Escola Guimarães Rosa

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1 Escola Guimarães Rosa Aluno(a): Nº: Série/Turma: 1ª Disciplina: Gramática Professor: Romulo Data: / /2018 LISTA DE EXERCÍCIOS RECUPERAÇÃO FINAL Jovem, A Avaliação de Recuperação Final é um importante momento para repensar sua aprendizagem. Leia com atenção todas as questões e apresente respostas completas, bem elaboradas e que demonstrem, além do domínio do conhecimento, cuidado em relação à norma culta da língua. Prepare-se para solucionar todas as dúvidas no Plantão Pedagógico. Torço pelo seu sucesso!! Abração! Romim Para responder às questões 01 a 14, considere a leitura do seguinte texto: TEXTO 01 O bom de ser criança Luís Fernando Veríssimo Acordo cedo e saio a caminhar pela casa. Entro na sala de estar, que ainda tem os destroços da festa. Papel de embrulho descartado, restos da algazarra que fizemos abrindo os presentes na noite anterior. Os cheiros da festa também ainda estão no ar. Bebida, peru assado. Lembro que os presentes também tinham cheiro. Bola de futebol nova, por exemplo. As bolas eram de couro mesmo, com a cor natural e o cheiro do couro, e com cadarço. Você não sabia se já saía chutando a bola ou se guardava aquela preciosidade a salvo de chutes e arranhões, só para cheirar. Lembro que no mesmo Natal em que ganhei minha primeira bola de tamanho oficial ganhei outro presente: um kit com uma estrela de xerife, um revólver, um cinturão de caubói com coldre e um cilindro cheio de fitas de espoletas. Colocava-se uma fita de espoletas no revólver e acionava-se o gatilho, fazendo estourar as espoletas. Outro cheiro inesquecível do Natal, o de espoleta recém-deflagrada. Sem saber escolher entre um presente e outro, eu afivelei o cinturão (com babados no coldre) em torno do corpo franzino e saí abraçado com a bola e dando tiros, iniciando uma carreira inédita de jogador de futebol caubói, até a mãe ordenar que parasse porque ninguém conseguia conversar na sala. E foi nesse Natal que conheci o Papai Noel. Tinham anunciado que naquele ano receberíamos o Papai Noel em casa. Ele não deixaria apenas os nossos presentes, misteriosamente, como das outras vezes. Apareceria. Em pessoa! E à noite lá estava o Papai Noel batendo na nossa porta, e sendo recebido por mim, minha irmã, um primo e várias crianças da vizinhança, todos de boca aberta. Era ele mesmo, não havia dúvida. A roupa vermelha grossa, o gorro, a barba branca, as bochechas rosadas e o saco. O maravilhoso saco, de dentro do qual tirou nossos presentes a bola de futebol, o revólver de espoleta, como ele sabia que era o que eu queria? Depois deu tapinhas na cabeça de cada um, disse qualquer coisa e desapareceu. Mais tarde entrei na cozinha e dei com o Papai Noel sentado, conversando com a cozinheira e tomando uma cerveja. Tinha tirado a máscara. Reconheci a sua cara suada: era o Bataclan, uma figura folclórica de Porto Alegre, um negro que fazia propaganda "reclame", chamava-se então na rua. Não lembro como eu racionalizei a revelação. Se deixei de acreditar no Papai Noel ali mesmo, se passei a acreditar que o Papai Noel, quando não estava em serviço, era o Bataclan, e vice- -versa. Talvez não tenha concluído nada. O bom de ser criança é que a gente não precisa racionalizar. Luís Fernando Veríssimo 01. O título de um texto é um importante elemento para fundamentar sua análise. a) Justifique o título do texto, considerando o tema que ele evidencia. b) Estabeleça uma associação entre o título e a última frase do texto. Que tipo de relação há entre eles?

2 02. Considerando todo o texto, sua temática e intencionalidade, pode-se verificar o predomínio de uma função da linguagem. Identifique-a e justifique sua resposta, apresentando duas marcas dessa função. 03. Leia este poema, de Manoel de Barros (TEXTO 02): XIX O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa. Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa. Era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem. Observa-se, tanto no texto de Veríssimo quanto no de Manoel de Barros, a quebra de uma imagem pré- -estabelecida e com a qual o narrador e o eu lírico já estavam habituados. Comente se, nos dois textos, essa quebra promoveu o mesmo efeito. 04. Releia esta frase, transcrita do Texto 01: Entro na sala de estar, que ainda tem os destroços da festa. a) Há um pronome relativo nessa frase. Identifique-o e indique o termo a que se refere. b) Como se classifica, morfologicamente (classe gramatical), a expressão da festa? 05. Releia este outro período, extraído do Texto 01: Lembro que no mesmo Natal em que ganhei minha primeira bola de tamanho oficial ganhei outro presente: um kit com uma estrela de xerife, um revólver, um cinturão de caubói com coldre e um cilindro cheio de fitas de espoletas. a) Foram destacadas duas ocorrências da palavra UM nesse período. Elas pertencem à mesma classe gramatical? Justifique a sua resposta. b) Como se classificam os pronomes minha e outro? c) A palavra oficial é um adjetivo. Classifique-a quanto ao gênero e ao número. 06. Justifique e classifique a colocação do pronome pessoal oblíquo SE nas seguintes construções: I. Colocava-se uma fita de espoletas no revólver (...) II....um negro que fazia propaganda "reclame", chamava-se então na rua.

3 07. Os pronomes demonstrativos, como se sabe, podem fazer referência ao espaço, tempo e discurso. Justifique a aplicação do pronome demonstrativo destacado na frase abaixo, considerando a relação tempo e discurso. E foi nesse Natal que conheci o Papai Noel. 08. Analise o seguinte texto: TEXTO 03 a) No texto principal, lê-se: O que parece pequeno para você, é um grande gesto para nós. Como se classificam morfologicamente as palavras o e que? b) Qual é a classe gramatical das palavras pequeno e grande? 09. Leia este último texto: O pronome oblíquo presente no texto verbal foi corretamente colocado? Por quê? 10. Em uma das frases a seguir o pronome pessoal oblíquo foi incorretamente aplicado. Assinale-a. a) Jamais o disseram toda a verdade. b) Encontrar-te-ia na saída da escola, se não houvesse prova de Gramática. c) Os garotos deixaram-no partir, depois de muita reclamação. d) Se desejassem procurá-lo, deveriam ter ido até a Casa da Pamonha. 11. Assinale a alternativa em que o pronome relativo foi corretamente utilizado, considerando-se, também, a presença ou ausência de preposição. a) Os alunos que a sala é muito engraçada devem permanecer juntos em b) A cidade a qual costumo passar as férias parece um pedaço de Cachoeiro. c) Aquele livro de cujos personagens não gostei foi escolhido pelo coordenador. d) O professor cujo prometeu um presente para cada aluno dá aula de História. 12. Considere, nos enunciados a seguir, as formas de pronomes pessoais destacadas. I. Em todas as reuniões da diretoria, sempre aconteceram discussões entre mim e ti. II. Em todas as reuniões da diretoria, sempre aconteceram discussões entre eu e tu. III. Desde que fui contratado, entre mim e ela sempre existiu absoluta lealdade.

4 IV. Nós dois bem sabemos que sem ti e mim a empresa ganhará outro rumo. V. Ainda é complicado para mim executar algumas ações nesta empresa. Estão adequadas ao padrão culto da língua somente as frases a) I, III e IV. b) II, III e IV. c) I, III e V. d) I, III, IV e V. 13. Dentre as frases a seguir, apenas uma está inadequada ao padrão culto. Assinale-a. a) Todos os alunos a quem me referi estão presentes hoje. b) O local para o qual me dirigi estava bem agitado devido à festa. c) As apostilas em que o conteúdo confio serão utilizadas pelo 3º ano em d) No bairro onde há tratamento de esgoto a preocupação ambiental é maior.

5 CHAVE DE CORREÇÃO 01. a) Para o cronista, ser criança tem muitas vantagens, sobretudo porque não se faz necessário ter preocupação com nada. Assim, o título O bom de ser criança revela, previamente, o aspecto positivo dessa fase da vida. b) Tanto o título quanto a última frase reforçam a mesma ideia: ser criança é vantajoso porque não é preciso agir de forma racional. Dessa forma, a última frase e o título são complementares. 02. Trata-se de função emotiva. Verifica-se isso através do uso da 1ª pessoa e da subjetividade, por exemplo. 03. No caso do texto de Veríssimo, a quebra de uma imagem pré-estabelecida não causou ao narrador uma visão negativa, visto que, por ser criança, o fato de reconhecer quem era o Papai Noel não fez com que deixasse de acreditar nesse personagem. Já no texto de Manoel de Barros, o homem que ensinou ao garoto o nome correto da volta que o rio fazia atrás de sua casa fez com que a possibilidade de imaginar aquilo que desejasse foi quebrada. Observam-se, portanto, efeitos diferentes. 04. a) Pronome QUE. Retoma sala de estar. b) Locução adjetiva. 05. a) Sim. Como indicam a quantidade dos elementos referidos, trata-se de numeral cardinal. b) Minha é um pronome possessivo e outro, pronome indefinido. c) Oficial é um adjetivo uniforme singular. 06. Justifique e classifique a colocação do pronome pessoal oblíquo SE nas seguintes construções: I. Como pronomes pessoais oblíquos átonos não podem iniciar períodos, foi necessário aplicar a ênclise. II. Após sinal de pontuação, não se deve posicionar um pronome oblíquo átono. Deve-se, portanto, fazer a ênclise. 07. Em relação ao tempo, o pronome esse faz referência a um passado próximo no caso, o Natal referido pelo narrador. Além disso, o pronome em estudo possui valor anafórico: retoma uma informação já apresentada no parágrafo. 08. a) A palavra o é um pronome demonstrativo (equivale ao termo aquilo ) e a palavra que é um pronome relativo (retoma um termo) b) Ambas são adjetivos. 09. Não foi corretamente colocado, já que não se pode iniciar um período com um pronome oblíquo átono. Nesse caso, deve-se fazer a ênclise. 10. a) Jamais o disseram toda a verdade. 11. c) Aquele livro de cujos personagens não gostei foi escolhido pelo coordenador. 12. D 13. C