PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO DO PLANO DE SAÚDE
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- Tânia Bergmann
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1 Aula n. 67 PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO DO PLANO DE SAÚDE 1
2 Políticas Nacional de Relações de Consumo Artigo 4º do CDC A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: 2
3 I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. 3
4 Princípio da vulnerabilidade do consumidor A vulnerabilidade é qualidade intrínseca, ingênita, peculiar, imanente e indissolúvel de todos que se colocam na posição de consumidor, pouco importando sua condição social, cultura ou econômica. [...] É incindível do contexto das relações de consumo, não admitindo prova em contrário por não se tratar de mera presunção. (Profa. Thereza Arruda e Prof. James Martins Eduardo Alvim). 4
5 Vulnerabilidade do consumidor - Vulnerabilidade fática decorre da discrepância entre a maior capacidade econômica e social dos agentes econômicos - detentores dos mecanismos de controle da produção, em todas as suas fases, e, portanto, do capital e, como consequência, de status, prestígio social - e a condição de hipossuficiente dos consumidores. 5
6 - Vulnerabilidade técnica decorre do fato de não possuir o consumidor conhecimentos específicos sobre o processo produtivo, bem assim como atributos específicos de determinados produtos ou serviços pela falta ou inexatidão das informações que lhe são prestadas. 6
7 - Vulnerabilidade jurídica ou científica resulta da falta de informação do consumidor a respeito dos seus direitos, inclusive no que respeita a quem recorrer ou reclamar; a falta de assistência jurídica, em juízo ou fora dele; a dificuldade de acesso à Justiça; a impossibilidade de aguardar a demora e longa tramitação de um processo judicial que, por deturpação de princípios processuais legítimos, culmina por conferir privilegiada situação aos réus, mormente os chamados litigantes habituais. 7
8 Hipervulnerabilidade indica consumidores portadores de deficiência física, doenças específicas, precária situação econômica e que, por isso, são merecedores de atendimento e informações especiais. 8
9 Iniciaremos nossa próxima aula tratando do Artigo 4º, inciso III, do CDC III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; 9
10 Artigo 4º, inciso III, do CDC (Em estudo) Artigo 51, inciso IV, do CDC: cláusulas nulas são aquelas que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. 10
11 Boa-fé objetiva indica o comportamento objetivamente adequado aos padrões de ética, lealdade, honestidade e colaboração exigidas nas relações de consumo. Boa-fé = lealdade no cumprimento do contrato pelo consumidor e pelo fornecedor. 11
12 A boa-fé objetiva indica um padrão comportamental a ser seguido com base na lealdade e na probidade (integridade de caráter), impedindo o exercício abusivo de direito por parte dos contratantes, no cumprimento não só da obrigação principal, mas também das acessórias, inclusive do dever de informar, de colaborar e de atuação diligente. 12
13 CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DE COBRANÇA. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM FOLHA. SUSPENSÃO DOS DESCONTOS. MANUTENÇÃO DO DEVER DE PAGAMENTO. PRINCÍPIO DA BOA- FÉ OBJETIVA. SENTENÇA MANTIDA. 1. O princípio da boa-fé objetiva impõe às partes durante a execução dos contratos, uma atuação pautada nos deveres de honestidade, lealdade e informação, consoante estabelecem o artigo 422 do Código Civil e artigo 4º, inciso III, do CDC. 2. Suspensos os descontos na folha de pagamento, cabe ao devedor providenciar a regularização do contrato com o pagamento das parcelas vencidas. 3. Recurso não provido.(acórdão n , APC, Relator: CRUZ MACEDO, Revisor: FERNANDO HABIBE, 4ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 18/11/2015, Publicado no DJE: 24/11/2015. Pág.: 238) 13
14 Artigo 3º, inciso I, da Constituição Federal Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária. Construção de relações jurídicas equilibradas que implicam na resolução equitativa de um problema. 14
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