Slackline na escola:

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1 Slackline na escola: para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico e estático Flávio Medeiros Viana Karoline Sisnandes da Silva Kilim Anita Massena Mello da Rocha Pereira Andréia Fernanda Moletta Resumo O Slackline é uma atividade de aventura que pode ser utilizada no âmbito escolar como recurso lúdico para incentivar a prática esportiva e reforçar conhecimentos sobre o meio ambiente. Além disso, é uma modalidade que requer pouco espaço, pois é prati- pode trazer para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico e estático. A metodologia utilizada é quantitativa e semi-experimental. A pesquisa contou com 21 participantes, estudantes do ano do Ensino Fundamental, com idades entre 13 e 14 anos: todos da rede pública de Joinville. O instrumento de pesquisa utilizado foi a bateria Johnson e Nelson que buscou avaliar o equilíbrio dinâmico e estático em apenas um teste, aplica- teste ocorreu na última semana de junho de Para a análise dos dados, utilizou-se da estatística descritiva e da estatística inferencial comparativa das médias entre pré e Test t de Student que deve ser utilizado nas aulas de Educação Física, principalmente, por contribuir positivamente com o equilíbrio dinâmico e estático dos adolescentes. Considerandose a importância do equilíbrio para a prática de outras atividades esportivas ou não, recomenda-se a prática dessa atividade, incluindo-a no planejamento anual da disciplina de Educação Física. Palavras-chave: Educação Física Escolar. Slackline. Equilíbrio Dinâmico. Equilíbrio Estático. 139

2 Flávio Medeiros Viana, Karoline Sisnandes da Silva Kilim, Anita Massena Mello da Rocha Pereira e Andréia Fernanda Moletta Introdução A necessidade de bons materiais e um espaço adequado é fundamental para o devem ser aplicados durante o ano letivo, em quesitos procedimentais, conceituais e - tados os limites de treinamento compatíveis ao desenvolvimento das crianças, pois o treinamento físico moderado é indicado para estimular o crescimento saudável. Os esportes alternativos são modalidades que habitualmente não são praticadas. Como o Slackline, que desenvolve o equilíbrio estático e dinâmico, pois é praticado quer altura (PEREIRA, 2013). como o envolvimento de inúmeras habilidades motoras, principalmente o equilíbrio, com a utilização de poucos recursos materiais. Mediante esse fato, surge o interesse de trazer essa modalidade para a vivência do âmbito escolar, levando em consideração a utilização de um recurso atrativo para as aulas de Educação Física, sendo uma alternativa diferente dos esportes coletivos tradicionalmente trabalhados (voleibol, basquetebol e futsal). Além de ser uma maneira motivadora da prática de atividades físicas, incentivando os alunos a participarem das aulas de Educação Física (POLI; SILVA; PEREIRA, 2012). O Slackline é uma modalidade que requer pouco espaço e, ainda, exige material acessível. O conteúdo é aplicado de maneira lúdica e se torna uma possibilidade de lazer tanto em contexto escolar como fora dele, sendo praticado como esporte de aventura, trazendo contribuições para o desenvolvimento social dos praticantes. e motora, aumento de concentração e consciência corporal, bem como o desenvolvimento de habilidades para outras modalidades esportivas (PEREIRA et al., 2011; O presente estudo reconhece o equilíbrio corporal como uma das habilidades nessa área de pesquisa. É de considerável importância a investigação e a compreensão da prática do Slackline e quais os benefícios envolvidos em relação ao desenvolvimento das habilidades motoras, correção postural em pré-adolescentes e a melhora no desemprenho das atividades diárias e práticas esportivas

3 Slackline na escola: para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico e estático estático, aplicar o programa de atividades de Slackline nas aulas de Educação Física participantes e proporcionar aos estudantes e ao professor novas experiências e novos conhecimentos sobre Slackline. 1. Metodologia A pesquisa se refere a um estudo quantitativo, pois é resultante de um levantamento de dados numéricos a partir do objeto de estudo apresentando. De acordo com os procedimentos técnicos, o estudo pode ser caracterizado como semi-experimental tal, entre 13 e 14 anos, do período vespertino, ano letivo de 2016, da rede pública de Joinville, localizada na Zona Oeste. A escolha deve-se por conveniência e disponibi- foram alunos que não tiveram interesse em participar, ou que tiveram muitos dias de falta, ou ainda, alunos que possuíam alguma limitação física ou problema de saúde que impedisse o desenvolvimento da proposta. Para participar da pesquisa, foram incluídos todos os alunos que tivessem de acordo com os critérios estabelecidos, além de terem em mãos o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) assinado pelo responsável e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido do Menor assinado lectual; ela teve condições de fazer os testes e as aulas com um acompanhamento mais cuidadoso. NELSON, 1974, apud ZACARIAS, 2005) que buscou avaliar o equilíbrio dinâmico e estático em apenas um teste. Foi aplicado o pré-teste na primeira semana de junho aconteceu na última semana do mesmo mês. Entre essas duas semanas foram desenvolvidas as aulas de Slackline com os alunos, o que totalizou oito encontros. Para o procedimento de análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva. No primeiro momento, a qual consiste nas medidas: a moda, a mediana, a média aritmética e o desvio padrão. No segundo momento foi utilizada a estatística inferencial, que pelo teste Shipiro-Wilk, pois a amostra era menor que 50 participantes, assim foi pos- 141

4 Flávio Medeiros Viana, Karoline Sisnandes da Silva Kilim, Anita Massena Mello da Rocha Pereira e Andréia Fernanda Moletta paramétricos, Test t de Student. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética do Bom Jesus/IELUSC e aprovada pelo número do parecer no ano de Essa investigação garantiu a inte- cos. A aplicação do estudo ofereceu riscos mínimos aos participantes, isto é: durante os testes os alunos estiveram sujeitos a uma remota probabilidade de sofrer uma entorse de joelho ou tornozelo, incidentes estes comuns nas aulas de Educação Física. É importante deixar claro que a aplicação tanto dos testes quanto do programa de atividades com Slackline não ofereceu risco ou esforço físico maior que os riscos inerentes à prática das aulas regulares de Educação Física. Caso ocorresse algum acidente, os procedimentos seriam os mesmos adotados pela escola nas aulas gerais (solicitação do SAMU, comunicação aos responsáveis e, se necessário, encaminhamento a uma unidade hospitalar). 2. Análise e discussão dos resultados Na análise de resultados obtidos do teste motor da bateria Johnson e Nelson, aplicado aos participantes antes e depois da proposta de atividades com Slackline, plementar os resultados. Dessa forma, observou-se que independentemente de sexo, houve uma melhora nos níveis de equilíbrio estático e dinâmico de todos os sujeitos que realizaram as atividades. A tabela 1 apresenta a distribuição dos resultados a partir do tratamento da estatística inferencial, possibilitando a compreensão do todo. Tabela 1: Resultados analisados a partir do tratamento da estatística inferencial Geral Feminino Masculino Variáveis Pré-Teste Pré-Teste Pré-Teste Média 89,40 Mediana 87,00 Desvio padrão ±14,37 Mínimo 69,00 Máximo 127,00 p-valor 0,00 Fonte: Elaboração dos autores (2016). 72,10 71,00 ±9,01 61,10 100,10 0,00 92,86 89,05 ±16,07 69,00 127,00 73,88 72,05 ±10,49 61,10 100,10 84,77 81,00 ±10,92 75,00 111,00 69,72 67,10 ±6,35 62,00 79,00 Observa-se, primeiramente, os dados gerais dos grupos, em relação à média, grupo masculino e feminino, respectivamente, apresenta os números de 15,05s (pré- 142

5 Slackline na escola: para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico e estático demonstrado um nível de melhora superior ao do grupo masculino, 17s (pré-teste = te. De acordo com a tabela, a variável mínima apresentou uma melhora de 7,9s no - te = 62,00s). O grupo feminino apresentou uma melhora de 7,9s (pré-teste = 69,00s - cativa nos resultados alcançados. As aulas de Educação Física são uma oportunidade de trazer ao âmbito escolar um estreitamento da relação dos estudantes com uma atividade de aventura, o que auxilia no desenvolvimento de habilidades locomotoras, mostrando que a prática de tais atividades promove o desenvolvimento adicional do desenvolvimento motor (ARAUJO, 2013). A partir dos resultados analisados pode-se perceber que, apesar do tiva nos alunos participantes, principalmente, no que se refere ao equilíbrio dinâmico e estático. Percebe-se que muitas pessoas por motivos relacionados ao medo, à falta de tempo, à interferência de questões ambientais, entre outros, acabam desistindo da prática do Slackline, por isso se faz necessário a vivência desse tipo de atividade na escola com traz a busca de sentimentos de auto realização e auto expressão dos alunos, induzindo atitudes de companheirismo, zelo pelo colega, compartilhamento de sensações, resolução de tarefas em conjunto, além de superar a tendência tradicional de prática corporal com ênfase na competição e no rendimento (SANTOS et al., 2015). De acor- ao equilíbrio dinâmico e estático em todos os participantes da pesquisa. A partir dos benefícios no que diz respeito ao desenvolvimento motor do indivíduo. O equilíbrio priadas, substancial no ato de aprender e no comportamento e equilíbrio dinâmico, (GUARDIOLA, 1998). Assim, ao observar as técnicas dos praticantes de Slackline, nota-se a exigência 143

6 Flávio Medeiros Viana, Karoline Sisnandes da Silva Kilim, Anita Massena Mello da Rocha Pereira e Andréia Fernanda Moletta física, especialmente das habilidades motoras. Estudos propõem que essa modalidade exige muita concentração e consciência corporal, por isso, pode ser usado como um plano de treinamento para melhorar o desempenho em outras modalidades esporti- aulas de Educação Física, principalmente, por contribuir positivamente com o equilíbrio dinâmico e estático dos adolescentes. Considerando-se a importância do equilíbrio para a prática de outras atividades esportivas ou não, recomenda-se a prática dessa atividade, de modo que deve ser incluída no planejamento anual da disciplina de Educação Física. As aulas se tornam mais interessantes, indicativo de que o Slackline deve fazer parte do conteúdo de Educação Física por ser uma atividade atrativa, relativamente nova, dando a oportunidade ao professor de variar seu planejamento incluindo uma modalidade diferente das já tradicionalmente praticadas nas aulas. O Slackline é um material atrativo à prática e requer um espaço pequeno, sendo um recurso de fácil aquisição. A proposta de atividade é divertida e possibilita benefícios relacionados a uma habilidade motora extremamente importante: estas são duas características que fazem do Slackline uma atividade a ser introduzida e acolhida pelas escolas e por grupos de crianças e adolescentes praticantes de qualquer atividade física. Recomenda-se estudos futuros em três diferentes perspectivas: primeiramente, sugere-se um estudo para conhecer a opinião dos alunos sobre ter a prática de esportes alternativos na escola. Certamente, o que este público pensa a respeito dos conteúdos a serem inseridos nas aulas de Educação Física é importante para o planejamento do professor que terá maior aceitação e participação nas suas aulas. Além disso, recomenda-se a aplicação de novos testes que mantenham o foco em outras habilidades motoras e capacidades físicas como coordenação, força e agilidade, já que estas são valências igualmente importantes para a prática de qualquer deste estudo com outra faixa etária, como por exemplo: nos anos iniciais do ensino fundamental. Isto ajudaria na retenção de mais dados, podendo auxiliar inclusive na observação e determinação de possíveis problemas motores. 144

7 Slackline na escola: para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico e estático Referências ARAUJO, P. M. et. al. Contribuição de diferentes conteúdos das aulas de educação física no ensino fundamental I para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. Rev Bras Med Esporte, São Paulo, v.18 n.3, Disponível em: < br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s &lang=pt#end>. Acesso em: 12 abr : Educação Física na escola. 2. ed. Ijuí: Unijui, em universitários praticantes de esportes de aventura. / UEM, Maringá, v. 24, n. 4, p , Disponível em: < Acesso em: 28 mar COUTO, F. A.; BERNARDES, L. A.; PEREIRA, D. W. O equilíbrio dinâmico em adultos sobre slackline. Buenos Aires, ano 18, n. 184, set., Disponível em: < Acesso em: 15 set GUARDIOLA, A. et. al. Associação Entre Desempenho Das Funções Corticais E Alfabetização Em Uma Amostra De Escolares De Primeira Série De Porto Alegre. -, São Paulo, v. 56 n. 2, p , Disponível em:< br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s x &lng=en> Acesso em: 12 abril PEREIRA, D. W. Slackline: vivências acadêmicas na educação física., br/index.php/motrivivencia/article/view/ v25n41p223>. Acesso em: 09 maio Congresso Brasileiro De Atividades De Aventura, 6, 2011, Pelotas. Anais... Pelotas: VICBAA.pdf>. Acesso em: 9 out POLI, J. J. C.; SILVA, A. O.; PEREIRA, D. W. Slackline: uma nova opção nas aulas de educação física., Buenos Aires, ano 17, n. 174, nov., Disponível em: < - Aventura E Na Natureza. /UEM, Maringá v.26, n. 4, 145

8 Flávio Medeiros Viana, Karoline Sisnandes da Silva Kilim, Anita Massena Mello da Rocha Pereira e Andréia Fernanda Moletta Disponível em: < &lang=pt>. Acesso em: 3 abr Extensão Lazer e Recreação. LICERE - < Acesso em: 11 março ZACARIAS, A. I. P.. Dissertação (Graduação), Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Univ. de Coimbra, Disponível em: < uc.pt/jspui/bitstream/10316/17429/9/metodologia.pdf>. Acesso em: 22 abril Sobre os autores IELUSC. Humano pela UNIVILLE. Professora Assistente da Faculdade IELUSC. Andréia Fernanda Moletta: Doutoranda de Educação na Universidade de São Paulo - FEUSP. Professora adjunta na Faculdade IELUSC. Professora da Rede Municipal de Ensino de Joinville. 146