8º Encontro da ABCP. 01 a 04/08/2012, Gramado, RS. Área Temática: AT10 - Relações Internacionais

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1 8º Encontro da ABCP 01 a 04/08/2012, Gramado, RS Área Temática: AT10 - Relações Internacionais Transferências de armamentos dos EUA para o Brasil durante a Guerra Fria Eduardo Munhoz Svartman Departamento de Ciência Política, UFRGS Contato: eduardosvartman@gmail.com

2 Transferências de armamentos dos EUA para o Brasil durante a Guerra Fria Eduardo Munhoz Svartman (UFRGS) As transferências de armamentos consistem aspecto relevante, embora pouco estudado, das relações militares entre Brasil e Estados Unidos durante a Guerra Fria. O presente texto tem como objetivo central precisar, em termos quantitativos, a relevância dessas transferências para a composição dos meios das três forças armadas brasileiras. Pretende, ainda, identificar as mudanças no fluxo das transferências de armamentos. A análise dessa dimensão contribui para uma compreensão mais precisa das implicações organizacionais, estratégicas e políticas das transferências de armamentos dos EUA para o Brasil. Os dados aqui apresentados integram uma pesquisa mais extensiva a respeito das relações militares entre os dois países desde a II Guerra Mundial até o final da guerra fria. Estas relações são compreendidas a partir da interação dos interesses (nem sempre coincidentes) formulados pelos estrategistas de ambos os países. Nesse sentido, depois de 1945, a estratégia das forças armadas estadunidenses para a América Latina procurava estabelecer a hegemonia sobre as aquisições militares, padronizar doutrinariamente as forças armadas da região e assegurar bases e matérias primas estratégicas para um eventual confronto com a URSS. A agenda anticomunista desempenhou um papel fundamental em quase todo o período. Assumiu contornos mais acentuados após a revolução cubana, justificando programas de treinamento focados na contrainsurreição e na ação cívica, sofreu um breve refluxo durante o governo Jimmy Carter, mas retornou com extraordinária força na década final do conflito. É importante frisar que, diferente do que se passara durante a II Guerra, quando o Brasil assumira importância singular para Washington no contexto regional, durante a Guerra Fria a tendência era que tanto o Departamento de Defesa quanto o Departamento de Estado enquadrassem o Brasil como apenas mais um dos países da região. De sua parte, os militares brasileiros sedimentaram desde a II Guerra Mundial os objetivos de longo curso que informaram as relações com Washington: aquisição de armas e equipamentos modernos, desenvolvimento de uma indústria bélica autônoma (ligada à industrialização mais ampla do país) e supremacia militar regional,

3 particularmente em face à Argentina. Apesar da profunda assimetria, e de forte dependência material, as relações com os Estados Unidos tendiam a serem vistas pela cúpula militar brasileira como uma via para a modernização de sua organização e, a longo prazo, para a autonomia estratégica do Brasil. A agenda anticomunista foi igualmente importante para os militares brasileiros; contudo, sua evolução foi distinta da estadunidense. Apesar de ter alimentado boa parte das intervenções militares na política doméstica, particularmente o golpe de 1964, é bem conhecido o seu declínio na política externa ao longo dos anos O abandono das fronteiras ideológicas em favor de orientações pragmáticas acompanhou um processo organizacional que envolveu tanto a formulação de doutrinas de contrainsurreição próprias (Martins Filho, 2008), quanto a manutenção do preparo das forças armadas brasileiras para emprego em conflitos interestatais convencionais. Por transferências de armamentos compreende-se o fluxo de armas militares e material bélico que, pela via dos programas de assistência militar, comércio financiado ou aquisições a preço de mercado, se estabelece entre um país e outro num dado período. É importante assinalar que ajuda militar e transferência de armamentos, embora frequentemente associadas, constituem realidades distintas, sendo possível ajuda militar sem fornecimento de armamentos e, de outro lado, vendas diretas sem o status de ajuda ou assistência. A transferência de armamentos, todavia, constitui uma importante ferramenta de política exterior e de defesa tradicionalmente empregada pelas potências. Durante a guerra fria, os Estados Unidos a utilizaram com os variados intuitos de instrumentalizar a política de contenção (containment), resolver conflitos locais, exercer influência política regional, gerar crescimento econômico, manter alianças, garantir prontidão e promover os valores estadunidenses (Mott, 2002). Para além das expectativas de Washington, as transferências de armamentos interferem no equilíbrio de poder das regiões dos estados receptores, tendem a modelar as organizações militares conforme os padrões do fornecedor e, especialmente quando se trata de comércio, tendem a garantir escala para a indústria bélica do último. Apesar de haver vasta literatura especializada a respeito da difusão e do controle de armamentos, as reflexões a respeito das transferências de armamentos convencionais são mais modestas (Derghougassian, 2010). Os trabalhos tendem a focar o processo de formulação das políticas de transferência (Pach, 1991) ou, valendo-se de bases de dados, a quantificar os fluxos de transferências geralmente em recortes regionais (Mott, 2002) e

4 seus impactos no comportamento dos estados receptores (Kinsella, 1994), particularmente a instalação de regimes autoritários (Maniruzzaman, 1992). Frequentemente o enfoque das análises reside nos países fornecedores, não nos receptores e na formulação de modelos ou padrões de transferências, sendo que pouca atenção é conferida à estruturação das organizações militares que recebem os armamentos. Armar aliados é uma prática antiga, contudo, para os Estados Unidos, foi uma novidade implantada em escala durante a II Guerra Mundial. Desde então tem sido empregada de forma sistemática, assumindo alcance global durante a Guerra Fria. Ao longo da chamada confrontação bipolar, os EUA forneceram, apenas com o Military Assistance Program, mais de US$ 60 bilhões de ajuda militar para quase 120 países. Diferentes rubricas viabilizaram a transferência de 4 mil navios para 60 países, programas que treinaram mais de 500 mil militares e que autorizaram US$ 240 bilhões em venda de armas para mais de 100 países. A ajuda econômica, por sua vez, operacionalizada em programas como a Aliança para o Progresso, esteve na ordem dos US$ 200 bilhões. Como se pode constatar na tabela 1, a América Latina foi um destino de importância secundária, para esta região afluíram menos de 9% da ajuda externa dos EUA (econômica e militar) e aproximadamente 4% do valor das transferências de armas durante o período. Ainda assim o impacto no meio militar regional foi grande. O Brasil, maior receptor da América do Sul, foi contemplado com aproximadamente US$ 1 bilhão entre ajuda militar e vendas de armamentos. Tabela 1 Ajuda externa dos Estados Unidos Região US$ (bilhões) % Oriente médio 109,2 32,7 Ásia oriental 68,3 20,4 Europa 45,7 13,7 África 38,8 11,6 América Latina 29,5 8,8 Outros 42,9 12,8 Total 334,4 100 Fonte: Mott, 2002, adaptado.

5 O fluxo e o perfil das transferências dos EUA para o Brasil dependeram dos diferentes programas estadunidenses e das negociações bilaterais travadas ao longo do período. Por isso, e pela amplitude do recorte temporal, convém assinalar os diferentes mecanismos que operacionalizaram as transferências de armamentos entre os dois países. Um aspecto relevante das transferências de armamentos dos Estados Unidos para o Brasil é que estas se deram sempre no marco de programas mais amplos, delineados por Washington, para países, ou regiões, geralmente de maior prioridade para este país que o Brasil. Em função disso o Brasil teve de negociar, em várias circunstâncias, o acesso ao material militar norte-americano através de seu enquadramento na estratégia global dos EUA. O primeiro dos mecanismos de transferência de armamentos foi o Lend Lease Act, de 1941, posteriormente substituído pelo acordo militar de O grande fluxo de armas e equipamentos durante a guerra, que ainda está para ser quantificado, garantiu não apenas o reequipamento das Forças Armadas brasileiras, mas a sua modernização e expansão. No marco do acordo militar de 1942 as forças armadas brasileiras participaram diretamente da II Guerra Mundial, seja no patrulhamento das águas do Atlântico, integrando-se á IV Frota estadunidense, seja na campanha da Itália, com a Força Expedicionária Brasileira integrada ao V Exército. Neste período, as transferências se deram mediante o estabelecimento de uma aliança militar formal, cujos termos da barganha foram excepcionalmente favoráveis ao Brasil. Todavia, as transferências foram drasticamente reduzidas ao final do conflito em Até o início dos anos 1950, na ausência de um novo enquadramento legal que viabilizasse transferências, as relações militares foram cultivadas por meio de assessoria e treinamento e da amarração diplomática do TIAR e da OEA. Neste período, a Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos desempenhou um importante papel na reforma do Ministério da Guerra e na implantação do Estado-Maior das Forças Armadas no Brasil. A agenda anticomunista foi outro fator de convergência entre a cúpula militar brasileira e os EUA neste momento de contração das transferências e criou um importante espaço institucional com essa orientação: a Escola Superior de Guerra, em A intensificação da Guerra Fria, com as crises na Europa, o desenvolvimento da capacidade nuclear soviética e a revolução chinesa, garantiram a aprovação do Mutual Defense Assistance Act no congresso norte-americano em outubro de Esta legislação permitiu a implantação do Military Assistance Program (MAP), que viabilizou a

6 transferência de armamentos, sem ônus para os receptores, a uma grande quantidade de países, inclusive o Brasil. Pretendia-se equipar e treinar forças armadas de acordo com os padrões estadunidenses de modo que elas contivessem o que se entendia por ameaças comunistas. No início dos anos 1950 os Estados Unidos firmaram acordos militares bilaterais com vários países latino-americanos, entre eles o Brasil, em 1952 (Martins Filho, 2005). Todavia o acordo, além de alimentar uma acirrada polêmica interna, não alterou a posição de menor relevância ocupada pelo Brasil na estratégia norte-americana, que limitava as transferências de armamentos a equipamentos obsoletos e a uma política de equilíbrio de poder regional, emulando Argentina, Brasil e Chile. Nos anos 1960 as revoluções no Terceiro Mundo fizeram da contrainsurgência o novo foco da ajuda militar, então desdobrada nos programas de ação cívica que operavam em paralelo a agências civis como a USAID e a iniciativas como a Aliança para o Progresso. A revolução cubana impactou fortemente a política militar dos EUA para a América Latina, fomentando a criação novos canais como a Escola das Américas e o Colégio Interamericano de Defesa. Em meados da década de 1960 aferia-se a influência ideológica dos EUA sobre as forças armadas da região pela onda de golpes militares que varreu o continente. Por outro lado, vários regimes militares anticomunistas percebiam a obsolência de seu arsenal e a falta de disposição de Washington para usar o MAP ou o TIAR, em nome do combate ao comunismo, para fornecer sistemas de armas modernos aos países da região (Ronfeldt e Sereseres, 1977). Por essa época começam a emergir críticas, especialmente no Congresso norteamericano, ao apoio da Casa Branca a ditaduras em diferentes regiões do mundo. O Congresso tornou-se mais restritivo ao envio de ajuda econômica e militar, decorrência também da antipatia à guerra no Vietnã. A partir do governo Nixon o MAP foi progressivamente substituído pelo sistema de financiamento do Foreign Military Sales, de modo que os países receptores passaram então a comprar o equipamento que antes recebiam praticamente sem custo. Definia-se uma mudança no padrão de fornecimento de ajuda militar. O Congresso aumentou o seu escrutínio e poder de veto às transferências de armas, assim os programas de ajuda militar passaram a declinar enquanto as vendas, financiadas ou comerciais, passaram a aumentar (Mott, 2002). Na segunda metade dos anos 1970, em meio à crise energética, a derrota no Vietnã e crises domésticas, o Arms Export Control Act novamente limitou as remessas de

7 armamentos norte-americanos e impôs restrições ao fornecimento de armas a países notoriamente violadores dos direitos humanos, afetando diretamente o Brasil. Neste contexto, vários países da região buscaram diversificar o fornecimento de material bélico, o que foi facilitado pela recuperação da indústria bélica europeia. Diante das restrições políticas dos EUA, o pragmatismo cada vez mais informava as políticas de aquisições dos governos da região. A ditadura militar peruana chegou a comprar tanques e caças supersônicos da URSS e vários países, com destaque para o Brasil, trataram de implantar ou expandir suas próprias indústrias de armamentos. Embora sob regimes militares anticomunistas, países da região não abandonaram as hipóteses de emprego de suas forças num conflito interestatal clássico, sendo que Argentina e Brasil engajaram-se também no desenvolvimento de capacidades militares nucleares. O incremento das pressões norte-americanas em torno das violações aos direitos humanos e do cerceamento à proliferação nuclear fez o Brasil suspender o acordo militar em vigência com os EUA desde Ainda no ano de 1977 a Argentina fez o mesmo. Na década final da Guerra Fria Washington reativou os mecanismos de transferência de armamentos em sintonia com a estratégia de recuperar áreas perdidas para a influência soviética, principalmente na América Central e Caribe. Neste cenário, todavia, os Estados Unidos já era um fornecedor menor de armamentos para o Brasil, cujas aquisições, como será visto adiante, eram distribuídas entre vários países. De outra parte, o Brasil já figurava como produtor de armamentos com capacidade de atender considerável parte da demanda interna, especialmente do Exército, e de exportar. A literatura produzida nos Estados Unidos nessa época preocupava-se bastante com o crescimento da produção de armamentos em países do Terceiro Mundo e com uma potencial mudança na balança de poder militar e nas relações de dependência do sistema internacional (Brown, 1974; Hoffmann, 1979). Contudo, investigações mais minuciosas, sugeriam que a indústria militar destes países, inclusive a brasileira, uma das maiores e mais diversificadas, representava em torno de 4% do comércio mundial de armamentos e operava num padrão tecnológico de média ou baixa complexidade. Desse modo, a produção indígena de aviões, navios e blindados ainda dependia, e permaneceria dependendo, de turbinas, mísseis e motores fornecidos por países centrais como os EUA (Neuman, 1984). Uma vez estabelecidos os mecanismos de transferência de armamentos e alguns de seus parâmetros contextuais, é possível agora estabelecer o perfil dessas

8 transferências para o Brasil. Os dados aqui apresentados visam quantificar e qualificar a importância, para as Forças Armadas brasileiras, de suas relações com Washington. Não se trata de um inventário completo daquilo que foi recebido (armas leves, munição, radares, mísseis e equipamentos variados ficaram de fora, bem como uma infinidade de peças de reposição), mas de meios significativos como navios, aeronaves, blindados e artilharia que permitem dimensionar, em comparação com outros fornecedores, a influência dos Estados Unidos na estruturação das forças brasileiras durante a Guerra Fria, bem como a mudança que se processou na segunda metade dos anos Para tanto, utilizou-se dados disponibilizados pelo Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) e pela bibliografia. Tabela 2 Navios adquiridos pelo Brasil entre 1950 e 1990, por categoria e país de origem EUA RU Holanda RFA Japão Porta-aviões 1 Cruzadores 2 Fragatas 4 6 Destróieres 14 Submarinos 11 3 Caça-minas 4 6 Desembarque 4 Reparos 1 Resgate 1 Transporte 4 Rebocadores 10 TOTAL Fonte: SIPRI A importância dos EUA na composição da esquadra brasileira durante o período é bastante evidente não apenas em termos numéricos, mas também qualitativos. Somente os EUA forneceram navios das mais variadas categorias, com destaque para os cruzadores (leves), submarinos e destróieres. O Reino Unido forneceu o mesmo número de vasos que a Holanda, contudo, trata-se de navios de maior importância como o portaaviões entregue em 1960 e as fragatas Vosper entregues entre 1976 e 1980, capazes de operar mísseis superfície-superfície. O convênio estabelecido com o Reino Unido representou um salto importante para a marinha brasileira, pois dois navios foram construídos no Rio de Janeiro, permitindo a formação de expertise no país, e novas tecnologias foram incorporadas sem passar pelo crivo direto de Washington. (Martins Filho, 2010). Ainda assim as entregas britânicas não representaram ¼ das norte-

9 americanas. Tabela 3 Aeronaves adquiridas pelo Brasil entre 1950 e 1991, por categoria e país de origem EUA França RU Holanda Canadá Caça à pistão 25 Caça à jato Bombardeiro 38 Treinamento Helicóptero Transporte Antissubmarino 33 2 Observação e 40 ligação Detecção 2 Total Fonte: SIPRI Quanto à aviação militar, a diversificação de fornecedores é ligeiramente maior. Ainda assim percebe-se que somente os Estados Unidos forneceram ao Brasil aeronaves de toda espécie e em números sempre superiores aos demais. No caso dos caças, é importante notar que a disposição de Washington em fornecê-los foi mais limitada. O primeiro lote de aeronaves dessa natureza foi adquirido pela FAB junto ao Reino Unido em 1953, somente em 1956 o Brasil teve acesso aos mais modernos F-80 de fabricação norte-americana, e em número inferior aos caças britânicos. A obtenção de caças supersônicos foi de negociação difícil, levando o Brasil a adquirir o primeiro lote de 16 Mirage junto à França somente no início dos anos Apenas em 1973, num contexto de aproximação comercial e política, o governo dos EUA autorizou a venda de 42 caças F-5A e F-5E ao Brasil, entregues entre 1975 e A este lote seguiu a mais um de 26 aeronaves no entardecer da guerra fria, em 1988; de modo que a presença francesa foi contrabalançada neste setor. Tabela 4 Artilharia e veículos blindados adquiridos pelo Brasil entre 1950 e 1991 EUA RU Artilharia Blindados 991 Fonte: SIPRI

10 Se no entre guerras o Brasil adquiriu material de artilharia da França e da Alemanha, a tabela 4 permite ver que durante a Guerra Fria os Estados Unidos deslocaram por completo os fornecedores europeus do mercado brasileiro. Os canhões Krupp adquiridos em 1938 continuaram sendo utilizados pelo exército, mas de forma residual. Desde o acordo militar de 1942 a artilharia brasileira foi sendo reestruturada com equipamentos e métodos norte-americanos. As quatro peças de artilharia adquiridas no Reino Unido eram destinadas às corvetas classe Inhaúma, construídas no Arsenal da Marinha a partir da segunda metade dos anos Quanto aos blindados, que equiparam tanto o Exército quanto a Marinha, a profunda dependência brasileira dos EUA só foi parcialmente amenizada quando a indústria brasileira começou e fornecer produtos de fabricação doméstica. Tabela 5 Diversificação no fornecimento de armamentos ao Brasil (em %) EUA RU França Outros ? ? Fonte: Mott, adaptado. Os dados indicam o percentual do valor monetário das transferências em cada período. As tabelas 2, 3 e 4 apresentam o total de material entregue pelos EUA e demais fornecedores mais expressivos durante a Guerra Fria sem levar em consideração a sua evolução no tempo, já a tabela 5 apresenta a importância relativa de cada um dos maiores fornecedores em diferentes períodos. Não foi possível obter o percentual específico das entregas do Reino Unido entre 1981 e 1990, de modo que permanecem agregados na coluna outros. Na tabela 5 fica evidente que a dependência brasileira em relação aos armamentos de origem norte-americana foi muito significativa até meados dos anos 1970, quando a dinâmica começou se alterar. Washington liderou com folga as aquisições brasileiras, chegando a exercer um virtual monopólio entre 1961 e 1965, à semelhança do que fora durante a II Guerra Mundial. Até então o Reino Unido

11 desempenhou um papel secundário, embora importante, atendendo demandas que os EUA não supriam, como o fornecimento dos primeiros caças a jato para a FAB e do portaaviões que equipou a Marinha Brasileira até A França, até os anos 1980, oscilou próximo dos 5% das compras brasileiras, tornando-se, no final do período, o maior fornecedor individual. A segunda metade da década de 1970 assinala a inflexão no perfil das aquisições militares brasileiras. A ruptura do acordo militar em 1977 aparece como um divisor de águas não apenas diplomático mas também em termos de diversificação no fornecimento de material bélico. A participação proporcional dos Estados Unidos sofre uma redução brusca e passa a ser, desde então, declinante até o final do período. Os EUA deixam de ser hegemônicos ou majoritários e tornam-se um fornecedor secundário num quadro de diversificação no qual nenhum fornecedor individual chega a concentrar 50% das compras brasileiras. A apreciação dos dados acima deve considerar também a mudança no padrão estadunidense de fornecimento de armas a seus aliados. Programas de ajuda militar como o MAP sofreram sensível redução ou foram interrompidos justamente a partir de meados dos anos Paralelamente, cresceram as vendas diretas, financiadas ou não por créditos governamentais. O fornecimento de armas e equipamentos militares estadunidenses se dava cada vez mais por mecanismos de mercado e menos pelos de ajuda militar. A política de restringir as transferências de armamentos aos países que o governo estadunidense identificava como violadores dos direitos humanos criou vários atritos nas relações militares entre Brasil e Estados Unidos mas não suspendeu o fluxo. O que se passou foi uma mudança no seu volume e no seu perfil. Tabela 6 Transferências de armamentos dos EUA para o Brasil, por modalidade Ajuda militar Vendas diretas MAP Vendas Treinamento Total financiadas e educação ,6 21,4 3,1 75, ,3 42,7 6,1 150, ,2 122,6 6,5 184,3 12, ,9 0,7 114,6 138, ,1 0,3 121,4 210,8 Total 207,1 422,6 16,6 645,5 361,8 Fonte: Mott, adaptado. Valores em milhões de dólares americanos de 1985.

12 A tabela 6 apresenta os valores, em milhões de dólares, da ajuda militar fornecida pelos EUA ao Brasil ao longo da Guerra Fria. Na coluna mais à direita, é indicado o montante das vendas diretas de armamentos que, por não serem financiadas por programas governamentais não constituem ajuda militar. Os dados estão dispostos de modo a se visualizar a sua evolução ao longo do tempo e, no caso da ajuda militar, os valores estão decompostos em três diferentes mecanismos, o Military Assistance Program, que fornecia armas e equipamentos militares sem ônus para os países receptores, as vendas de armamentos produzidos nos EUA financiadas por este país, o que consistia num mecanismo de ajuda indireta, e os menos dispendiosos porém muito importantes programas de treinamento e formação oferecidos pelas forças armadas dos EUA aos militares brasileiros. A tabela permite visualizar que, em termos de recursos, o MAP foi a modalidade de ajuda militar estadunidense ao Brasil mais importante até meados da década de 1960, responsável por aproximadamente 2/3 de toda a ajuda militar no período. A preponderância do MAP coincide com o período em que Washington era fornecedor dominante de armamentos ao Brasil. As vendas financiadas, por sua vez, foram gradualmente ocupando um papel de destaque. Os valores crescentes devem ser qualificados de modo que, após a suspensão do MAP no governo Carter e a denúncia do acordo militar Brasil-Estados Unidos pelo governo Geisel, esta modalidade tornou-se, na prática, o principal mecanismo de ajuda militar ao Brasil. Contudo, a tabela permite notar que as vendas diretas, não financiadas, inexistentes nas duas primeiras décadas da Guerra Fria e modestas no decênio , crescem de forma acentuada até o final do período, a ponto de superar o valor da ajuda militar. Colocando em perspectiva com a tabela 4, percebe-se que o declínio da influência norte-americana em termos de fornecimento de armamentos coincide com o fim das doações e em com o papel crescente das compras feitas a preço de mercado. Parte considerável das aquisições era absorvida pela crescente indústria bélica brasileira (Dagnino, 2010), que atendia grande parte das encomendas nacionais. A capacidade exportadora e o perfil da carteira de clientes geraram novos pontos de atrito que acentuaram a busca brasileira por autonomia e por outros fornecedores, movimento que, por sua vez, era semelhante ao praticado por outros países do Terceiro Mundo que

13 vinham desenvolvendo suas indústrias de armamentos (Neuman, 1984). De modo geral, as relações militares do Brasil com os Estados Unidos operaram um movimento que foi da aproximação, movida por interesses convergentes barganhados, passando por momentos de alinhamento estrito do Brasil aos Estados Unidos, para um progressivo distanciamento na medida em que Washington não atendia os objetivos estratégicos formulados pelo Brasil. Durante quatro décadas, os militares brasileiros sustentaram a continuidade de uma agenda que envolvia a aquisição de armas e equipamentos e o desenvolvimento de uma indústria bélica ligada à industrialização mais ampla do país. A convergência em torno do anticomunismo e a supremacia militar regional foram temas importantes nas primeiras décadas que, no entanto, desde a segunda metade dos anos 1970, declinaram e saíram da agenda externa brasileira. No decorrer da Guerra Fria, as estreitas relações militares, que chegaram a ser designadas como aliança especial, evoluíram, em meio a avanços e recuos, para um distanciamento que traduzia a divergência de objetivos e o surgimento de contenciosos. Em termos organizacionais, é possível constatar que os EUA forneceram os meios que estruturaram materialmente as forças armadas brasileiras. Importantes reformas foram implantadas logo após a II Guerra Mundial com assessoria direta de militares norteamericanos, bem como a adoção de doutrinas e procedimentos táticos, o que não implicou, contudo, na reprodução linear do modelo americano, uma vez que adaptações seriam invariavelmente necessárias, dada a assimetria entre os dois países. No plano estratégico, as transferências garantiram a progressiva incorporação do padrão tecnológico, material e organizacional da II Guerra Mundial a todas as Forças e alguns lentos (e difíceis) saltos, como os caças supersônicos. Por outro lado, as limitações nas transferências de armamentos reforçaram impulsos em favor do desenvolvimento de uma base industrial de defesa própria. No plano político, as transferências de armamentos fortaleceram disposições da cúpula militar brasileira em favor de um alinhamento estreito com os EUA, particularmente na primeira década da Guerra Fria e no início da ditadura militar, e de uma forte convergência em torno da agenda anticomunista até meados dos anos A forte dependência material que o volume das transferências de armamentos estabeleceu expos as Forças Armadas brasileiras ao escalonamento das prioridades estratégicos dos EUA, bem como a vetos e suspensões no fornecimento. Ao longo da Guerra Fria os Estados Unidos se revelaram um fornecedor nem sempre confiável, disposto a embargos morais e uma política de equilíbrio de poder que não interessava ao

14 Brasil. Dessa forma, se de um lado o Brasil buscava autonomia no fornecimento de suas forças armadas (algo ainda distante nas primeiras décadas da Guerra Fria) por outro os Estados Unidos cada vez mais convertiam as transferências de armamentos em mecanismos de pressão ou em negócios. Isso deixava espaço para o Brasil buscar outros fornecedores no crescente mercado internacional e desenvolver sua própria indústria, que, em determinados nichos, também competia internacionalmente no final do período. Apesar de ter desempenhado um papel fundamental no fornecimento dos meios de combate das forças brasileiras, o que traz também implicações organizacionais, doutrinárias e ideológicas, as relações militares com os Estados Unidos foram progressivamente se distanciando, decorrência dos cada vez menos coincidentes objetivos em comum. Bibliografia BROWN, Seyom. (1974) New Forces in World Politics. Washington, D.C.: Brookings. DAGNINO, Renato. (2010), A indústria de defesa no governo Lula. São Paulo: expressão Popular. FICO, Carlos. (2008), O grande irmão: da operação Brother Sam aos anos do chumbo. O governos dos Estados Unidos e a ditadura militar brasileira: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. GONÇALVES, William e MIYAMOTO, Shigenoli. (1996), Os militares na política externa brasileira: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 12, pp HAINES, Gerald. (1989), The Americanization of Brazil: a study of US cold war diplomacy in the Third World ( ). Wilmington: Scholarly Resources. HIRST, Monica. (2009), Brasil - Estados Unidos: desencontros e afinidades. Rio de Janeiro: FGV Editora. HOFFMANN, Stanley. (1979) Primacy or World Order? New York: McGraw-Hill. KAPLAN, Stephen. U.S. Arms Transfers to Latin America, : Rational Strategy, Bureaucratic Politics, and Executive. International Studies Quarterly, Vol. 19, No. 4 (Dec., 1975), pp KINSELLA, David. Conflict in Context: Arms Transfers and Third World Rivalries during the Cold War. American Journal of Political Science, Vol. 38, No. 3 (Aug., 1994), pp MANIRUZZAMAN, Talukder. Arms Transfers, Military Coups, and Military Rule in Developing States The Journal of Conflict Resolution, Vol. 36, No. 4 (Dec., 1992), pp

15 MARTINS FILHO, João Roberto. (2005), As políticas militares dos EUA para a América Latina ( ). Teoria e Pesquisa. São Carlos, n.46, jan. pp MARTINS FILHO, João Roberto. (2008), A influência doutrinária francesa sobre os militares brasileiros nos anos de Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, p MARTINS FILHO, João Roberto. (2010), Marinha: tecnologia e política. In DOMINGOS NETO, Manuel. O militar e a ciência. Rio de Janeiro: Gramma. MOTT IV, William H. (2002), United States Military Assistance. An empirical perspective. London: Greenwood Press. MOURA, Gerson. (1980) Autonomia na dependência: a política externa brasileira de 1935 a Rio de Janeiro: Nova Fronteira. MOURA, Gerson. (1991), Sucessos e ilusões: relações internacionais do Brasil durante e após a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Editora da FGV. NEUMAN, Stephanie. (1984) International Stratification and Third World Military Industries. International Organization, Vol. 38, No. 1, pp PACH, Chester. (1991), Arming the free world: the origins of the United States Military Assistance Program, Chapel Hill: University of North Carolina Press. RABE, Stephen (1999), The most dangerous area in the world: John F Kennedy confronts Communist revolution in Latin America. University of North Carolina Press. SVARTMAN, Eduardo. (2008), O pragmatismo brasileiro na cooperação militar com os Estados Unidos nas décadas de 1930 e 40. Estudos Ibero-Americanos. Porto Alegre, v. 34, n.1, jan-jun, pp VIZENTINI, Paulo. (1998), A política externa do regime militar brasileiro: multilateralização, desenvolvimento e construção de uma potência média. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS.

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