falta para aplicar técnicas conhecidas a problemas novos, para criticar técnicas conhecidas e, particularmente, para inventar outras melhores. (p. 32) Bunge admite que algumas técnicas são consideradas quase universais, por serem as mesmas aplicadas a certo número de campos diversos. Dentre elas, destacam-se: o questionário ramificado, o procedimento interativo e a amostragem. O questionário ramificado consiste em contemplar o conjunto de possibilidades e dividi-las passo a passo em subconjuntos reciprocamente excludentes, até que se alcance o subconjunto (ou elemento) desejado em algum passo. O questionário ramificado é, portanto, a metodização do procedimento por ensaio e erro, o que o diferencia bastante do procedimento cego de sim ou não aplicado sem sistema. (p. 33) Explanando sobre as características do método dicotômico, que é uma variação do procedimento interativo, o autor conclui que estes procedimentos supõem o conceito de verdade parcial. (p. 34) O terceiro método especial (e quase universal) apresentado por Bunge é a amostragem ao azar, ou amostragem, o qual consiste na extração de um pequeno subconjunto a partir de um conjunto inicial, de modo que a seleção extraída não dependa das 6

7 propriedades dos indivíduos que a compõem, a fim de tornar o método livre de prejuízos ou tendências. Ademais, o autor explica que os três métodos especiais analisados anteriormente constituem especializações do método de aproximações sucessivas, o qual é característico das ciências, ainda que não exclusivo delas. Neste aspecto, diz-se que o grande interesse da epistemologia (teoria do conhecimento) por este método reside em que ele constitui um agrupamento dos seguintes pontos: a investigação científica procede gradualmente, de modo que as proposições acertadas sempre restam sujeitas a correções; a investigação científica oferece verdades parciais; por fim, o método científico corrige-se a si próprio, identificando os seus erros e tenta obter aproximações de ordens superiores, ou respostas mais verdadeiras. (p. 35) Em geral, os métodos especiais da ciência estão fundados em teorias científicas, as quais se submetem a provas com a ajuda das referidas técnicas. A possibilidade de justificar teoricamente qualquer método especial utilizado na ciência a torna diferente das pseudociências, as quais empregam procedimentos não fundos. O autor afirma que do mesmo modo que nenhuma teoria factual se sustenta por si mesma, não há dado que constitua por si mesmo evidência em favor ou contra uma teoria, a menos que se consiga interpretar com a ajuda de alguma teoria científica. Em particular, nenhuma informação obtida por meios extra-científicos pode ser considerada evidência contra teorias científicas ou a favor de teorias não-científicas. Por fim, expõe o autor que explorará, adiante, a tese segundo o qual a ciência é, metodologicamente, una, malgrado haja uma pluralidade de objetos e de técnicas correspondentes. (p. 36) Os ramos da ciência A partir da distinção entre o método geral e os métodos especiais da ciência, tem-se a seguinte conclusão: o método científico é um modo de tratar problemas intelectuais e, consequentemente, pode ser utilizado em todos os campos do conhecimento; a natureza do objeto em estudo dita os possíveis métodos especiais do tema ou o campo de investigação correspondente. A primeira e mais notável diferença entre as ciências é a que as distingue em ciências formais e ciências fáticas, ou seja, as que estudam idéias e as que estudam fatos. A lógica e a matemática são ciências formais, pois não se ocupam de nada que se encontre na realidade para convalidar suas fórmulas. Por outro lado, a psicologia e a física encontram-se 7

8 no campo das ciências fáticas, pois se referem a feitos que se supõem ocorrerem no mundo dos fatos e, dessa forma, devem recorrer à experiência para provar suas fórmulas. (p. 38) Bunge afirma que a ciência formal é autosuficiente, pois faz prova do seu conteúdo e do seu método, ao passo que a ciência fática depende do seu conteúdo ou significação, além do feito experimental para sua convalidação. Isto explica o porquê de se conseguir uma verdade formal completa e também de a verdade fática resultar tão incompleta. Diz-se que o tema próprio da ciência formal é a forma das idéias, além de esta ciência referirse a fórmulas analíticas, ou fórmulas que podem convalidar-se por meio de mera análise racional. A ciência formal não contém mais que fórmulas analíticas, enquanto a ciência factual contém, além dessas, fórmulas sintéticas, as quais não podem ser convalidadas só pela nudez da razão. (p. 39) Neste contexto, Bunge infere que toda resistência encontrada na ciência tem base em sua estrutura formal, pois os dados e as hipóteses são maleáveis e corrigíveis. A ciência factual pressupõe e contém certas teorias formais que não se submetem a discussão e nem podem se submeter a dúvidas, pois os feitos são irrelevantes em relação às idéias puras. Em resumo, afirma o autor: logicamente, a ciência fática pressupõe a ciência formal. (p. 40) Priorizando o objetivo de investigar, o autor sugere disciplinas pressupostas por qualquer ciência. Destaca-se, deste quadro, que a lógica e a matemática são as ciências formais. Por outro lado, divide-se a ciência factual em dois grupos, a saber: ciência natural (física, química, biologia, psicologia) e cultural (psicologia social, sociologia, economia, ciência política, história e história das idéias). (p. 41) Objetivo e alcance da ciência Os métodos são meios arbitrados para alcançar certos fins. Tais métodos são empregados para diversos fins, tais quais para incrementar nosso conhecimento (cognitivo) e para aumentar nosso bem-estar e nosso poder (utilitário). Se se persegue um fim puramente cognitivo, tem-se uma ciência pura. Se os fins utilitários não concordam com o interesse público, a ciência aplicada pode degenerar em ciência impura. Por vezes, diz-se que não há tal divisão entre as ciências em puras e aplicadas, porque toda ciência aponta, em última instância, para a satisfação de necessidades de uma ou outra natureza. Bunge explicita, entretanto, que tal opinião não é verdadeira, pois ela não consegue distinguir as diferenças de atitude e de motivação entre o investigador que busca 8

9 uma nova lei natural e o investigador que busca uma nova coisa: o primeiro deseja entender melhor as coisas, enquanto o segundo deseja melhorar o domínio que temos dessas coisas. A prática, junto com a mera curiosidade intelectual, é uma fonte de problemas científicos. Entretanto, dar a luz não é criar. (p. 43) A tecnologia tem frequentemente seguido o caminho da investigação pura, diminuindo constantemente a distância entre elas. Se se tornam exagerados os objetivos externos da ciência, restam debilitadas a curiosidade e a liberdade de investigação, ou seja, a liberdade de duvidar das ciências e a liberdade de intentar estabelecer outras novas, ainda que pareçam socialmente inúteis. Bunge esclarece que o alvo primário de toda investigação científica é o progresso do conhecimento. O objetivo central de investigação da ciência factual pura é, por definição, melhorar nosso conhecimento de mundo acerca dos fatos, enquanto o objetivo central da investigação científica é melhorar o controle do homem sobre os fatos. (p. 44) O que busca a ciência fática é, pois, estabelecer mapas das estruturas (leis) dos vários domínios fáticos. Mais que uma cosmografia, a ciência factual é uma cosmologia: uma reconstrução conceitual das estruturas objetivas dos acontecimentos, tanto dos atuais quanto dos possíveis, com o que se possibilita a compreensão e a precisão dos mesmos, além de seu controle tecnológico. Quando as técnicas científicas se aplicam à consecução de dados sem achar estruturas gerais, consegue-se uma ciência embrionária, ou melhor, uma protociência. Não existe ciência propriamente dita, a menos que o método científico seja utilizado para alcançar o objetivo da ciência, a construção de imagens teóricas de realidade e essencialmente de seu tecido de leis. A investigação científica representa a busca por estruturas. (p. 45) A ciência tende a reconstruir reproduções conceituais das estruturas dos fatos, ou seja, teorias fáticas. Mas a mitologia também oferece modelos de mundo, a fim de melhor entendê-lo e dominá-lo. Por que, então, preferir as teorias científicas às especulações míticas? Bunge conclui que a ciência não pretende ser verdadeira e nem, portanto, final e incorrigível, como o faz a mitologia. Afirma-se, pois, que a ciência i) é mais verdadeira que qualquer modelo não-científico do mundo; ii) é capaz de provar, através da prova empírica, essa pretensão de verdade; iii) é capaz de descobrir suas próprias deficiências; e iv) é capaz de corrigir suas próprias deficiências, ou seja, de construir representações parciais das estruturas do mundo que sejam cada vez mais adequadas. O autor afirma, sobre este aspecto, que não há 9

10 nenhuma especulação extra científica que seja tão modesta e que dê tanto de si. E o que permite à ciência alcançar o seu objetivo a construção de reconstruções parciais e cada vez mais verdadeiras da realidade é o seu método. (p. 46) O resultado da investigação é um conjunto de fórmulas ou enunciados mais ou menos verdadeiros e parcialmente interconectados, que se referem aos diferentes aspectos da realidade. Neste sentido, a ciência é pluralista. Porém, em outro sentido, é monista: a ciência se enfrenta com todos os campos do conhecimento utilizando-se de um só método e um só objetivo. A unidade da ciência não se apóia em uma única teoria que a tudo abrace, e nem sequer em uma linguagem unificada e apta para todos os fins. Apóia-se, portanto, na unidade do seu planejamento. Esse processo de reconstrução do mundo mediante idéias é um processo infinito, apesar de haver a infundada e freqüente esperança de que a teoria definitiva está a um passo de se apresentar. (p. 47) Bunge questiona se há limites à expansão do objeto da ciência. Em outras palavras, há problemas do conhecimento que não possam ser tratados com o método e segundo o objetivo da ciência? Há objetos de conhecimento que sejam intrinsecamente recalcitrantes frente ao questionamento científico? O próprio autor responde no sentido de poder surgirem problemas que resultem impermeáveis ao questionamento científico. (p. 48) Não podemos nem desejar garantir o êxito do enfoque científico em problemas de conhecimento de qualquer gênero: a ciência não é uma panacéia, e devemos afirmar que o enfoque científico resulta como o melhor que nós dispomos. O estudo interno da ciência tem sido, desde seu começo, um tema filosófico. Tal estudo interno se interessa pelo conhecimento científico, independentemente de sua origem psicológica, de bases culturais e de sua evolução histórica. E, do mesmo modo que o enunciado de um enunciado é um metaenunciado, assim também o estudo interno da ciência é uma metaciência. A metaciência divide-se em três partes: lógica (sintaxe e semântica), metodologia (método geral e técnicas que o complementam) e filosofia da ciência (pressupostos e resultados lógicos, epistemológicos, ontológicos e éticos da investigação científica). (p. 49) O autor conclui que a metaciência segue sendo uma protociência: adota um planejamento científico, mas até o momento tem produzido poucos resultados científicos. (p. 50) Salvo a investigação científica mesma, as experiências humanas não são 10

11 científicas, nem sequer quando se beneficiam do conhecimento científico; o que pode e deve ser científico é o estudo de toda essa experiência, que em si não o é. A adoção universal de uma atitude científica pode nos tornar mais sábios: nos faria mais cautelosos, sem dúvida, na recepção de informação, na admissão de crenças e na formulação de previsões. Nos faria mais exigentes em relação à prova de nossas opiniões, e mais tolerantes com a dos outros; nos faria mais dispostos a inquirir livremente acerca de novas possibilidades e a eliminar mitos consagrados que são apenas mitos. Fortaleceria nossa confiança na experiência, guiada pela razão, e nossa confiança na razão contrastada pela experiência. Nos estimularia a planejar e controlar melhor a ação, a selecionar nossos fins e a buscar normas de conduta coerentes com esses fins e com o conhecimento disponível, em vez de normas dominadas pelo hábito e pela autoridade. (p. 52) A Pseudociência O conhecimento ordinário pode se desenvolver em uma das três direções seguintes: i) Conhecimento técnico, que é o conhecimento especializado, porém não científico, que caracteriza as artes e as habilidades profissionais; ii) Protociência, ou ciência embrionária, que se pode exemplificar pelo trabalho cuidadoso, mas sem objeto teórico, de observação e experimentação; iii) Pseudociência, que se constitui em um corpo de crenças e práticas cujos cultivadores desejam, ingênua ou maliciosamente, dar como ciência, ainda que não compartilhe com esta nem o planejamento, nem as técnicas e nem o corpo de conhecimentos. Dentre os diversos tipos de pseudociência, Bunge expõe os mais comuns: Los zahoríes, La investigación espiritista e El psicoanalisis. Bunge afirma que o mal da pseudociência é o fato de ela se negar a fundamentar suas doutrinas, além de se negar a submeter a prova suas doutrinas mediante a experimentação propriamente dita. Por fim, diz-se que a pseudociência é em grande parte contraditória, pois tende a interpretar todos os dados, de modo que sua tese resta confirmada, ocorra o que ocorra. Bunge afirma que o pseudocientista, assim como o pescador, exagera suas presas e esconde suas fraquezas. Bunge ainda expõe uma outra deficiência da pseudociência: ela carece de mecanismo autocorretor, pois não pode aprender nada de uma nova informação empírica, nem de novas descobertas científicas e nem da prática científica. Por fim, ainda se percebe que a 11

12 pseudociência possui o objetivo primário não de estabelecer, contrastar e corrigir sistemas de hipóteses (teorias) que reproduzem a realidade, mas sim influenciar nas coisas e nos seres humanos. (p. 54) Por várias razões, deve-se desejar uma análise metacientífica da pseudociência: Para ajudar as ciências jovens a eliminar crenças pseudocientíficas; para ajudar as pessoas a adotar uma atitude crítica em lugar da credulidade ainda corrente; a pseudociência é um bom terreno de prova para a metaciência e, em particular, para os critérios que caracterizam a ciência, distinguindo-a da não-ciência. (p. 60) BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS Prefácio à edição brasileira Defendo uma posição epistemológica antipositivista e procuro fundamentá-la à luz dos debates que então se travavam na física e na matemática. (p. 8) Ponho em causa a teoria representacional da verdade e a primazia das explicações casuais e defendo que todo o conhecimento científico é socialmente construído, que o seu rigor tem limites inultrapassáveis e que a sua objetividade não implica a sua neutralidade. Descrevo a crise do paradigma dominante e identifico os traços principais do que designo como paradigma emergente, em que atribuo às ciências sociais anti-positivistas uma nova centralidade, e defendo que a ciência, em geral, depois de ter rompido com o senso comum, deve transforma-se num novo e mais esclarecido senso comum. (p. 9) Tal como noutros períodos de transição, difíceis de entender e de percorrer, é necessário voltar às coisas simples, à capacidade de formular perguntas simples, perguntas que, como Einstein costumava dizer, só uma criança pode fazer mas que, depois de feitas, são capazes de trazer uma luz nova à nova perplexidade. (p. 15) O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes? (p. 16) Perdemos a confiança epistemológica; instalou-se em nós uma sensação de perda irreparável tanto mais estranha quanto não sabemos ao certo o que estamos em vias de perder. (p. 17) Uma pergunta elementar é uma pergunta que atinge o magma mais profundo da nossa perplexidade individual e coletiva com a transparência técnica de uma fisga. (p. 18) As condições epistémicas das nossas perguntas estão inscritas no avesso dos 12

13 conceitos que utilizamos para lhes dar resposta. É necessário um esforço de desvendamento conduzido sobre um fio de navalha entre a lucidez e a ininteligibilidade da resposta. Começarei por caracterizar sucintamente a ordem científica hegemônica. Analisarei depois os sinais da crise dessa hegemonia, distinguindo entre as condições teóricas e as condições sociológicas da crise. Finalmente especularei sobre o perfil de uma nova ordem científica emergente, distinguindo de novo entre as condições teóricas e as condições sociológicas da sua emergência. (p. 19) Este percurso analítico será balizado pelas seguintes hipóteses de trabalho: primeiro, começa a deixar de fazer sentido a distinção entre ciências naturais e ciências sociais; segundo, a síntese que há de operar entre elas tem como pólo catalisador as ciências sociais; terceiro, para isso, as ciências sociais terão de recusar todas as formas de positivismo lógico ou empírico ou de mecanicismo materialista ou idealista com a conseqüente revalorização do que se convencionou chamar humanidades ou estudos humanísticos; quarto, esta síntese não visa uma ciência unificada nem sequer uma teoria geral, mas tão-só um conjunto de galerias temáticas onde convergem linhas de água que até agora concebemos como objetos teóricos estanques; quinto, à medida que se der esta síntese, a distinção hierárquica entre conhecimento científico e conhecimento vulgar tenderá a desaparecer e a prática será o fazer e o dizer da filosofia da prática. (p. 20) O Paradigma Dominante Pode falar-se de um modelo global de racionalidade científica que admite variedade interna mas que se distingue e defende, por via de fronteiras ostensivas e ostensivamente policiadas, de duas formas de conhecimento não científico (e, portanto, irracional) potencialmente perturbadoras e intrusas: o senso comum e as chamadas humanidades ou estudos humanísticos (em que se incluíram, entre outros, os estudos históricos, filológicos, jurídicos, literários, filosóficos e teológicos). Sendo um modelo global, a nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas. É essa a sua característica fundamental e a que melhor simboliza a ruptura do novo paradigma científico com os que o precedem. (p. 21) Descartes, nessa maravilhosa autobiografia espiritual que é o Discurso do Método, diz, referindo-se ao método por si encontrado: Porque já colhi dele tais frutos eu embora no juízo que faço de mim próprio procure sempre inclinar-me mais para o lado da 13

14 desconfiança do que para o da presunção, e embora, olhando com olhar de filósofo as diversas ações e empreendimentos de todos os homens, não haja quase nenhuma que não me pareça vã e inútil, não deixo de receber uma extrema satisfação com o progresso que jugo ter feito em busca da verdade e de conceber tais esperanças para o futuro que, se entre as ocupações dos homens, puramente homens, alguma há que seja solidamente boa e importante, ouso crer que é aquela que escolhi. (p. 23) Descartes vai inequivocamente das idéias para as coisas e não das coisas para as idéias e estabelece a prioridade da metafísica enquanto fundamento ultimo da ciência. (p. 26) Deste lugar central da matemática na ciência moderna derivam duas conseqüências principais. Em primeiro lugar, conhecer significa quantificar. (p. 27) Em segundo, o método científico assenta na redução da complexidade. Já em Descartes uma das regras do Método consiste precisamente em dividir cada uma das dificuldades... em tantas parcelas quanto for possível e requerido para melhor as resolver. (p. 28) A descoberta das leis da natureza assenta no princípio de que a posição absoluta e o tempo absoluto nunca são condições iniciais relevantes. Este princípio é o mais importante teorema da invariância na física clássica. (p. 29) As leis, enquanto categorias de inteligibilidade, repousam num conceito de causalidade escolhido entre os oferecidos pela física aristotélica. Aristóteles distingue quatro tipos de causa: a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final. As leis da ciência moderna são um tipo de causa formal que privilegia o como funcionam as coisas, em detrimento de qual o agente ou qual o fim das coisas. (p. 30) O racionalismo cartesiano torna cognoscível por via da sua decomposição nos elementos que o constituem. Esta idéia do mundo-máquina é de tal modo poderosa que se vai transformar na grande hipótese universal da época moderna, o mecanicismo. (p. 31) Montesquieu pode ser considerado um precursor da sociologia do direito ao estabelecer a relação entre as leis do sistema jurídico, feitas pelo homem, e as leis inescapáveis da natureza. (p. 33) O modo como o modelo mecanicista foi assumido se deu diversamente em duas vertentes: a primeira consistiu em aplicar ao estudo da sociedade todos os princípios epistemológicos e metodológicos que presidiam ao estudo da natureza desde o séc. XVI. A segunda constitui em reivindicar para as ciências sociais um estatuto epistemológico e 14

15 metodológico próprio, com base na especificidade do ser humano e na distinção polar em relação à natureza. (p. 34/38) Contudo, numa reflexão mais profunda, esta concepção, tal como tem vindo a ser elaborada, revela-se mais subsidiária do modelo de racionalidade das ciências naturais do que parece. (p. 39) Pode, pois, concluir-se que ambas as concepções de ciência social a que aludi pertencem ao paradigma da ciência moderna, ainda que a concepção mencionada em segundo lugar represente, dentro deste paradigma, um sinal de crise e contenha alguns dos componentes da transição para um outro paradigma científico. (p. 40) A Crise do Paradigma Dominante São hoje muitos e fortes os sinais de que o m0odelo de racionalidade científica que acabo de descrever em alguns dos seus traços principais atravessa uma profunda crise, desde já, se pode afirmar com segurança que colapsarão as distinções básicas em que assenta o paradigma dominante e a que aludi na seção precedente. (p. 40) A crise do paradigma dominante é o resultado interativo de uma pluralidade de condições. Distingo entre condições sociais e condições teóricas. A primeira é a identificação dos limites, das insuficiências estruturais do paradigma científico moderno; é o resultado do grande avanço no conhecimento que ele propiciou. O aprofundamento do conhecimento permitiu ver a fragilidade dos pilares em que se funda. Einstein constitui o primeiro rombo no paradigma de ciência moderna. Um dos pensamentos mais profundos de Einstein é o da relatividade da simultaneidade. (p. 41) O caráter local das medições e, portanto, do rigor do conhecimento que com base nelas se obtém vai inspirar o surgimento da segunda condição teórica da crise do paradigma dominante, a mecânica quântica. (p. 43) A demonstração da interferência estrutural do sujeito no objeto observado, tem implicações de vulto. A hipótese do determinismo mecanicista é inviabilizada uma vez que a totalidade do real não se reduz à soma das partes em que a dividimos para observar e medir. (p. 44) A distinção sujeito/objeto é muito mais complexa do que à primeira vista pode parecer. A distinção perde os seus contornos dicotómicos e assume a forma de um continuum. A terceira condição da crise do paradigma: o teorema da incompletude (ou do não completamento) e os teoremas sobre a impossibilidade, em certas circunstâncias, de encontrar dentro de um dado sistema formal a prova da sua consistência vieram mostrar que, é 15

16 possível formular proposições indecidíveis, proposições que se não podem demonstrar nem refutar, sendo que uma dessas proposições é precisamente a que postula o caráter nãocontraditório do sistema. (p. 45) A quarta condição teórica da crise do paradigma newtoniano é constituída pelos avanços do conhecimento nos domínios da microfísica, da química e da biologia nos últimos vinte anos. (p. 46) Em vez da eternidade, a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanicismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente. (p. 48) Teorias que afloram do movimento transdisciplinar designado como paradigma da auto-organização, são condições teóricas da crise do paradigma dominante. Este movimento científico e as demais inovações teóricas que atrás defini como outras tantas condições teóricas da crise do paradigma dominante têm vindo a propiciar uma profunda reflexão epistemológica sobre o conhecimento científico. (p. 49) Esta reflexão apresenta duas facetas sociológicas importantes. Em primeiro lugar, a reflexão é levada a cabo, predominantemente, por cientistas que adquiriram uma competência e um interesse filosóficos para problematizar a sua prática científica. Depois da euforia cientista do século XIX e da conseqüente aversão à reflexão filosófica, bem simbolizada pelo positivismo. A segunda faceta desta reflexão é que ela abrange questões que antes eram deixadas aos sociólogos. (p. 50) Conseqüências: em primeiro, são questionados os conceitos de lei e o conceito de causalidade que lhe está associado (princípio da falsificabilidade de Poopper). (p. 51) O declínio da hegemonia da legalidade é concomitante do declínio da hegemonia da causalidade. O conceito de causalidade adequa-se bem a uma ciência que visa intervir no real e que mede seu êxito pelo âmbito dessa intervenção. Afinal, causa é tudo aquilo sobre que se pode agir. (p. 52) Mesmo os defensores da causalidade, como Mario Bunge, reconhecem que ela é apenas uma das formas do determinismo e que por isso tem um lugar limitado, ainda que insubstituível, no conhecimento científico. O causalismo, enquanto categoria de inteligibilidade do real, tem vindo a perder terreno em favor do finalismo. O segundo sendo um conhecimento mínimo que fecha as portas a muitos outros saberes sobre o mundo, o conhecimento científico moderno é um conhecimento 16

17 desencantado e triste que transforma a natureza num autómato, num interlocutor terrivelmente estúpido. (p. 53) O rigor científico, porque fundado no rigor matemático, é um rigor que quantifica e que, ao quantificar, desqualifica, um rigor que, ao objetivar os fenômenos, os objetualiza e os degrada, que, ao caracterizar os fenômenos, os caricaturiza. O conhecimento ganha em rigor o que perde em riqueza e a retumbância dos êxitos da intervenção tecnológica esconde os limites da nossa compreensão do mundo e reprime a pergunta pelo valor humano do afã científico assim concebido. Esta pergunta está, no entanto, inscrita na própria relação sujeito/objeto que preside à ciência moderna, uma relação que interioriza o sujeito à custa da exteriorização do objeto, tornando-os estanques e incomunicáveis. (p. 54) A crise do paradigma da ciência moderna se explica por condições teóricas, e por condições sociais. Quaisquer que sejam os limites estruturais de rigor científico, não restam duvidas que o que a ciência ganhou em rigor nos últimos quarenta ou cinqüenta anos perdeu em capacidade de Auto-regulação. (p. 56) Tanto nas sociedades capitalistas como nas sociedades socialistas de Estado do leste europeu, a industrialização da ciência acarretou o compromisso desta com os centros de poder econômico, social e político, os quais passaram a ter um papel decisivo na definição das prioridades científicas. A industrialização da ciência manifestou-se tanto ao nível das aplicações da ciência como ao nível da organização da investigação cientifica. (p. 57) A comunidade científica estratificou-se, as relações de poder entre cientistas tornaram-se mais autoritárias e desiguais e a esmagadora maioria dos cientistas foi submetida a um processo de proletarização no interior dos laboratórios e dos centros de investigação. A investigação capital-intensiva (assente em instrumentos caros e raros) tornou impossível o livre acesso ao equipamento, o que contribui para o aprofundamento do fosso, em termos de desenvolvimento científico e tecnológico, entre os países centrais e os países periféricos. (p. 58) A caracterização da crise do paradigma dominante traz consigo o perfil do paradigma emergente. (p. 59) O Paradigma Emergente A configuração do paradigma que se anuncia no horizonte só pode obter-se por via especulativa. Como diz René Poirier A coerência global das nossas verdades físicas e metafísicas só se conhece retrospectivamente. (p. 59) 17

18 O paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente, significa que a natureza da revolução científica que atravessamos é estruturalmente deferente da que ocorreu no século XVI. (p. 60) Todo o conhecimento científico-natural é científico-social A distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade. (p. 61) Eugene Wigner considerava que o inanimado não era uma qualidade diferente mas apenas um caso limite, que a distinção corpo/alma deixara de ter sentido e que a física e a psicologia acabariam por se fundir numa única ciência. (p. 62) Começa hoje a reconhecer-se uma dimensão psíquica na natureza, a mente mais ampla de que fala Basteson, da qual a mente humana é apenas uma parte, uma mente imanente ao sistema social global e à ecologia planetária que alguns chamam Deus. (p. 63) Concebe a consciência e a matéria como interdependentes sem, no entanto, estarem ligadas por nexo de causalidade. O conhecimento do paradigma emergente tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão familiares e obvias que até há pouco considerávamos insubstituíveis. (p. 64) Num período de transição entre paradigma, seja particularmente importante, do ponto de vista epistemológico, observar o que se passa nessas ciências. É preciso conhecer o sentido e conteúdo dessa superação. A emergência de um novo naturalismo centrado no privilegiamento dos pressupostos biológicos do comportamento humano. (p. 65) Verificamos que a emergente inteligibilidade da natureza é presidida por conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais. (p. 66) Biologia, foi sem dúvida no domínio desta que os modelos explicativos das ciências sociais mais se enraizaram nas décadas recentes. Teleomorfismo, autopoiesis, autoorganização, potencialidade organizada, originalidade, individualidade, historicidade atribuem à natureza um comportamento humano. Os modelos explicativos das ciências sociais vêm subjazendo ao desenvolvimento das ciências naturais nas ultimas décadas. (p. 67) É como se o dito de Durkheim se tivesse invertido e em vez de serem os fenômenos sociais a ser estudados como se fossem fenômenos naturais, serem os fenômenos naturais estudados como se fossem fenômenos sociais. Contudo a constituição das ciências sociais teve lugar segundo duas vertentes: 18

19 uma mais diretamente vinculada à epistemologia e à metodologia positivistas das ciências naturais, e outra, de vocação anti-positivista, caldeada numa tradição filosófica complexa, fenomenológica, interaccionista, mito-simbólica, hermenêutica, existencialista, pragmática, reivindicando a especificidade do estudo da sociedade, mas tendo de, para isso, pressupor uma concepção mecanicista da natureza. (p. 68) A segunda vertente é o modelo de ciências sociais que, numa época de revolução científica, transporta a marca pós-moderna do paradigma emergente. À medida que as ciências naturais se aproximam das ciências sociais estas aproximam-se das humanidades. O sujeito, que a ciência moderna lançara na diáspora do conhecimento irracional, regressa investido da tarefa de fazer erguer sobre si uma nova ordem científica. Referi acima alguns dos obstáculos à cientificidade das ciências sociais. (p. 69) O texto sobre que sempre se debruçou a filologia é uma das analogias matriciais com que se construirá no paradigma emergente o conhecimento sobre a sociedade e a natureza. A concepção humanística das ciências sociais enquanto agente catalisador da progressiva fusão das ciências naturais e ciências sociais coloca a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no centro do conhecimento, mas, ao contrario das humanidades tradicionais, coloca o que hoje designamos por natureza no centro da pessoa. (p. 71) O mundo, que hoje é natural ou social e amanha será ambos, visto como um texto, como um jogo, como um palco ou ainda como uma autobiografia. (p. 72) A nudez total, que será sempre a de quem se vê no que vê, a lógica existencial da ciência pós-moderna é promover a situação comunicativa tal como Habermas a concebe. Se trata de interações e de intertextualidades organizadas em torno de projetos locais de conhecimento indiviso. Daqui decorre a segunda caracterização do conhecimento cientifico pós-moderno. (p. 73) Todo o conhecimento é local e total Exemplo, o medico generalista, cuja ressurreição visou compensar a hiperespecialização medica, corre o risco de ser convertido num especialista ao lado dos demais. Efeito perverso do paradigma dominante, este ultimo é que constitui o verdadeiro problema de que decorrem todos os outros. (p. 75) O paradigma emergente tem como horizonte a totalidade universal ou a totalidade indivisa. Mas sendo total, é também local. Constitui-se em redor de temas que em dado momento são adotados por grupos sociais concretos com projetos de vida locais, sejam 19

20 eles reconstituir a historia da um lugar, manter um espaço verde, construir um computador adequado às necessidades locais, fazer baixar a taxa de mortalidade infantil, inventar um novo instrumento musical, erradicar uma doença, etc.,etc. a fragmentação pós-moderna não é disciplinar e sim temática. Ao contrário do que sucede no paradigma atual, o conhecimento avança à medida que seu objetivo se amplia, ampliação que, como a da árvore, procede pela diferenciação e pelo alastramento das raízes em busca de novas e mais variadas interfaces. (p. 76) A composição transdisciplinar e individualizada para que estes exemplos apontam sugere um movimento no sentido da maior personalização do trabalho científico. Isto conduz a terceira característica do conhecimento científico no paradigma emergente. (p. 79) 3. Todo o conhecimento é autoconhecimento A ciência moderna consagrou o homem enquanto sujeito epistêmico mas expulsou-o, enquanto sujeito empírico. A distinção epistemológica entre sujeito e objeto teve de se articular metodologicamente coma distancia empírica entre sujeito e objeto. Na antropologia, a distancia empírica entre sujeito e o objeto era enorme. (p. 80) Neste caso, a distinção epistemológica obrigou a que esta distância empírica entre sujeito e objeto fosse aumentada através do uso de metodologias de distanciamento como, por exemplo, o inquérito sociológico, a análise documental e a entrevista estruturada. (p. 81) O regresso do sujeito fora já anunciado pela mecânica quântica ao demonstrar que o ato de conhecimento e o produto do conhecimento eram inseparáveis. (p. 82) Deus, pode estar em vias de regressar. Regressará transfigurado, sem nada de divino senão o nosso desejo de harmonia e comunhão com tudo o que nos rodeia e que, vemos agora, é o mais intimo de nós. Uma nova gnose está em gestação. O objeto é a continuação do sujeito por outros meios. Por isso, todo o conhecimento científico é autoconhecimento. (p. 83) A explicação cientifica dos fenômenos é a autojustificação da ciência enquanto fenômeno central da nossa contemporaneidade. A ciência é, assim, autobiográfica. Descartes mostra melhor do que ninguém este caráter autobiográfico da ciência, quando diz, no Discurso do Método, gostaria de mostrar, neste discurso, que caminhos segui; e de nele representar a minha vida num quadro, para que cada qual a possa julgar (...). (p. 84) 20

21 Este saber, suspeitado ou insuspeitado, corre hoje subterraneamente, clandestinamente, nos não-ditos dos nossos trabalhos científicos. No paradigma emergente, o caráter autobiográfico e auto-referenciável da ciência é plenamente assumido. É necessário uma outra forma de conhecimento, um conhecimento compreensivo e intimo que não nos separe e antes nos uns pessoalmente ao que estudamos. (p. 85) A incerteza do conhecimento transforma-se na chave do entendimento de um mundo que mais que controlado tem de ser contemplado. A ciência do paradigma emergente é mais contemplativa do que ativa. A qualidade do conhecimento afere-se menos pelo que ele controla ou faz funcionar no mundo exterior do que pela satisfação pessoal que dá a quem a ele acede e o partilha. A criação científica no paradigma emergente assume-se como próxima da criação literária ou artística, porque a semelhança destas pretende que a dimensão ativa da transformação do real seja subordinada à contemplação do resultado. (p. 86) O discurso científico aproximar-se-á cada vez mais do discurso da critica literária. De algum modo, a crítica literária anuncia a subversão da relação sujeito/abjeto que o paradigma emergente pretende operar. Assim ressubjetivado, o conhecimento científico ensina a viver e traduz-se num saber prático. (p. 87) 4. Todo o conhecimento científico visa constituir-se em senso comum A ciência moderna produz conhecimentos e desconhecimentos. Se faz do cientista um ignorante especializado faz do cidadão comum um ignorante generalizado. Ao contrário, a ciência pós-moderna sabe que nenhuma forma de conhecimento é, em si mesma, racional; só a configuração de todas elas é racional. Tende, pois, a dialogar com outras formas de conhecimento deixando-se penetrar por elas. A mais importante de todas é o conhecimento do senso comum, o conhecimento vulgar e prático com que no quotidiano orientamos as nossas ações e damos sentido a nossa vida. (p. 88) A ciência pós-moderna procura reabilitar o senso comum por reconhecer nesta forma de conhecimento algumas virtualidades para enriquecer a nossa relação com o mundo. O conhecimento do senso comum tem uma dimensão utópica e libertadora que pode ser ampliada através do diálogo com o conhecimento científico. Essa dimensão aflora em algumas das características do conhecimento do senso comum. O senso comum faz coincidir causa e intenção; subjaz-lhe uma visão do mundo 21

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