Exceção: Art. 156, 3º, II, CF c/c LC 116/03 Vedação da incidência de ISS na exportação de serviços para o exterior.
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- Evelyn Vilalobos Camelo
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1 Turma e Ano: Direito Público I (2013) Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 12 Professor: Mauro Lopes Monitora: Carolina Meireles (continuação) 8) Princípio da vedação de isenção heterônoma Art. 151, III, CF Refere-se a tributos que não sejam de competência das entidades que as tenha instituído. Vedação que decorre do pacto federativo. A federação pressupõe autonomia das entidades que a compõem e, se uma entidade pudesse isentar tributo de outra, a federação ruiria, porque a entidade não seria totalmente autônoma. A vedação de isenção heterônoma está relacionada às competências exclusivas. A entidade federativa tem a sua parcela de poder e essa parcela tem que ser garantida contra interferência alheia. Isentar é excepcionar a lei de tributação e só quem pode excepcionar essa lei é o ente competente para tributar. Só isenta quem pode tributar. Isenção é ato de competência. Essa vedação estende-se a estados e municípios. Ex.: Art. 13, p. ún., CTN não foi recepcionado. Art. 60, 4º, I, CF protege a forma federativa de Estado e, portanto, afeta a possibilidade de Emenda Constitucional ampliar poderes da União para conceder isenções heterônomas. Exceção: Art. 156, 3º, II, CF c/c LC 116/03 Vedação da incidência de ISS na exportação de serviços para o exterior. Obs.: Tratados internacionais RE nº No Direito Internacional, apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (Art. 52, 2º, CF),
2 dela não dispondo a União, os estados-membros ou os municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo Art. 151, III, CF. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Também é uma limitação ao poder de tributar. É uma intributabilidade qualificada por norma constitucional expressa. O STF usa a expressão imunidade para toda e qualquer exceção à regra de competência tributária. A CF não se vale da expressão imunidade tributária. Não existe um padrão constitucional para definir imunidade tributária na letra do texto constitucional. Ex.: Art. 5º, LXXVII ( são gratuitas as ações... ); Art. 195, 7º, CF ( são isentas de contribuição... ); Art. 150, VI, b, CF ( é vedado instituir... ). Classificações: Imunidades objetivas: levam em conta o objeto sobre o qual recairia o produto. Ex.: livros, produtos para exportação. Imunidades subjetivas: aquelas que decorrem de um qualificativo da pessoa do suposto obrigado. Ex.: imunidade recíproca, dos templos, entidades beneficentes. Imunidades genéricas: atuam no campo de incidência dos impostos em geral, sem individualização do imposto. Ex.: Art. 150, VI, CF. Imunidades específicas (extravagantes): atuam no campo de incidência de um determinado tributo. Ex.: IPI, taxa judiciária no caso de habeas corpus/habeas data. Imunidade é limitação ao poder de tributar e, onde houver imunidade, não haverá competência. Imunidade não é um favor fiscal.
3 A imunidade está na Constituição porque é norma materialmente constitucional. Como limitação do poder de tributar que é, tem que estar na Constituição, pois está excepcionando a regra de competência que também é constitucional. Norma imunizante integra a estrutura fundamental do Estado, por isso, é norma materialmente constitucional. A isenção é um favor fiscal, exercido através de lei. Isentar é exercer a competência tributária. Sé se pode isentar o que se pode tributar. Isenção não é limitação do poder de tributar. A isenção pode ser qualificada como não incidência por força de supressão da eficácia da lei ou incidência com dispensa de pagamento (posição do STF). Imunidades tributárias genéricas: 1) Imunidade recíproca Art. 150, VI, a, CF Não pode haver tributação recíproca através de impostos sobre riqueza das entidades federativas. A imunidade recíproca é a expressão da forma federativa de estado. Alcança apenas impostos, pois ele é um tributo desvinculado por excelência, incide apenas em função da manifestação de riqueza, da capacidade contributiva estampada no fato-signo presuntivo de riqueza. ADI nº 939: A imunidade recíproca é cláusula pétrea porque se vincula ao Art. 60, 4º, I, CF. A cobrança de taxas não é ofende o pacto federativo. No entanto, as taxas muitas vezes não incidem por força de isenções. Ex.: Art. 4º, I, Lei 9.289/96. O STF entende que é vedado adotar classificação peculiar de impostos com base em materialidades para limitar o âmbito de abrangência da imunidade. Até porque, em
4 última análise, todo e qualquer imposto, uma vez cobrado da entidade federativa, enfraqueceria a sua renda, o seu patrimônio. Ou seja, a imunidade genérica recíproca alcança todo e qualquer imposto, não é possível se valer de classificação de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços para limitar a abrangência dessa imunidade. Por isso, o STF afastou a técnica de classificação de imposto para limitar o escopo da norma imunizante. RE nº Súmula nº 591, STF: A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados. Essa súmula não vale apenas para as entidades federativas. Vale para qualquer entidade que tenha imunidade genérica subjetiva, ou seja, para as entidades federativas e suas autarquias, templos de qualquer culto e para as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, partidos políticos e sindicatos de trabalhadores. Quer dizer, toda vez que um ente desses for titular de uma imunidade subjetiva, e for comprar, adquirir produtos, mercadorias ou serviços, não haverá imunidade, porque ele não é contribuinte de direito, ele é um consumidor como outro qualquer. A imunidade do Art. 150, VI a, CF somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou seja, na qualidade de contribuinte direto. O Município é contribuinte de fato do ICMS relativo aos bens e serviços; portanto, não faz jus à imunidade em questão. (AI AgR, Min. Ricardo Lewandowski). Art. 150, 2º, CF a CF estendeu a imunidade recíproca a entidades autárquicas. A imunidade refere-se ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Obs.: O município pode cobrar IPTU sobre imóveis de propriedade de autarquias quando alugado a particulares, recaindo o imposto sobre o particular? Essa norma é constitucional?
5 Não. A CF, ao permitir que o município institua e cobre o IPTU, fez referência à propriedade de imóveis. A imunidade recíproca estende-se, também, a estatais de serviço público. Ex.: ECT, Infraero e Codesp. A concepção de Estado Federal, que prevalece em nosso ordenamento positivo, impede especialmente em função do papel que incumbe a cada unidade federada desempenhar no seio da Federação que qualquer delas institua impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços tanto das demais pessoas políticas quanto das respectivas pessoas administrativas, quando criadas para executar, mediante outorga, serviços públicos constitucionalmente incluídos na esfera orgânica de competência das entidades governamentais (RE nº ). RE nº e ACO 765 em relação à ECT. RE nº em relação à Codesp. RE nº Caixa de Assistência dos Advogados não é protegida pela imunidade tributária recíproca. Em qualquer caso, a entidade imune sujeita-se à fiscalização tributária e deve cumprir os deveres administrativos que a legislação lhe imponha obrigações acessórias em geral, como escrituração de livros, emissão de documentos fiscais etc. como já entendeu o STF (RE nº , Joaquim Barbosa). A imunidade não afasta o cumprimento de obrigações acessórias.
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