O papel anticíclico dos investimentos públicos e as perspectivas econômicas
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- Valentina Galindo Tomé
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1 O papel anticíclico dos investimentos públicos e as perspectivas econômicas Luciano Coutinho Rio de Janeiro, 14 de julho de 2009
2 Limitação da política monetária após crises financeiras Processos de desalavancagem das famílias, empresas e do próprio sistema bancário neutralizam o estímulo ao gasto usualmente associado à taxa de juros baixa e à liquidez abundante. A política fiscal é muito mais eficaz nesta circunstância Redução de impostos/devoluções, aumento da renda disponível; Aumento dos gastos correntes; Aumento do investimento público. Efeito direto sobre a demanda efetiva
3 O investimento público é a alternativa mais eficiente Especialmente se as escolhas priorizam projetos de alto benefício econômico-social (ponderado pelo custo); Geração de empregos/impactos multiplicadores sobre cadeias de fornecedores de bens e serviços; Déficits fiscais têm, em geral, caráter anticíclico; Mas a opção por mais investimentos requer financiamentos de longo prazo para a sustentação de planos plurianuais de investimento (papel dos Bancos Públicos). Caráter autônomo do investimento público
4 Desafios à implementação de investimentos eficientes Preparação prévia dos projetos (engenharia básica/executiva) e simultânea avaliação das taxas de retorno (econômico e social); Qualidade do sistema regulatório e dos incentivos econômicos; Avaliação e licenciamento ambiental; Financiamento aos projetos de grande porte. Importância do planejamento com visão de longo prazo
5 Riscos derivados do exercício prolongado das políticas fiscais Intenso e prolongado aumento do déficit público expande exageradamente a dívida pública; Mina a confiança na sustentabilidade das finanças públicas e onera as gerações futuras; Desata temores de descontrole da inflação no futuro. Resulta em taxas de juros de longo prazo mais altas, inibidoras da reativação do gasto privado.
6 Prevenção de desperdício/ineficiência requer regulação, transparência e concorrência Políticas Fiscais calcadas exclusivamente na administração direta e/ou em empresas públicas aumentam riscos de desvios, burocratização e ineficiência; A qualidade e isenção da regulação é chave para mobilizar o setor privado via concessões e PPPs, para a provisão eficiente de serviços públicos; A modicidade tarifária deve ser um critério guia para transmissão de externalidades ao sistema econômico/sociedade: requer processos transparentes e competitivos de fixação das tarifas/preços.
7 Medidas de política econômica dos países do G-20 mais Espanha e Holanda Estabilizar, aumentar ou expandir os seguros de Acomodação Medidas para aumento de Resolução depósito Garantias de empréstimos liquidez Planos de recapitalização África do Sul x Alemanha x x x x x Arábia Saudita x x x Argentina x Plano de compra de ativos Austrália x x x x Brasil x x Candá x x x China x Coréia do Sul x x x x Espanha x x x x Estados Unidos x x x x x França x x x Holanda x x x x Índia x x Indonésia x x Itália x x x Japã x x x México x x Reino Unido x x x x x Rússia x x x x x Turquia x Fonte: Reproduzido da publicação Global Economic Policies and Prospects do FMI. Março de 2009.
8 Políticas anticíclicas no mundo Composição dos pacotes fiscais - países selecionados da OCDE Total de 2008 a 2010 (% do PIB de 2008) Total Isenções tributárias Gastos EUA 5,6 3,2 2,4 Coréia 4,9 3,2 1,7 Austrália 4,6 1,3 3,3 Nova Zelândia 4,3 4,3 0,0 Canadá 4,1 2,4 1,7 Luxemburgo 3,6 1,7 1,9 Alemanha 3,0 1,6 1,4 Suécia 2,8 1,8 1,0 Dinamarca 2,5 0,7 1,8 Japão 2,0 0,5 1,5 Reino Unido 1,4 1,4 0,0 França 0,6 0,2 0,4 Suíça 0,5 0,2 0,3 Fonte: OECD Economic Outlook-Interim Report.
9 Políticas anticíclicas no mundo 120 Evolução da Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 114,8 117, , , , ,4 68,0 66,9 70, ,9 54,1 60,6 45,5 57, ,1 36, EUA Zona do Euro 21,9 29,1 Canadá Alemanha Japão Reino Unido França Itália Brasil Nota: Para 2010: projeções. Fonte: FMI. No caso do Brasil, dados do Ministério da Fazenda.
10 Pacotes Fiscais das Economias Emergentes China: Plano de estímulo de 4 trilhões de yuan (US$ 587 bilhões), focados na infraestrutura rural, reconstrução pós-terremoto, habitação para baixa renda, saúde, educação e, principalmente, nos transportes. Política de desoneração tributária estimada em 120 bilhões de yuan (US$ 17,5 bilhões); Coréia do Sul: Plano de estímulo de KRW 33 trilhões (US$ 26 bilhões), sendo KRW 15,6 trilhões para investimentos públicos em infraestrutura e ampliação da rede de proteção social e KRW 17,7 trilhões para desonerações tributárias; Índia: Plano de estímulo de Rs trilhões (US$ 60 bilhões), incluindo investimentos no setor rural, projetos de infraestrutura, segurança alimentar, saúde e construção civil; Rússia: Plano de estímulo de Rb 2,9 trilhões (US$ 90 bilhões), com destaque para a elevada renúncia fiscal e para as medidas de transferência de renda e compensação dos efeitos perversos da crise aos mais afetados.
11 Aumento do déficit fiscal dos BRICs em 2009 O aumento esperado reflete o impacto das medidas anticíclicas adotadas Resultado fiscal em % do PIB Brasil Rússia Índia ' China Variação Fonte: MF (Brasil) e Economist Intelligence Unit
12 O crescimento da economia brasileira nos próximos anos A economia brasileira crescerá bem acima da média mundial; O mercado interno viabilizará a expansão da demanda/inversões: consumo básico das famílias, habitação e bens duráveis; O investimento será dinamizado por 5 grandes vetores: petróleo e gás, energia, logística, construção habitacional e agronegócios; É indispensável implementar novas estratégias intensivas em inovação e sustentabilidade sócioambiental.
13 Conclusões O uso da política fiscal deve ser eficiente (prioridade para investimentos de alto retorno econômico e social); E deve considerar os efeitos intertemporais sobre as expectativas e sobre a confiança dos investidores privados; A interação entre gasto direto e crédito de longo prazo deve ser otimizada; Incentivos à inovação deveriam merecer prioridade para aumentar o potencial de crescimento a longo prazo.
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