Indicadores de Desempenho Junho de 2014
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- Eric Custódio Machado
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1 Junho de 2014 PANORAMA CONJUNTURAL FIEA Lenta recuperação da economia global Os dados do último relatório World Economic Outlook do FMI, como podem ser observado nos gráficos nº 1 e 2, deixam claro que a economia global está em um lento processo de recuperação da crise econômica e financeira de Apesar das estimativas do FMI apotarem crescimento para Zona do Euro em 2014 há um risco elevado de deflação com agravamento da recessão. As economias avançadas tem apresentado um leve crescimento, bem abaixo do observado em 2010, em função da recuperação da economia americana que dá sinais de fragilidade. No tocante às economias emergentes, a forte desaceleração das economias chinesa e russa e do Brasil puxaram para baixo o ritmo de crescimento dessas economias. Vários fatores tem contribuido para o desempenho abaixo do esperado pelos mercados da economia mundial. O primeiro deles é que há na Europa uma forte crise de confiança das famílias e das empresas quanto ao futuro da economia do continente que, associado a um processo lento de desalavancagem das primeiras e ao elevado endividamento da maioria dos governos, tem dificultado o processo de retomada. Nos EUA a situação é menos grave, mas ainda há muita incerteza quanto a sustentabilidade da recuperação em função do esforço das famílias para aumentar a sua taxa de poupança, em um país em que o consumo responde por 65% do PIB, e da política de ajuste fiscal empreendida com reflexos negativos sobre a demanda por bens e serviços. No caso dos países emergentes, mais especificamente os BRICs, o Brasil enfrenta um momento de muita incerteza quanto a política econômica, em função da disputa acirrada nas eleições para Presidente; a Rússia está em litígio com a Ucrânia em uma região estratégica para Europa; e a China enfrenta muita dificuldade em aumentar a participação do consumo dos chineses no PIB, nos últimos trinta anos do patamar de 35%. As estimativas de crescimento do FMI para os próximos anos, gráfico nº 3, reforçam os temores de me- Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 1
2 nor dinamismo para a economia global. Ou seja, com exceção do Brasil, apotam para desaceleração nos casos da China, EUA, Alemanha e estabilidade, em um patamar baixo, para o caso do Japão. A diferença de expectativa para o crescimento da economia brasileira pode estar associada a interpretação do FMI de que a crise de confiança é conjuntural e, uma vez definido o quadro eleitoral, os investidores se setirão mais estimulados a investir em setores importantes como o de infraestrutura em que há muitos gargalos. Expectativas do mercado é inflação acima de 6%aa até 2015 Como pode ser visto no gráfico nº 4 abaixo, a mediana das expectativas do mercado financeiro para a taxa anual de inflação no Brasil, medida pelo IPCA, para 2014, 2015, e 2016 estão acima do centro da meta que é de 4,5%aa. Dois fatores, do ponto de vista do mercado, estariam contribuindo para a dificuldade de convergência da trajetória da inflação para a meta. O primeiro diz respeito aos rumos da política monetária nos EUA, ou seja, a incerteza quanto ao momento em que o Banco Central americano começará a elevar a taxa básica de juros, com reflexos negativos sobre as taxas de câmbio e inflação no Brasil, tem levado o mercado a precificar uma inflação acima do centro da meta no futuro. A indefinição eleitoral também tem jogado um papel fundamental em relação as apostas quanto a inflação no Brasil, uma vez que o mercado considera que uma vitória do governo implicaria na manutenção de uma política monetária frouxa e leniente com uma taxa de 6%aa. Ademais, há um consenso no mercado que a convergência sustentada da inflação para meta exigiria um ajuste fiscal rigoroso com aumento do superávit primário para 3% do PIB, o que, no caso do governo vir a ganhar a eleição, dificilmente seria feito. Em síntese, é muito difícil o BCB coordenar as expectavas inflacionárias dos agentes econômicos em um quadro de tanta incerteza econômica interna e externa. Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 2 Ano 5 - nº 32 - Junho de
3 A produção Industrial Brasileira em julho de 2014 O desempenho da indústria brasileira em julho de 2014 apresentou na margem, no levantamento com ajuste sazonal, variação positiva de 0,7%. Na comparação com o mesmo mês em 2013 a indústria registrou queda de -3,6%. Na avaliação do IEDI, o resultado de julho significou mais uma recomposição das atividades produtivas que sofreram com a paralisação da Copa do que uma genuína retomada da produção industrial. Para os próximos meses, ou ainda, até o final deste ano, é provável que a indústria brasileira apresente evolução mais favorável. Um resultado melhor ou mesmo positivo neste segundo semestre decorrerá muito da base de comparação, já que no segundo semestre de 2013 o desempenho foi relativamente pior do que na primeira metade daquele ano. Para o ano de 2014 como um todo, a produção industrial não logrará crescimento: pode-se estimar uma retração em torno de 1,4%. Ainda, segundo o IEDI, no que se refere à utilização da capacidade na indústria de transformação, em julho o indicador com ajuste sazonal divulgado pela CNI registrou uma elevação para 81% após ter registrado o maior vale da série desde agosto de 2009 em junho último, de 80,5%. Já o indicador da FGV de utilização da capacidade com ajuste sazonal caiu para 83,2% em julho, oscilando também em níveis muito baixos em relação à série histórica desde Ano 5 - nº 32 - Junhoo de 2014 Ano 5 - nº 32 - Junho de 2014
4 Indicadores Conjunturais da Economia Brasileira 6 7 Ano 5 - nº 32 - Junhoo de 2014 Ano 5 - nº 32 - Junho de 2014
5 Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Publicação mensal da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente (supervisão) José da Silva Nogueira Filho Unidade Técnica UNITEC/FIEA Coordenador Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá Informações Técnicas Reynaldo Rubem Ferreira Júnior l Luciana Santa Rita l Diagramação Unidade Corporativa de Relações com o Mercado - UCRM Coordenação de Publicidade Endereço: Av. Fernandes Lima, Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 6º andar - CEP:
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