TEMAS ABORDADOS EM AULA Aula 2: Princípios (continuação), Imunidade Tributaria. I. PRINCÍPIOS 1. Irretroatividade - Art. 150, III a CF A Lei Tributária não se aplica há fatos geradores anteriores a data de sua publicação. A Lei Tributária não vale para o passado, atingindo apenas fatos presentes ou futuros. Exceções: a Lei Tributária retroage em dois casos: a) Quando for interpretativa (lei publicada para explicar o conteúdo da lei anterior); b) Quando for mais benéfica em matéria de infração, desde que o ato não tenha sido definitivamente julgado. 2. Princípio da Seletividade As alíquotas do ICMS e IPI serão graduadas conforme a ESSENCIALIDADE do produto ou do serviço. No ICMS a CF fala que poderá ser seletivo (faculdade); No IPI a CF fala que será seletivo (obrigatório). Dica: sobre esse tema tem música: "O ICMS e o IPI são impostos seletivos, pela essencialidade do produto ou do serviço. 3. Princípio da Vedação do Confisco - Artigo 150, IV, CF. O tributo não pode ser usado para retirar todos os bens do contribuinte e nem para impedir o exercício de atividade econômica. Atual posicionamento do STF: 1) A vedação do confisco também vale para multas tributárias; 2) A vedação do confisco não se aplica à tributação extra fiscal. Tributo Fiscal Tributo Extra fiscal Finalidade arrecadatória Sem finalidade arrecadatória Finalidade Social Finalidade Política 4. Princípio da Não Limitação - Artigo 150, V CF. O tributo não pode ser usado para RESTRINGIR o transito de pessoas e bens, no território nacional. Atenção: Admite-se a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Dica: sobre esse tema tem música: "Pela não-limitação à restrição da circulação de pessoas e bens não pode ser feita através de tributo com exceção do pedágio" - 1
5. Uniformidade Geográfica - Art. 151, I CF. OAB 140º - 1ª Fase Extensivo Final de Semana Os Tributos da União devem ter a mesma alíquota em todo o território nacional. Exemplo: Um Decreto Presidencial, não pode reduzir o IPI somente sobre os calçados fabricados no Mato Grosso do Sul. Atenção: Admite-se a concessão de incentivos fiscais para estimular certa região. Ex.: Zona Franca de Manaus. "Se o tributo, se o tributo da União tem alíquotas distintas num Estado, fere a uniformidade geográfica exceto se incentivar uma região. 6. Não Cumulatividade Evita a tributação em cascata. Vale para os seguintes Tributos: a) IPI; b) ICMS; c) PIS/COFINS d) Impostos Residuais e) Novas Fontes de Custeio da Seguridade Esses tributos são pagos compensando-se em cada operação o montante recolhido na etapa anterior. COFINS A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social é uma contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta das empresas em geral, destinada a financiar a seguridade social. Existem três regimes da Cofins: a) Cofins Monofásica; b) Cofins Plurifásica Cumulativa; c) Cofins Plurifásica Não Cumulativo. "Cofins monofásica, tem a Cofins plurifásica cumulativa, e tem a não-cumulativa. Atenção: O ICMS é plurifásico, incide várias vezes sobre o mesmo item para evitar que ele incida nele mesmo a ser descontado na saída. II. Imunidades Tributárias São normas constitucionais que afastam a incidência de impostos sobre pessoas e produtos. As imunidades tributarias são de dois tipos: Imunidade subjetiva: Protege pessoas. Ex. imunidade dos templos de qualquer culto. Quando a imunidade é subjetiva ela afasta qualquer IMPOSTO. Imunidade objetiva: Protege objetos, produtos, coisas. Ex. Imunidade de livros, jornais e periódicos. - 2
Atenção: Quando uma imunidade é objetiva, ela só afasta os impostos do produto, a imunidade é do livro e não da editora. Impostos do produto: ICMS, IPI, II e IE esses não são devidos, os demais são devidos. Ex. Uma editora paga o IPTU, IPVA, etc. Imunidade ao ponto de vista do fisco: Limitações ao poder de limitar. Imunidade ao ponto de vista do contribuinte: Garantias do contribuinte. Diferença entre imunidade e isenção Imunidade Isenções Está na Constituição Limita a Competência Imunidade em regra é só de IMPOSTO (não tributos) Interpretação Ampliativa mora na lei Dispensa o pagamento Isenção pode ser de qualquer tributo. Interpretação Literal "A imunidade tá na Constituição; e é na lei que mora a isenção" Cuidado: Existem casos raros de imunidade de outros tributos (não impostos): a) É gratuita a obtenção de certidões para defesa de direitos (imunidade de taxa). b) Entidade beneficente de assistência social, também é imune a contribuições para seguridade, art. 195, 7º, CF. Semelhanças entre Imunidades e isenção Existe uma grande semelhança entre imunidade e isenção: ambas afastam somente a obrigação tributária principal não atingindo obrigações acessórias. Ex. igreja não paga imposto, mais deve atualizar dados cadastrais. 1. Imunidades em espécie - Art. 150 VII, CF São imunidades só de impostos. a) Recíproca - art. 150, VI, a, CF União, Estados, Municípios e Distrito Federal não pagam impostos uns aos outros. O art. 150, 2, CF ampliou essa imunidade também para autarquias e fundações publicas. Entidades federativas É uma imunidade a todos os impostos Art. 150, V, a, CF - 3
Autarquias e fundações publicas Imunidade é apenas para patrimônio, renda e serviços relacionados a suas atividades finalisticas Art. 150, 2º, CF Pergunta: Como funciona a imunidade para empresas publicas e sociedade de economia mista? R: Depende, as prestadoras de serviço publico tem imunidade. Ex. correios (ECT). Porém às exploradoras de atividade econômica não tem imunidade. Ex. BB, Petrobrás. b) Religiosa (Templos de qualquer culto) - art. 150, VI, b, CF Todas as instituições religiosas não pagam nenhum imposto. Atenção: Essa imunidade beneficia todas as áreas contíguas ao templo (estacionamento, creche, casas sacerdotais quadras e imóveis locados à terceiros). Pergunta: Como funciona a imunidade se o imóvel for locado? R: Depende, se for locadora estará imune, mais se a igreja locatária não tem imunidade. A imunidade só existe quando o imóvel for de propriedade dela. "A igreja é imune não paga nenhum imposto sobre o templo, sobre creches e demais áreas contíguas. c) Partidos Políticos - Art. 150, VI, c, CF. Tal imunidade se aplica aos: a) Partidos e suas fundações; b) Sindicatos de trabalhadores e fundações; c) Assistência Social sem fins lucrativos d) Educação sem fins lucrativos Ver os três requisitos do art. 14, CTN. Atenção: C e B existem a necessidade de cumprimento dos três requisitos do art. 14, CTR. Não haver distribuição de patrimônio ou renda Não pode mandar dinheiro para o exterior ou aplicar fora das finalidades essenciais. Regularidade contábil. QUESTÕES SOBRE O TEMA 1. (OAB/CESPE 2004. ES) Acerca da limitação ao poder de tributar introduzida pela Emenda Constitucional n.º 2/2003 denominada anterioridade nonagesimal ou princípio da não-surpresa, assinale a opção incorreta. a) Como regra geral, tributos, tais como impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições sociais, poderão provocar efeitos financeiros no mesmo exercício em que for publicada sua lei de instituição ou majoração, se decorrido o prazo de noventa dias. b) Os empréstimos compulsórios, quando instituídos para atender às despesas decorrentes de investimento público de caráter urgente e relevante, devem observar o prazo de noventa dias, em atenção ao princípio da não-surpresa. c) A alteração de base de cálculo dos impostos sobre a propriedade urbana e sobre a propriedade de veículos automotores não está sujeita à observação do prazo de noventa dias. d) Não se submetem à regra de anterioridade nonagesimal os impostos de importação, de exportação e de renda. - 4
2. (OAB/CESPE 2007.3) Do conceito de competência residual deduz-se que a) os estados não podem criar taxas que tenham base de cálculo idêntica à dos impostos. b) os estados só podem criar impostos que não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos aos dos impostos previstos na Constituição. c) a União não pode criar empréstimos compulsórios que tenham base de cálculo idêntica à dos impostos previstos na Constituição. d) a União não pode criar impostos cumulativos. 3. (OAB/CESPE 2007.1) A União instituiu certo tributo federal e atribuiu a uma autarquia a função de arrecadar e fiscalizar o mencionado tributo. Tendo como referência inicial a situação acima apresentada, assinale a opção correta acerca da competência tributária. a) Em havendo discussão judicial acerca do tributo instituído, a autarquia não será beneficiada pelas garantias e privilégios processuais atribuídos à União. b) A atribuição das funções de arrecadar e fiscalizar o tributo instituído pela União poderia ter sido conferida a pessoa jurídica de direito privado. c) É lícito que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, as atribuições conferidas à autarquia. d) A situação apresentada constitui hipótese de delegação da competência tributária da União. Gabarito: 1.A; 2. D; 3. C - 5