FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA FINANCIAMENTO DE EMPRESAS
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1 FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA FINANCIAMENTO DE EMPRESAS ALINE BORGES DOS SANTOS TALITA CAETANO DE SOUZA GUERRA SANTOS 2009
2 Aline Borges dos Santos Talita Caetano de Souza Guerra FINANCIAMENTO DE EMPRESAS Trabalho apresentado como exigência parcial para avaliação da disciplina de Economia Financeira do Tecnólogo Processamento de Dados da Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista FATEC Orientador: Profº. Breno Gregório Lima Santos 2009
3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 FINANCIAMENTO A Função do Financiamento Diferenças entre capital de terceiros e capital próprio Fontes de Financiamento Tipos de Financiamento Financiamento de curto prazo Crédito bancário Empréstimos Contas correntes caucionadas Descobertos bancários "Factoring" Créditos documentários Papel Comercial Financiamento de médio e longo prazo Capital próprio Autofinanciamento Cessões de ativos Reforço dos capitais próprios Capital de terceiros Empréstimos bancários de médio e longo prazo "Leasing" ou locação financeira O capital de risco Custo de Capitais Decisões de Investimento Investimento de Capital 16 3 ESTUDOS DE CASO Senior Solution Nextel 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS 19 REFERÊNCIAS 20
4 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo dar ao leitor uma visão geral da importância do financiamento para empresas e consequentemente para a economia do país, uma vez que, se existem empresas operando existem empregos, logo existe renda e existindo renda a economia cresce. No segundo capítulo estudamos diferentes fontes e formas de financiamento e que se uma empresa quer continuar existindo e crescendo, ela invariavelmente necessitará de dinheiro, dinheiro este que nem sempre pode ser conseguido internamente, por diversos fatores entre eles o seu alto custo. A seguir mostramos que as decisões de investimento são pontos cruciais na vida de uma empresa e que devem ser cuidadosamente estudadas. Para finalizar o trabalho apresentamos dois cases, o primeiro que aborda o caso da Sênior Solution e o segundo a empresa Nextel.
5 5 2 FINANCIAMENTO Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, p. 630, financiar significa: facultar os capitais necessários para; custear as despesas de. A definição de financiamento, portanto, é o ato de ajudar outrem a pagar um produto ou serviço. Um financiamento pode ser, e normalmente é, oferecido por uma instituição financeira que cobrará juros sobre o capital fornecido. 2.1 A Função do Financiamento O processo de financiamento de um investimento parte inicialmente de sua análise; se o capital virá de recursos próprios ou se será diversificado (parte de recursos próprios e parte de recursos de terceiros) e qual será o tipo de financiamento. É importante um estudo meticuloso das variáveis que envolvem um financiamento para que não haja inviabilidade e/ou a decisão de financiamento seja errônea comprometendo a empresa. Para que uma empresa busque financiamento para efetivar um determinado investimento faz-se necessário que se conheçam as fontes de recursos disponíveis para tais empreendimentos, tais como bancos oficiais, bancos privados, bancos de fomentos, caixas econômicas, instituições financeiras, possibilidade de captação de recursos no mercado financeiro de outros países, que ajudam no desenvolvimento. Segundo a definição de Thomas Unger (1976), o financiamento de um investimento consiste na sua realização mediante um empréstimo correspondente a uma fração do montante a ser investido. Neste caso, diminui então o valor a ser gasto pela própria empresa, mas em compensação aumentam as despesas financeiras em virtude dos juros monetários. Podemos afirmar que o mercado financeiro é de fundamental importância para dinamizar a economia.
6 6 2.2 Diferenças entre capital de terceiros e capital próprio Uma empresa tem duas formas de financiar suas atividades: 1) Através do capital próprio; 2) Através do capital de terceiros. O capital próprio é representado pelos fundos de longo prazo proporcionados pelos proprietários da empresa, ou seja, seus acionistas, e pode ser definido como aquele em que não há obrigatoriedade de remuneração: sua remuneração depende diretamente da rentabilidade gerada pela empresa e já que não há data de vencimento é chamado de forma permanente de financiamento. Uma empresa pode obter capital próprio internamente, retendo lucros em lugar de distribuí-ios como dividendos a seus acionistas, ou externamente, vendendo ações ordinárias ou preferenciais. O capital de terceiros pode ser definido como todos os empréstimos de longo prazo contraídos pela empresa. É o capital preferencial em relação ao capital próprio (no caso, por exemplo, de falência da empresa); tem remuneração mínima fixada e em geral possui um esquema de reembolso previamente definido, ou seja, é o capital que deve ser devolvido nas condições previamente estabelecidas. As diferenças entre os capitais são: Principais diferenças entre capital de terceiros e capital próprio Tipo de capital Característica Capital de Capital próprio Influência nas decisões da administração Direitos sobre resultados e ativos Prazo de vencimento Tratamento fiscal Não Preferencial em relação ao capital próprio Determinado Dedução de juros Sim Subordinado ao capital de terceiros Nenhum Não há
7 7 2.3 Fontes de Financiamento Fontes de financiamento são aquelas em que as empresas recorrem para obter fundos a fim de financiar seus projetos de investimento. Levando em consideração que a maioria das empresas tem necessidade permanente de fundos e que existem diversas fontes atuantes no mercado, há a necessidade de um estudo minucioso para identificar qual a melhor maneira de se obter um financiamento, tendo em vista a maximização dos lucros. As empresas podem obter fundos de fontes externas de três maneiras: Instituições financeiras; Mercados financeiros; Colocações fechadas. Vamos focar nas duas fontes externas mais utilizadas: instituições financeiras e mercados financeiros. As instituições financeiras atuam como intermediárias, recebendo poupanças de indivíduos, empresas e governo e transferindo-as para empréstimos ou aplicações. As principais instituições financeiras existentes são: bancos comerciais (Citibank, Banco Itaú), associações de poupança e empréstimo (POUPEX), cooperativas de crédito (UniCred), caixas econômicas, companhias de seguro (Porto Seguro), fundos de pensão (Previ) e fundos de investimento (Caixa). Os mercados financeiros são fóruns nos quais fornecedores e demandantes de fundos podem transacionar entre si. Enquanto os empréstimos e as aplicações pelas instituições financeiras são feitos sem o conhecimento direto dos fornecedores (poupadores), nos mercados financeiros os fornecedores conhecem o destino do empréstimo ou da aplicação. Os dois mercados financeiros básicos são o mercado monetário e o mercado de capitais. O mercado monetário nada mais é do que uma relação financeira entre fornecedores e demandantes de fundos de curto prazo. Enquanto os fornecedores dispõem de fundos temporariamente ociosos que desejam aplicar com algum rendimento, demandantes encontram-se em situação temporária de financiamento.
8 8 O mercado de capitais permite uma relação financeira entre fornecedores e demandantes de fundos de longo prazo. Inclui emissões de títulos de empresas e governo. A essência desse mercado é a bolsa de valores. 2.4 Tipos de Financiamento Existem diversos tipos de financiamento e cada um deles representa um custo que a empresa será obrigada a pagar. O estudo de viabilidade de um projeto é crucial para definir qual tipo de financiamento a ser utilizado. Existem dois tipos de financiamento: curto prazo (exigibilidade até um ano) médio/longo prazo. Brasil. A seguir apresentamos algumas formas de financiamento praticadas no Financiamento de curto prazo Crédito bancário Operação através da qual uma instituição bancária coloca à disposição do seu cliente um montante por ele solicitado e que deve ser liquidado em datas previamente fixadas acrescido dos respectivos juros. Geralmente utilizado para necessidades da tesouraria. Poderá tomar a forma de crédito direto, caso em que a instituição bancária coloca fundos à disposição do cliente (exemplos: desconto de títulos, capital de giro, contas garantidas, cheques especiais, abertura de crédito através de conta corrente ou de empréstimo). No crédito bancário indireto, a instituição bancária desembolsa
9 9 fundos caso o beneficiário do crédito não assuma os compromissos (exemplos: garantias bancárias, avais ou aceites bancários) Empréstimos Operação em que a instituição bancária disponibiliza ao seu cliente um determinado valor de capital que deve ser restituído no final do prazo combinado, acrescido dos respectivos juros à taxa praticada, à data (juros pos-fixados), pela instituição bancária que concede o crédito. Normalmente utilizados no financiamento de operações de prazo reduzido, como a necessidade momentâneas de tesouraria Contas correntes caucionadas Tratam-se de contas correntes em que a entidade financiadora coloca ao dispor do seu cliente um limite de crédito contratado, podendo o cliente repor partes de capital a fim de reduzir o montante do seu débito. Implicam o pagamento de juros por parte da empresa contraente e uma garantia. Normalmente para financiar necessidades da tesouraria da empresa Descobertos bancários O plafond (valor limite) de crédito que as entidades bancárias autorizam às empresas a movimentarem, quase sempre por períodos muito curtos de tempo. Normalmente concedidos às empresas que oferecem garantias de um determinado nível de saldos. Têm custos normalmente superiores aos praticados para as restantes operações de crédito.
10 10 A conta fica autorizada a ter saldos negativos até ao limite fixado. Os juros são contados diariamente sobre o valor do saldo devedor. Normalmente utilizado para suprir dificuldades momentâneas de tesouraria "Factoring" Consiste na tomada, pela empresa de factoring (factor), para fins de administração e cobrança, dos créditos de curto prazo, titulados por faturas, que determinada empresa (aderente) adquire sobre os seus clientes pelo fornecimento de bens e serviços. Na data de vencimento das faturas, os devedores liquidarão, à empresa de factoring, os valores em dívida Créditos documentários Sob ordem de uma empresa (o fornecedor), uma instituição bancária responsabiliza-se por colocar determinado montante à disposição do vendedor (o beneficiário), normalmente por intermédio de outra instituição bancária (o correspondente). Assim, o vendedor tem a vantagem de garantir o recebimento do montante da venda. Este tipo de financiamento é, geralmente, utilizado em operações de importação/ exportação Papel Comercial Títulos de dívida emitidos por empresas e instituições não governamentais, em curto prazo (o prazo máximo de cada emissão é de dois anos), constituindo uma alternativa aos tradicionais títulos de renda fixa, em termos de aplicação de fundos.
11 Financiamento de médio e longo prazo Capital próprio Autofinanciamento Meios financeiros obtidos e retidos na empresa que deverão permitir o reembolso de dívidas de médio e longo prazo, assegurar a manutenção da atividade produtiva da empresa (amortizações, provisões e reservas de investimento) e garantir o seu crescimento (resultados líquidos retidos para pagamento de dívidas) Cessões de ativos Forma de financiamento segundo a qual a empresa procede à alienação de ativos considerados dispensáveis ao regular funcionamento da sua atividade Reforço dos capitais próprios Através de operações diversas de reforço da estrutura do capital próprio, as empresas poderão aumentar os meios financeiros à sua disposição. Nesta forma de financiamento incluem-se os aumentos de capital, as prestações suplementares de capital, a criação de reservas de reavaliação, a diminuição da distribuição de resultados ou a emissão de títulos de participação.
12 Capital de terceiros Empréstimos bancários de médio e longo prazo Destinam-se a financiar investimentos em curso ou no seu início. A empresa tem que negociar as condições de concessão do empréstimo com a entidade bancária a quem o solicita, designadamente o prazo, o período de carência de juros e/ou de amortização de capital e a taxa de juro "Leasing" ou locação financeira O leasing, também denominado arrendamento mercantil, é uma operação em que o proprietário (arrendador, empresa de arrendamento mercantil) de um bem móvel ou imóvel cede à terceiro (arrendatário, cliente, "comprador") o uso desse bem por prazo determinado, recebendo em troca uma contraprestação. Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um financiamento que utilize o bem como garantia e que pode ser amortizado num determinado número de "aluguéis" (prestações) periódicos, acrescidos do valor residual garantido e do valor devido pela opção de compra. Ao final do contrato de arrendamento, o arrendatário tem as seguintes opções: comprar o bem por valor previamente contratado; renovar o contrato por um novo prazo, tendo como principal o valor residual; devolver o bem ao arrendador.
13 O capital de risco As Sociedades de Capital de Risco (SCR) são fontes para as empresas em início de atividade ou aquelas que necessitam, em determinada altura da sua vida, de injetar mais capital de modo a sustentar o seu crescimento ou a entrar em novos negócios. Permite participação (normalmente, temporária e minoritária) no capital próprio de empresas com potencial de expansão e viabilidade, permitindo a partilha de risco do negócio. Quanto mais alto o risco, mais alto o retorno que deve ser gerado por ele. 2.5 Custo de Capitais O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação. É também a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital para que seus fundos sejam atraídos. O custo de capital é um estudo extremamente importante pois funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento de longo prazo de uma empresa e a riqueza dos proprietários. Se uma empresa capta recursos de terceiros em um determinado período, é provável que terá que usar alguma forma de capital próprio na próxima vez que necessitar de recursos. As empresas procuram manter uma combinação ótima desejada de capital próprio e de terceiros, conhecida com estrutura ideal, já que cada tipo de capital tem seu custo. Há quatro fontes básicas de fundos de longo prazo para a empresa: capital de terceiros de longo prazo, emissão de ações preferenciais, emissão de ações ordinárias e retenção de lucros. Embora nem todas as empresas usem todos esses métodos de financiamento, espera-se que tenham fundos de algumas dessas fontes em sua estrutura de capital. Os custos de financiamento por meio de capital próprio geralmente são
14 14 superiores aos custos do capital de terceiros. Um dos principais motivos é que os fornecedores de capital próprio assumem riscos maiores, em vista da posição inferior de seus direitos sobre resultados e ativos. Os direitos que os acionistas tem sobre resultados e ativos são secundários em relação aos dos credores. Seus direitos não podem ser atendidos até que os direitos de todos os credores tenham sido pagos. Após o pagamento, o conselho de administração da empresa decide se distribui ou não dividendos para os proprietários (retenção de lucros). Como o capital próprio é liquidado somente quando a empresa passa por um processo de falência judicial, os acionistas sabem que, embora exista mercado para a venda de suas ações, o preço que conseguirão obter poderá oscilar, o que torna seus retornos mais arriscados. Se a empresa quebrar, seus ativos serão vendidos e o arrecadado com a venda será distribuído na ordem: funcionários e clientes, governo, credores e, por último, acionistas. Como os proprietários são os últimos a receber qualquer distribuição de ativos, eles esperam conseguir retorno mais alto por meio de dividendos e/ou aumentos do preço da ação. Os pagamentos de juros aos credores são tratados como despesa dedutível pela empresa emitente, ao passo que os dividendos pagos a acionistas ordinários e preferenciais não são dedutíveis para fins fiscais. A dedutibilidade reduz o custo do financiamento com capital de terceiros. Apesar do custo mais alto, o capital próprio é necessário para o crescimento de uma empresa. Todas as empresas devem ser inicialmente financiadas com algum capital próprio obtido com a emissão de ações ordinárias. 2.6 Decisões de Investimento Antes de decidir por um projeto, os empresários fazem um estudo meticuloso sobre a viabilidade do mesmo. Existem técnicas para avaliação de viabilidade de projetos, porém é necessário apenas dizer que o projeto escolhido para receber investimento será sempre aquele que combinar menor custo e que oferecer maior retorno.
15 15 Em um momento qualquer, uma empresa dispõe de algumas oportunidades de investimento, as quais diferem entre si quanto à magnitude do investimento, ao risco e ao retorno. A escala de oportunidades de investimento (EOI) é uma classificação de possibilidades de investimento em ordem decrescente, ou seja, da melhor (retorno mais alto) à pior (retorno mais baixo). Em geral, o primeiro projeto selecionado será o de retorno mais alto, o projeto seguinte será o de segundo retorno mais alto, e assim por diante. O nível de lucro da empresa depende diretamente do sucesso que ela consegue alcançar no uso de seus ativos. A lucratividade futura da empresa depende de dois fatores: primeiro manter e ampliar sua estrutura de ativos e, segundo, desenvolver uma estratégia de sucesso para essa estrutura. A necessidade de investir em novos ativos, geralmente, é que determina o orçamento de capital e envolve o planejamento dos investimentos de capital e a determinação de seu financiamento. De acordo com a definição de Gitman (2004, p. 304) Orçamento de capital é o processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo compatíveis com o objetivo de maximização da riqueza do proprietário da empresa. O processo é dividido em cinco etapas distintas mas interligadas: geração de proposta, revisão e análise, tomada de decisão, implantação e acompanhamento. Um gasto de capital é um desembolso de fundos com o qual a empresa espera obter benefícios em um período superior a um ano. Um gasto operacional é um desembolso de fundos com o qual a empresa espeta obter benefícios em um período inferior a um ano. O que mais afeta a lucratividade de um negócio são as decisões gerenciais que envolvem o comprometimento dos recursos da firma em novos investimentos. As razões que tornam essas decisões estratégicas tão importantes são: o comprometimento de grandes somas de dinheiro; esse comprometimento é feito por um grande período de tempo e a incerteza é, por essa razão, muito maior do que no caso de decisões cujos efeitos estão limitados a um curto período de tempo; as decisões de investimento, uma vez tomadas, são quase impossíveis de serem revertidas se tiverem sido tomadas erroneamente; o sucesso ou o fracasso da firma pode depender de uma única
16 16 decisão. a lucratividade futura da firma será afetada por essas decisões; e a política de gastos de capital não é somente de máxima importância para a firma, mas também tem grande significado para o setor, e mesmo para a economia nacional. 2.7 Investimento de Capital Um investimento de capital pode ser definido como um investimento que oferece retorno durante muitos períodos futuros. As decisões de investimento de capital dizem respeito a: aquisição de ativos de longa duração, como imóveis ou maquinários; investimento em outros fundos, dos quais as receitas serão derivadas; um projeto especial, que afetará a capacidade futura de ganho da firma, e; ampliação do leque de atividades da firma, que envolva saídas de capital como uma nova linha de produção ou mesmo um novo produto. As decisões de investimento de capital englobam dois aspectos da lucratividade de longo prazo: primeiro, a estimativa do aumento dos fluxos de caixa líquidos ou das economias nas saídas de caixa que resultarão desse investimento; e, segundo cálculo do total das saídas de caixa necessárias para efetivar o investimento.
17 17 3 ESTUDOS DE CASO casos reais. Para ilustrar a dinâmica do financiamento de empresas apresentaremos dois 3.1 Senior Solution A Senior Solution é uma empresa brasileira de TI situada em São Paulo. No início de suas operações, quando para se firmar no mercado a empresa dependia do lançamento de novos produtos, recorria a linhas de crédito oferecidas pelo BNDES. O cenário começou a mudar em 2004 quando, já consolidada, a necessidade era ganhar escala e conquistar novos mercados. Para isso, precisava de mais fundos as linhas de crédito eram limitadas. A solução foi fundir-se com um concorrente e, mais encorpada ampliar seu capital. Com o dinheiro dos novos fundos a Senior Solution pôde fazer manobras decisivas para sua expansão. E seu faturamento saltou de 7 milhões de reais em 2005 para 30 milhões em Senior Solution pretende abrir seu capital no BovespaMais como forma de conseguir financiamento para expandir seu tamanho. Hoje o faturamento da Senior Solution é da ordem de R$ 35 milhões. 3.2 Nextel A Nextel, a quinta maior empresa de telefonia móvel nos Estados Unidos. Dominante no mercado empresarial e com elevada taxa de crescimento de receitas, a empresa apresentava prejuízo líquido já no início de Toda empresa que deseja obter elevados índices de rentabilidade necessita de investimentos consideráveis. Foi o caso da Nextel que somente em 2000, investiu $ 3,5 bilhões
18 18 para acompanhar os progressos tecnológicos e acrescentar novos recursos. Para financiar seu crescimento, de 1996 a 2000 captou bem mais de 20 bilhões em recursos de terceiros e próprios. Como está sempre à procura de novas fontes de capital para seus propósitos, empresa capta recursos agressivamente quando percebe uma oportunidade, de modo a dispor sempre de dinheiro para fins de expansão. Combina instrumentos de financiamento distintos e de acordo com a condições de mercado, para criar um equilíbrio saudável entre capital de terceiros e capital próprio. Em 1998, em conseqüência da situação financeira internacional, o segmento das altas taxas de mercado ficou apertado e os mercados de colocação fechada mostraram-se uma alternativa melhor e com custos mais razoáveis. A empresa também emitiu obrigações conversíveis e ações preferenciais quando as condições de mercado se mostraram apropriadas. Em 2000, recorreu aos mercados firmes de capital próprio emitindo ações ordinárias no valor de $ 2,8 bilhões, o que a ajudou a cumprir as exigências contratuais associadas às dívidas existentes. Essa pareceu ser uma boa manobra. O mercado de ações das empresas de telecomunicação e de outras áreas de tecnologia entrou em colapso logo depois. A escolha de instrumentos de financiamento com custos razoáveis para que a Nextel possa obter uma estrutura de capital equilibrada não é tarefa fácil nos voláteis mercados de capitais dos dias de hoje. Se os mercados de ações estiverem fechados, a empresa poderá não ter outra opção senão emitir títulos de dívida, independentemente do custo, a fim de conseguir financiamento para seus projetos de investimento.
19 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao estudarmos sobre financiamento, pudemos observar e aprender os mais variados tipos e meios de financiamentos que uma empresa pode optar para implantar e alavancar seus investimentos. Atualmente, não existe um financiamento melhor que o outro, depende muito do planejamento estratégico da empresa, do tipo de investimento que pretendem implantar, do tempo, se é a curto ou a longo prazo, outrossim, o cenário atual do mercado financeiro não só nacional, como mundial contribui bastante na hora de fazer as análises. Também é importante analisar a estrutura de capital próprio e de terceiros e o custo final do financiamento. Para concluir os estudos, consideramos que não existe um modelo a seguir, o melhor a fazer é ter um bom planejamento estratégico baseando-se também nas análises de retorno do projeto.
20 20 REFERÊNCIAS Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. FIGUEIREDO, Sandra e CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria, teoria e prática. Ed. Atlas GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 10. ed. São Paulo, Pearson Education do Brasil p. JÚNIOR, Waldery e MELO, Giovani. Padrão de Financiamento das Empresas Privadas no Brasil f. Texto para discussão, Coordenação Geral de Finanças Públicas do IPEA. SILVESTRINI, Gladinston. Como escolher seu porquinho. Revista Exame PME, São Paulo, p , ed. 14, jul./ago SUENAGA (Coord.) Bolsa de Valores, São Paulo, FECAP, SUENAGA (Coord.) Estrutura do Mercado de Capitais no Brasil, São Paulo, FECAP, 1994.
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