CULTIVARES DE ALGODÃO PARA O BRASIL

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1 CULTIVARES DE ALGODÃO PARA O BRASIL Wilson Paes de Almeida 1 RESUMO O programa de melhoramento genético do algodoeiro desenvolvido no IAPAR objetiva aumentar renda e reduzir custos e riscos. De um lado, busca-se elevar a produtividade, a percentagem e a qualidade de fibra; de outro, prioriza-se obtenção de cultivares com ampla adaptação e resistência/tolerância aos principais patógenos/parasitas da cultura. O IAPAR, através de quatro empresas licenciadas (Coagel, Coceal, NKR e Taji) distribui três cultivares de algodoeiro e tem duas linhagens em vias de lançamento. As cultivares são: IPR 94, IPR 95 e IPR 96. São indicadas para plantio no Paraná, devendo a última ter indicação estendida para outros estados. No estado do Paraná, as três cultivares juntas ocuparam, na safra 2002/03, quase 60% da área algodoeira, tendo a IPR 96 respondido por mais de 40% do total plantado. Tais cultivares, e especialmente a IPR 96, tratam-se de genótipos de alta produtividade, responsivos, e ao mesmo tempo de ampla adaptação/rusticidade, e de bom rendimento e qualidade de fibra. Resultados de comportamento em ensaios de competição frente a outras cultivares, e principais características de interesse, são apresentados nas tabelas 1, 2 e 3. Tabela 1. Resultados médios obtidos em 11 ambientes, no Paraná, em 98/99. T Prec. Rend. P.Rel. Fib./ P.Re % Fb Com. Unif. Tena Mi Mat. Elon. Fin. t t % kg/ha % /h kg % l g g 2.5% % % % milit. IAPAR ,2 12,3 38,6 29,8 51,6 28,3 4, CD ,4 10,2 40,7 29, ,0 72,8 6,8 186 I P R ,6 10,0 40, ,0 71,8 6,9 185 I P R ,7 11,5 40,7 30,4 50, ,3 73,9 6,8 199 I P R ,8 11,7 39,7 29,6 51,7 29,7 4,4 73,5 6,8 201 Média , CV % DMS 5% Pesquisador Científico, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Caixa Postal 481, , Londrina-PR, wpalgo@pr.gov.br

2 Tabela 2. Resultados médios obtidos em 13 ambientes, no Paraná, em 99/00. T rat. Pr Rend. Fib % Com Unif. Tena Mic. Mat. Elon Fin. C S % kg/ha % ha % g g 2.5 % g/tex % % milit I P R % I P R I P R IAPAR Delta Opal C D Média CV % DMS 5% Tabela 3. Reação das cultivares frente a doenças/parasitas.# Doenças/parasitas IPR 94 IPR 95 IPR 96 IAPAR 71 Fusariose Verticiliose Bacteriose Nematóides* Ramulose Stemphylium Alternaria Virose ( MNRB ) M. avermelhado # Reações obtidas em condições normais de ocorrência dos patógenos./parasitas. Em condições muito favoráveis aos patógenos/parasitas, a reação das cultivares pode alterar-se. 0 sem informação; 1 altamente resistente; 2 resistente; 3 moderadamente resistente; 4 moderadamente suscetível; 5 suscetível; 6 altamente suscetível * Meloidogyne incognita e Rotylenchulus reniformis Características da planta características IPR 94 IPR 95 IPR 96 Altura (cm) Folhas médias pequenas médias Arquitetura convencional semicompacta convencional Número lojas 4 a 5 4 a 5 4 a 5

3 Peso capulho (g) 6,2 a 6,9 6,0 a 6,6 6,1 a 6,9 Retenção da fibra fraca média fraca Ciclo até florescimento 48 a a a 58 Ciclo até colheita (dias) 138 a a a 175 Acamamento MR MR MR % fibra (comercial) Até 38 Até 39 Até 39,5 Produtividade (comercial) Até 330@/ha Até 339@/ha Até 325@/ha Duas linhagens deverão estar no mercado em breve, com a sigla IPR. Uma delas, PR , avaliada nas Regiões Sul e Centro-Oeste, trata-se de genótipo com ótimo equilíbrio sanitário para as condições paranaenses, distinguindo-se, sobretudo, pelo comportamento frente à bacteriose e a Rothylenchulus. Avaliada em 12 (doze) ambientes, no Paraná, em 2001/2002, a PR revelou notável estabilidade fenotípica, obtendo 8 primeiros lugares e 2 segundos, frente a outras cultivares comerciais e linhagens. Mais características da referida linhagem encontram-se na tabela 4, onde são apresentadas as médias dos 12 ambientes de avaliação. Tabela 4. Resultados médios obtidos em 12 ambientes, no Estado do Paraná, em 2001/2002. Prec PR Fib/ha PR %Fib 1Cap 100S Comp Unif Tenac Elon Mic Mat Fin Refl Am CSP Cultivares (%) (Kg/ha)alqueire (%) (Kg/ha) (%) % g. g mm % gt/pol % % mltex PR , ,2 6,6 11,0 29, ,9 6,9 4, ,6 2,330 PR , ,6 6,5 11,0 28, ,2 6,9 4, ,0 2,249 PR , ,0 6,5 11,0 28, ,5 7,0 4, ,9 2,262 PR , ,2 6,7 11,2 28, ,8 6,9 4, ,1 2,239 I P R , ,3 7,0 11,7 30, ,8 6,9 4, ,2 2,272 PR , ,3 7,1 12,0 30, ,0 7,0 4, ,0 2,300 I P R , ,1 6,8 11,4 29, ,6 6,9 4, ,9 2,332 I P R , ,9 7,0 12,1 29, ,4 6,9 4, ,9 2,291 Média Geral 73 4, ,3 6,8 11,4 29, ,0 6,9 4, ,284 C.V. % 11 14,3 13,8 2,8 5,6 3,9 2,8 3,1 5,9 0,9 4,5 4,9 5,0 2 4,9 2,7 D.M.S ,6 0,2 0,2 0,5 0,9 0,9 0,1 0,1 2,1 5,9 1 0,3 36 A segunda linhagem mencionada, PR , avaliada em múltiplos ambientes do Estado de Mato Grosso, destacou-se como o genótipo mais produtivo, na média, entre 20 testados. Reúne como pontos fortes: alto potencial produtivo, estabilidade de produção e baixo índice de podridão de maçãs. Frente a doenças/parasitos, revelou-se vulnerável a nematóides e Alternariose. Informações adicionais são apresentadas nas tabelas 5 e 6.

4 Tabela 5. Resultados médios de produção e reação a doenças de 20 genótipos avaliados em múltiplos ambientes, no Estado de Mato Grosso, em 2001/2002. Prod. Fibra (@/ha) Rend (%) Ramulária Ramulose Virose Genótipo (@/há) Média Média Média Média Média Média PR a ab fg 2.18 fg 1.63 cde 1.21 fg BRS IPÊ b bcdef ef 2.39 cdefg 1.75 bcd 1.48 defg IAC b defg hi 2.47 bcdef 1.41 e 1.18 fg abc b cdefg gh 2.81 a 1.79 d 1.16 fg AROEIRA bc efg j 2.38 cdefg 1.67 cde 1.21 fg bcd DELTA OPAL bc abcde d 2.79 ab 1.75 e 1.14 fg FMT bc efg hij 2.29 efg 1.63 cde 1.16 fg abcde bc a b 2.50 f 1.66 cde 1.10 g MAQUINA bc abcd c 2.66 abc 1.57 de 2.62 a FABRICA bc abcd c 2.53 abcde 1.65 cde 2.31 ab abcde IAC bc g k 2.49 f 1.53 de 1.29 efg CD bc fg hij 2.47 bcdef 2.04 ab 1.50 defg PR94_ bc efg gh 2.53 abcde 1.62 de 1.45 defg CD bc g j 2.64 abcd 2.02 ab 1.38 efg bc bcdef c 2.14 g 1.41 e 1.73 cde FMT SATURNO bc g ij 2.41 cdefg 1.67 cde 1.59 def ST bc abc a 2.42 cdefg 1.95 abc 1.88 bcd ITA c fg de 2.29 efg 1.76 bcd 2.43 a bcd PRECOCE d h j 2.25 efg 1.72 e 1.08 g SM d i l 2.33 defg 2.11 a 2.20 abc FONTE: FACUAL

5 Tabela 6. Reação frente a outras doenças e outras características de 20 genótipos avaliados em múltiplos ambientes do Estado de Mato Grosso, em 2001/2002. Genótipo Acam. Altura (cm) P1C Bacteriose Alternária Stem. Média Média Média Média Média Média j ij 6.65 fgh 1.45 h 1.75 e 1.25 b DELTA OPAL 1.14 j gh 6.16 jkl 1.67 efgh 2.02 bcde 1.58 ab MAQUINA 1.31 ij i 6.15 kl 2.28 abc 2.21 abc 1.33 b ITA hij bcd 5.99 lm 2.28 abc 2.24 abc 1.33 b FABRICA 1.55 ghi fg 6.09 l 2.01 bcde 2.06 abcde 1.33 b PR fghi gh 6.69 fgh 1.43 h 1.93 cde 1.38 ab BRS IPÊ 1.65 efgh bcd 6.48 hi 1.97 cdef 2.31 ab 1.42 ab FMT SATURNO 1.75 defg bc 7.02 cd 2.35 ab 2.33 ab 1.58 ab ST defg h 5.83 M 2.12 bcd 1.88 de 1.67 ab AROEIRA 1.85 defg bcd 6.88 cdef 1.99 bcdef 2.23 abc 1.62 ab SM cdef b 7.92 a 2.54 a 2.37 a 1.83 a FMT bcdef b 6.40 ij 1.80 defgh 2.34 a 1.38 ab Cd bcdef gh 6.73 efg 1.80 defgh 2.29 ab 1.50 ab bcde a 6.55 ghi 1.92 cdefg 2.31 ab 1.50 ab bcd bc 7.12 c 1.83 defg 2.17 abcd 1.67 ab PR bc def 6.97 cde 1.55 gh 2.37 a 1.83 a PRECOCE bc j 6.38 ijk 1.88 defg 2.02 bcde 1.42 ab CD b cde 6.84 def 1.64 fgh 2.25 ab 1.50 ab IAC_ a efg 7.59 b 1.73 efgh 2.02 bcde 1.50 ab FONTE: FACUAL