INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
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- Maria Laura Osório Medina
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1 INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL ENDIVIDAMENTO E RENTABILIDADE DAS GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS BRASILEIRAS E ESTRANGEIRAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2006 SETEMBRO/2006
2 Conselho do IEDI Abraham Kasinski Sócio Emérito Amarílio Proença de Macêdo Andrea Matarazzo Antonio Marcos Moraes Barros Benjamin Steinbruch Carlos Antônio Tilkian Carlos Francisco Ribeiro Jereissati Carlos Mariani Bittencourt Carlos Pires Oliveira Dias Claudio Bardella Daniel Feffer Décio da Silva Eugênio Emílio Staub Flávio Gurgel Rocha Francisco Amaury Olsen Ivo Rosset Ivoncy Brochmann Ioschpe Jacks Rabinovich Jorge Gerdau Johannpeter José Antonio Fernandes Martins José Roberto Ermírio de Moraes Josué Christiano Gomes da Silva Presidente do Conselho Lirio Albino Parisotto Luiz Alberto Garcia Marcelo Bahia Odebrecht Miguel Abuhab Nildemar Secches Olavo Monteiro de Carvalho Paulo Guilherme Aguiar Cunha Paulo Setúbal Neto Pedro Eberhardt Pedro Franco Piva Pedro Grendene Bartelle Pedro Luiz Barreiros Passos Rinaldo Campos Soares Robert Max Mangels Roberto de Rezende Barbosa Roger Agnelli Salo Davi Seibel Thomas Bier Herrmann Victório Carlos De Marchi Walter Fontana Filho Diretor Geral Hugo Miguel Etchenique Membro Colaborador Paulo Diederichsen Villares Membro Colaborador Paulo Francini Membro Colaborador Roberto Caiuby Vidigal Membro Colaborador
3 ENDIVIDAMENTO E RENTABILIDADE DAS GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS BRASILEIRAS E ESTRANGEIRAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE Principais Resultados e Conclusões...1 Endividamento...1 Desempenho...6 Introdução...10 Composição da Amostra...11 Estrutura de Capitais e Endividamento...12 Desempenho Econômico...17 Dados e Informações Adicionais Trabalho preparado por Julio Sergio Gomes de Almeida e Claudio A. Jacob.
4 Principais Resultados e Conclusões Na presente edição do estudo semestralmente elaborado pelo IEDI sobre as empresas industriais brasileiras, foram reunidas informações para 101 delas. Além disso, foram reunidos dados de 133 corporações estrangeiras negociadas na Bolsa de Nova York e na Nasdaq, em sua grande maioria norte-americanas. Tanto quanto possível, o objetivo é comparar resultados de empresas nacionais e do exterior. Selecionamos as empresas estrangeiras de cinco segmentos, quais sejam: siderurgia/mineração, química, papel e celulose, alimentos e máquinas e equipamentos. Convém sublinhar desde já que a moeda americana teve cotação média de R$ 2,57 no primeiro semestre de 2005, iniciando o ano em R$ 2,66 e fechando o semestre em R$ 2,35. Já no primeiro semestre de 2006 a cotação média ficou em R$ 2,19, iniciando em R$ 2,33 e fechando o semestre em R$ 2,16. Endividamento É fato que as empresas estrangeiras têm capacidade de obter recursos a custos inferiores e a prazos mais longos, o que as habilita a buscarem níveis de endividamento mais elevados. O índice de liquidez corrente pode oferecer alguns elementos para a análise dessa situação, como segue: A amostra total das empresas brasileiras apresenta um índice de 1,73 (1,65, em 06/2005). No caso dos segmentos da amostra das brasileiras que são comparáveis à amostra das estrangeiras, a liquidez é ainda maior, de 1,88 (1,84, em 06/2005). Para as estrangeiras o índice ficou em 1,55 em 06/2006 (1,7, em 06/2005). Outro dado importante para comparação é a participação da parcela de curto prazo do endividamento em relação ao endividamento total. Este indicador, para a amostra das empresas brasileiras apresentou elevação de 0,27, em 06/2005, para 0,29, em 06/2006, enquanto para as empresas estrangeiras subiu de 0,19, em 06/2005, para 0,20, em 06/2006. No caso das empresas industriais brasileiras dos segmentos comparáveis aos das estrangeiras, o indicador ficou estável em 0,24. Alguns segmentos da amostra das brasileiras merecem destaque quanto ao alargamento que obtiveram em termos do prazo médio do endividamento entre 06/2005 e 06/2006, considerando o indicador em análise: Alimentos, de 0,54 para 0,36; Bebidas e Fumo, de 0,47 para 0,20; Material de Transporte, de 0,43 para 0,35 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
5 Editora, de 0,84 para 0,08; e Metalurgia, de 0,49 para 0,40. O avanço na estrutura de endividamento da grande empresa brasileira demonstra a melhora na sua posição de risco externo e interno, reduz suas taxas de captação e a coloca em posição de maior capacitação para ampliar seus investimentos. Por outro lado, em outros poucos segmentos houve piora no indicador: Material de Construção, de 0,61 para 0,78; Produtos Cosméticos, de 0,42 para 0,60; Utilidades Dom, de 0,42 para 0,52; e Petróleo e Gás, de 0,19 para 0,29. É interessante destacar comparações diretas entre alguns segmentos da amostra das nacionais com as estrangeiras: O segmento de Alimentos das brasileiras, conforme mencionado anteriormente, tem um nível de endividamento de curto prazo mais elevado em relação às estrangeiras, que está em 0,30 (0,27, em 06/2005), o mesmo ocorre com o segmento Siderúrgico, as estrangeiras ficam em 0,05 (0,07, em 06/2005). Outros indicadores que apresentam algumas particularidades entre as condições financeiras das nacionais e das estrangeiras são as relações entre o Endividamento Líquido e o Ativo Total Líquido e entre o Endividamento Líquido e o PL. No caso do primeiro indicador mencionado, a amostra das empresas brasileiras apresenta um grau de alavancagem semelhante ao das estrangeiras, ficando em 0,18, em 06/2006, e em 0,21, em 06/2005. Considerando as empresas brasileiras comparáveis, os números são muito semelhantes aos das estrangeiras, de 0,23, em 06/2005, e 0,24, em 06/2006. As empresas estrangeiras apresentam uma relação de 0,23 nos dois períodos. No caso da relação entre Endividamento Líquido e PL, a amostra das empresas brasileiras apresenta média inferior à das estrangeiras, ficando em 0,45, em 06/2005, e 0,34, em 06/2006. Tomando os segmentos comparáveis, os índices são de 0,49, em 06/2005, e 0,47, em 06/2006. Note-se que as empresas estrangeiras apresentaram relação entre Endividamento Líquido e PL de 0,50, em 06/2005, e 0,51, em 06/2006. Estes números demonstram a diferença entre os segmentos das empresas brasileiras. Existem empresas que conseguem um nível de internacionalização e porte suficiente para alcançar indicadores semelhantes com relação a seus pares estrangeiros. Isto é um efeito claro da internacionalização. Contudo é certo que esse fenômeno é restrito a alguns poucos segmentos mais dinâmicos, como Siderurgia/Mineração, Alimentos, Papel e Celulose e Química, que são os segmentos eleitos para comparação com as estrangeiras neste estudo. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
6 Destacamos alguns segmentos de empresas brasileiras que apresentaram redução da alavancagem em relação aos dois períodos analisados: Bebidas e Fumo, cujo endividamento líquido sobre o PL caiu de 0,36 para 0,30; Materiais Aeronáuticos, com endividamento líquido sobre o PL de 0,04 (0,13 em 06/2005); Metalurgia, com queda no endividamento total sobre o Ativo Total (AT) de 0,39 para 0,32 e do endividamento líquido sobre o PL de 2,40 para 1,75; e Papel e Celulose, apresentando queda no endividamento líquido sobre o PL de 0,66 para 0,58. Na amostra das empresas estrangeiras, chama atenção o nível de endividamento do segmento de Alimentos, que, em relação ao Ativo Total Líquido, atingiu 0,29 e, em relação ao PL, chegou a 0,68, nível sensivelmente superior ao dos pares nacionais. O segmento de Máquinas das estrangeiras também demonstra um nível de alavancagem superior ao das nacionais, com endividamento líquido sobre o PL de 0,50 (0,54 em 06/2005). Por outro lado, as empresas estrangeiras do segmento Siderúrgico têm endividamento menor que as nacionais, com a posição do endividamento líquido sobre o AT de 0,14 (0,11 em 06/2005) e sobre o PL de 0,32 (0,27 em 06/2006). Endividamento de CP sobre Endividamento Total Alimentos 0,36 0,54 Armas e Munições 0,68 0,74 Bebidas e Fumo 0,20 0,47 Calçados 0,43 0,38 Diversos 0,48 0,62 Editora 0,08 0,84 Embalagens 0,35 0,55 Equip elétricos 0,62 0,68 Madeira 0,56 0,57 Máquinas 0,69 0,70 Mat. Aeronáutico 0,33 0,41 jun/05 jun/06 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
7 Mat Const Mat Transp Metalurgia Mineração Papel Petróleo Prod Limp/Cosm Química Siderurgia Têxtil Ut Dom Total - brasileiras Total sem Petrobrás Endividamento de CP sobre Endividamento Total 0,61 0,43 0,35 0,49 0,40 0,29 0,23 0,19 0,18 0,19 0,29 0,42 0,60 0,21 0,21 0,27 0,32 0,42 0,41 0,42 0,52 0,27 0,29 0,32 0,29 0,78 jun/05 jun/06 Endividamentos de CP sobre Endividamento Total - Empresas Estrangeiras 0,30 0,30 0,27 0,27 0,19 0,19 0,19 0,20 0,11 0,12 0,07 0,05 Química Papel e celulose Alimentos Máquinas Siderurgia Total - estrangeiras jun/05 jun/06 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
8 Endividamento Líquido Sobre Ativo Total Líquido Alimentos 0,22 0,29 Armas e Munições 0,11 0,14 Bebidas e Fumo 0,21 0,19 Diversos -0,38-0,20 Editora -0,06 0,03 Embalagens -0,33-0,06 Equip elétricos 0,12 0,26 Madeira 0,33 0,38 Máq e Equip 0,18 0,27 Mat Aeronáutico Mat Construção 0,02 0,02 0,05 0,02 jun/05 jun/06 Endividamento Líquido sobre Ativo Total Líquido Mat Transporte 0,16 0,19 Metalurgia 0,32 0,39 Mineração 0,16 0,18 Papel 0,31 0,34 Petróleo 0,11 0,20 Prod Limp/Cosm -0,04 0,03 Química 0,19 0,29 Siderurgia 0,25 0,24 Têxtil 0,19 0,19 Ut Dom 0,07 0,05 Total Total sem Petrobrás 0,18 0,21 0,22 0,21 jun/05 jun/06 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
9 Endividamento Líquido Sobre Ativo Líquido - Estrangeiras 0,37 0,38 0,31 0,29 0,24 0,23 0,23 0,23 0,16 0,13 0,11 0,14 Química Papel e celulose Alimentos Máquinas Siderurgia Total - estrangeiras jun/05 jun/06 Desempenho Como seria de se esperar, a amostra das empresas estrangeiras apresenta um nível de rentabilidade sensivelmente inferior ao das nacionais devido a uma série de motivos como a maior escala de produção, o que as possibilita a exercer margens menores e atingir fatias maiores de mercado. A propósito, convém destacar a enorme diferença de escalas ou tamanhos médios das empresas brasileiras e estrangeiras dos segmentos considerados. Assim, por exemplo, tomando as comparações pela receita líquida média, o tamanho das empresas estrangeiras era de quatro a treze vezes superior em setores como Alimentos, Máquinas, Papel e celulose e Petroquímica. Em Siderurgia/Mineração, a presença da Vale do Rio Doce entre as brasileiras e o porte global de várias das siderúrgicas brasileiras torna o resultado muito diferente, como pode ser observado abaixo. Valores Médios por Empresa de Receita Líquida US$ Mil (Base Primeiro Semestre de 2006) Brasileiras Estrangeiras Alimentos Máquinas Siderurgia e Mineração Papel e Celulose Química Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
10 A amostra das empresas brasileiras registrou alguns sintomas de queda de rentabilidade, com a rentabilidade sobre o PL caindo de 14% para 11,7% entre os dois períodos analisados neste estudo e com o lucro da atividade caindo de 25,49% para cerca de 24%. Considerando a amostra sem a Petrobrás a queda é ainda mais sintomática, com a rentabilidade sobre a receita caindo de 15,1% para 13,2%, a rentabilidade sobre o PL de 13,9% para 10% e o lucro da atividade de 23,1% para 19,2%. Nota-se claramente que alguns segmentos muito dinâmicos para a indústria nacional apresentaram queda significativa na rentabilidade em 06/2006, como: Alimentos, com queda na rentabilidade sobre a receita de 5,8% para 0,2%, na rentabilidade sobre o PL de 10,4% para 0,2% e chegando a prejuízo de 0,02% na atividade sobre a receita; Siderurgia, cuja rentabilidade sobre PL caiu de 19,9% para 10,8% e sobre a RL de 19,7% para 14,7%. O Lucro da atividade sobre a RL também caiu para 31,6% (22% em 06/2005); Material Aeronáutico, com redução da rentabilidade sobre o PL de 8,7% para 5% e sobre a RL de 10,1% para 6%. O lucro da atividade registrou queda de 11,8% para 6,5%; Papel e Celulose, cuja rentabilidade sobre o PL passou de 10,8% para 8,6% e sobre a RL de 23,4% para 20,2%, enquanto que o lucro da atividade recuou de 31,4% para 17,1%; e Química, com queda da rentabilidade sobre a RL para 3,3% (9,1% em 06/2005), enquanto a rentabilidade sobre o PL ficou em 4,3% (12,2% em 06/2005). O lucro da atividade também caiu, saindo de 12,5% para 6,5%. Outros segmentos se destacaram por melhorar o desempenho em 06/2006: Bebidas e Fumo, com retorno sobre a RL de 15% (8,4% em 06/2005); Calçados, que apresentou elevação do retorno sobre o PL para 7,1% (6,5% em 06/2005) e também sobre a RL, que alcançou 9,4% (7,2% em 06/2005). O lucro da atividade atingiu 10,9% sobre a RL (8,6% em 06/2005); e Mineração, com elevação do retorno sobre a RL de 31,3% para 34,3%. Importantes segmentos da indústria brasileira, como Alimentos, Siderurgia, Química, Papel e Celulose, Material Aeronáutico, entre outros, apresentaram queda significativa no desempenho entre os dois semestres analisados, demonstrando a perda no fôlego da indústria, que pode ter sua causa em inúmeros fatores, como: efeito da valorização cambial no preço das exportações brasileiras e conseqüente redução da lucratividade em moeda nacional, redução dos preços internacionais de alguns produtos, redução da demanda internacional e ingresso de grandes players no mercado, falta de perspectiva de crescimento sustentado e de uma política Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
11 industrial e de investimento articulada e definida pelo estado, principalmente com foco nos gargalos da infra-estrutura. Essa situação, caso seja mantida nós próximos períodos, pode afetar outros segmentos da indústria, principalmente aqueles que têm parte significativa de suas vendas direcionadas ao exterior e que não têm tido elevação nos preços de forma a compensar a valorização do câmbio. Outro aspecto a ser destacado é a possível redução nos investimentos em novos projetos, o que pode ser verificado pelo aumento na liquidez e redução do endividamento financeiro, indicadores que, sem dúvida, refletem a melhor saúde financeira das empresas industriais nacionais, mas que também denotam a relativamente pouca disposição a assumir riscos de novas inversões. Para efeito de comparação da rentabilidade com o desempenho das grandes empresas industriais, observa-se que para cinco instituições financeiras (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e Banespa) classificadas entre as dez maiores no ranking do Banco Central, a taxa de retorno anualizada sobre o PL no primeiro semestre de 2006 foi de 31,46%, registrando um forte aumento em relação ao mesmo período de 2005 (28,19%). Rentabilidade sobre a Receita Líquida Alimentos 3,5% 6,1% Armas e Mun 4,2% 8,7% Bebidas e Fumo 12,2% 11,4% Calçados 5,9% 9,5% Diversos 0,1% 8,8% Editora 4,2% 8,4% Embalagens 8,7% 10,8% Equip elétricos -1,1% 3,1% Madeira 1,3% 4,5% Máquinas 6,9% 7,9% Matl Aeron 7,8% 12,3% jun/05 jun/06 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
12 Rentabilidade sobre a Receita Líquida Mat Const Mat Transp Metalurgia Mineração Papel Petróleo Prod Limp/Cosm Química Siderurgia Têxtil Ut Dom Total Total sem Petrobrás -8,3% jun/05 4,8% 1,9% 6,5% 5,2% 3,5% 2,1% 8,4% 6,3% 5,0% 1,3% 5,5% 0,4% 23,5% 21,1% 17,8% 16,1% 17,0% 13,8% 15,8% 17,0% 13,9% 14,9% 12,6% 13,5% jun/06 30,7% Rentabilidade sobre a Receita Líquida - Estrangeiras 11,5% 11,0% 8,8% 8,9% 9,8% 7,7% 7,3% 7,3% 6,1% 5,9% 2,8% -1,1% Química Papel e celulose Alimentos Máquinas Siderurgia Total - estrangeiras jun/05 jun/06 Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
13 Introdução Na presente edição do estudo semestralmente elaborado pelo IEDI sobre as empresas industriais brasileiras foram reunidas informações para 101 delas. Além disso, pela primeira vez, reunimos também dados para 133 corporações estrangeiras negociadas na Bolsa de Nova York e na Nasdaq. Do total de companhias estrangeiras, 119 são norte-americanas e o restante de outros países europeus, asiáticos e do Canadá. Tanto quanto possível, o objetivo é comparar resultados de empresas nacionais e do exterior. Foram selecionadas companhias estrangeiras de cinco segmentos, a saber: siderurgia/mineração, química, papel e celulose, alimentos e máquinas e equipamentos. As empresas brasileiras também foram classificadas por atividade econômica. No caso dos grupos empresariais, estes foram tratados pela empresa consolidadora das informações; portanto as controladas foram eliminadas da amostra para evitar a dupla contagem. Um exemplo é a eliminação da Petroquisa, controlada da Petrobrás. Os indicadores selecionados têm o propósito de verificar três situações: i) a estrutura de capitais; ii) a situação financeira; iii) o desempenho econômico, por segmento. Os indicadores selecionados foram: 1. Estrutura de Capitais: indica como os ativos são financiados, dividindo a estrutura do passivo em Recursos Próprios (Patrimônio Líquido e Participações Minoritárias), Recursos de Terceiros Onerosos (bancos e outros títulos de dívida cuja remuneração esteja contratada como debêntures) e Outras Fontes (fornecedores, encargos sociais e fiscais a pagar e outros); 2. Liquidez Corrente: indica a capacidade de solvência da empresa no Curto Prazo, é a razão entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante; 3. Relação entre o Endividamento Oneroso líquido e os Recursos Próprios: é formado pelos empréstimos e financiamentos e as debêntures menos as disponibilidades e as aplicações financeiras sobre o volume de Recursos Próprios, também é um indicador de alavancagem financeira; 4. Participação dos Empréstimos de Curto Prazo no total de Empréstimos: o propósito é demonstrar o grau de vulnerabilidade do passivo oneroso da base de empresas, quanto maior este indicador maior é a fragilidade do passivo oneroso; 5. Relação entre o Endividamento Oneroso Líquido e o Ativo Total Líquido: é formado pelos empréstimos e financiamentos e as debêntures menos as disponibilidades e as aplicações financeiras sobre o Ativo Total menos as disponibilidades financeiras; 6. Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido; 7. Rentabilidade sobre a Receita Líquida; 8. EBTIDA ou Lucro da Atividade sobre a Receita Líquida: refere-se ao resultado operacional sem as despesas ou receitas financeiras líquidas, o propósito deste indicador é demonstrar a lucratividade pura do negócio. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
14 Composição da Amostra As 101 companhias nacionais foram agrupadas em 23 segmentos de atividade. Dentre eles, os maiores em termos de receita líquida nos primeiros seis meses de 2006 são: Petróleo e Gás (39,68% da Receita Líquida Total), formado pela Petrobrás, maior empresa da amostra, e outra refinaria de menor peso perto da gigante estatal; Siderurgia (16,03%), formado por empresas como Usiminas, Acesita, CSN e Arcelor; Químico (9,26%), formado por empresas com empresas como Braskem, Unipar, Suzano Pet, Petroflex e Ultrapar; Mineração (9,28%), representado pela Cia Vale do Rio Doce; Bebidas e Fumo (5,17%), formado pela Souza Cruz e Ambev; e Alimentos (3,77%), formado por Sadia e Perdigão. Outra empresa relevante na amostra é a Embraer, única representante do segmento de Material Aeronáutico e responsável por 2,13% do total. Na Tabela abaixo é mostrada a participação e a quantidade de empresas nos segmentos considerados para este estudo. Participação de Cada Segmento no Total da Amostra (Segundo a Receita Líquida Primeiro Semestre de 2006 e Quantidade de Empresas) Segmento Nº de Empresas Participação % sobre a Receita Líquida Segmento Nº de Empresas Participação % sobre a Receita Líquida Alimentos 9 3,77% Material de construção 2 0,21% Armas e munições 2 0,14% Material de transporte 6 1,85% Bebidas e fumo 2 5,17% Metalurgia 9 2,06% Brinquedos e Lazer 1 0,02% Mineração 1 9,28% Calçados 3 0,62% Papel e celulose 7 3,88% Diversos 2 0,32% Petróleo e gás 2 39,68% Editora 1 0,15% Prod. de limpeza e cosméticos 2 0,79% Embalagens 3 0,40% Químico 13 9,26% Equipamentos elétricos 1 0,03% Siderurgia 7 16,03% Madeira 2 0,50% Têxtil, vestuário e couro 16 2,31% Máquinas e equipamentos 6 1,34% Utensílios domésticos 3 0,08% Material aeronáutico 1 2,13% Total ,00% Quanto à amostra das empresas estrangeiras, seus dados foram extraídos diretamente das demonstrações financeiras de cada companhia, os quais não tiveram nenhum tratamento de forma a adaptá-los aos padrões brasileiros. O padrão das demonstrações das empresas estrangeiras obedece à regulamentação norte-americana (US GAAP). Os dados utilizados no caso das estrangeiras foram retirados das informações e relatórios anuais entregues às bolsas em que são negociadas nos EUA e à comissão de valores mobiliários norte-americana (Securities Exchange Commission - SEC), sendo que foram consideradas as empresas cujo fechamento do segundo trimestre ficou entre abril e junho. As companhias que entregaram as informações com base na moeda do país de origem tiveram seus dados convertidos pelo câmbio em relação ao dólar americano. Os segmentos selecionados das estrangeiras foram cinco: siderurgia/mineração, química, papel e celulose, alimentos e máquinas e equipamentos, obedecendo à classificação setorial adotada pela bolsa de Nova York e pela Nasdaq. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
15 As companhias estrangeiras seguem a seguinte divisão: Nº de empresas Norte Americanas Outros países Participação na Receita Líquida, 06/2006 Química ,9% Papel e celulose ,5% Alimentos ,4% Máquinas ,1% Siderurgia ,0% Total - estrangeiras ,0% As dez maiores empresas da amostra das estrangeiras por receita líquida, em US$ milhões, são: Companhia País de Origem 06/ /2006 Basf AG Alemanha Dow Chemical Co. EUA Unilever N V N Holanda Tyson Foods Inc. EUA Mittal Steel Company N.V. Holanda Kraft Foods INC EUA Du Pont EUA Intl Paper EUA Bunge Limited EUA Deere CO EUA Estrutura de Capitais e Endividamento Para o melhor entendimento da dinâmica do endividamento e do resultado das empresas industriais brasileiras consideradas nesta análise é importante verificar o comportamento da taxa câmbio, a qual influencia o desempenho das companhias cujo endividamento está atrelado à variação cambial e que têm como mercado principal o exterior. A moeda americana teve cotação média de R$ 2,57 no primeiro semestre de 2005, iniciando o ano em R$ 2,66 e fechando o semestre em R$ 2,35. Já no primeiro semestre de 2006 a cotação média ficou em R$ 2,19, iniciando em R$ 2,33 e fechando o semestre em R$ 2,16. A comparação entre os dados das empresas brasileiras e das estrangeiras merece uma atenção específica no tocante à questão da capacidade de endividamento e alavancagem financeira. É fato que as empresas estrangeiras, por disporem de condições de financiamento melhores e mais estáveis, possuem capacidade de obter recursos a custos inferiores e a prazos mais longos, habilitando-as economicamente a buscarem níveis de endividamento mais elevados e, assim, alavancarem maiores investimentos. Isso pode ser comprovado diretamente da comparação dos índices de liquidez corrente, como segue: A amostra total das empresas brasileiras apresenta um índice de 1,73 (1,65, em 06/2005). No caso específico daqueles segmentos brasileiros que são comparáveis aos da amostra das estrangeiras, a liquidez é ainda maior, de 1,88 (1,84, em 06/2005). Para as estrangeiras o índice era de 1,55 em 06/2006 (1,7, em 06/2005). Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
16 Outro dado importante para comparação é a participação da parcela de curto prazo do endividamento em relação ao endividamento total. Este indicador, para a amostra das empresas brasileiras apresentou elevação de 0,27, em 06/2005, para 0,29, em 06/2006, enquanto para as empresas estrangeiras subiu de 0,19, em 06/2005, para 0,20, em 06/2006. No caso das empresas industriais brasileiras dos segmentos comparáveis aos das estrangeiras, o indicador ficou estável em 0,24. Alguns segmentos da amostra das brasileiras merecem destaque quanto ao alargamento que obtiveram em termos do prazo médio do endividamento entre 06/2005 e 06/2006, considerando o indicador em análise: Alimentos, de 0,54 para 0,36; Bebidas e Fumo, de 0,47 para 0,20; Material de Transporte, de 0,43 para 0,35; Editora, de 0,84 para 0,08; e Metalurgia, de 0,49 para 0,40. É digno de registro esse avanço na estrutura de endividamento da grande empresa brasileira, pois melhora sua posição de risco externo e interno, reduz suas taxas de captação e a coloca em posição de maior capacitação para ampliar seus investimentos. Por outro lado, em outros poucos segmentos houve piora no indicador: Material de Construção, de 0,61 para 0,78; Produtos Cosméticos, de 0,42 para 0,60; Utilidades Dom, de 0,42 para 0,52; e Petróleo e Gás, de 0,19 para 0,29. É interessante destacar comparações diretas entre alguns segmentos da amostra das nacionais com as estrangeiras: O segmento de Alimentos das brasileiras, conforme mencionado anteriormente, tem um nível de endividamento de curto prazo mais elevado em relação às estrangeiras, que está em 0,30 (0,27, em 06/2005). O mesmo ocorre com o segmento Siderúrgico, as estrangeiras ficam em 0,05 (0,07, em 06/2005). Outros indicadores a apresentarem certas particularidades entre as condições financeiras das nacionais e das estrangeiras são as relações entre o Endividamento Líquido e o Ativo Total Líquido e entre o Endividamento Líquido e o PL. No caso do primeiro indicador mencionado, a amostra das empresas brasileiras registra um grau de alavancagem semelhante ao das estrangeiras, ficando em 0,18, em 06/2006, e em Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
17 0,21, em 06/2005. Considerando as empresas brasileiras comparáveis, os números são muito semelhantes aos das estrangeiras, de 0,23, em 06/2005, e 0,24, em 06/2006. As empresas estrangeiras apresentam uma relação de 0,23 nos dois períodos. No caso da relação entre Endividamento Líquido e PL, a amostra das empresas brasileiras apresenta média inferior à das estrangeiras, ficando em 0,45, em 06/2005, e 0,34, em 06/2006. Considerando os segmentos comparáveis, os índices são de 0,49, em 06/2005, e 0,47, em 06/2006. Note-se que as a relação entre Endividamento Líquido e PL das companhias estrangeiras foi de 0,50, em 06/2005, e de 0,51, em 06/2006. Estes números demonstram a diferença entre os segmentos das empresas brasileiras. Existem empresas que conseguem um nível de internacionalização e porte suficiente para alcançar indicadores semelhantes com relação a seus pares estrangeiros. Isto é um efeito claro da internacionalização. Contudo é certo que esse fenômeno é restrito a alguns poucos segmentos mais dinâmicos, como Siderurgia/Mineração, Alimentos, Papel e Celulose e Química, justamente aqueles eleitos para comparação com as estrangeiras neste estudo. Cumpre destacar alguns segmentos de empresas brasileiras que apresentaram redução da alavancagem em relação aos dois períodos analisados: Bebidas e Fumo, cujo endividamento líquido sobre o PL caiu de 0,36 para 0,30; Madeira, com queda no endividamento total líquido sobre o Ativo Total (AT) de 0,27 para 0,18 e do endividamento líquido sobre o PL de 0,61 para 0,35; Materiais Aeronáuticos, com endividamento líquido sobre o PL de 0,04 (0,13 em 06/2005); Metalurgia, com queda no endividamento total sobre o Ativo Total (AT) de 0,39 para 0,32 e do endividamento líquido sobre o PL de 2,40 para 1,75; e Papel e Celulose, apresentando queda no endividamento líquido sobre o PL de 0,66 para 0,58. Por outro lado, outros segmentos acusaram elevação no nível de endividamento: Alimentos, cujo endividamento total líquido sobre o Ativo Total (AT) saiu de 0,22 para 0,29 e o endividamento líquido sobre o PL de 0,47 para 0,65; Embalagens, com elevação no endividamento líquido sobre o PL de 0,28 para 0,80; e Química, também com elevação endividamento líquido sobre o PL de 0,42 para 0,69 e sobre o AT de 0,19 para 0,29. Na amostra das empresas estrangeiras, chama atenção o nível de endividamento do segmento de Alimentos, cujo endividamento líquido sobre o Ativo Total Líquido é 0,29 e o endividamento total líquido sobre o PL passou de 0,68, nível sensivelmente superior ao dos Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
18 pares nacionais. O segmento de Máquinas das estrangeiras também demonstra um nível de alavancagem superior ao das nacionais, com endividamento líquido sobre o PL de 0,50 (0,54 em 06/2005). Por outro lado, as empresas estrangeiras do segmento Siderúrgico têm endividamento menor que as nacionais, com a posição do endividamento líquido sobre o AT de 0,14 (0,11 em 06/2005) e sobre o PL de 0,32 (0,27 em 06/2006). Passando para a estrutura de capitais, esta apresenta alguns movimentos que merecem destaque. Os recursos próprios da amostra das brasileiras passaram de 43% para 46,3% e, sem a Petrobrás, o mesmo indicador subiu de 43,4% para 45,6%. Essa elevação teve como contrapartida na estrutura de capitais a redução da fonte Outros recursos de terceiros. A amostra da estrangeiras não apresentou variação significativa, com elevação tímida da participação dos recursos próprios de 42,1% para 42,6%, entre os dois períodos, abaixo da amostra das brasileiras dos segmentos comparáveis (46,3%). Ainda, as estrangeiras têm nos recursos de terceiros onerosos 28% de sua fonte de recursos (28,7%, em 06/2005) e 29,4% (29,2% em 06/2005) em outras fontes, enquanto a amostra das brasileiras comparáveis apresenta 29,4% (28,4% em 06/2005) e 24,3% (28,3% em 06/2005), respectivamente, nos dois indicadores. Alguns segmentos da amostra das brasileiras merecem atenção: Alimentos, que apresentou queda nos Recursos Próprios de 37,1% para 33,4% e dos Outros Recursos de Terceiros de 25,4% para 20,9%, sendo que os recursos de terceiros onerosos subiram de 37,5% para 45,7%; Bebidas e Fumo, que teve a participação de recursos próprios elevada de 56,2% para 59,9%, enquanto os Outros recursos de terceiros caíram de 23,1% para 21,5%; Calçados, que também teve a participação de recursos próprios subindo de 59,5% para 65,9%, enquanto os outros recursos de terceiros caíram de 24,6% para 20,3%; Mineração, com crescimento dos recursos próprios de 49,5% para 56,3% e queda nos outros recursos de terceiros de 27,5% para 22%; e Siderurgia, que apresentou aumento na participação de recursos próprios de 40,5% para 44,2%, com queda nos outros recursos de terceiros de 31,4% para 27,1%. Alguns segmentos das estrangeiras merecem paralelos com os pares nacionais, como Alimentos, com recursos próprios superiores, 42% (41,3% em 06/2005); e Papel e Celulose, cujos recursos próprios também foram superiores, 51,8% (51,7% em 06/2005), enquanto o nível das brasileiras está em 47% (45,6% em 06/2005). Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
19 Liquidez Corrente Endividamento de CP/ Endividamento Total 06/ / / /2006 Alimentos 1,57 1,88 0,54 0,36 Armas e Munições 1,93 1,87 0,74 0,68 Bebidas e Fumo 0,86 1,32 0,47 0,20 Brinquedos e Lazer* 16,79 22, Calçados 3,49 4,21 0,43 0,38 Diversos 2,91 2,93 0,48 0,62 Editora 2,33 3,56 0,84 0,08 Embalagens 1,62 1,58 0,55 0,35 Equipamentos elétricos 1,28 1,58 0,68 0,62 Madeira 1,12 1,42 0,56 0,57 Máquinas e Equipamentos 1,83 1,78 0,69 0,70 Material Aeronáutico 2,05 1,72 0,33 0,41 Material de Construção 1,44 1,30 0,61 0,78 Material de Transporte 1,62 1,89 0,43 0,35 Metalurgia 1,31 1,52 0,49 0,40 Mineração 1,51 1,66 0,29 0,23 Papel e Celulose 2,29 2,53 0,19 0,18 Petróleo e Gás 1,53 1,58 0,19 0,29 Produtos de Limpeza e Cosméticos 1,16 1,10 0,42 0,60 Química 1,69 1,59 0,21 0,21 Siderurgia 2,07 1,97 0,27 0,32 Têxtil, couro e vestuário 1,81 1,83 0,42 0,41 Utilidades Domésticas 2,28 2,52 0,42 0,52 Total - brasileiras 1,65 1,73 0,27 0,29 Total sem Petrobrás 1,70 1,79 0,32 0,29 Total dos Segmentos comparáveis aos das Estrangeiras 1,84 1,88 0,24 0,24 Estrangeiras Química 1,99 1,70 0,19 0,19 Papel e celulose 2,15 2,00 0,11 0,12 Alimentos 1,00 0,98 0,27 0,30 Máquinas 1,65 1,41 0,27 0,30 Siderurgia 2,31 2,25 0,07 0,05 Total - estrangeiras 1,70 1,55 0,19 0,20 Obs: * Segmento sem endividamento. Indicadores Financeiros Indicadores Financeiros Endividamento Líquido/ Ativo Total Liq Endividamento Líquido /PL 06/ / / /2006 Alimentos 0,22 0,29 0,47 0,65 Armas e Munições 0,11 0,14 0,19 0,25 Bebidas e Fumo 0,21 0,19 0,36 0,30 Brinquedos e Lazer** 0,00 0, Calçados -0,20-0,38-0,24-0,36 Diversos 0,03-0,06 0,04-0,08 Editora -0,06-0,33-0,09-0,36 Embalagens 0,12 0,26 0,28 0,80 Equipamentos elétricos 0,38 0,33 1,59 0,91 Madeira 0,27 0,18 0,61 0,35 Máquinas e Equipamentos 0,02 0,02 0,04 0,03 Material Aeronáutico 0,05 0,02 0,13 0,04 Material de Construção 0,18 0,14 0,40 0,30 Material de Transporte 0,16 0,19 0,41 0,49 Metalurgia 0,39 0,32 2,40 1,75 Mineração 0,18 0,16 0,35 0,26 Papel e Celulose 0,34 0,31 0,66 0,58 Petróleo e Gás 0,20 0,11 0,44 0,20 Prod. de Limpeza e Cosméticos** 0,03-0, Química 0,19 0,29 0,42 0,69 Siderurgia 0,25 0,24 0,58 0,51 Têxtil, couro e vestuário 0,19 0,19 0,38 0,43 Utilidades Domésticas 0,07 0,05 0,14 0,09 Total 0,21 0,18 0,45 0,34 Total sem Petrobrás 0,22 0,21 0,46 0,42 Total dos Segmentos comparáveis às Estrangeiras 0,23 0,24 0,49 0,47 Estrangeiras Química 0,13 0,16 0,29 0,36 Papel e celulose 0,37 0,38 0,69 0,72 Alimentos 0,31 0,29 0,72 0,68 Máquinas 0,24 0,23 0,54 0,50 Siderurgia 0,11 0,14 0,27 0,32 Total - estrangeiras 0,23 0,23 0,50 0,51 * O sinal negativo indica que o segmento tem recursos disponíveis superiores ao endividamento. ** Segmento com PL negativo. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
20 Estrutura de Capitais Recursos Próprios Recursos onerosos de Outros recursos terceiros de terceiros 06/ / / / / /2006 Alimentos 37,1% 33,4% 37,5% 45,7% 25,4% 20,9% Armas e Munições 56,3% 53,7% 15,4% 20,0% 28,2% 26,4% Bebidas e Fumo 56,2% 59,9% 23,2% 21,5% 20,7% 18,6% Brinquedos e Lazer 87,1% 88,0% 0,0% 0,0% 12,9% 12,0% Calçados 59,5% 65,9% 15,8% 13,8% 24,6% 20,3% Diversos 64,9% 64,9% 13,7% 14,6% 21,3% 20,5% Editora 57,7% 66,0% 5,2% 4,9% 37,2% 29,1% Embalagens 42,7% 32,1% 12,9% 27,1% 44,4% 40,7% Equipamentos elétricos 22,8% 34,6% 41,0% 35,3% 36,1% 30,1% Madeira 42,3% 43,6% 29,7% 31,6% 28,0% 24,8% Máquinas e Equipamentos 46,8% 44,9% 29,1% 31,3% 24,1% 23,9% Material Aeronáutico 32,3% 29,1% 23,1% 19,8% 44,7% 51,2% Material de Construção 42,6% 41,4% 23,4% 23,7% 34,0% 34,9% Material de Transporte 36,7% 36,3% 20,5% 26,2% 42,8% 37,5% Metalurgia 15,1% 16,2% 42,3% 40,2% 42,6% 43,6% Mineração 49,5% 56,3% 23,0% 21,7% 27,5% 22,0% Papel e Celulose 45,6% 47,0% 41,7% 40,3% 12,8% 12,7% Petróleo e Gás 41,9% 48,5% 28,6% 21,5% 29,4% 30,0% Produtos de Limpeza e Cosméticos -6,3% -6,8% 18,2% 14,6% 88,1% 92,2% Química 40,2% 38,5% 29,2% 35,8% 30,6% 25,7% Siderurgia 40,5% 44,2% 28,1% 28,6% 31,4% 27,1% Têxtil, couro e vestuário 47,9% 41,5% 22,9% 26,6% 29,2% 31,9% Utilidades Domésticas 47,7% 51,8% 11,1% 7,8% 41,2% 40,4% Total 43,0% 46,8% 28,4% 26,2% 28,6% 27,1% Total sem Petrobrás 43,4% 45,6% 28,3% 28,9% 28,3% 25,6% Total dos Segmentos comparáveis às Estrangeiras 43,3% 46,3% 28,4% 29,4% 28,3% 24,3% Estrangeiras Química 39,0% 39,4% 24,2% 24,2% 36,8% 36,4% Papel e celulose 51,7% 51,8% 38,2% 39,2% 10,0% 9,0% Alimentos 41,3% 42,0% 32,7% 31,2% 26,1% 26,8% Máquinas 41,6% 44,7% 29,6% 27,5% 28,8% 27,8% Siderurgia 38,3% 39,0% 19,2% 20,3% 42,5% 40,8% Total - estrangeiras 42,1% 42,6% 28,7% 28,0% 29,2% 29,4% Desempenho Econômico Como seria de se esperar, a amostra das empresas estrangeiras apresenta um nível de rentabilidade sensivelmente inferior ao das nacionais devido a uma série de motivos como a maior escala de produção, o que as possibilita a exercer margens menores e atingir fatias maiores de mercado. A propósito, convém destacar a enorme diferença de escalas ou tamanhos médios das empresas brasileiras e estrangeiras dos segmentos considerados. Assim, por exemplo, tomando as comparações pela receita líquida média, o tamanho das empresas estrangeiras era de quatro a treze vezes superior em setores como Alimentos, Máquinas, Papel e celulose e Petroquímica. Em Siderurgia/Mineração, a presença da Vale do Rio Doce entre as brasileiras e o porte global de várias das siderúrgicas do nosso País torna o resultado muito diferente, como pode ser observado abaixo. Valores Médios por Empresa de Receita Líquida US$ Mil (Base Primeiro Semestre de 2006) Brasileiras Estrangeiras Alimentos Máquinas Siderurgia e Mineração Papel e Celulose Química Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
21 A amostra das empresas brasileiras acusou algumas sintomas de queda de rentabilidade, com a rentabilidade sobre o PL caindo de 14% para 11,7% entre os dois períodos analisados neste estudo e com o lucro da atividade em termos de receita caindo de 25,49% para cerca de 24%. Considerando a amostra sem a Petrobrás a queda é ainda mais sintomática, com a rentabilidade sobre a receita caindo de 15,1% para 13,2%, a rentabilidade sobre o PL de 13,9% para 10% e o lucro da atividade de 23,1% para 19,2%. Nota-se claramente que alguns segmentos muito dinâmicos para a indústria nacional apresentaram queda significativa na rentabilidade em 06/2006, como: Alimentos, com queda na rentabilidade sobre a receita de 5,8% para 0,2%, na rentabilidade sobre o PL de 10,4% para 0,2% e chegando a prejuízo de 0,02% no lucro da atividade sobre a receita; Siderurgia, cuja rentabilidade sobre PL caiu de 19,9% para 10,8% e sobre a RL de 19,7% para 14,7%. O Lucro da atividade sobre a RL também caiu para 31,6% (22% em 06/2005); Material Aeronáutico, com redução da rentabilidade sobre o PL de 8,7% para 5% e sobre a RL de 10,1% para 6%. O lucro da atividade registrou queda de 11,8% para 6,5%; Papel e Celulose, cuja rentabilidade sobre o PL passou de 10,8% para 8,6% e sobre a RL de 23,4% para 20,2%, enquanto que o lucro da atividade recuou de 31,4% para 17,1%; e Química, com queda da rentabilidade sobre a RL para 3,3% (9,1% em 06/2005), enquanto a rentabilidade sobre o PL ficou em 4,3% (12,2% em 06/2005). O lucro da atividade também caiu, saindo de 12,5% para 6,5%. Outros segmentos se destacaram por melhorar o desempenho em 06/2006: Bebidas e Fumo, com retorno sobre a RL de 15% (8,4% em 06/2005); Calçados, que apresentou elevação do retorno sobre o PL para 7,1% (6,5% em 06/2005) e também sobre a RL, que alcançou 9,4% (7,2% em 06/2005). O lucro da atividade atingiu 10,9% sobre a RL (8,6% em 06/2005); e Mineração, com elevação do retorno sobre a RL de 31,3% para 34,3%. Importantes segmentos da indústria brasileira, como Alimentos, Siderurgia, Química, Papel e Celulose, Material Aeronáutico, entre outros, apresentaram queda significativa no desempenho entre os dois semestres analisados, demonstrando a perda no fôlego da indústria, que pode ter sua causa em inúmeros fatores, como: efeito da valorização cambial no preço das exportações brasileiras e conseqüente redução da lucratividade em moeda nacional, redução dos preços internacionais de alguns produtos, redução da demanda internacional e ingresso de grandes players no mercado, falta de perspectiva de crescimento sustentado e de uma política industrial e de investimento articulada e definida pelo estado, principalmente com foco nos gargalos da infra-estrutura. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
22 Indicadores de Desempenho Rentabilidade sobre a Receita Líquida Rentabilidade sobre o PL Lucro da Atividade sobre a Receita (a) 06/ / / / / /2006 Alimentos 5,8% 0,2% 10,4% 0,2% 5,1% 0,0% Armas e Munições 1,6% 4,5% 1,2% 3,6% 2,6% 7,0% Bebidas e Fumo 8,4% 15,0% 4,0% 6,9% 23,1% 26,1% Brinquedos e Lazer* 10,7% 14,7% - - 8,6% 2,7% Calçados 7,2% 9,4% 6,5% 7,1% 8,6% 11,0% Diversos 10,1% 11,2% 7,8% 8,0% 14,9% 17,2% Editora 9,4% 9,1% 18,1% 11,4% 15,9% 15,0% Embalagens 4,6% 4,1% 6,6% 5,4% 11,4% 10,2% Equipamentos elétricos -10,1% 0,8% -22,9% 1,3% -2,0% 8,7% Madeira 5,0% 6,6% 3,9% 4,7% 13,6% 14,9% Máquinas e Equipamentos 9,2% 11,5% 10,4% 12,0% 10,4% 11,2% Material Aeronáutico 10,1% 6,0% 8,7% 5,0% 11,9% 6,5% Material de Construção 4,1% -0,3% 6,0% -0,4% 10,1% 3,3% Material de Transporte 4,9% 6,0% 10,6% 12,2% 9,6% 10,6% Metalurgia 5,0% 4,4% 18,9% 13,6% 13,0% 10,7% Mineração 31,3% 34,3% 21,9% 17,1% 42,4% 47,8% Papel e Celulose 23,4% 20,2% 10,8% 8,6% 31,4% 17,1% Petróleo e Gás 15,7% 18,1% 14,3% 14,7% 29,5% 30,9% Produtos de Limpeza e Cosméticos* 23,1% 2,1% ,0% 9,8% Química 9,1% 3,3% 12,2% 4,3% 12,5% 6,5% Siderurgia 19,7% 14,7% 19,9% 10,8% 31,6% 22,1% Têxtil, couro e vestuário 1,2% -1,8% 1,0% -1,8% 6,4% 0,2% Utilidades Domésticas -1,6% 0,9% -1,1% 0,5% 0,4% 0,0% Total 15,4% 15,2% 14,0% 11,7% 25,5% 23,9% Total sem Petrobrás 15,1% 13,2% 13,9% 10,0% 23,1% 19,2% Total dos Segmentos compa-ráveis às Estrangeiras 18,2% 15,6% 17,0% 11,2% 26,2% 21,5% Estrangeiras Química 8,8% 8,9% 10,2% 11,0% 15,4% 15,4% Papel e celulose 2,8% -1,1% 2,0% -1,0% 12,8% 8,5% Alimentos 6,1% 5,9% 9,8% 9,0% 9,4% 9,1% Máquinas 7,7% 11,5% 8,4% 11,9% 12,5% 16,2% Siderurgia 11,0% 9,8% 15,6% 14,0% 15,5% 14,2% Total - estrangeiras 7,3% 7,3% 8,7% 8,9% 12,9% 12,7% (a) No caso das estrangeiros o cálculo foi feito com base no EBTIDA: é o resultado econômico antes da incidência de impostos sobre a renda, de despesas financeiras líquidas e da depreciação/amortização. * Segmento com PL negativo. Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
23 Dados e Informações Adicionais Receita Líquida e Lucro Líquido por Segmento, em R$ Mil Receita Líquida Lucro Líquido 06/ / / /2006 Alimentos Armas e Munições Bebidas e Fumo Brinquedos e Lazer Calçados Diversos Editora Embalagens Equipamentos elétricos Madeira Máquinas e Equipamentos Material Aeronáutico Material de Construção Material de Transporte Metalurgia Mineração Papel e Celulose Petróleo e Gás Produtos de Limpeza e Cosméticos Química Siderurgia Têxtil, couro e vestuário Utilidades Domésticas Total Brasileiras Estrangeiras - US$ Mil Química Papel e celulose Alimentos Máquinas Siderurgia Total Estrangeiras Endividamento e Rentabilidade das Grandes Empresas Industriais Brasileiras e Estrangeiras no Primeiro Semestre de
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