1) Explique o conceito de tributo. Art. 3º do CTN, prestação em dinheiro, obrigação ex lege, baseada em fatos lícitos.
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- Diana Cunha das Neves
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1 Chave de Correção Direito Tributário Professor: Alexandre Costa 1) Explique o conceito de tributo. Art. 3º do CTN, prestação em dinheiro, obrigação ex lege, baseada em fatos lícitos. 2) Diferencie imposto e taxa. Imposto, art. 16 do CTN, tem por fato gerador um fato próprio do contribuinte, independente de qualquer atuação estatal. Taxa, art. 77 do CTN, tem por fato gerador o exercício do poder de polícia ou a prestação de serviço público, específico e divisível, efetivo ou potencial. 3) Podem os Estados vincular receitas obtidas pela arrecadação de impostos de sua competência? Justifique a resposta. Não. O art. 167, IV da CF veda tal vinculação, ressalvadas as exceções previstas no próprio dispositivo, quais sejam, a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159 (FPE e FPM), a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, 8º, bem como o disposto no 4º deste artigo. 4) Quais os fatos que permitem a instituição de taxas? Exercício do poder de polícia ou a prestação de serviço público, específico e divisível, efetivo ou potencial. 5) Quais os requisitos para a taxa cobrada com base na prestação de serviços públicos? Eles devem ser específicos e divisíveis, e potenciais ou efetivos. 6) Quais os pressupostos permissivos a instituição de contribuição de melhoria. A realização de obra pública e a valorização imobiliária advinda da obra. 7) Quais os limites individuais e gerais para as contribuições de melhoria? O limite individual é a valorização imobiliária advinda, enquanto o limite individual é o custo da obra. 8) A quem cabe e qual o requisito a instituição do empréstimo compulsório? A instituição de empréstimos compulsórios cabe à União Federal e deve ocorrer por meio de lei complementar. 9) Quais as hipóteses que permitem a instituição do empréstimo compulsório? Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". FEVEREIRO
2 10) Qual a característica constitucional das contribuições? As contribuições caracterizam-se constitucionalmente pela sua finalidade. 11) Diferencie as contribuições sociais, interventivas e corporativas. As contribuições sociais objetivam financiar a seguridade social, enquanto as contribuições interventivas visam custear a intervenção estatal na atividade econômica e as corporativas destinam-se ao financiamento dos órgãos fiscalizadores das profissões regulamentadas. 12) O que é o princípio da legalidade? É aquele que estipula que a criação ou majoração de tributos deverá ocorrer por meio de lei em sentido estrito, ou seja, mediante a aprovação do Poder Legislativo. 13) Quais as exceções ao princípio da legalidade? Estão estabelecidas no art. 153, 1º da CF/88 e consistem na possibilidade do Poder Executivo alterar as alíquotas dos Impostos de Importação, Exportação, IPI e IOF mediante decreto. 14) O que é o princípio da irretroatividade? É aquele que veda a possibilidade da lei tributária alcançar fatos ocorridos anteriormente à sua vigência. 15) Quais as exceções ao princípio da irretroatividade? Estão estabelecidas no art. 106 do CTN: em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 16) O que é o princípio da anterioridade? É aquele que possibilita o planejamento e conhecimento prévio da tributação a que se estará submetido no futuro, ou seja, objetiva proteger a não surpresa do contribuinte. 17) Quais as exceções ao princípio da anterioridade? Estão previstas no art. 150, I, da CF e são: A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (empréstimo compulsórios nas hipóteses de calamidade pública ou guerra externa), 153, I (imposto de importação), II (imposto de exportação), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (imposto extraordinário de guerra); e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (empréstimo compulsórios nas hipóteses de calamidade pública ou guerra externa), 153, I (imposto de importação), II (imposto de exportação), III (imposto de renda) e V (IOF); e 154, II (imposto extraordinário de guerra), nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III (IPVA), e 156, I (IPTU). 18) Explique a denominada anterioridade mitigada ou nonagesimal É possibilidade de vigência dentro do prazo de noventa dias para as leis que instituam ou aumentem as contribuições sociais, prevista no art. 195, 6º da CF. FEVEREIRO
3 19) Em que consiste o princípio da igualdade? É a determinação de que não haja discriminações na lei tributária ou, caso estas existam, que sejam justificáveis. 20) A quais impostos se aplica o principio da seletividade e qual a diferença entre eles? Ao IPI e ao ICMS. Neste ele é de observância facultativa, enquanto naquele obrigatória. (arts. 155, 2º, III; e 153, 3º, I) 21) Em que consiste o princípio da seletividade? A tributação deve ser inversamente proporcional à essencialidade do produto, ou seja quanto maior a essencialidade, menor a tributação. 22) Qual o enunciado do princípio da não-cumulatividade? 23) Quais as exceções do princípio da não-cumulatividade? Art. 155, 2º, II ICMS: isenção e não incidência. 24) A quais impostos se aplica o principio da não cumulatividade? IPI e ICMS. Há a previsão de incidência não cumulativa para as contribuições sociais (art. 195, 12) 25) Qual o tratamento conferido as exportações no que diz respeito ao principio da não cumulatividade? Lei Complementar 87/96: trouxe a isenção de ICMS na hipótese de exportação para o exterior. Quando tenho exportação, os produtos são isentos do ICMS porque não é de interesse do país exportar imposto, para tornar o produto seja mais barato e mais competitivo. Na hipótese de exportação, há essa manutenção dos créditos Isso gera uma briga gigantesca entre Estados e a União Federal. A Lei Kandir determina que a União compense os Estados, e o que a União paga é sempre inferior ao valor que os Estados desejam receber de compensação. 26) O que é imunidade tributária? Imunidade tributária é o fenômeno de natureza constitucional que veda a criação de tributos pelas pessoas políticas naquelas hipóteses discriminadas. A norma que fixa uma imunidade tributária não pode ser revogada ou reduzida salvo pela edição de uma nova Constituição Federal. 27) O que se entende por imunidade tributária recíproca e a quem ela se aplica? É a imunidade entre pessoas estatais. O que justifica esta imunidade é a incompatibilidade entre Estado federado e tributação. Esta imunidade, por força do art. 150, 2º é extensiva às autarquias e fundações estaduais e federais. Todas as fundações mantidas pelo poder público gozam de imunidade. 28) Qual o conteúdo da imunidade tributária dos templos de qualquer culto? Igreja é a instituição e a imunidade é para os locais de culto. A forma de proteger a liberdade religiosa é concedendo a imunidade. A imunidade se estendeu a toda a FEVEREIRO
4 instituição da igreja. Pela Constituição, o que seria imune seria só o local do culto. Mas a imunidade se estendeu a toda a instituição. 29) Quais os requisitos a serem observados pelas pessoas constantes do art. 150, VI, c da CF para que gozem da imunidade tributária? São 3 requisitos no art. 14, CTN. Vamos do 3º inciso para o 1º (do mais fácil para o mais difícil). 1º inciso: não distribuir lucros (ou superávit). Essas instituições não podem pagar salários aos administradores que não sejam compatíveis com o mercado. Significa que as instituições não podem remunerar seus administradores? Não, ninguém trabalha de graça. Elas podem remunerar. Mas como vou saber que esse salário não é uma distribuição de lucro? Tenho que ver se o salário pago está compatível com o mercado. 2º inciso: reinvestir superávit no país e nas suas atividades. Objetivo: impedir a remessa injustificada de dinheiro para o exterior. O partido comunista brasileiro não pode investir no partido comunista cubano, mas pode enviar algum de seus membros para fazer um curso em Cuba. O investimento tem que visar retorno para o país. 3º inciso: manter escrituração contábil regular. Não ter erro, rasura, incongruência. É através da contabilidade que essas instituições vão comprovar os outros dois requisitos. 30) Qual o conteúdo da imunidade tributária constante do art. 150, VI, d da CF? O objetivo é incentivar a divulgação de informação, conhecimento, cultura. Os produtos são imunes, mas as empresas são tributadas normalmente. A venda deles não sofre incidência de imposto. Mas a empresa, que recebe o dinheiro da venda dos produtos, sofre imposto de renda. Só não tem a tributação sobre o consumo. 31) O que é isenção tributária? É o fenômeno de natureza infraconstitucional mediante o qual o titular da competência relativa ao tributo, após a lei que o institui, dispensa o contribuinte do seu pagamento. 32) Dê a definição de obrigação tributária, e sua divisão. Obrigação tributária é a relação jurídica que se estabelece entre sujeito ativo e sujeito passivo em razão deste ter realizado um fato hipoteticamente previsto na norma e que o constrange ao cumprimento de prestações positivas ou negativas em favor daquele. Ela se divide em obrigação principal e obrigação acessória. Obrigação principalé a obrigação de pagamento, de dar dinheiro ao Estado. Obrigações acessórias são todas as outras do sujeito passivo em favor do sujeito ativo. 33) Diferencie as espécies de sujeito passivo, conforme o Código Tributário Nacional. Art. 121 do CTN. Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. 34) Podem os contribuintes alegar, perante o Fisco a existência de contratos particulares nos quais prevejam a transferência da responsabilidade tributária para terceiros? Por quê? Art. 123 do CTN: disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à FEVEREIRO
5 Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 35) Qual o conceito de fato gerador? É o fato que está previsto na norma que, uma vez ocorrido no mundo fenomênico, faz nascer a obrigação tributária. 36) Diferencie responsabilidade tributária por cumulação, responsabilidade tributária por transferência e responsabilidade tributária por substituição, apresentando exemplos em cada uma. 37) Quais os requisitos e o efeito da denúncia espontânea? 38) Podem os contribuintes alegar, perante o Fisco a existência de contratos particulares nos quais prevejam a transferência da responsabilidade tributária para terceiros? Por quê? 39) Diferencie responsabilidade tributária por cumulação, responsabilidade tributária por transferência e responsabilidade tributária por substituição, apresentando exemplos em cada uma. Na responsabilidade por cumulação a responsabilidade pela obrigação tributária é de 2 ou mais pessoas. Há uma acumulação de contribuintes no pólo passivo. Na responsabilidade por transferência, a obrigação tributária surge naturalmente e normalmente para o contribuinte. Um fato posterior impede que o contribuinte cumpra a obrigação e a obrigação é cumprida por outro (terceiro). Na responsabilidade por substituição, a obrigação tributária deveria nascer para o contribuinte, mas a lei já determina o seu surgimento para o substituto tributário. Este deverá cumprir a obrigação tributária em nome do contribuinte/substituído. 40) Qual o conceito de lançamento tributário? Art. 142 do CTN: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 41) Quais as espécies de lançamento previstas no Código Tributário Nacional? Diferencie-as. Lançamento por declaração, art. 147 do CTN, que é aquele que o Estado, para sua realização, depende de informações prestadas pelo contribuinte mediante declarações. Lançamento de ofício, art. 149 do CTN, que é realizado pela autoridade administrativa sem qualquer participação do sujeito passivo. FEVEREIRO
6 Lançamento por homologação, art. 150 do CTN, que vem a ser o mais comum. Nele o contribuinte calcula o tributo e faz o recolhimento. A Fazenda tem 5 anos para fazer a homologação do pagamento. 42) Qual o conceito de crédito tributário? O crédito tributário é o crédito que surge para o Estado em razão do sujeito passivo (contribuinte) ter realizado o fato gerador. 43) O que significa a expressão suspensão do crédito tributário? É suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nas hipóteses previstas no Art. 151, CTN. Nestes casos, a Fazenda Pública não pode tomar nenhuma atitude para cobrar o crédito do contribuinte. FEVEREIRO
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