Estudo Qualitativo de Dinâmica de Populações

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Estudo Qualitativo de Dinâmica de Populações"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MATEMÁTICA APLICADA Estudo Qualitativo de Dinâmica de Populações Iracema Ariel de Morais Bonomini Itajubá, fevereiro de 2012

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MATEMÁTICA APLICADA Iracema Ariel de Morais Bonomini Estudo Qualitativo de Dinâmica de Populações Dissertação submetida ao Programa de Pós- Graduação em Física e Matemática Aplicada como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências em Física e Matemática Aplicada. Área de Concentração: Matemática Aplicada Orientador: Prof. Dr. Luis Fernando de Osório Mello Fevereiro, 2012 Itajubá - MG

3 i All models are wrong, but some are useful. George Box

4 Resumo Inicialmente, um modelo predador-presa planar é estudado. Já o seguinte é um sistema no espaço tridimensional que descreve a competição entre duas espécies de predadores por uma única espécie presa, onde ocorrem as bifurcações de Hopf e a zip. Usando uma resposta funcional Holling tipo III generalizada, ou incluido mais predadores - modelo predador presa n + 1)-dimensional -, a bifurcação zip persiste nos novos modelos. Palavras chave: e zip Dinâmica de populações, sistema predador-presa, bifurcações de Hopf ii

5 Abstract First, a two dimensional predator-prey model is studied. The next model is a three dimensional space system, that describes the competition od two predators species for a single species of prey, where occurs a Hopf and a zip bifurcations. Using a generalized Holling III type functional response or including more predators - n + 1)-dimensional system -, the zip bifurcation persists in new models. Keywords: Population dynamics, predator-prey system, Hopf and zip bifurcations iii

6 Conteúdo Resumo Abstract Índice Lista de Figuras ii iii iv v Introdução 1 1 Um modelo predador-presa Os Pontos de Equilíbrio de 1.2) Estabilidade dos Pontos de Equilíbrio de 1.2) Competição de dois predadores por uma presa Pontos de Equilíbrio de 2.2) Estabilidade dos Pontos de Equilíbrio de 2.2) Caso: λ 1 λ Caso 2: λ 1 = λ 2 e a 1 = a Caso 3: λ 1 = λ 2 e a 1 a iv

7 v 3 Extensões do modelo 2.1) Modelo de competição de predadores com funções Holling tipo III generalizadas Caso 1: a 1 = a Caso 2: a 1 a Modelo de competição entre n predadores Caso 1: a 1 =... = a n = a Caso 2: a 1 a 2 a n Discussões finais 61 Bibliografia 63 Anexo I 65 Anexo II 73

8 Lista de Figuras 1.1 Retrato de fase para λ < K < a + 2λ Retrato de fase para a + 2λ < K < a + 2λ + ɛ Pontos de equilíbrio para λ 1 λ Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ 2 e a 1 +2λ 1 < K < a 1 +2λ 1 +ɛou, equivalentemente, a 2 + 2λ 2 < K < a 2 + 2λ 2 + ɛ) A superfície de nível H 1 c) Projeção da superfície de nível H 1 c) no plano {S = S 0 } H 1 c) no plano {S = S 0 }, para c {c 1, c 2, c 3 } Intersecção de H 1 c) e L Projeção no plano {S = S 0 } de H 1 c) e L Cilindros de órbitas periódicas atratoras para λ 1 = λ 2 e a 1 = a Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ 2 e a 1 a Retrato de fase: órbita periódica atratora em x 2 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.9, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.8, d 2 = 1.95, m 2 = 3, K = Intervalo de integração: [-50,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.85, 0), 1, 0, 0.3), 0.99, 0.1, 0.9) vi

9 vii 3.2 Retrato de fase: órbita periódica atratora em x 1 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.8, d 1 = 1.95, m 1 = 3, a 2 = 0.9, d 2 = 1, m 2 = 2, K = Intervalo de integração: [-10,50]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.02), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0) Retrato de fase: órbitas periódicas atratoras em x 1 = 0 e x 2 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 1.5, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 2.7. Intervalo de integração: [-20,80]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.02), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 1.5. Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 4. Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2) Retrato de fase: formação do continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 0.99, m 1 = 2, a 2 = 0.95, d 2 = 1.05, m 2 = 2, K = 2.5. Intervalo de integração: [20,300]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05)

10 viii 3.8 Retrato de fase: formação do continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 0.99, m 1 = 2, a 2 = 0.95, d 2 = 1.05, m 2 = 2, K = 6. Intervalo de integração: [-100,500]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 2. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 3.5. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 3. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44) Retrato de fase: órbitas em Ω. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.999, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 2.9. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.0, 0.5), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05) Retrato de fase. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.991, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 2.9. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.0, 0.5), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05). 72

11 ix 3.14 Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 1.6, n = 5. Intervalo de integração: [0,20]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 2.15, n = 5. Intervalo de integração: [0,30]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 6, n = 5. Intervalo de integração: [-5,8]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 6, n = 5. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 1.7, n = 5. Intervalo de integração: [0,50]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 2.15, n = 5. Intervalo de integração: [-50,30]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3)

12 x 3.20 Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 5, n = 5. Intervalo de integração: [-10,10]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3) Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 5, n = 5. Intervalo de integração: [-10,60]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3)

13 Introdução A dinâmica de populações, onde por população se entende um grupo de indivíduos de mesma espécie que ocupa uma determinada área, tem início com Malthus 1798), An Essay on the Principles of Population. Em 1838, Verhulst propõe um modelo de crescimento populacional limitado pela capacidade do meio. Os modelos foram aperfeiçoados, estudados e outros tantos foram criados, [18]. Aqui, o foco é o estudo qualitativo das equações diferenciais de sistemas do tipo predador-presa. Esse sistema foi consolidado por Lotka e Volterra na década de 20 no século XX ẋt) = axt) bxt)yt), ẏt) = cyt) + dxt)yt), 1) onde, xt) representa a densidade populacional de presas, yt) a densidade populacional de predadores, a, b, c, d são parâmetros estritamente positivos. Um bom estudo dele encontrase em [4]. No primeiro capítulo, apresenta-se um modelo predador-presa com resposta funcional Holling tipo II. Verifica-se a coexistência das espécies, não somente pontual, mas até mesmo com uma órbita periódica. No segundo capítulo, acrescenta-se um outro predador ao sistema inicial, o do Capítulo 1

14 2 1, havendo, portanto, uma competição entre os predadores pela presa. Quais resultados ainda são mantidos no novo sistema? Ao se extinguir um predador, os resultados do Capítulo 1 são resgatados. No entanto, quando as três espécies envolvidas sobrevivem há a possibilidade do sistema apresentar um continuum de equilíbrios, ou seja, um segmento de reta constituído por pontos de equilíbrio restrito ao primeiro octante. Nos parâmetros considerados, ocorrem dois tipos de bifurcações, a de Hopf e a zip, [1], [2]. Por último, duas generalizações do modelo do Capítulo 2 são exibidas. Em uma delas utiliza-se uma resposta funcional Holling tipo III generalizada, e na outra inclui-se mais predadores para competir pela única presa, de modo que o sistema passa a ser n + 1)- dimensional, com n 2. A bifurcação zip também ocorre nesses novos modelos.

15 Capítulo 1 Um modelo predador-presa Neste capítulo, será abordado um modelo predador-presa planar utilizando uma resposta funcional Holling tipo II. Em seu clássico trabalho de 1959 The components of predation as revealed by a study of small-mammal predation of the European pean sawfly), Holling apresenta a noção de resposta funcional que é a taxa de ingestão de comida pelo consumidor. O interesse aqui é quando a comida é uma presa e o consumidor um predador e, portanto, nas considerações feitas, serão eles os descritos. A resposta funcional Holling tipo I é a mais simples delas por considerar um crescimento linear na taxa da ingestão de presas, sendo utilizada, em 1), no modelo predador-presa de Lotka-Volterra. Já a tipo II é caracterizada por uma desaceleração na taxa de ingestão, modelada por fs) = bs 1 + bhs, onde f denota a taxa de ingestão de presas, S a densidade populacional de presas, b a taxa de ataque a taxa na qual o predador encontra a presa por unidade de densidade populacional de presas) e h o tempo para o predador manipular/processar a presa. por último, a tipo III representa a relação do número de presas consumidas e a densidade populacional de presas é maior que a função linearmente crescente do consumo de presas E 3

16 4 pelos predadores. Essa resposta acelerada pode ser causada pelo tempo de aprendizagem do predador para caçar a presa, pela seleção de presas - o predador dispõe de espécies distintas de presas para se alimentar -, ou pela combinação desses dois fenômenos. Para alta densidade populacional de presas, o comportamento é semelhante a de tipo II. A generalização dessa última função será abordada no Capítulo 3. Considere o modelo a ser estudado dado por onde Ṡt) = γst) 1 St) ) mxt)st) K a + St), ẋt) = mxt)st) a + St) dxt), St) é a densidade populacional de presas num dado instante t; xt) é a densidade populacional de predadores num dado instante t. 1.1) É válido observar que 1.1) é uma família de sistemas planares constituída de equações diferenciais ordinárias não-lineares autônomas, dependendo de cinco parâmetros. Atentando-se ao fato de que o sistema 1.1) é um modelo biológico, algumas restrições são feitas, St) 0, xt) 0, e os parâmetros presentes em 1.1) possuem os seguintes significados, tais como em [1]: γ > 0 é a taxa de crescimento intrínseca da presa; K > 0 é a capacidade ambiental com respeito à presa; m > 0 é a taxa máxima de nascimento do predador; d > 0 é a taxa de mortalidade do predador; a > 0 é a constante de meia saturação para o predador.

17 5 Ao introduzir dois novos parâmetros λ = ad, com o seguinte significado: xt) é crescente se e somente se St) > λ; m d β = m d; em [6] e [7], mostram que o predador pode sobreviver apenas se 0 < λ < K, o que implica m > d, ou seja a natalidade deve superar a mortalidade, e então 1.1) assume a seguinte forma Ṡt) = γst) 1 St) ) mxt)st) K a + St), ẋt) = βxt) St) λ a + St). 1.2) Nas próximas seções, quer-se estudar a dinâmica de 1.2) de maneira qualitativa. Ressaltase que λ e β sempre são positivos, e para os estudos seguintes K > λ. A variável t estará subentendida, assim se escreverá S ou x ao invés de St) e xt). O sistema 1.1) ora será tratado simplesmente como sistema, ora como campo de vetores F : Ω Ω com ou e F S, x) = F S, x) = γs 1 S ) mxs K a + S, mxs ) a + S dx, 1.3) γs 1 S ) mxs K a + S, βxs λ ) a + S Ω = {S, x) R 2 : S 0, x 0}. 1.4) Desse modo Ω = {S, x) R 2 : S > 0, x > 0}.

18 6 1.1 Os Pontos de Equilíbrio de 1.2) O lema a seguir é de obtenção imediata. Lema O sistema 1.2) apresenta três pontos de equilíbrio: P 0 = 0, 0); P 1 = K, 0); ) a + λ P 2 = λ, γ 1 λ )). m K 1.2 Estabilidade dos Pontos de Equilíbrio de 1.2) Antes de discutir as estabilidades dos pontos de equilíbrio do Lema 1.1.1, é importante salientar que as soluções de 1.2) são limitadas, ou seja, uma vez adentrada uma região do primeiro quadrante, jamais sairão dela. Lema As retas S = 0 e x = 0 são invariantes. Demonstração. Será mostrado que o campo F S, x), definido em 1.3), restrito a cada uma dessas retas não possui componente normal a elas, matematicamente: S = 0 x = 0 0, x βλ ) 1, 0) = 0. a γs 1 S ) mxs ) K a + S, 0 0, 1) = 0. Portanto, soluções com condições iniciais em S = 0 ou em x = 0 ficam restritas às retas. Lema Toda solução de 1.2) com S 0, x 0 ) Ω tende a um conjunto limitado em Ω.

19 7 Demonstração. Considere a equação da reta S + x = c, onde c é uma constante positiva. O vetor normal a essa reta é n = 1, 1). Considere o campo de vetores definido em 1.3) Assim, F S, x) n = γs F S, x) = se c > γk δ 0, onde δ 0 = min{γ, d}, γs 1 S ) mxs K a + S, mxs ) a + S dx. 1 S ) dx γk γs dx γk δ 0 S + x) = γk δ 0 c, K F St), xt)) n < 0, ou seja, para t, as soluções de 1.1) ficam confinadas à Φ = {S, x) Ω : S + x < c, c > γk/δ 0 }. Definindo Θ = {a, m, K, β, γ, λ) R 6 : a > 0, m > 0, K > λ, β > 0, γ > 0, λ > 0}, 1.5) pode-se dizer que, dado a 0, m 0, K 0, β 0, γ 0, λ 0 ) Θ, a dinâmica dos pontos de equilíbrio P 0 e P 1 do Lema é sempre a mesma. No entanto, para P 2 é necessária uma análise mais refinada, pois a sua dinâmica, considerando o parâmetro K como o de bifurcação, depende da escolha de a 0, m 0, K 0, β 0, γ 0, λ 0 ) Θ, logo sua estabilidade é discutida em outro resultado. Uma boa apresentação sobre bifurcação de Hopf encontra-se no clássico [8], em português [14], [16] que discute tal bifurcação num modelo biológico, e as notas [11]. Lema As soluções de equilíbrio P 0 e P 1 são hiperbólicas e do tipo sela. Demonstração. Seja a matriz Jacobiana de 1.2) para um ponto qualquer S, x) Ω

20 8 JS, x) = γ 1 2 S ) K βx a + S mx a + S + mxs a + S) 2 ms a + S βxs λ) β S λ a + S) 2 a + S. 1.6) Desse modo, o polinômio característico associado a P 0 é pµ) = γ µ) β λa ) µ. Já para P 1, o polinômio característico é dado por pµ) = γ µ) β K λ ) a + K µ. Recordando que todos os parâmetros são positivos e K > λ, então as raízes do polinômio característico associado a P 0 são e as do polinômio de P 1, µ = γ e µ = βλ a, µ = γ e µ = β K λ a + K, ou seja, selas, portanto em uma vizinhança de P 0 e em uma de P 1, 1.2) é topologicamente conjugado a sua parte linear. A variedade estável de P 0 está sob S = 0 e a instável sob x = 0. Para P 1 a variedade estável está sob x = 0. Para a demonstração do próximo lema será necessário o critério de Dulac, enunciado a seguir, [12].

21 9 Teorema Critério de Dulac) Seja f : E E, de classe C 1, E aberto, conexo e simplesmente conexo em R 2. Se existir uma função B : E R de classe C 1 tal que, ou divbf) < 0 em E, ou divbf) > 0 em E, então ẋ = fx) não possui órbita fechada em E. Se A é uma região anular em E tal que ou divbf) < 0 em E, ou divbf) > 0 em E, então existe no máximo um ciclo limite de ẋ = fx) em A. Lema O ponto de equilíbrio P 2 possui as seguintes estabilidades: se λ < K < a + 2λ, P 2 é atrator global em Ω; se K = a + 2λ, P 2 é um foco atrator fraco e ocorre uma bifurcação de Hopf supercrítica, i.e, existe ɛ > 0 tal que a + 2λ < K < a + 2λ + ɛ, o sistema 1.2) apresenta uma órbita periódica atratora; se K > a + 2λ, P 2 é repulsor. Demonstração. Aplicando P 2 em 1.6), obtém-se o seguinte polinômio característico [ γλ pµ) = µ 2 + µ K γλ 1 λ )] + βγλ 1 λ ). 1.7) a + λ K a + λ K Para que as raízes de 1.7) possuam partes reais positivas é necessário que K > a + 2λ, pois γλ K γλ 1 λ ) < 0 a + λ K e assim P 2 é instável. No entanto, se λ < K < a + 2λ, então γλ K γλ 1 λ ) > 0, a + λ K logo P 2 é estável. De fato, pode-se mostrar que para λ < K < a + 2λ, P 2 é globalmente assintoticamente estável, ou seja, sua bacia de atração é Ω. Para isso se utilizará o Critério

22 10 de Dulac. Seja a seguinte função BS, x) = a + S S xα 1, onde α é um parâmetro a ser determinado. Quer-se calcular a divbs, x)f S, x)), onde F S, x) é o campo de vetores 1.4). Assim Se se fizer 1.8) fica divbs, x)f S, x)) = xα 1 S [ 2γ S2 K + S γ γa ) ] K + αβ αβλ. 1.8) α = γ K a βk, Não é difícil ver que divbf ) = xα 1 S [ 2γ 1 S2 K + 2Sγ a ) γλ 1 a ) ]. K K 2γ 1 S2 K + 2Sγ a ) γλ 1 a ) K K não possui raízes reais com λ < K < a + 2λ. Assim divbf ) < 0 em Ω e portanto não há órbitas periódicas em Ω, como as soluções de 1.2) tendem a um conjunto limitado em Ω, P 0 e P 1 são instáveis, tem-se por Poincaré-Bendixson, que P 2 é atrator global em Ω. Para K = a + 2λ, P 2 é um ponto de equilíbrio não hiperbólico, pois 1.7) possui raízes imaginárias puras, isto é, Reµ) = 0, ) 1 βγλ 2 µ = ±i. a + 2λ Ao se calcular dreµ)/dk, obtém-se para K = a + 2λ ) dreµ) dk = γλ λ 1 + > 0 a + 2λ) a + λ)

23 11 assim, a condição de transversalidade é satisfeita. Agora, para se mostrar que a bifurcação é supercrítica, isto é, o primeiro coeficiente de Liapunov é negativo, seja a função V y, z) = y 2 + Az 2 + p 3 y, z) + p 4 y, z), onde p 3 y, z) = α 0 y 3 + α 1 y 2 z + α 2 yz 2 + α 3 z 3 p 4 y, z) = θ 0 y 4 + θ 1 y 3 z + θ 2 y 2 z 2 + θ 3 yz 3 + θ 4 z 4 Quer-se calcular V y, z) = d V yt), zt)). dt Seja a expansão em série de potências do campo 1.2) em torno do ponto P 2, com K = a + 2λ e transladada para a origem, ou seja, assim y = S λ e z = x γa + λ) m 1 λ ), K ẏ = a 0 z + a 1 y 2 + a 2 yz + a 3 y 3 + a 4 y 2 z + O4), ż = b 0 y + b 1 y 2 + b 2 yz + b 3 y 3 + b 4 y 2 z + O4), 1.9) onde, a 0 = mλ a + λ, γλ a 1 = a + λ)a + 2λ), a 2 = ma a + λ), 2

24 12 γa a 3 = a + λ) 2 a + 2λ), a 4 = b 0 = ma a + λ) 3, βγa + λ) ma + 2λ), βγ b 1 = ma + 2λ), b 2 = b 3 = β a + λ, βγ ma + λ)a + 2λ), b 4 = β a + λ). 2 Deste modo, V y, z) = gradv y, z) F y, z), sendo F y, z) dado por 1.9), fica gradv y, z) F y, z) = 2a 0 yz + 2Ab 0 yz)+ [ + a 0 z y p 3y, z) + b 0 y ] z p 3y, z) + 2ya 1 y 2 + a 2 yz) + 2Azb 1 y 2 b 2 yz) + [ + a 0 z y p 4y, z) + b 0 y z p 4y, z) + a 1 y 2 + a 2 yz) y p 3y, z)+ + b 1 y 2 + b 2 yz) ] z p 3y, z) + 2ya 3 y 3 + a 4 y 2 z) + 2Azb 3 y 3 + b 4 y 2 z) + +O5). Como se quer que gradv y, z) F y, z) = Gy 2 + z 2 ) 2, então, têm-se os seguintes sistemas: { 2a 0 + 2Ab 0 = 0 A = a 0 b 0,

25 13 2a 1 + b 0 α 1 = 0 α 1 = 2a 1 b 0, a 0 α 2 = 0 α 2 = 0, 3a 0 α 0 + 2a 2 + 2Ab 1 + 2b 0 α 2 = 0 α 0 = 2a 2 + 2Ab 1 3a 0, 2a 0 α 1 + 2Ab 2 + 3b 0 α 3 = 0 α 3 = 4a 0a 1 3b 2 0 2Ab 2 3b 0, 3a 1 α 0 + b 1 α 1 + b 0 θ 1 + 2a 3 = G, 2a 1 α 1 + 3a 2 α 0 + b 2 α 1 + 4a 0 θ 0 + 2b 0 θ 2 + 2a 4 = 0, a 1 α 2 + 2a 2 α 1 + 3b 1 α 3 + 3a 0 θ 1 + 3b 0 θ 3 + 2Bb 4 = 2G, 1.10) 3b 2 α 3 + 2a 0 θ 2 + 4b 0 θ 4 = 0, a 0 θ 3 = G. Para que 1.10) possua solução G = 2a 1 a 2 + 2a 0b 1 b 2 + 4a 0a 1 b 1 2a 0b 4 6a 0a 3 b 0 b 2 0 b 2 0 b 0 b 0 2 3b 0 3a. 0 a 0 b 0 Substituindo os valores dos coeficientes, obtém-se

26 14 4m 2 λ βa + λ) G = m2 λa + 2λ) 3βγa + λ)2 + βγa + λ) 2 m 2 λa + 2λ) Como a 0, m 0, K 0, β 0, γ 0, λ 0 ) Θ, então G < 0, portanto o ponto de equilíbrio P 2 é um foco atrator fraco. Em suma, existe uma região de Θ, a + 2λ < K < a + 2λ + ɛ ɛ > 0), tal que existe um ciclo limite atrator no sistema 1.2). Biologicamente, a existência da órbita periódica significa a coexistência cíclica entre as espécies, e, por ser atratora, diz que para uma região do plano de fase, as espécies tendem a essa coexistência cíclica, sem a extinção delas, veja as Figuras 1.1 e 1.2. x Ω P 2 P 0 P 1 S Figura 1.1: Retrato de fase para λ < K < a + 2λ.

27 15 x Ω P 2 P 0 P 1 S Figura 1.2: Retrato de fase para a + 2λ < K < a + 2λ + ɛ.

28 Capítulo 2 Competição de dois predadores por uma presa Neste capítulo será tratado um modelo de competição de predadores, ou seja, haverá dois predadores competindo por uma única presa. Matematicamente, o que se está fazendo é retomar o sistema estudado no Capítulo 1 e acrescentar a ele uma nova equação de predador e, consequentemente, um termo de encontro do segundo predador com a presa será colocado na equação da presa, obtendo assim um sistema tridimensional. É, portanto, natural perguntar quais resultados obtidos para o sistema 1.2) mantêm-se agora no novo sistema. Assim, Ṡt) = γst) 1 St) ) m 1x 1 t)st) m 2x 2 t)st) K a 1 + St) a 2 + St), x 1 t) = m 1x 1 t)st) d 1 x 1 t), a 1 + St) 2.1) x 2 t) = m 2x 2 t)st) d 2 x 2 t). a 2 + St) 16

29 17 onde St) é a densidade populacional de presas num dado instante t; x i t) é a densidade populacional do i-ésimo predador num dado instante t; i = 1, 2. Observa-se que 2.1) é uma família de sistemas de equações diferenciais ordinárias nãolineares autônomas, dependendo de oito parâmetros. Por se tratar de um sistema biológico, St) 0, x i t) 0, i = 1, 2. Os parâmetros presentes em 2.1) possuem os mesmos significados que em 1.1), relembrandoos: γ > 0 é a taxa de crescimento intrínseca da presa; K > 0 é a capacidade ambiental com respeito à presa; m i > 0 é a taxa máxima de nascimento do i-ésimo predador; d i > 0 é a taxa de mortalidade do i-ésimo predador; a i > 0 é a constante de meia saturação para o i-ésimo predador; i = 1, 2. Introduzindo novos parâmetros λ i = a id i m i d i, i = 1, 2, com o seguinte significado: x i é crescente se e somente se S > λ i, e conforme [6] e [7], o i-ésimo predador sobrevive apenas se 0 < λ i < K ; β i = m i d i, i = 1, 2, β i > 0; o sistema 2.1) assume a seguinte forma:

30 18 Ṡt) = γst) 1 St) ) m 1x 1 t)st) m 2x 2 t)st) K a 1 + St) a 2 + St), x 1 t) = β 1 x 1 t) St) λ 1 a 1 + St), 2.2) x 2 t) = β 2 x 2 t) St) λ 2 a 2 + St). A seguir, estudar-se-ão os equilíbrios de 2.2). Ratifica-se que λ i e β i sempre são positivos, e para os estudos seguintes K > λ i, i = 1, 2. A variável t estará subentendida, assim se escreverá S ou x i ao invés de St) e x i t). O sistema 2.1) será denotado pelo campo vetorial F : Ω Ω com F S, x 1, x 2 ) = γs 1 S ) m 1x 1 S K a 1 + S m 2x 2 S a 2 + S, m 1x 1 S a 1 + S d 1x 1, m ) 2x 2 S a 2 + S d 2x 2 2.3) e Ω = {S, x 1, x 2 ) R 3 : S 0, x 1 0, x 2 0}. Desse modo Ω = {S, x 1, x 2 ) R 3 : S > 0, x 1 > 0, x 2 > 0}. 2.1 Pontos de Equilíbrio de 2.2) Segue de aplicação direta, o seguinte lema. Lema O sistema 2.2) apresenta os seguintes equilíbrios: 1. Se λ 1 λ 2 : i) P 0 = 0, 0, 0); ii) P 1 = K, 0, 0);

31 19 iii) P 2 = iv) P 3 = 2. Se λ 1 = λ 2 = λ: λ 1, γ λ 2, 0, γ i) P 0 = 0, 0, 0); ii) P 1 = K, 0, 0); iii) L = a1 + λ 1 m 1 a2 + λ 2 m 2 ) 1 λ 1 K ) 1 λ 2 K ) ), 0 ; )). { S, x 1, x 2 ) Ω : S = λ, m 1x 1 a 1 + λ + m 2x 2 a 2 + λ = γ Os equilíbrios são ilustrados nas Figuras 2.1 e λ )}. K x 2 Ω P 3 P 0 x 1 P 1 P 2 S Figura 2.1: Pontos de equilíbrio para λ 1 λ 2.

32 20 x 2 Ω P 3 L P 0 x 1 P 1 P 2 S Figura 2.2: Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ Estabilidade dos Pontos de Equilíbrio de 2.2) Teorema Os planos S = 0, x 1 = 0 e x 2 = 0 são invariantes pelo fluxo do campo 2.3). Demonstração. De fato, será mostrado que F S, x 1, x 2 ) n = 0 quando o campo F S, x 1, x 2 ), definido em 2.3), está restrito a esses planos. Assim S = 0: x 1 = 0: ) λ 1 λ 2 0, β 1 x 1, β 2 x 2 1, 0, 0) = 0; a 1 a 2 γs 1 S ) ) Sx 2 m 2 K a 2 + S, 0, β λ 2 2x 2 0, 1, 0) = 0; a 2

33 21 x 2 = 0: γs 1 S ) ) Sx 1 m 1 K a 1 + S, β λ 1 1x 1, 0 0, 0, 1) = 0. a 1 Teorema Toda solução de 2.2) com S 0, x 10, x 20 ) Ω tende a um conjunto limitado em Ω. Demonstração. Seja o plano S + x 1 + x 2 = c, c > 0 e o vetor normal n = 1, 1, 1). Assim F S, x 1, x 2 ) n = γs 1 S ) d 1 d 2 γk γs d 1 x 1 d 2 x 2 K Se c > γk δ 0, onde δ 0 = min{γ, d 1, d 2 }, γk δ 0 S + x 1 + x 2 ) = γk δ 0 c. F S, x 1, x 2 ) n < 0, ou seja, para t, as soluções de 2.2) ficam confinadas à Φ = {S, x 1, x 2 ) Ω : S + x 1 + x 2 < c, c > γk/δ 0 }. Os pontos P 0 e P 1 não têm suas estabilidades modificadas quando K, o parâmetro de bifurcação considerado neste estudo, varia em ]max{λ 1, λ 2 }, + [. Logo, suas estabilidades são apresentadas no seguinte lema. Lema Os pontos P 0 e P 1 são hiperbólicos, sendo, selas e 1-2, respectivamente. Demonstração. Seja a matriz Jacobiana de 2.2) para um ponto qualquer S, x 1, x 2 ) Ω 1 A notação utilizada é de sela n-p, ou seja, primeiro o número de autovalores com parte real negativa, e em segundo, os com parte real positiva.

34 22 JS, x 1, x 2 ) = γ 1 2 S ) a 1m 1 x 1 K a 1 + S) a 2m 2 x 2 m 1S 2 a 2 + S) 2 a 1 + S β 1 x 1 a 1 + λ 1 ) S λ 1 β a 1 + S) 2 1 a 1 + S m 2S a 2 + S β 2 x 2 a 2 + λ 2 ) S λ 2 0 β a 2 + S) 2 2 a 2 + S ) Assim, os polinômios característicos para cada um dos pontos de equilíbrio em questão são: 1. P 0 : pµ) = γ µ) 2. P 1 : pµ) = γ µ) β ) 1λ 1 µ β ) 2λ 2 µ ; a 1 a 2 ) ) K λ 1 K λ 2 β 1 µ β 2 µ. K + a 1 K + a 2 Portanto, P 0 é uma sela 2-1 e P 1 uma sela 1-2. Em uma vizinhança de P 0 e em uma de P 1, 2.2) é localmente topologicamente conjugado a sua parte linear. A variedade estável de P 0 é gerada por 0, 1, 0) e 0, 0, 1) e a instável por 1, 0, 0). Para P 1 a variedade estável está sob o eixo S. Nota-se que como adotou-se K > max{λ 1, λ 2 }, pois deseja-se que os dois predadores sobrevivam, ao se variar K, as estabilidades de P 0 e P 1 não são alteradas. Nas próximas subseções, estudar-se-ão os pontos P 2 e P 3, e o segmento de equilíbrio L Caso: λ 1 λ 2 Ao se variar os parâmetros λ 1 e λ 2, as estabilidades de P 2 e P 3 são modificadas, ocorrendo bifurcações de Hopf, resgatando o resultado encontrado no Capítulo 1, caso predador-presa

35 23 bidimensional). O resultado mais interessante é referente a coexistência de duas órbitas periódicas atratoras nos planos x 1 = 0 e x 2 = 0. O próximo lema segue de aplicação direta do seguinte teorema, devido a Pontriagin, [13]. Teorema Seja o polinômio pµ) = µ 3 + aµ 2 + bµ + c, esse é estável, isto é, todas as suas raízes têm partes reais negativas, se e somente se, a > 0, b > 0, c > 0 e ab > c. Lema As seguinte afirmações são verificadas: Se λ 1 < λ 2 e λ 1 < K < a 1 +2λ 1, então o polinômio característico associado a matriz Jacobiana de P 2 é estável. Se λ 2 < λ 1 e λ 2 < K < a 2 +2λ 2, então o polinômio característico associado a matriz Jacobiana de P 3 é estável. Demonstração. Aplicando P 2 e P 3 na matriz Jacobiana 2.4), obtêm-se os seguintes polinômios e verificam-se as desigualdades solicitadas: P 2 : { [ 1 pµ) = µ 3 + µ 2 γλ 1 K 1 1 λ )] } 1 λ 2 λ 1 + β 2 a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1 {[ +µ γλ 1 K + γλ 1 1 λ )] 1 λ 1 λ 2 β 2 + γλ 1β 1 1 λ )} 1 + a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1 a 1 + λ 1 K γλ 1 β 1 β 2 1 λ ) 1 λ 2 λ 1 ). a 1 + λ 1 )a 2 + λ 1 ) K Como todos os parâmetros são positivos, se λ 1 < λ 2 e λ 1 < K < a 1 + 2λ 1, então { [ 1 γλ 1 K 1 1 λ )] } 1 λ 2 λ 1 + β 2 > 0; a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1

36 24 {[ γλ 1 K + γλ 1 1 λ )] 1 λ 1 λ 2 β 2 + γλ 1β 1 1 λ )} 1 > 0; a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1 a 1 + λ 1 K γλ 1 β 1 β 2 1 λ ) 1 λ 2 λ 1 ) > 0; a 1 + λ 1 )a 2 + λ 1 ) K e essas mesmas condições asseguram que { [ 1 γλ 1 K 1 1 λ )] } 1 λ 2 λ 1 + β 2. a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1 {[. γλ 1 K + γλ 1 1 λ )] 1 λ 1 λ 2 β 2 + γλ 1β 1 1 λ )} 1 > a 1 + λ 1 K a 2 + λ 1 a 1 + λ 1 K > γλ 1 β 1 β 2 1 λ ) 1 λ 2 λ 1 ). a 1 + λ 1 )a 2 + λ 1 ) K P 3 : { [ 1 pµ) = µ 3 + µ 2 γλ 2 K 1 1 λ ] } 2 a 2 + λ 2 K ) λ 1 λ 2 + β 1 a 1 + λ 2 [ +µ {γλ 2 1 K λ )] ) 2 λ 2 λ 1 β 1 + γλ 2β 2 1 λ )} 2 + a 2 + λ 2 K a 1 + λ 2 a 2 + λ 2 K γλ 2 β 1 β 2 1 λ ) 2 λ 1 λ 2 ). a 1 + λ 2 )a 2 + λ 2 ) K De maneira análoga a P 2, se λ 2 < λ 1 e λ 2 < K < a 2 + 2λ 2, há as seguintes desigualdades: { [ 1 γλ 2 K 1 1 λ ] } 2 a 2 + λ 2 K ) λ 1 λ 2 + β 1 > 0; a 1 + λ 2

37 25 [ {γλ 2 1 K λ )] ) 2 λ 2 λ 1 β 1 + γλ 2β 2 1 λ )} 2 > 0; a 2 + λ 2 K a 1 + λ 2 a 2 + λ 2 K e γλ 2 β 1 β 2 1 λ ) 2 λ 1 λ 2 ) > 0 a 1 + λ 2 )a 2 + λ 2 ) K { [ 1 γλ 2 K 1 1 λ ] } 2 a 2 + λ 2 K ) λ 1 λ 2 + β 1. a 1 + λ 2 [. {γλ 2 1 K λ )] ) 2 λ 2 λ 1 β 1 + γλ 2β 2 1 λ )} 2 > a 2 + λ 2 K a 1 + λ 2 a 2 + λ 2 K γλ 2 β 1 β 2 1 λ ) 2 λ 1 λ 2 ). a 1 + λ 2 )a 2 + λ 2 ) K Lema Se K = a 1 +2λ 1, ocorre uma bifurcação de Hopf em P 2, i.e, existe ɛ 1 > 0 tal que a 1 + 2λ 1 < K < a 1 + 2λ 1 + ɛ 1, o sistema 2.2) apresenta uma órbita periódica atratora em x 2 = 0. Lema Se K = a 2 +2λ 2, ocorre uma bifurcação de Hopf em P 3, i.e, existe ɛ 2 > 0 tal que a 2 + 2λ 2 < K < a 2 + 2λ 2 + ɛ 2, o sistema 2.2) apresenta uma órbita periódica atratora em x 1 = 0. As demonstrações dos Lemas e são análogas à do Lema 1.2.4, pois as órbitas periódicas estão restritas aos planos x 2 = 0 e x 1 = 0, respectivamente. A coexistência das órbitas é possível, se ocorrer a igualdade K = a 1 + 2λ 1 + ɛ = a 2 + 2λ 2 + ɛ, ɛ > 0 é tal que ɛ < min{ɛ 1, ɛ 2 }, ilustrado na Figura Outro aspecto a ser ressaltado, é que os pontos não podem ser simultaneamente estáveis, devido ao Lema Portanto, é natural o seguinte enunciado.

38 26 Teorema Se K = a 1 + 2λ 1 = a 2 + 2λ 2, ocorre uma bifurcação de Hopf em P 2 e em P 3, i.e, existe ɛ > 0 tal que a 1 + 2λ 1 < K < a 1 + 2λ 1 + ɛ ou, equivalentemente, a 2 + 2λ 2 < K < a 2 + 2λ 2 + ɛ), o sistema 2.2) apresenta duas órbitas periódicas atratoras, uma em x 2 = 0 e a outra em x 1 = 0, respectivamente. x 2 Ω P 3 P 0 x 1 P 1 P 2 S Figura 2.3: Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ 2 e a 1 + 2λ 1 < K < a 1 + 2λ 1 + ɛou, equivalentemente, a 2 + 2λ 2 < K < a 2 + 2λ 2 + ɛ). Ao se obter a igualdade entre λ 1 e λ 2, poderão ocorrer dois tipos de bifurcações, visto que há agora um segmento de reta de equilíbrio para o sistema 2.2). Para a bifurcação zip, a 1 a 2, há uma parte estável e outra instável do segmento de reta, separados por um ponto P C, como será discutido em outra seção, essas partes serão determinadas pelas desigualdades entre a 1 e a 2. Com a igualdade a 1 = a 2, o segmento de reta terá sempre a mesma estabilidade. Uma questão a ser estudada posteriormente é se há outras órbitas periódicas no pri-

39 27 meiro octante, que não estejam restritas aos planos x 1 = 0 ou x 2 = 0. Uma resposta afirmativa, encontra-se em [10]. Mas será possível enumerar a quantidade de órbitas? Teriam todas a mesma estabilidade? Caso 2: λ 1 = λ 2 e a 1 = a 2 Devido às igualdades, far-se-á λ 1 = λ 2 = λ e a 1 = a 2 = a. É válido lembrar que os pontos P 0 e P 1 possuem a mesma estabilidade de quando λ 1 λ 2. Assim, quer-se agora estudar a estabilidade de L, que assume a seguinte forma: L = Seja a função { S, x 1, x 2 ) Ω : S = λ, m 1x 1 a + λ + m 2x 2 a + λ = γ 1 λ )}. 2.5) K onde e ρ 1. H : Ω {x 1 = 0} R S, x 1, x 2 ) HS, x 1, x 2 ) = x 2 x ρ, 1 ρ = β 2 β 1 2.6) O seguinte teorema garante que H = c define uma superfície implicitamente, demonstração ver [9]. Teorema Sejam U R n+m aberto e H : U R n aplicação de classe C k. Seja c R n. Consideremos o conjunto M c = {p U : Hp) = c e a transformação linear dh p : R m+n R n é sobrejetora}. Então, 1. M c é aberto em H 1 c) = {p U : Hp) = c}.

40 28 2. Supondo que M c é não vazio, M c é superfície de dimensão m e de classe C k do R m+n, e 3. T P M c = KerdH p ) para todo p M c. Lema As superfícies de nível de H definida em 2.6) folheiam Ω, isto é, dado S, x 1, x 2) Ω, existe c > 0 tal que HS, x 1, x 2) = c. Demonstração. Seja S, x 1, x 2) Ω, como H independe de S, defina c = x 2/x 1ρ. Denotando H 1 c) = {S, x 1, x 2 ) Ω : HS, x 1, x 2 ) = c}. Assim S, x 1, x 2) H 1 c). Veja as Figuras 2.4, 2.5 e 2.6. Lema Sejam L e H, tais como em 2.5) e 2.6), respectivamente. transversal a H 1 c), para todo c > 0. Então L é Demonstração. Como H independe de S, mostrar-se-á que as projeções de H = c e a de L no plano x 1 x 2 possuem um único ponto de intersecção transversal, tal como nas Figuras 2.7 e 2.8. Para isso, como a equação de L projetada é x 2 = ax 1 + b, a > 0 e b > 0, e a de H 1 c) é x 2 = cx ρ 1, basta mostrar que fx 1 ) = cx ρ 1 + ax 1 b se anula em um único ponto. Isso é consequência do Teorema do Valor Médio. Denotando o ponto de intersecção de L com H = c por λ, ξ 1, ξ 2 ), ξ 1 é a única solução positiva de e ξ 2 = cξ ρ 1. ξ 1 + ρcξ ρ 1 = γa + λ) m 1 1 λ ) K 2.7) O próximo lema garante que H é integral primeira de 2.2), visto que λ 1 = λ 2 e a 1 = a 2.

41 29 x 2 Ω M c = H 1 c) x 1 S Figura 2.4: A superfície de nível H 1 c). Lema Para todo c > 0, M c = H 1 c) é uma superfície invariante pelo fluxo de 2.2). Demonstração. De fato, para cada P H 1 c), F P ) T P M c, sendo T P M c o espaço tangente a M c em P. Como M c é dada pela imagem inversa de valor regular, T P M c = KerdH P ), onde dh P : R 3 R é a diferencial de H em P. Calculando-se dh P F P )) = gradhs, x 1, x 2 ) F S, x 1, x 2 ): 0, ρx 1 x ρ+1 1, 1 ) x ρ 1 γs 1 S ) m 1x 1 S K a + S m ) 2x 2 S a + S, β S λ 1x 1 a + S, β S λ 2x 2 = 0. a + S

42 30 x 2 M c {S = S0 } x 1 S = S 0 Figura 2.5: Projeção da superfície de nível H 1 c) no plano {S = S 0 }. Portanto, o campo é tangente a H = c, desse modo, soluções de 2.2) com condições inicias em H estão restritas a H. Teorema O ponto de equilíbrio λ, ξ 1, ξ 2 ) L possui a seguinte estabilidade com relação ao fluxo de 2.2) restrito à superfície H 1 c), onde c = Hλ, ξ 1, ξ 2 ): se λ < K < a + 2λ, λ, ξ 1, ξ 2 ) é atrator; se K = a + 2λ, λ, ξ 1, ξ 2 ) é foco atrator fraco e ocorre uma bifurcação de Hopf supercrítica, i.e, existe ɛ > 0 tal que a + 2λ < K < a + 2λ + ɛ, o sistema 2.2) apresenta uma órbita periódica atratora; se K > a + 2λ, λ, ξ 1, ξ 2 ) é repulsor.

43 31 x 2 M c3 {S = S0 } M c2 {S = S0 } M c1 {S = S0 } x 1 S = S 0 Figura 2.6: H 1 c) no plano {S = S 0 }, para c {c 1, c 2, c 3 }. Demonstração. Como, para todo c > 0, H 1 c) é invariante pelo fluxo de 2.2), seja a restrição de 2.2) a M c Ṡ = γs 1 1 ) K S λ x 1 = β 1 x 1 a + S. x 1 + ρcx ρ 1)m 1 S, a + S 2.8) Seja a translação dada por y = S λ e z = x 1 ξ 1, onde ξ 1 é a solução de 2.7) que pode ser reescrita como

44 32 x 2 Ω M c = H 1 c) x 1 L S Figura 2.7: Intersecção de H 1 c) e L. ρc = γa + λ)k λ) ξ 1 m 1 K. 2.9) ξ ρ 1 Utilizando a mudança de coordenadas e 2.9), o sistema 2.8) assumirá a seguinte forma

45 33 x 2 x 2 = cx ρ 1 L x 1 S = S 0 Figura 2.8: Projeção no plano {S = S 0 } de H 1 c) e L. ẏ = γy + λ) 1 y + λ ) m [ 1y + λ) γa + λ)k λ) z + ξ 1 + K y + a + λ m 1 Kξ ρ 1 1 ) ] ξ ρ 1 z + ξ 1 ) ρ, 1 ż = β 1 y z + ξ 1) a + λ + y. 2.10) Assim, quando y, z) = 0, 0), equilíbrio de 2.10), o ponto de equilíbrio estudado é o λ, ξ 1, x 2 = cξ ρ 1). Seja a matriz Jacobiana de 2.10) aplicada na origem

46 34 J0, 0) = γλ K a 2λ) Ka + λ) β 1 ξ 1 a + λ m [ )] 1λ γa + λ)k λ) 1 ρ + ρ a + λ m 1 Kξ 1 0. Desse modo o polinômio característico associado é pµ) = µ 2 + γλ Ka + λ) a + 2λ K)µ + m [ 1λβ 1 ξ 1 1 ρ + a + λ) 2 ] γa + λ)k λ) m 1 Kξ ) Nessas condições, se λ < K < a+2λ a origem é assintoticamente estável. Já se K > a+2λ, ela é instável. Para K = a + 2λ, λ, ξ 1, ξ 2 ) é ponto não hiperbólico, ou seja, suas raízes são imaginárias puras µ = ± i )] 1 2 ργa + λ)2 [m 1 λβ 1 ξ 1 1 ρ +. a + λ m 1 ξ 1 a + 2λ) Ao se calcular obtém-se para K = a + 2λ dreµ) dk, dreµ) dk = γλ a + λ)a + 2λ) > 0 e portanto a condição de transversalidade é satisfeita. Para se mostrar que a bifurcação é supercrítica precisa-se calcular o primeiro coeficiente de Liapunov. Assim, seja a expansão em série de potências de 2.10) em torno de 0, 0) com K = a + 2λ

47 35 ẏ = a 0 z + a 1 y 2 + a 2 yz + a 3 z 2 + a 4 y 3 + a 5 y 2 z + a 6 yz 2 + a 7 z 3 + O4), ż = b 0 y + b 1 y 2 + b 2 yz + b 3 y 3 + b 4 y 2 z + O4), 2.12) onde a 0 = λm 1 ) 1 + ρ 2 cξ ρ 1 1 ; a + λ γλ a 1 = a + λ)a + 2λ) ; a 2 = am 1 ) 1 + ρ 2 cξ ρ 1 a + λ) 2 1 ; λρρ 1) a 3 = 2ξ1a 2 + λ) m 1ρcξ1; ρ aγ a 4 = a + λ) 2 a + 2λ) ; a 5 = am 1 ) 1 + ρ 2 cξ ρ 1 a + λ) 3 1 ; aρρ 1) a 6 = 2ξ1a 2 + λ) m 1ρcξ1; ρ 2 a 7 = b 0 = β 1ξ 1 a + λ ; b 1 = β 1ξ 1 a + λ) 2 ; b 2 = β 1 a + λ ; b 3 = β 1ξ 1 a + λ ; λρρ 1)ρ 2) m 6ξ1 3 1 ρcξ1; ρ

48 36 b 4 = β 1 a + λ) 2. Seja a função V y, z) = y 2 + Bz 2 + p 3 y, z) + p 4 y, z), onde p 3 y, z) = α 0 y 3 + α 1 y 2 z + α 2 yz 2 + α 3 z 3, p 4 y, z) = θ 0 y 4 + θ 1 y 3 z + θ 2 y 2 z 2 + θ 3 yz 3 + θ 4 z 4. Quer-se calcular V y, z), ou seja, V y, z) = gradv y, z) F y, z), onde F y, z) é o campo 2.12), assim: gradv y, z) F y, z) = 2a 0 yz + 2Bb 0 yz)+ [ + a 0 z y p 3y, z) + b 0 y ] z p 3y, z) + 2ya 1 y 2 + a 2 yz + a 3 z 2 ) + 2Bzb 1 y 2 + b 2 yz) + [ + a 0 z y p 4y, z) + b 0 y z p 4y, z) + a 1 y 2 + a 2 yz + a 3 z 2 ) y p 3y, z)+ + b 1 y 2 + b 2 yz) ] z p 3y, z) + 2ya 4 y 3 + a 5 y 2 z + a 6 yz 2 + a 7 z 3 ) + 2Bzb 3 y 3 + b 4 y 2 z) + +O5). Como se quer que gradv y, z) F y, z) = Gy 2 + z 2 ) 2, então, têm-se os seguintes sistemas: { 2a 0 + 2Bb 0 = 0 B = a 0 b 0,

49 37 2a 1 + b 0 α 1 = 0 α 1 = 2a 1 b 0, a 0 α 2 = 0 α 2 = 0, 3a 0 α 0 + 2a 2 + 2Bb 1 + 2b 0 α 2 = 0 α 0 = 2a 2 + 2Bb 1 3a 0, 2a 0 α 1 + 2Bb 2 + 3b 0 α 3 + 2a 3 = 0 α 3 = 4a 0a 1 3b 2 0 2Bb 2 3b 0 2a 3 3b 0, 3a 1 α 0 + b 1 α 1 + b 0 θ 1 + 2a 4 = G, 2a 1 α 1 + 3a 2 α 0 + b 2 α 1 + 4a 0 θ 0 + 2b 0 θ 2 + 2a 5 = 0, a 1 α 2 + 2a 2 α 1 + 3a 3 α 0 + 3b 1 α 3 + 3a 0 θ 1 + 3b 0 θ 3 + 2Bb 4 + 2a 6 = 2G, 2.13) 2a 3 α 1 + 3b 2 α 3 + 2a 0 θ 2 + 4b 0 θ 4 + 2a 7 = 0, a 0 θ 3 = G. Para que 2.13) possua solução G = 2a 1 a 2 2a 2a 3 + 2a 0b 1 b 2 + 4a 0a 1 b 1 2a 0b 4 6a 0a 3 + 2a b 0 a 0 b 2 0 b b 0 b 0 2 3b 0 3a. 0 a 0 b 0 Substituindo os valores dos coeficientes, obtém-se

50 38 G = 2 + 4m 1 λγ1 + ρ 2 cξ ρ 1 1 ) βξ 1 a + λ) 2 a + 2λ) 3β 1 ξ 1 m 1 λ1 + ρ 2 cξ ρ 1 1 ) + 3m 1λ1 + ρ2cξρ 1 ) β 1 ξ 1 Portanto G < 0, e o ponto 0, 0) é um foco atrator fraco.. x 2 Ω P 3 x 1 P 1 P 2 S Figura 2.9: Cilindros de órbitas periódicas atratoras para λ 1 = λ 2 e a 1 = a 2. Como o resultado do Teorema vale para todo ponto λ, ξ 1, cξ1) ρ L, decorre imediatamente dele o seguinte abuso de linguagem, ilustrado na Figura 2.9. Corolário L possui a seguinte estabilidade para o fluxo de 2.2) restrito a H 1 c). Se λ < K a + 2λ, L é assintoticamente estável; Se K > a + 2λ, L é instável.

51 Caso 3: λ 1 = λ 2 e a 1 a 2 Para a situação em que λ 1 = λ 2 = λ e a 1 a 2, o segmento de equilíbrio L ainda persiste, no entanto, aparece nele uma outra bifurcação, a zip, tendo K como o parâmetro de bifurcação. Sem perda de generalidade, suponha que a 1 > a 2. Sejam λ, ξ 1, ξ 2 ) L, { L = S, x 1, x 2 ) Ω, S = λ, m 1x 1 a 1 + λ + m 2x 2 a 2 + λ = γ 1 λ )} K e a respectiva matriz Jacobiana Jλ, ξ 1, ξ 2 ) = γλ K + λ m1 ξ 1 a 1 + λ) + m ) 2ξ 2 2 a 2 + λ) 2 β 1 ξ 1 a 1 + λ β 2 ξ 2 a 2 + λ m 1λ a 1 + λ m 2λ a 2 + λ Logo, seu polinômio característico associado é [ γλ pµ) = µ µ 2 + µ K m 1ξ 1 λ a 1 + λ) m ) 2ξ 2 λ + m 1β 1 ξ 1 λ 2 a 2 + λ) 2 a 1 + λ) + m ] 2β 2 ξ 2 λ. 2.14) 2 a 2 + λ) 2 Como um dos autovalores é sempre nulo, resta analisar os outros dois. Lema Se λ < K < a 2 + 2λ, então 2.14) possui duas raízes com partes reais negativas.

52 40 Demonstração. Para que 2.14) possua duas raízes com partes reais negativas é necessário que ou equivalentemente, γλ K m 1ξ 1 λ a 1 + λ) m 2ξ 2 λ 2 a 2 + λ) > 0, 2 γ K > m 1ξ 1 a 1 + λ) 2 + m 2ξ 2 a 2 + λ) 2. Como λ < K < a 2 + 2λ, e usando L, ocorrem as seguintes desigualdades m 1 ξ 1 a 1 + λ) + m 2ξ 2 2 a 2 + λ) 1 [ m1 ξ 1 2 a 2 + λ a 1 + λ + m ] 2ξ 2 = a 2 + λ γ 1 λ ) < γ ) λ 1 < γ a 2 + λ K a 2 + λ a 2 + 2λ K, ou seja, λ < K < a 2 + 2λ, satisfaz a condição para que o polinômio 2.14) possua duas raízes com partes reais negativas. Lema Se K > a 1 + 2λ, então o polinômio 2.14) possui duas raízes com partes reais positivas. Demonstração. A demonstração é análoga a do lema anterior. Para que 2.14) possua duas raízes com partes reais positivas é necessário que ou equivalentemente, γλ K m 1ξ 1 λ a 1 + λ) m 2ξ 2 λ 2 a 2 + λ) < 0, 2 γ K < m 1ξ 1 a 1 + λ) 2 + m 2ξ 2 a 2 + λ) 2.

53 41 Como K > a 1 + 2λ, e usando L, ocorrem as seguintes desigualdades m 1 ξ 1 a 1 + λ) + m 2ξ 2 2 a 2 + λ) 1 [ m1 ξ 1 2 a 1 + λ a 1 + λ + m ] 2ξ 2 = a 2 + λ γ 1 λ ) > γ ) λ 1 > γ a 1 + λ K a 1 + λ a 1 + 2λ K, ou seja, K > a 1 + 2λ, satisfaz a condição para que 2.14) possua duas raízes com partes reais positivas. Seja agora P C = λ, ξ 1, ξ 2), tal que ξ 1 e ξ 2 sejam soluções de m 1 ξ1 a 1 + λ + m 2ξ2 a 2 + λ = γ K λ), K Portanto, m 1 ξ 1 a 1 + λ) 2 + m 2ξ 2 a 2 + λ) 2 = γ K. ξ1 = γa 1 + λ) 2 K a 2 2λ), Km 1 a 1 a 2 ) ξ 2 = γa 2 + λ) 2 a 1 + 2λ K) Km 2 a 1 a 2 ) e como ξ 1 > 0 e ξ 2 > 0, a 2 + 2λ K a 1 + 2λ. Vale ressaltar que P C move-se ao longo de L ao se variar K, ver Figura 2.10, ou seja, P C depende do valor do parâmetro de bifurcação K. Para a estabilidade de λ, ξ 1, ξ 2 ) L e a 2 + 2λ K a 1 + 2λ segue o seguinte lema.

54 42 Lema Sejam P C = λ, ξ1, ξ2), P = λ, ξ 1, ξ 2 ) L e a 2 + 2λ K a 1 + 2λ, se ξ 1 < ξ1, o polinômio característico associado a P possui duas raízes com partes reais positivas e se ξ 1 > ξ1, o polinômio característico associado a P possui duas raízes com partes reais negativas. x 2 Ω P 3 P c P 0 x 1 P 1 P 2 S Figura 2.10: Pontos de equilíbrio para λ 1 = λ 2 e a 1 a 2. Demonstração. Para que 2.14) tenha raízes com partes reais positivas e usando γλ K m 1ξ 1 λ a 1 + λ) m 2ξ 2 λ 2 a 2 + λ) < 0 2 obtém-se m 2 ξ 2 a 2 + λ = γ K λ) K

55 43 portanto ξ 1 < γa 1 + λ) 2 K a 2 2λ) ; Km 1 a 1 a 2 ) ξ 1 < ξ 1. De maneira análoga, para que 2.14) tenha duas raízes com partes reais negativas, chega-se a ξ 1 > γa 1 + λ) 2 K a 2 2λ) Km 1 a 1 a 2 ) = ξ. O Lema afirma que dados dois pontos de L e a 2 +2λ K a 1 +2λ, eles podem não apresentar a mesma estabilidade, tal como na seção anterior. Esse comportamento recebe o nome de bifurcação zip, apresentada em 1984 por Farkas, ver [1] e [2]. Como P C, a 2 +2λ K a 1 +2λ, divide L em dois segmentos de distintas estabilidades, o seguinte abuso de linguagem pode ser feito, sempre lembrando que uma das raízes do polinômio característico associado a λ, ξ 1, ξ 2 ) L é identicamente nula. Corolário Se a 2 + 2λ K a 1 + 2λ, P C divide L em dois segmentos L u = {λ, ξ 1, ξ 2 ) L : ξ 1 < ξ 1} no qual todos os pontos são instáveis; e L s = {λ, ξ 1, ξ 2 ) L : ξ 1 > ξ 1} onde todos os pontos são estáveis. Ao assumir que a 1 > a 2, considera-se a espécie de predador x 1 como r-estrategista, tem alta taxa de natalidade comparada com a de mortalidade e elevada constante de meia

56 44 saturação, ou seja, necessita de muita comida. A espécie x 2 é uma K-estrategista, ou seja, sua taxa de natalidade é relativamente baixa e não precisa de uma alta densidade de presas para sobreviver, isto é, sua constante de meia saturação é baixa. Tendo em vista esses comentários, ao se analisar a Figura 2.10, pode-se concluir que o sistema 2.2) tende a alta e baixa densidades de predadores x 1 e x 2, respectivamente. Lembrando que a L s é a parte bordô de L, e a parte azul é a L u versão em pdf). Portanto, biologicamente, a condição a 1 > a 2 faz com a situação estável para as espécies de predadores x 1 e x 2 seja a de r-estrategista e K-estrategista, respectivamente. A estabilidade de P C não é conhecida - o polinômio característico a ele associado possui um autovalor nulo e os outros dois imaginários puros. A investigação dessa estabilidade está em projetos futuros.

57 Capítulo 3 Extensões do modelo 2.1) 3.1 Modelo de competição de predadores com funções Holling tipo III generalizadas Seja agora o novo sistema a ser estudado com respostas funcionais Holling tipo III generalizadas, ver [15] Ṡ = γs 1 S ) m 1x 1 S n K a n 1 + S m 2x 2 S n n a n 2 + S, n x 1 = m 1x 1 S n a n 1 + S d 1x n 1, 3.1) x 2 t) = m 2x 2 S n a n 2 + S d 2x n 2. Todas as condições discutidas acerca das funções S, x 1, x 2 e os parâmetros para 2.1) são as mesmas para 3.1) e n 2, n inteiro. 45

58 46 Novos parâmetros são introduzidos, λ n i = an i d i m i d i e β i = m i d i, i = 1, 2 lembrando que para a sobrevivência do i-ésimo predador 0 < λ i < K e portanto m i > d i, i = 1, 2), assim 3.1) Ṡ = γs 1 S ) m 1x 1 S n K a n 1 + S m 2x 2 S n n a n 2 + S, n S n λ n 1 x 1 = β 1 x 1 a n 1 + S, n 3.2) S n λ n 2 x 2 t) = β 2 x 2 a n 2 + S. n Recordando, Ω = {S, x 1, x 2 ) : S > 0, x 1 > 0, x 2 > 0}, o Teorema é também válido para o sistema 3.2), ou seja, as soluções de 3.2) com condições iniciais em Ω tendem a um conjunto limitado em Ω. Bem como os planos S = 0, x 1 = 0 e x 2 = 0 são invariantes pelo fluxo de 3.2). Atentando que para as demonstrações basta substituir o campo vetorial 1.3) por F S, x 1, x 2 ) = γs 1 S ) m 1x 1 S n K a n 1 + S m ) 2x 2 S n n a n 2 + S, β S n λ n 1 1x n 1 a n 1 + S, β S n λ n 2 2x n 2. a n 2 + S n É fácil verificar que os pontos de equilíbrio de 3.2) são: 1. Se λ n 1 λ n 2: P 0 = 0, 0, 0); P 1 = K, 0, 0); P 2 = λ 1, γan 1 + λ n 1) m 1 λ n λ ) ) 1, 0 ; K

59 47 P 3 = 2. Se λ n 1 = λ n 2 = λ n : λ 2, 0, γan 2 + λ n 2) m 2 λ n 1 1 λ )) 2. 2 K P 0 = 0, 0, 0); P 1 = K, 0, 0); L = {S, x 1, x 2 ) Ω : S = λ, m 1x 1 λ n 1 a n 1 + λ n + m 2x 2 λ n 1 a n 2 + λ n = γ 1 λ )}. K A apresentação dos resultados estará restrita a λ n 1 = λ n 2 = λ n pois há um segmento de equilíbrios para o sistema, e nele, com parâmetros adequados, ocorre também a bifurcação zip. Os pontos de equilíbrio P 0 e P 1 não possuem suas estabilidades modificadas pois elas independem do vetor no espaço de parâmetros considerando que 0 < λ i < K ocorre. Os polinômios característicos associados a eles são p P0 µ) = γ µ) β ) 1λ n 1 µ β 2λ n 2 a n 1 a n 2 K n λ n 1 p P1 µ) = γ µ) β 1 K n + a n 1 ) µ, ) K n λ n 2 µ β 2 K n + a n 2 ) µ, portanto P 0 e P 1 são hiperbólicos, sendo localmente topologicamente conjugados a selas 2-1 e 1-2, respectivamente Caso 1: a 1 = a 2 Seja novamente a função H : Ω {x 1 = 0} R S, x 1, x 2 ) HS, x 1, x 2 ) = x 2 x ρ 1 3.3)

60 48 onde e ρ 1. ρ = β 2 β 1 As superfícies de nível de H folheiam Ω; soluções com condições iniciais numa superfície de nível de H ficam restritas a essa superfície e a intersecção de cada superfície de nível de H com o segmento de equilíbrio L = {S, x 1, x 2 ) Ω : S = λ, m 1x 1 λ n 1 a n + λ n é a única solução positiva de ξ 1 + ρcξ ρ 1 = γan + λ n ) m 1 λ n 1 + m 2x 2 λ n 1 a n + λ n 1 λ ). K = γ 1 λ )} K É natural, portanto, um teorema a respeito da estabilidade dos pontos de L. Teorema O ponto de equilíbrio λ, x 1, x 2 ) L possui a seguinte estabilidade para o fluxo de 3.2) restrito a H 1 c): [ a n 2 n) + 2λ n se λ < K < λ a n 1 n) + λ n [ a n 2 n) + 2λ n se K > λ a n 1 n) + λ n ], λ, x 1, x 2 ) é atrator; ], λ, x 1, x 2 ) é repulsor. Demonstração. Como, para todo c > 0, H 1 c) é invariante pelo fluxo de 3.2), seja a restrição de 3.2) a M c Ṡ = γs 1 S ) m 1x 1 + ρcx ρ 1)S n, K a n 1 + S n 3.4) S n λ n 1 x 1 = β 1 x 1 a n 1 + S. n

61 49 Note que estudar a estabilidade de λ, ξ) é o mesmo que estudar o de λ, ξ 1, ξ 2 = cξ ρ 1), assim, a matriz Jacobiana é 1 2λ ) K γ nan γ 1 λ ) a n + λ n K m 1λ n a n + λ m 1λ n ρ 2 cξ ρ 1 1 n a n + λ n nβ 1 ξ 1 λ n 1 a n + λ n 0 e polinômio característico associado a λ, ξ) é [ nγa pµ) = µ 2 n + µ 1 λ ) γ 1 2λ )] + nm 1β 1 ξ 1 λ n ρ 2 cξ ρ 1 ). 3.5) a n + λ n K K a n + λ n ) 2 Não é difícil ver que, se então 3.5) é estável, e se 3.5) é instável. Quando [ ] a n 2 n) + 2λ n λ < K < λ, a n 1 n) + λ n [ ] a n 2 n) + 2λ n K > λ, a n 1 n) + λ n [ ] a n 2 n) + 2λ n K = λ, a n 1 n) + λ n 3.5) possui duas raízes imaginárias puras, logo o ponto λ, ξ 1 ) é não hiperbólico, µ = ± i [ nm1 β a n + λ n 1 ξ 1 λ 2n ρ 2 cξ ρ 1 ) ] 1 2 não podendo afirmar algo a respeito da estabilidade nessa situação. É natural perguntar se ocorre uma bifurcação de Hopf supercrítica em [ ] a n 2 n) + 2λ n K = λ, a n 1 n) + λ n

62 50 no entanto a resposta a essa questão é objetivo de estudos futuros. forma. Com o devido abuso de linguagem, o teorema anterior poderia ser enunciado da seguinte Corolário L possui a seguinte estabilidade para o fluxo de 3.2) restrito a H 1 c): [ ] a n 2 n) + 2λ n se λ < K < λ, L é estável; a n 1 n) + λ n [ ] a n 2 n) + 2λ n se K > λ, L é instável. a n 1 n) + λ n Observação Por questões de nomenclatura n 2 o que caracteriza a resposta funcional Holling tipo III generalizada), no entanto, pode-se adotar n 1. Dessa forma, se n = 1 os resultados apresentados neste capítulo, são os mesmos do Capítulo Caso 2: a 1 a 2 Primeiramente, considere a 1 > a 2. Sejam P L, ou seja, P = λ, ξ 1, ξ 2 ), ξ 1 e ξ 2 tais que m 1 ξ 1 λ n 1 a n 1 + λ n + m 2ξ 2 λ n 1 a n 2 + λ n = γ 1 λ ), K e a matriz Jacobiana γ Jλ, ξ 1, ξ 2 ) = 1 2λ K ) nan 1m 1 ξ 1 λ n 1 nan 2m 2 ξ 2 λ n 1 m 1 λ n a n 1 + λ n ) 2 a n 2 + λ n ) 2 a n 1 + λ n m 2 λ n a n 2 + λ n nβ 1 ξ 1 λ n 1 a n 1 + λ n 0 0 nβ 2 ξ 2 λ n 1 a n 2 + λ n 0 0. Logo o polinômio característico associado é

63 51 { [ pµ) = µ µ 2 nm1 a n + µ 1ξ 1 λ n 1 + nm 2a n 2ξ 2 λ n 1 γ 1 λ )] a n 1 + λ n ) 2 a n 2 + λ n ) 2 K nm 1β 1 ξ 1 λ 2n 1 nm } 2β 2 ξ 2 λ 2n ) a n 1 + λ n ) 2 a n 2 + λ n ) 2 Seja agora P C = λ, ξ 1, ξ 2), tal que ξ 1 e ξ 2 sejam soluções de m 1 ξ 1λ n 1 a n 1 + λ n + m 2ξ 2λ n 1 a n 2 + λ n = γ 1 λ ), K Portanto, nm 1 a n 1ξ1 a n 1 + λ n ) + nm 2a n 2ξ2 2 a n 2 + λ n ) = γ 1 2λ ). 2 K ξ1 = γan 1 + λ n ) 2 [Ka n 21 n) + λ n ) λ2 n)a n 2 + 2λ n )] ; Knm 1 λ 2n 1 a n 1 a n 2) ξ2 = γan 2 + λ n ) 2 [λa n 12 n) + 2λ n ) Ka n 11 n) + λ n )] ; Knm 2 λ 2n 1 a n 1 a n 2) ξ1 > 0 e ξ2 > 0 somente se [ ] [ ] a n λ 2 2 n) + 2λ n a n K λ 1 2 n) + 2λ n. a n 21 n) + λ n a n 11 n) + λ n Note que nm 1 a n 1ξ 1 a n 1 + λ n ) + nm 2a n 2ξ 2 2 a n 2 + λ n ) = γ 1 2λ ) 2 K faz com que as outras duas raízes de 3.6) sejam imaginárias puras. Lema Sejam P C = λ, ξ1, ξ2), P = λ, ξ 1, ξ 2 ) L e [ ] [ ] a n λ 2 2 n) + 2λ n a n K λ 1 2 n) + 2λ n, a n 21 n) + λ n a n 11 n) + λ n

64 52 se ξ 1 < ξ 1 positivas e se ξ 1 > ξ 1 partes reais negativas. o polinômio característico associado a P possui duas raízes com partes reais o polinômio característico associado a P possui duas raízes com Demonstração. Para que 3.6) tenha raízes com partes reais positivas nm 1 a n 1ξ 1 λ n 1 + nm 2a n 2ξ 2 λ n 1 γ 1 λ ) < 0, a n 1 + λ n ) 2 a n 2 + λ n ) 2 K portanto, ξ 1 < ξ 1. Para que 3.6) tenha raízes com partes reais negativas portanto, ξ 1 > ξ 1. nm 1 a n 1ξ 1 λ n 1 + nm 2a n 2ξ 2 λ n 1 γ 1 λ ) > 0, a n 1 + λ n ) 2 a n 2 + λ n ) 2 K O ponto P C divide o segmento de equilíbrio em dois segmentos de estabilidades distintas, com um abuso de linguagem, segue o corolário. Corolário Se [ ] [ ] a n λ 2 2 n) + 2λ n a n K λ 1 2 n) + 2λ n, a n 21 n) + λ n a n 11 n) + λ n P C divide L em dois segmentos L u = {λ, ξ 1, ξ 2 ) L : ξ 1 < ξ 1} no qual todos os pontos são instáveis; e L s = {λ, ξ 1, ξ 2 ) L : ξ 1 > ξ 1} onde todos os pontos são estáveis.

65 Modelo de competição entre n predadores Seja o sistema onde Ṡ = γs 1 S ) K n i=1 m i x i S a i + S, x i = m ix i S a i + S d ix i, i = 1,..., n. 3.7) S é o número de presas num dado instante t; x i é o número do i-ésimo predador num dado instante t; i = 1,..., n. Os parâmetros presentes em 3.7) possuem os mesmos significados que em 1.1), relembrandoos: Por se tratar de um sistema biológico, S 0, x i 0, i = 1,..., n. γ > 0 é a taxa de crescimento intrínseca da presa; K > 0 é a capacidade ambiental com respeito à presa; m i > 0 é a taxa máxima de nascimento do i-ésimo predador; d i > 0 é a taxa de mortalidade do i-ésimo predador; a i > 0 é a constante de meia saturação para o i-ésimo predador; i = 1,..., n. Introduzindo novos parâmetros λ i = a id i m i d i,

66 54 i = 1,..., n, com o seguinte significado: x i é crescente se e somente se S > λ i, e o i-ésimo predador sobrevive apenas se 0 < λ i < K; e β i = m i d i, i = 1,..., n; o sistema 3.7) assume a seguinte forma Ṡ = γs 1 S ) K n i=1 m i x i S a 1 + S, S λ i x i = β i x i, i = 1,..., n. a i + S 3.8) Seja Ω = {S, x 1,..., x n ) R n+1 : S > 0, x i > 0, i = 1,..., n}, assim, soluções de 3.8) com condições iniciais em Ω tendem a um conjunto limitado em Ω. Os planos S = 0, x i = 0, i = 1,.., n são invariantes pelo fluxo do campo definido por 3.8). As demonstrações são análogas às encontradas no Capítulo 2. O estudo estará restrito à situação em que os λ i, i = 1,..., n, são idênticos, pois o sistema apresenta um hiperplano de equilíbrio, onde ocorre uma bifurcação zip. Portanto, os pontos de equilíbrio são 1. i) P 0 = 0, 0,..., 0); 2. ii) P 1 = K, 0,..., 0); { 3. iii) L = S, x 1,..., x n ) Ω : S = λ, Caso 1: a 1 =... = a n = a Seja a função n i=1 m i x i a i + λ = γ 1 λ ) }. K H : Ω n 1 i=1 {x i = 0} R n+1 R n 1 S, x 1,..., x n ) HS, x 1,..., x n ) = h 1 x 1, x 2 ), h 2 x 2, x 3 ),..., h n 1 x n 1, x n )) 3.9)

67 55 onde h i = x i+1 x ρ, i i com i = 1,..., n 1. ρ i = β i+1 β i, As superfícies de nível de H definida em 3.9), folheiam Ω, isto é, dado S, x 1,..., x n) Ω, existem c i > 0, i = 1, 2,..., n 1, tais que HS, x 1,..., x n) = c 1,..., c n 1 ), e será cometido um abuso de linguagem, referindo-se a c 1,..., c n 1 ) simplesmente como C. Por esse abuso, quando c 1 > 0,..., c n 1 > 0, i = 1,..., n 1, apenas se dirá que C > 0. Sejam H 1 C) e { L = S, x 1,..., x n ) Ω : S = λ, n i=1 m i x i a i + λ = γ 1 λ ) }, K eles se interceptam em λ, ξ 1,..., ξ n ) onde ξ 1 é a única solução positiva de os ξ i são dados por x 1 + ν 1 x η ν 2 x η η n 1 x η n 1 1 = γa + λ) m 1 1 S ) ; K ξ 2 = c 1 ξ ρ 1 1 ξ 3 = c 2 c ρ 2 1 ξ ρ 1ρ 2 1. ξ n = c n 1 c ρ n 1 n 2 c ρ n 1ρ n 2 n 3... c ρ n 1ρ n 2...ρ 2 ρ 1 1 ξ ρ 1ρ 2...ρ n 1 1 ; 3.10) e as constantes η 1 = ρ 1, η 2 = ρ1ρ 2,..., η n 1 = ρ 1 ρ 2... ρ n 1 ; ν 1 = c 1 ρ 1, ν 2 = c 2 c ρ 2 1 ρ 1 ρ 2,..., ν n 1 = c n 1 c ρ n 1 n 2... c ρ 2ρ 3...ρ n 1 1 ρ 1 ρ 2 ρ n 1. A função H é integral primeira de 3.8), ou seja, para todo C > 0, M C = H 1 C) é uma superfície invariante pelo fluxo de 3.8).

68 56 De fato, para cada P H 1 C), F P ) T P M C, sendo T P M C o espaço tangente a M C em P. Como M C é dada por imagem inversa de valor regular, T P M c = KerdH P ), onde dh P : R n+1 R n 1 é a diferencial de H em P. Calculando-se dh P F P )) encontra-se o vetor nulo em R n 1, onde dh P = 0 ρ 1x 2 x ρ x ρ ρ 2x 3 x ρ x ρ ρ n 1x n x ρ n 1+1 n x ρ n 1 n 1 e γs F P ) = 1 S ) K n i=1 β 1 x 1 S λ a + S. β n x n S λ a + S m i x i S a + S Teorema O ponto de equilíbrio λ, ξ 1,..., ξ n ) L possui a seguinte estabilidade com relação ao fluxo de 3.8) restrito à superfície H 1 C), onde H 1 C) = S, x 1,..., x n): se λ < K < a + 2λ, λ, ξ 1,..., ξ n ) é atrator; se K > a + 2λ, λ, ξ 1,..., ξ n ) é repulsor..

69 57 Demonstração. Como, para todo C > 0, H 1 C) é invariante pelo fluxo de 3.8), seja a restrição de 3.8) a M C Ṡ = γs 1 S ) m 1 S x 1 + ν 1 x η ν 2 x η η n 1 x η n 1 1 K a + S S λ 1 x 1 = β 1 x 1 a + S. Portanto, a matriz Jacobiana em um ponto qualquer S, x 1 ) é γ JS, x 1 ) = 1 2S K ) m 1 a x 1 + ν i x η i 1 a + S) 2 m 1 S 1 + a + λ S λ β 1 x 1 β a + λ) 2 1 a + S, νi η i x η i 1 1 a + S, 3.11) logo o polinômio característico associado ao ponto de equilíbrio λ, ξ 1 ) de 3.11) é ) γλa + 2λ K) pµ) λ,ξ1 ) = µ 2 + µ Ka + λ) + m 1β 1 ξ 1 λ a + λ) ν i η i ξ η i 1 Desse modo, se λ < K < a + 2λ, λ, ξ 1 ) é atrator; e se K > a + 2λ, λ, ξ 1,..., ξ n ) é repulsor. Em [3], os autores mostram que em K = a + 2λ ocorre uma bifurcação de Hopf supercrítica, não apresentada aqui. O seguinte corolário é enunciado, utilizando-se um abuso de linguagem. Corolário L possui a seguinte estabilidade com relação ao fluxo de 3.8) restrito à superfície H 1 C), onde H 1 C) = S, x 1,..., x n). Se λ < K a + 2λ, L é assintoticamente estável; Se K > a + 2λ, L é instável. 1 ).

70 58 Os pontos P 0 e P 1 mantém suas estabilidades, ou seja, independem dos parâmetros a i, i = 1,..., n, e como toda a análise feita anteriormente, K > λ, mesmo na situação em que os λ i são distintos, considera-se que K > max{λ i : i = 1,..., n}, pois essa condição está relacionada à sobrevivência dos n predadores. Desse modo, os polinômios característicos associados a eles são n pµ) P0 = γ µ) β ) iλ µ, a i=1 i n ) βi K λ) pµ) P1 = γ µ) µ, K + a i i=1 portanto, P 0 é localmente topologicamente conjugado a uma sela n 1, e P 1 a uma sela 1 n Caso 2: a 1 a 2 a n Sem perda de generalidade, suponha a 1 > > a n. Não é difícil mostrar que o polinômio característico para um ponto em L é ) ] pµ) = 1) n 1 µ [µ n 1 2 γλ n + µ K λ m i ξ i n m i β i ξ i + λ. a i + λ) 2 a i + λ) 2 Esse polinômio possui uma raiz identicamente nula com multiplicidade n 1, as outras duas dependerão do parâmetro K. Desse modo, se λ < K < a n + 2λ, há duas raízes com partes reais negativas, e se K > a 1 + 2λ duas raízes com partes reais positivas. As desigualdades, tais como no Capítulo 2, são verificadas com pequenas modificações. Se a n +2λ < K < a 1 +2λ ocorre a bifurcação zip. Seja a intersecção dos dois hiperplanos i=1 i=1 n i=1 n i=1 m i ξ i a i + λ = γ K λ), K m i ξ i a i + λ) 2 = γ K,

71 59 obtêm-se Lema Sejam n i=2 ξ 1 = n i=2 ξ 1 = m i ξ i a i + λ) 2 = i=2 n i=2 m i ξ i γa 1 + 2λ K), Ka 1 a i ) a 1 + λ) 2 K a i 2λ). m 1 Ka 1 a i ) a i + λ) 2 = i=2 n i=2 γa 1 + 2λ K), Ka 1 a i ) a 1 + λ) 2 K a i 2λ), m 1 Ka 1 a i ) P = λ, ξ 1,..., ξ n ) L e a n + 2λ K a 1 + 2λ, se ξ 1 < ξ 1, o polinômio característico associado a P possui duas raízes com partes reais positivas e se ξ 1 característico associado a P possui duas raízes com partes reais negativas. forma. > ξ 1, o polinômio Com um devido abuso de linguagem o lema anterior pode ser colocado da seguinte Corolário Se a n + 2λ K a 1 + 2λ, L está dividido em dois segmentos L u = {λ, ξ 1,..., ξ n ) L : ξ 1 < ξ 1} no qual todos os pontos são instáveis; e L s = {λ, ξ 1,..., ξ n ) L : ξ 1 > ξ 1} onde todos os pontos são estáveis. Uma generalização natural de 3.8) parece ser quando se considera uma função S n a n i + Sn,

72 60 para cada i-ésimo predador. Em cálculos recentes, os resultados obtidos concordam com os encontrados para 3.8), com as devidas adaptações no parâmetro de bifurcação K, semelhante ao encontrado no Teorema A possibilidade da ocorrência de uma bifurcação de Hopf deve ser trabalhada mais detalhadamente, pois a condição de não degenerescência dependerá de outros parâmetros.

73 Discussões finais Ao se estudar os sistemas 1.2), 2.2), 3.2) e 3.8) verificou-se que, para determinadas condições dos parâmetros, sempre existia um ponto, seja ele pontual, contínuo ou um ciclo periódico, de equilíbrio atrator do sistema considerado e com a coexistência de todas as espécies envolvidas. A possibilidade de órbitas periódicas em Ω quando λ 1 λ 2 no modelo 2.2) de modo a tentar esgotar todas as possibilidades de soluções de equilíbrio em Ω é um dos objetivos dos próximos estudos. A investigação da estabilidade de P C é outra pergunta que se tentará responder, visto que as raízes do polinômio característico a ele associados são duas imaginárias puras e a outra identicamente nula. Verificar se a bifurcação de Hopf ocorre no continnum de equilíbrios dos modelos 3.2) e 3.8), bem como em um novo modelo, considerando n predadores competindo por uma única presa e utilizando resposta funcional da forma S n a n i + Sn, para cada i-predador, com i = 1,..., n, é uma resposta a ser respondida. Pode-se investigar se há outros tipos de bifurcações que ocorrem nesses sistemas, principalmente se se considerar outros parâmetros de bifurcação. Uma última questão curiosa é quando se tem um modelo predador-presa tal como em [14], onde a interação das espécies se dá em fases distintas de desenvolvimento, pois se 61

74 62 tratam de artrópodes. Seria possível ter um continuum de equilíbrios se houver pelo menos uma resposta funcional Holling tipo II? E se considerar a competição entre dois predadores, com cada um deles interagindo em fases distintas do desenvolvimento da presa? Questões como essas guiarão próximos estudos.

75 Bibliografia [1] Farkas, M., Zip bifurcation in a competition model, Nonlinear Anal. 8, ). [2] Farkas, M., Dynamical Models in Biology. Academic Press, USA, [3] Ferreira, J. D., Oliveira, L. A. F., Hopf bifurcation in a specific n+1)-dimensional competite system, Matemáticas XV, n o 1, Colômbia, [4] Hirsh, M., Smale, S., Devaney, R., Differential Equations, Dynamics System and an Introduction to Chaos, second edition, Academic Press, New York, [5] Hofbauer, J., Sigmund, K., Evolutionary Games and Population Dynamics Cambridge University Press, Reprinted [6] Hsu, S. B., Hubbel, S. P, Waltman, P., Competing predators, SIAM J. Appl. Math. 35, ). [7] Hsu, S. B., Hubbel, S. P, Waltman, P., A contribution to the theory of competing predators, Ecological Monographs 48, ). [8] Kuznetsov, Y. A., Elements of Applied Bifurcation Theory, second edition, Springer- Verlag Inc. New York,

76 64 [9] Lima, E. L., Variedades Diferenciáveis, Coleção Publicações Matemáticas, Rio de Janeiro, [10] Mamani, A. L. C., Bifurcação de Hopf num modelo de competição dois predadoresuma presa. Dissertação de Mestrado, IME - USP. São Paulo, [11] Notas de aula do professor Luis Fernando de Osório Mello ministradas no curso de Tópicos em Sistemas Dinâmicos. [12] Perko, L., Differential Equations and Dynamical Systems, Springer-Verlag, New York, [13] Pontryagin, L. S., Ordinary Differential Equations. Addison-Wesley, USA, [14] Rosa, M. A., Estudo das bifurações de Hopf no sistema regulador de Watt. Dissertação de Mestrado, ICE - Unifei. Itajubá, [15] Sáez, E., Stange, E., Szántó, I., Simultaneous zip bifurcation and limit cycles in three dimensional competition models, SIAM J. Appl. Dyn. Syst. 5, ). [16] Santos, D. B., Bifurcação de Hopf num Modelo de Controle Biológico. Dissertação de Mestrado, IME - USP. São Paulo, [17] Smith, H. L., The interaction of steady state and Hopf bifurcations in a two-predatorone-prey competition model, SIAM J. Appl. Math. 42, ). [18] Weiss, H., Mathematical Introduction to Population Dynamics, 27 o Colóquio Brasileiro de Matemática, Rio de Janeiro, [19] Wilken, D. R., Some remarks on a competing predators problem, SIAM J. Appl. Math. 42, ).

77 Anexo 1 Para ilustrar os resultados obtidos ao longo do trabalho, serão apresentadas uma série de simulações feitas com o software Maple R, versão 12. Essas simulações serão colocadas em dois anexos, Anexo 1, que se destina ao modelo de [1], e o Anexo 2, ao modelo [15]. Considere na figuras apresentadas, x 1 como sendo o x, x 2, o y, e z representa S. As Figuras 3.1 a 3.14 referem-se aos resultados do Capítulo 2, ou seja, são referentes à equação 2.2). As Figuras 3.1, 3.2 e 3.3 ilustram os Lema e 2.2.4, onde há órbita periódica atratora em x 2 = 0 e x 1 = 0, respectivamente, e o Teorema 2.2.4, onde há a coexistência das órbitas periódicas atratoras em x 1 = 0 e x 2 = 0. Para essas figuras λ 1 λ 2. Já as Figuras 3.4, 3.5 e 3.6 são ilustrações para o caso em que a 1 = a 2 e λ 1 = λ 2, estando associadas ao Teorema As Figuras 3.4 e 3.6 ilustram duas situações distintas, a que o continuum de equilíbrio, L, é instável e a que é estável, respectivamente. A existência das órbitas periódicas atratoras é dada na Figura 3.5. Para condições dos parâmetros ainda distintos, as Figuras 3.7 e 3.8 são uma tentativa de ilustrar a formação da reta de equilíbrio. Os Lemas e e , quando a 1 a 2 e λ 1 = λ 2, estão associados às Figuras 3.9, 3.10 e 3.11, respectivamente, ou seja, dentro do abuso de linguagem, L estável, L instável, e a bifurcação zip. O resultado apresentado em [10], existência de órbita periódica atratora em Ω, está, 65

78 66 Figura 3.1: Retrato de fase: órbita periódica atratora em x 2 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.9, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.8, d 2 = 1.95, m 2 = 3, K = Intervalo de integração: [-50,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.85, 0), 1, 0, 0.3), 0.99, 0.1, 0.9). aparentemente, ilustrado na Figura A figura 3.13, vem apenas mostrar que para uma mudança na terceira casa decimal do parâmetro a 1 o retrato de fase é modificado.

79 67 Figura 3.2: Retrato de fase: órbita periódica atratora em x 1 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.8, d 1 = 1.95, m 1 = 3, a 2 = 0.9, d 2 = 1, m 2 = 2, K = Intervalo de integração: [-10,50]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.02), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0). Figura 3.3: Retrato de fase: órbitas periódicas atratoras em x 1 = 0 e x 2 = 0. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 1.5, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 2.7. Intervalo de integração: [-20,80]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.02), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0).

80 68 Figura 3.4: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2). Figura 3.5: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 1.5. Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2).

81 69 Figura 3.6: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 1, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 4. Intervalo de integração: [-10,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.5, 0), 0.99, 0.3, 1), 0.99, 1.3, 1.2). Figura 3.7: Retrato de fase: formação do continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 0.99, m 1 = 2, a 2 = 0.95, d 2 = 1.05, m 2 = 2, K = 2.5. Intervalo de integração: [20,300]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05).

82 70 Figura 3.8: Retrato de fase: formação do continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 0.99, m 1 = 2, a 2 = 0.95, d 2 = 1.05, m 2 = 2, K = 6. Intervalo de integração: [-100,500]. Condições iniciais: 0.99, 0.9, 0.3), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05). Figura 3.9: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 2. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44).

83 71 Figura 3.10: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 3.5. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44). Figura 3.11: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 2, a 2 = 0.5, d 2 = 2, m 2 = 3, K = 3. Intervalo de integração: [0,500]. Condições iniciais: 1.1, 2/11, 5/11), 0.99, 1/11, 3/11), 0.99, 1/11, 13/44).

84 72 Figura 3.12: Retrato de fase: órbitas em Ω. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.999, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 2.9. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.0, 0.5), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05). Figura 3.13: Retrato de fase. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 1, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.991, d 2 = 1, m 2 = 2, K = 2.9. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.0, 0.5), 0.99, 0.02, 0.2), 0.99, 0.5, 0.05).

85 Anexo 2 Como dito no Anexo 1, as Figuras 3.14 a 3.21 referem-se aos resultados da primeira seção do Capítulo 3, [15], considerando que n = 5. O Teorema 3.1.1, a 1 = a 2 e λ n 1 = λ n 2, está ilustrado nas respectivas Figuras 3.14, onde L é estável, 3.16, onde L é instável, e 3.17, que é apenas uma visualização mais ampla da Figura A Figura 3.15 refere-se à questão levantada sobre bifurcação de Hopf para essas condições. Figura 3.14: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 1.6, n = 5. Intervalo de integração: [0,20]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3). 73

86 74 Figura 3.15: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 2.15, n = 5. Intervalo de integração: [0,30]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3). A condição a 1 a 2 e λ n 1 = λ n 2, com n = 5, está ilustrada nas Figuras 3.18 a A Figura 3.18, com o abuso de linguagem, ilustra quando L é estável, a 3.20, L instável, e novamente, 3.21 apenas uma visualização mais ampla da Figura A Figura 3.19 está associada ao Lema 3.1.1, ou seja, à bifurcação zip.

87 75 Figura 3.16: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 6, n = 5. Intervalo de integração: [-5,8]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3). Figura 3.17: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 1, m 2 = 3, K = 6, n = 5. Intervalo de integração: [0,100]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3).

88 76 Figura 3.18: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 1.7, n = 5. Intervalo de integração: [0,50]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3). Figura 3.19: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 2.15, n = 5. Intervalo de integração: [-50,30]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3).

89 77 Figura 3.20: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 5, n = 5. Intervalo de integração: [-10,10]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3). Figura 3.21: Retrato de fase: continnum de equilíbrio. Os valores dos parâmetros são: γ = 1, a 1 = 0.5, d 1 = 1, m 1 = 3, a 2 = 0.5, d 2 = 5, m 2 = 6, K = 5, n = 5. Intervalo de integração: [-10,60]. Condições iniciais: 0.99, 0.2, 0.08), 0.99, 0, 0.2), 0.99, 0.4, 0), 0.99, 0.25, 0.35), 0.99, 0.45, 0.3).

Modelagem em Sistemas Complexos

Modelagem em Sistemas Complexos Modelagem em Sistemas Complexos Bifurcação local de campos vetoriais Marcone C. Pereira Escola de Artes, Ciências e Humanidades Universidade de São Paulo São Paulo - Brasil Abril de 2012 Nesta aula discutiremos

Leia mais

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531 14 de maio de 2015 Introdução a sistemas não-lineares Embora modelos lineares sejam muito usados, sistemas reais apresentam algum tipo de não-linearidade Em muitos casos a faixa de operação limitada faz

Leia mais

3.3 Retrato de fase de sistemas lineares de 1 a ordem

3.3 Retrato de fase de sistemas lineares de 1 a ordem MAP 2310 - Análise Numérica e Equações Diferenciais I Continuação - 25/05/2006 1 o Semestre de 2006 3.3 Retrato de fase de sistemas lineares de 1 a ordem O espaço de fase de um sistema da forma ẏ = Ay,

Leia mais

3 Aplicação do Diffusion Maps a campos de vetores planares

3 Aplicação do Diffusion Maps a campos de vetores planares 3 Aplicação do Diffusion Maps a campos de vetores planares É usual que fenômenos relacionados à Física, Química, Biologia e Engenharia sejam modelados com o auxílio de equações diferenciais ordinárias

Leia mais

Gabarito da G3 de Equações Diferenciais

Gabarito da G3 de Equações Diferenciais Gabarito da G3 de Equações Diferenciais 03. MAT 54 Ques..a.b.c.a.b 3 4 5.a 5.b soma Valor.0.0.0.0.0.0.0.0.0 0.0 Nota ) Considere o problema abaixo que representa o comportamento de duas espécies(com densidades

Leia mais

Linearização de Modelos e Teoremas Locais

Linearização de Modelos e Teoremas Locais Modelos e Teoremas Locais Prof. Marcus V. Americano da Costa F o Departamento de Engenharia Química Universidade Federal da Bahia Salvador-BA, 05 de janeiro de 2017. Sumário Introdução => Uma grande parte

Leia mais

1 Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações

1 Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações Equações Diferenciais Ordinárias: Sistemas de Equações O sistema geral de duas equações diferenciais pode ser escrito como: ẋ = F x,y,t ẏ = Gx,y,t Uma Solução de é um par x t e y t de funções de t tais

Leia mais

Bifurcações da região de estabilidade de sistemas dinâmicos autônomos não lineares: Bifurcação Sela-Nó do Tipo-1

Bifurcações da região de estabilidade de sistemas dinâmicos autônomos não lineares: Bifurcação Sela-Nó do Tipo-1 Bifurcações da região de estabilidade de sistemas dinâmicos autônomos não lineares: Bifurcação Sela-Nó do Tipo-1 Fabíolo Moraes Amaral Departamento de Ensino, IFBA Campus Eunápolis 45.822-000, Eunápolis,

Leia mais

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531

FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531 Soluções periódicas e ciclos limite Funções descritivas FUNDAMENTOS DE CONTROLE - EEL 7531 Professor: Aguinaldo S. e Silva LABSPOT-EEL-UFSC 9 de junho de 2015 Professor: Aguinaldo S. e Silva FUNDAMENTOS

Leia mais

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov 1 Motivação Considere as equações diferenciais que modelam o oscilador harmônico sem amortecimento e sem força aplicada, dada por: M z + Kz = 0 Escolhendo-se x 1 = z e x

Leia mais

Equação Geral do Segundo Grau em R 2

Equação Geral do Segundo Grau em R 2 8 Equação Geral do Segundo Grau em R Sumário 8.1 Introdução....................... 8. Autovalores e autovetores de uma matriz real 8.3 Rotação dos Eixos Coordenados........... 5 8.4 Formas Quadráticas..................

Leia mais

25/05/06 MAP Análise Numérica e Equações Diferenciais I 1 o Semestre de EDO linear homogênea a coeficientes constantes - Continução

25/05/06 MAP Análise Numérica e Equações Diferenciais I 1 o Semestre de EDO linear homogênea a coeficientes constantes - Continução 25/05/06 MAP 2310 - Análise Numérica e Equações Diferenciais I 1 o Semestre de 2006 Continuação 185 EDO linear homogênea a coeficientes constantes - Continução Exercício 36 Ache a solução geral complexa

Leia mais

1 Segmentos orientados e vetores, adição e multiplicação

1 Segmentos orientados e vetores, adição e multiplicação MAP2110 Modelagem e Matemática 1 o Semestre de 2007 Resumo 1 - Roteiro de estudos - 07/05/2007 Espaços vetoriais bi e tri-dimensionais (plano ou espaço bidimensional E 2, e espaço tridimensional E 3 )

Leia mais

Estabilidade Interna. 1. Estabilidade Interna. 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov. 3. Teorema de Lyapunov

Estabilidade Interna. 1. Estabilidade Interna. 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov. 3. Teorema de Lyapunov Estabilidade Interna 1. Estabilidade Interna 2. Análise de Estabilidade Segundo Lyapunov 3. Teorema de Lyapunov 4. Teorema de Lyapunov Caso Discreto pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 13 Estabilidade

Leia mais

MAT Álgebra Linear para Engenharia II

MAT Álgebra Linear para Engenharia II MAT2458 - Álgebra Linear para Engenharia II Prova de Recuperação - 05/02/2014 Nome: Professor: NUSP: Turma: INSTRUÇÕES (1) A prova tem início às 7:30 e duração de 2 horas. (2) Não é permitido deixar a

Leia mais

Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas

Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas Modelos Biomatemáticos - aulas Teórico-Práticas 5/6 Capítulo Nulclinas, equilíbrios e campos vectoriais. Determine as nulclinas e os equilíbrios dos seguintes sistemas de equações diferenciais = a) = =

Leia mais

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff Geometria Analítica e Cálculo Vetorial

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff Geometria Analítica e Cálculo Vetorial 178 Capítulo 10 Equação da reta e do plano no espaço 1. Equações paramétricas da reta no espaço Sejam A e B dois pontos distintos no espaço e seja r a reta que os contém. Então, P r existe t R tal que

Leia mais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno Prof. Zeca Eidam Nosso objetivo nestas notas é provar alguns resultados

Leia mais

Sistemas Dinâmicos e Caos Lista de Problemas 2.1 Prof. Marco Polo

Sistemas Dinâmicos e Caos Lista de Problemas 2.1 Prof. Marco Polo Sistemas Dinâmicos e Caos - 2016.2 - Lista de Problemas 2.1 1 Sistemas Dinâmicos e Caos Lista de Problemas 2.1 Prof. Marco Polo Questão 01: Oscilador harmônico Considere o oscilador harmônico ẋ = y, ẏ

Leia mais

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS TESTES DE RECUPERAÇÃO A - 6 DE JUNHO DE 9 - DAS H ÀS :3H Teste Apresente e justifique

Leia mais

Notas de Aula - Parte 6. Estabilidade Estrutural e Bifurcações

Notas de Aula - Parte 6. Estabilidade Estrutural e Bifurcações FGE417- Fenômenos Não-Lineares em Física: Introdução ao Caos Determinístico e aos Sistemas Dinâmicos Prof. Reynaldo Daniel Pinto Notas de Aula - Parte 6 Estabilidade Estrutural e Bifurcações 1972 - René

Leia mais

MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2011/2012. EIC0010 FÍSICA I 1o ANO 2 o SEMESTRE

MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2011/2012. EIC0010 FÍSICA I 1o ANO 2 o SEMESTRE MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2011/2012 EIC0010 FÍSICA I 1o ANO 2 o SEMESTRE Prova com consulta de formulário e uso de computador. Duração 2 horas. Nome do estudante: Pode consultar

Leia mais

Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias

Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias Introdução às Equações Diferenciais e Ordinárias - 017. Lista - EDOs lineares de ordem superior e sistemas de EDOs de primeira ordem 1 São dadas trincas de funções que são, em cada caso, soluções de alguma

Leia mais

Estabilização Robusta

Estabilização Robusta Estabilização Robusta 1. Regiões LMIs: Alocação de pólos 2. Restrições sobre entrada e saída 3. Controlador baseado no observador e LMIs pag.1 Introdução ao Controle Robusto Aula 8 Regiões LMIs e Alocação

Leia mais

Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo

Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo 2 Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo 2.1 Introdução Neste capítulo, vamos definir alguns conceitos relacionados à estabilidade de sistemas lineares invariantes no tempo.

Leia mais

EXAME DE QUALIFICAÇÃO em Álgebra - Mestrado

EXAME DE QUALIFICAÇÃO em Álgebra - Mestrado Programa de Pós-Graduação em Matemática Instituto de Matemática e Estatística - IME Universidade Federal de Goiás - UFG EXAME DE QUALIFICAÇÃO em Álgebra - Mestrado Aluno: 1) Seja G um grupo e a, b G tais

Leia mais

Pontos de Equilíbrio Hopf Subcríticos na Fronteira da Região de Estabilidade

Pontos de Equilíbrio Hopf Subcríticos na Fronteira da Região de Estabilidade Trabalho apresentado no III CMAC - SE, Vitória-ES, 2015. Proceeding Series of the Brazilian Society of Computational and Applied Mathematics Pontos de Equilíbrio Hopf Subcríticos na Fronteira da Região

Leia mais

Fronteira e Região de Estabilidade Fraca de um Ponto de Equilíbrio Hopf Supercrítico do tipo zero

Fronteira e Região de Estabilidade Fraca de um Ponto de Equilíbrio Hopf Supercrítico do tipo zero Trabalho apresentado no DINCON, Natal - RN, 2015. Proceeding Series of the Brazilian Society of Computational and Applied Mathematics Fronteira e Região de Estabilidade Fraca de um Ponto de Equilíbrio

Leia mais

A (u + iv) = (a + ib) (u + iv) = (au bv) + i (av + bu).

A (u + iv) = (a + ib) (u + iv) = (au bv) + i (av + bu). DICAS E RESPOSTAS DA LISTA DE EXERCÍCIOS 4 EDO II - MAP 036 PROF: PEDRO T P LOPES WWWIMEUSPBR/ PPLOPES/EDO Os exercícios a seguir foram selecionados dos livros dos autores Claus Doering-Artur Lopes e Jorge

Leia mais

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que O Teorema de Peano Equações de primeira ordem Seja D um conjunto aberto de R R n, e seja f : D R n (t, x) f(t, x) uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e

Leia mais

Nota: Turma: MA 327 Álgebra Linear. Terceira Prova. Boa Prova! Primeiro Semestre de T o t a l

Nota: Turma: MA 327 Álgebra Linear. Terceira Prova. Boa Prova! Primeiro Semestre de T o t a l Turma: Nota: MA 327 Álgebra Linear Primeiro Semestre de 26 Terceira Prova Nome: RA: Questões Pontos Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 T o t a l Boa Prova! Questão 1. 2. Pontos) Seja U um

Leia mais

14 Estimador assintótico

14 Estimador assintótico Teoria de Controle (sinopse) 4 J. A. M. Felippe de Souza Neste capítulo continuaremos no estudo de que foi iniciado no capítulo anterior. Estimadores de Estado, A exemplo dos capítulos anteriores será

Leia mais

APLICAÇÃO DO TEOREMA DO PONTO FIXO DE BANACH A UM PROBLEMA EM PROBABILIDADE 1

APLICAÇÃO DO TEOREMA DO PONTO FIXO DE BANACH A UM PROBLEMA EM PROBABILIDADE 1 Disciplinarum Scientia. Série: Ciências Exatas, S. Maria, v.2, n.1, p.59-68, 2001 59 APLICAÇÃO DO TEOREMA DO PONTO FIXO DE BANACH A UM PROBLEMA EM PROBABILIDADE 1 APPLICATION OF BANACH FIXED POINT THEOREM

Leia mais

(d) v é um autovetor de T se, e somente se, T 2 = T ; (e) v é um autovetor de T se, e somente se, T (v) = v.

(d) v é um autovetor de T se, e somente se, T 2 = T ; (e) v é um autovetor de T se, e somente se, T (v) = v. Q1. Seja V um espaço vetorial real de dimensão finita munido de um produto interno. Sejam T : V V um operador linear simétrico e W um subespaço de V tal que T (w) W, para todo w W. Suponha que W V e que

Leia mais

Estabilidade de tensão.. p.1/44

Estabilidade de tensão.. p.1/44 Estabilidade de tensão p/44 Característica do fenômeno Fenômeno mais recente em sistemas muito carregados Associado ao esgotamento de fontes de potência reativa Caracterizado pela queda descontrolada da

Leia mais

Sistemas de Equações Diferenciais no Plano

Sistemas de Equações Diferenciais no Plano Sistemas de Equações Diferenciais no Plano Sistemas autônomos Queremos estudar o comportamento das soluções do sistema escrito na seguinte forma: { = f(, y) y (1) = g(, y) onde = (t) e y = y(t). Tal sistema

Leia mais

3 Esquema de pré-distorção

3 Esquema de pré-distorção 3 Esquema de pré-distorção O objetivo do presente trabalho, conforme foi exposto anteriormente, é a redução dos efeitos causados pelos produtos de intermodulação gerados pela não-linearidade. Para atingir

Leia mais

Robson Alexandrino Trevizan Santos. Bifurcações em Sistemas Dinâmicos Suaves por Partes

Robson Alexandrino Trevizan Santos. Bifurcações em Sistemas Dinâmicos Suaves por Partes Robson Alexandrino Trevizan Santos Bifurcações em Sistemas Dinâmicos Suaves por Partes São José do Rio Preto 2013 Abstract This work is a study of bifurcations of equilibrium points in piecewise-smooth

Leia mais

Estabilização de Sistemas a Excitação Persistente

Estabilização de Sistemas a Excitação Persistente 13 de janeiro de 2014 CMAP, École Polytechnique França Tópicos 1 Introdução Problema de interesse Sistemas a excitação persistente 2 (T, µ)-estabilizador Estabilização com hipóteses espectrais sobre A

Leia mais

(I) T tem pelo menos um autovalor real; (II) T é diagonalizável; (III) no espaço vetorial real R n, o conjunto {u, v} é linearmente independente.

(I) T tem pelo menos um autovalor real; (II) T é diagonalizável; (III) no espaço vetorial real R n, o conjunto {u, v} é linearmente independente. Q1. Sejam n um inteiro positivo, T : C n C n um operador linear e seja A = [T ] can a matriz que representa T em relação à base canônica do espaço vetorial complexo C n. Suponha que a matriz A tenha entradas

Leia mais

23 e 24. Forma Quadrática e Equação do Segundo Grau em R 3. Sumário

23 e 24. Forma Quadrática e Equação do Segundo Grau em R 3. Sumário 23 e 24 Forma Quadrática e Equação do Segundo Grau em R 3 Sumário 23.1 Introdução....................... 2 23.2 Autovalores e Autovetores de uma matriz 3 3.. 2 23.3 Mudança de Coordenadas no Espaço........

Leia mais

Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo

Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo Capítulo 2 Estabilidade de sistemas de controle lineares invariantes no tempo 2. Introdução Neste capítulo, vamos definir alguns conceitos relacionados à estabilidade de sistemas lineares invariantes no

Leia mais

Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída

Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída Visão geral do capítulo No capítulo 2 mostramos que a controlabilidade está relacionada com o menor subespaço A-invariante que contém a imagem de B. Mostramos

Leia mais

14 AULA. Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais LIVRO

14 AULA. Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais LIVRO 1 LIVRO Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais 14 AULA META Definir o vetor gradiente de uma função de duas variáveis reais e interpretá-lo geometricamente. Além disso, estudaremos a derivada direcional

Leia mais

EES-20: Sistemas de Controle II

EES-20: Sistemas de Controle II EES-: Sistemas de Controle II 14 Agosto 17 1 / 49 Recapitulando: Estabilidade interna assintótica Modelo no espaço de estados: Equação de estado: ẋ = Ax + Bu Equação de saída: y = Cx + Du Diz-se que o

Leia mais

Observabilidade, Decomposição Canônica

Observabilidade, Decomposição Canônica Observabilidade, Decomposição Canônica 1. Observabilidade de Sistemas LIT 2. Dualidade 3. Índices de Observabilidade 4. Decomposição Canônica pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 16 Observabilidade Sistemas

Leia mais

(b) A não será diagonalizável sobre C e A será diagonalizável sobre R se, e

(b) A não será diagonalizável sobre C e A será diagonalizável sobre R se, e Q1. Sejam A M 6 (R) uma matriz real e T : R 6 R 6 o operador linear tal que [T ] can = A, em que can denota a base canônica de R 6. Se o polinômio característico de T for então poderemos afirmar que: p

Leia mais

Teorema de Poincaré-Bendixson no espaço métrico fuzzy E(R 2 )

Teorema de Poincaré-Bendixson no espaço métrico fuzzy E(R 2 ) Teorema de Poincaré-Bendison no espaço métrico fuzz E(R 2 ) Michael M. Diniz, Rodne C. Bassanezi, Depto de Matemática Aplicada, IMECC, UNICAMP, 13083-859, Campinas, SP E-mail: ra100688@ime.unicamp.br,

Leia mais

Álgebra Linear I - Aula Forma diagonal de uma matriz diagonalizável

Álgebra Linear I - Aula Forma diagonal de uma matriz diagonalizável Álgebra Linear I - Aula 18 1 Forma diagonal de uma matriz diagonalizável 2 Matrizes ortogonais Roteiro 1 Forma diagonal de uma matriz diagonalizável Sejam A uma transformação linear diagonalizável, β =

Leia mais

MAT ÁLGEBRAS DE OPERADORES 2 SEMESTRE DE 2017 LISTA DE PROBLEMAS

MAT ÁLGEBRAS DE OPERADORES 2 SEMESTRE DE 2017 LISTA DE PROBLEMAS MAT 5818 - ÁLGEBRAS DE OPERADORES 2 SEMESTRE DE 2017 LISTA DE PROBLEMAS 1) Mostre que M n (C) munida da norma ((a jk )) 1 j,k n = k=1 2) Defina na álgebra C[X] dos polinômios complexos na variável X a

Leia mais

PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL. Introdução Considere f uma função, não constante, de uma variável real ou complexa, a equação f(x) = 0 será denominada equação de uma incógnita. EXEMPLO e x + senx

Leia mais

2 Conceitos Básicos da Geometria Diferencial Afim

2 Conceitos Básicos da Geometria Diferencial Afim 2 Conceitos Básicos da Geometria Diferencial Afim Antes de iniciarmos o estudo das desigualdades isoperimétricas para curvas convexas, vamos rever alguns conceitos e resultados da Geometria Diferencial

Leia mais

MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS

MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS MATRIZES POSITIVAS DEFINIDAS Álgebra Linear (MAT-27) Ronaldo Rodrigues Pelá IEFF-ITA 7 de novembro de 2011 Roteiro 1 2 3 Roteiro 1 2 3 Por que saber se uma matriz é definida positiva? Importância do sinal

Leia mais

ESPAÇO VETORIAL REAL. b) Em relação à multiplicação: (ab) v = a(bv) (a + b) v = av + bv a (u + v ) = au + av 1u = u, para u, v V e a, b R

ESPAÇO VETORIAL REAL. b) Em relação à multiplicação: (ab) v = a(bv) (a + b) v = av + bv a (u + v ) = au + av 1u = u, para u, v V e a, b R ESPAÇO VETORIAL REAL Seja um conjunto V, não vazio, sobre o qual estão definidas as operações de adição e multiplicação por escalar, isto é: u, v V, u + v V a R, u V, au V O conjunto V com estas duas operações

Leia mais

Estimadores ou Observadores de Estado

Estimadores ou Observadores de Estado Estimadores ou Observadores de Estado 1. Estimadores ou Observadores de Estado: sistemas SISO 1. Extensões para Sistemas a Tempo Discreto pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 19 Estimadores ou Observadores

Leia mais

Um Estudo da Dinâmica da Equação Logística

Um Estudo da Dinâmica da Equação Logística Um Estudo da Dinâmica da Equação Logística Conconi, T.; Silva Lima, M.F. Resumo: Equações diferenciais são adequadas para representar sistemas discretos por grandezas cujos valores variam apenas em determinados

Leia mais

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MAT-458 Álgebra Linear para Engenharia II Terceira Lista de Eercícios - Professor: Equipe da Disciplina EXERCÍCIOS 1. Seja V um espaço vetorial

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Complementos ao texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Julho 24 Introdução O texto apresentado tem por objectivo ser um complemento ao texto de apoio ao

Leia mais

Apostila Minicurso SEMAT XXVII

Apostila Minicurso SEMAT XXVII Apostila Minicurso SEMAT XXVII Título do Minicurso: Estrutura algébrica dos germes de funções Autores: Amanda Monteiro, Daniel Silva costa Ferreira e Plínio Gabriel Sicuti Orientadora: Prof a. Dr a. Michelle

Leia mais

Modelagem em Sistemas Complexos

Modelagem em Sistemas Complexos Modelagem em Sistemas Complexos Interação de espécies Marcone C. Pereira Escola de Artes, Ciências e Humanidades Universidade de São Paulo São Paulo - Brasil Março de 2012 Nas próximas aulas discutiremos

Leia mais

Derivadas Parciais Capítulo 14

Derivadas Parciais Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 14 DERIVADAS PARCIAIS Como vimos no Capítulo 4, no Volume I, um dos principais usos da derivada ordinária é na determinação dos valores máximo e mínimo. DERIVADAS PARCIAIS 14.7

Leia mais

Capítulo 6: Transformações Lineares e Matrizes

Capítulo 6: Transformações Lineares e Matrizes 6 Livro: Introdução à Álgebra Linear Autores: Abramo Hefez Cecília de Souza Fernandez Capítulo 6: Transformações Lineares e Matrizes Sumário 1 Matriz de uma Transformação Linear....... 151 2 Operações

Leia mais

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis

Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Diagonalização Matrizes Semelhantes e Matrizes Diagonalizáveis Nosso objetivo neste capítulo é estudar aquelas transformações lineares de R n para as quais existe pelo menos uma base em que elas são representadas

Leia mais

Respostas sem justificativas não serão aceitas Não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos

Respostas sem justificativas não serão aceitas Não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL - 018. - TURMA MA 1A VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM - PARTE Nome Legível RG CPF Respostas

Leia mais

Realimentação de Estado Sistemas SISO

Realimentação de Estado Sistemas SISO 1. Realimentação de Estado para Sistemas SISO pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 18 Considere o sistema n dimensional, SISO: ẋ = Ax + bu y = cx Na realimentação de estados, a entrada u é dada por u

Leia mais

Interbits SuperPro Web

Interbits SuperPro Web 1 (Ita 018) Uma progressão aritmética (a 1, a,, a n) satisfaz a propriedade: para cada n, a soma da progressão é igual a n 5n Nessas condições, o determinante da matriz a1 a a a4 a5 a 6 a a a 7 8 9 a)

Leia mais

II- Mapas Bidimensionais. Referência: Chaos, K. Alligood, T. D. Sauer, J. A. Yorke; Springer (1997).

II- Mapas Bidimensionais. Referência: Chaos, K. Alligood, T. D. Sauer, J. A. Yorke; Springer (1997). II- Mapas Bidimensionais Referência: Chaos, K. Alligood, T. D. Sauer, J. A. Yorke; Springer (997). - Novas CaracterísMcas Dinâmicas Além de pontos fixos, há pontos de selas. Ponto de sela: contração em

Leia mais

Universidade Estadual Paulista Câmpus de São José do Rio Preto Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Universidade Estadual Paulista Câmpus de São José do Rio Preto Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Universidade Estadual Paulista Câmpus de São José do Rio Preto Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Ciclos Limites de Sistemas Lineares por Partes Jaime Rezende de Moraes Orientador: Prof.

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

Apontamentos III. Espaços euclidianos. Álgebra Linear aulas teóricas. Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico

Apontamentos III. Espaços euclidianos. Álgebra Linear aulas teóricas. Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico Apontamentos III Espaços euclidianos Álgebra Linear aulas teóricas 1 o semestre 2017/18 Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico Índice Índice i 1 Espaços euclidianos 1 1.1

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz Departamento de Matemática Unesp/Bauru CAPÍTULO 7 ISOMORFISMO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz Departamento de Matemática Unesp/Bauru CAPÍTULO 7 ISOMORFISMO INRODUÇÃO AO ESUDO DA ÁLGEBRA LINERAR CAPÍULO 7 ISOMORFISMO A pergunta inicial que se faz neste capítulo e que o motiva é: dada uma transformação linear : V W é possível definir uma transformação linear

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Da Natureza Centro Interdisciplinar de Ciências da Natureza ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 11 a Lista de

Leia mais

10 Estabilidade de Métodos de Passo Simples

10 Estabilidade de Métodos de Passo Simples MAP 2310 - Análise Numérica e Equações Diferenciais I 1 o Semestre de 2008 Análise Numérica NÃO REVISADO! 10 Estabilidade de Métodos de Passo Simples Continuamos interessados em estudar Métodos de Discretização

Leia mais

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 )

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 ) 6 a aula, 26-04-2007 Formas Quadráticas Suponhamos que 0 é um ponto crítico duma função suave f : U R definida sobre um aberto U R n. O desenvolvimento de Taylor de segunda ordem da função f em 0 permite-nos

Leia mais

MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2015/2016

MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2015/2016 MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 015/016 EIC0010 FÍSICA I 1o ANO, o SEMESTRE 1 de junho de 016 Nome: Duração horas. Prova com consulta de formulário e uso de computador. O formulário

Leia mais

Bifurcações de Sistemas Dinâmicos Planares e Aplicações em Sistemas de Potência

Bifurcações de Sistemas Dinâmicos Planares e Aplicações em Sistemas de Potência Bifurcações de sistemas dinâmicos planares e aplicações em sistemas de potência 1 Bifurcações de Sistemas Dinâmicos Planares e Aplicações em Sistemas de Potência 1. Introdução O estudo global das curvas

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral II Resolução do Exame/Teste de Recuperação 02 de Julho de 2018, 15:00h - versão 2 Duração: Exame (3h), Teste (1h30)

Cálculo Diferencial e Integral II Resolução do Exame/Teste de Recuperação 02 de Julho de 2018, 15:00h - versão 2 Duração: Exame (3h), Teste (1h30) Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Cálculo Diferencial e Integral II do Exame/Teste de Recuperação 2 de Julho de 218, 15:h - versão 2 Duração: Exame (3h),

Leia mais

OS ESPINORES foram introduzidos para obter todas as representações

OS ESPINORES foram introduzidos para obter todas as representações Sobre uma extensão de cálculo espinorial (I) Mario Schönberg OS ESPINORES foram introduzidos para obter todas as representações lineares irredutíveis do grupo das rotações e reviramentos de um espaço euclidiano.

Leia mais

1 Álgebra linear matricial

1 Álgebra linear matricial MTM510019 Métodos Computacionais de Otimização 2018.2 1 Álgebra linear matricial Revisão Um vetor x R n será representado por um vetor coluna x 1 x 2 x =., x n enquanto o transposto de x corresponde a

Leia mais

JULIANA LÁZARA CURCINO VIANA. Um Estudo Sobre a Estabilidade e Bifurcação de Hopf no Sistema Mecânico de Watt

JULIANA LÁZARA CURCINO VIANA. Um Estudo Sobre a Estabilidade e Bifurcação de Hopf no Sistema Mecânico de Watt JULIANA LÁZARA CURCINO VIANA Um Estudo Sobre a Estabilidade e Bifurcação de Hopf no Sistema Mecânico de Watt UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MATEMÁTICA 2009 i ii JULIANA LÁZARA CURCINO

Leia mais

de modo que γ (t) 2 = 3e t. Pelo Proposição 6.3, γ é retificável no intervalo [0, T], para cada T > 0 e lim γ (t) 2 dt = 3, )) se t 0 0 se t = 0

de modo que γ (t) 2 = 3e t. Pelo Proposição 6.3, γ é retificável no intervalo [0, T], para cada T > 0 e lim γ (t) 2 dt = 3, )) se t 0 0 se t = 0 Solução dos Exercícios Capítulo 6 Exercício 6.1: Seja γ: [, + [ R 3 definida por γ(t) = (e t cos t, e t sen t, e t ). Mostre que γ é retificável e calcule seu comprimento. Solução: γ é curva de classe

Leia mais

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3 Problema (a) (3 pontos) Sendo f(x) = sen 2 (x) sen(2x), uma função π-periódica, temos que f (x) = 2 sen(x) cos(x) sen(2x) + sen 2 (x) 2 cos(2x) = 2 sen(x) (cos(x) sen(2x) + sen(x) cos(2x) ) = 2 sen(x)

Leia mais

Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica. Espaços Vetoriais Reais

Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica. Espaços Vetoriais Reais universidade de aveiro departamento de matemática Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica Agrupamento IV (ECT, EET, EI) Capítulo 4 Espaços Vetoriais Reais Definição de espaço vetorial real [4 01] O conjunto

Leia mais

UFRJ-COPPE- Programa de Engenharia

UFRJ-COPPE- Programa de Engenharia UFRJ-COPPE- Programa de Engenharia Elétrica 1/30 Sistemas Não-Lineares I Liu Hsu Programa de Engenharia Elétrica, COPPE/UFRJ Aula 14 UFS O Lema de Kalman-Yakubovitch Este lema é muito importante e estabelece

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Da Natureza Centro Interdisciplinar de Ciências da Natureza ÁLGEBRA LINEAR I - MAT32 12 a Lista de exercícios

Leia mais

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α).

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α). Teoria de Galois Vamos nos restringir a car. zero. Seja K/F uma extensão finita de corpos. O grupo de Galois G(K/F ) é formado pelos isomorfismos ϕ : K K tais que x F, ϕ(x) = x. Lema. G(K/F ) [K : F ].

Leia mais

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Professor Marcos Leandro 17 de Junho de 2018 1. Sejam M um subespaço de um espaço de Hilbert H e f M. Mostre que f admite uma única extensão para H preservando

Leia mais

PROFESSOR: RICARDO SÁ EARP

PROFESSOR: RICARDO SÁ EARP LISTA DE EXERCÍCIOS SOBRE TRABALHO, CAMPOS CONSERVATIVOS, TEOREMA DE GREEN, FLUXO DE UM CAMPO AO LONGO DE UMA CURVA, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL DE UM CAMPO NO PLANO, FUNÇÕES HARMÔNICAS PROFESSOR: RICARDO

Leia mais

Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita;

Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita; META Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. OBJETIVOS Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita; determinar

Leia mais

Sistemas de equações lineares com três variáveis

Sistemas de equações lineares com três variáveis 18 Sistemas de equações lineares com três variáveis Sumário 18.1 Introdução....................... 18. Sistemas de duas equações lineares........... 18. Sistemas de três equações lineares........... 8

Leia mais

Resumo: Regra da cadeia, caso geral

Resumo: Regra da cadeia, caso geral Resumo: Regra da cadeia, caso geral Teorema Suponha que u = u(x 1,..., x n ) seja uma função diferenciável de n variáveis x 1,... x n onde cada x i é uma função diferenciável de m variáveis t 1,..., t

Leia mais

Realimentação e Observador no Espaço de Estados Revisão

Realimentação e Observador no Espaço de Estados Revisão Realimentação e Observador no Espaço de Estados Revisão 1. Realimentação de estados 1.1. Um tour por alocação de pólos 2. Observador ou Estimador 2.1. Observador? Por quê? 3. Princípio da separação 4.

Leia mais

Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem

Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem L Sistemas de EDOs Lineares de Primeira Ordem Introdução O objetivo destas notas de aula é discutir e resolver sistemas de EDOs lineares onde há duas funções que queremos descobrir, todas elas funções

Leia mais

Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham.

Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham. Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham. Ronaldo J. S. Ferreira e Fabiano B. da Silva 18 de novembro de 2015 Resumo Neste trabalho vamos explorar quando um campo vetorial simplético

Leia mais

Introdução à Teoria de Poincaré-Bendixson para campos de vetores planares

Introdução à Teoria de Poincaré-Bendixson para campos de vetores planares Introdução à Teoria de Poincaré-Bendixson para campos de vetores planares Otávio Henrique Perez e Tiago de Carvalho 7 de julho de 2014 Resumo O Teorema de Poincaré-Bendixson é um resultado muito importante

Leia mais

y (n) (x) = dn y dx n(x) y (0) (x) = y(x).

y (n) (x) = dn y dx n(x) y (0) (x) = y(x). Capítulo 1 Introdução 1.1 Definições Denotaremos por I R um intervalo aberto ou uma reunião de intervalos abertos e y : I R uma função que possua todas as suas derivadas, a menos que seja indicado o contrário.

Leia mais

Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h

Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/2002 2 o Exame - 25 de Janeiro de 2001-9 h Todos os cursos excepto Eng. Civil,

Leia mais

GABRIEL BUJOKAS

GABRIEL BUJOKAS APLICAÇÕES DE ÁLGEBRA LINEAR À COMBINATÓRIA GABRIEL BUJOKAS (GBUJOKAS@MIT.EDU) A gente vai discutir algumas das aplicações clássicas de álgebra linear à combinatória. Vamos começar relembrando alguns conceitos

Leia mais

EXAMES DE ANÁLISE MATEMÁTICA III

EXAMES DE ANÁLISE MATEMÁTICA III EXAMES DE ANÁLISE MATEMÁTICA III Jaime E. Villate Faculdade de Engenharia Universidade do Porto 22 de Fevereiro de 1999 Resumo Estes são alguns dos exames e testes da disciplina de Análise Matemática III,

Leia mais