Análise do Edital ICMS/PE > Direito Tributário
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- Ágatha Carvalho Caldas
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1 Análise do Edital ICMS/PE > Direito Tributário Olá amigos concurseiros, Hoje eu venho falar um pouco sobre a prova de direito tributário do concurso do ICMS/PE que será elaborada pela banca FCC. Sabemos que para fazer uma boa prova devemos conhecer a banca profundamente. Diante disso, para facilitar a vida de vocês decidi analisar as últimas questões de direito tributário da FCC. Analisei algumas provas: Auditor do RJ, SEFIN-RO, SEFAZ-SP entre outras. Claramente dá para perceber dois estilos predominantes de questões na prova de direito tributário da FCC. O primeiro é um estilo chato e que consome muito tempo. Em síntese, a banca coloca um texto enorme para você ler e, a partir desse texto, você deverá interpretar o que a banca quer e somente depois responder as respostas. Já o segundo é um estilo bem simples. Literalidade tanto do CTN como da CF/1988. Sabendo esses dois diplomas legais praticamente se resolve todas as questões desse estilo. Infelizmente para vocês, parece-me que a FCC está partindo mais para o primeiro estilo (interpretação) do que para o segundo (literalidade). A última prova de Auditor do Rio de Janeiro foi praticamente toda de interpretação. Poucas questões de literalidade (segundo estilo) vale ressaltar. Isso também se repetiu para a matéria de legislação tributária. Como fiz muitas questões da ESAF, jurisprudência do STJ, STF e recentemente até de tribunais é quase uma norma nesta banca. Entretanto, na FCC pareceme que não é tão importante. Procurei entendimentos jurisprudenciais (decisões, súmulas etc) e se achei uma questão foi muito. Diante disso, faço 3 recomendações para vocês fazerem uma boa prova de direito tributário da FCC: 1 fazer muita leitura do CTN e CF buscando fixar a literalidade dessas normas. 2 Fazer muitos exercícios da banca FCC. 3 tomar muito, mas muito cuidado com o tempo nas questões grandes de interpretação, pois isso será determinante para sua aprovação. 1
2 Obs.: Não se preocupem muito com jurisprudência. Para vocês entenderem o que eu estou falando, comentei 4 questões da última prova da FCC (Auditor do Rio de Janeiro) desses dois estilos. Leiam e observem como são os estilos de questões da FCC. Abaixo fica uma amostra grátis do que vocês irão enfrentar em Setembro. Questão 1 FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ 2014 Com base em convênio específico para esse fim, firmado entre a União Federal e o Estado do Rio de Janeiro, o Ministério da Fazenda passou a comunicar a esta unidade federada, anualmente, a partir de 2013, inclusive, os valores que os contribuintes do Imposto de Renda, domiciliados no Estado do Rio de Janeiro, informaram, no campo denominado TRANSFERÊNCIAS PATRIMONIAIS - DOAÇÕES E HERANÇAS, e que pudessem ser de interesse ao Estado fluminense, na identificação de potenciais doações sujeitas à incidência do ITD a favor desse Estado. Com base nesse convênio,o Governador do Estado editou decreto criando as principais regras reguladoras da fiscalização desse imposto, as quais deveriam ser observadas nesse tipo de fiscalização. Além disso, o setor específico da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, vinculado à fiscalização de contribuintes estaduais fluminenses, criou novas regras, complementares e específicas, para regular esse tipo de fiscalização, envolvendo um grande contingente de pessoas naturais. Considerando o disposto no CTN e a situação hipotética apresentada, o fornecimento dessas informações pelo Ministério da Fazenda à Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro a) não é permitido, em hipótese alguma, pois as informações prestadas pelo contribuinte do Imposto de Renda estão protegidas pelo sigilo fiscal, não podendo ser utilizadas nem mesmo por outras pessoas jurídicas de direito público, em decorrência de convênios, excetuados os casos em que houver ordem judicial expressa e específica para que elas sejam fornecidas. b) é permitido, com base em convênio firmado entre os dois órgãos, podendo, ainda, o Governador e as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda do referido Estado, criar normas específicas para a fiscalização do ITD, pois essas regras reguladoras da fiscalização podem ser criadas por qualquer norma da administração tributária. c) só poderia ser promovido com base em norma expressa de lei complementar federal, mas tanto o Governador, como as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda desse Estado podem criar normas específicas para a fiscalização do ITD. 2
3 d) só seria permitido com base em norma expressa de lei complementar federal, sendo, ainda, que, nem o Governador, nem as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda desse Estado poderiam criar normas específicas para a fiscalização do ITD, pois essas normas reguladoras da fiscalização devem ser criadas por lei ordinária. e) é permitido, com base no convênio firmado, podendo o Governador do Estado do Rio de Janeiro criar essas regras reguladoras da fiscalização, por decreto, sendo vedada, porém, sua criação por normas de hierarquia inferior à de decreto, editadas por autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda daquele Estado. Comentários: Essa questão exige uma interpretação do candidato da situação fática para somente depois buscar as informações na base legal. Para isso, você precisa prestar bem atenção ao ler a questão. O que a questão quer, além de fazer você perder tempo lendo esse enorme texto, é perguntar o seguinte: 1 - Pode a União repassar informações do IR para os Estados, DF e municípios no interesse da fiscalização e arrecadação? Sim. Claro que pode. Verifique que o art. 199 do CTN autoriza por LEI ou CONVÊNIO troca de informações entre os entes federativos. Veja abaixo: Art A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. Vale ressaltar, a União, mas somente a União neste caso, pode até trocar informações com um Estado estrangeiro no interesse da fiscalização. Veja, entretanto, nestes casos a forma deve ser estabelecida por TRATADOS, ACORDOS OU CONVÊNIOS. 2 Pode o governador do Rio de Janeiro editar regras de fiscalização por decreto? Bem, essa pergunta você tem conhecer a integra do art Veja abaixo: Art A obrigação tributária é principal ou acessória. 3
4 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ou seja, as obrigações acessórias decorrem da legislação tributária e não de lei, como a obrigação principal (o fato gerador). O texto deixa claro que o Estado do RJ está regulando normas para fiscalização e não criando novos fatos geradores. Diante disso, precisamos saber somente o que é legislação tributária. A resposta desse questionamento está no art. 96 do CTN, vejam abaixo: Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Novamente o texto é cirúrgico, ele afirma que o Governador editou primeiramente um DECRETO e, posteriormente, o um setor da secretaria da fazenda edital NORMAS COMPLEMENTARES. Análise por letra: Letra A: Errada. O texto diz que não pode trocar informações em hipótese alguma Letra B: Certa. Reflete a explicação acima. Letra C: Errada. Em nenhum momento o art. 199 restringe a troca de informações a Lei complementar federal. Letra D: Errada. Essa foi mais absurda, pois a troca de informações precisa de lei complementar, nem muito menos normas reguladoras de fiscalização precisa de lei ordinária. Letra E: Errada. Essa o erro está na restrição de normas reguladoras serem criadas por normas complementares. Gabarito: B 4
5 Questão 2 FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ 2014 De acordo com o que estabelece a Constituição Federal, o IPVA é tributo de competência estadual e 50% de sua receita deve ser repassada aos municípios, observados os critérios constitucionais para isso. Nesse sentido, considere: I. As atribuições do Estado do Rio de Janeiro para arrecadar o crédito tributário do IPVA e para fiscalizá-lo são delegáveis aos municípios fluminenses, relativamente aos veículos neles licenciados. II. A competência do Estado do Rio de Janeiro para instituir o IPVA é delegável aos municípios fluminenses, em cujos territórios os proprietários de veículos tenham seus domicílios. III. Caso o Estado do Rio de Janeiro decida por não exercer sua competência tributária, tal fato só deferirá essa competência aos municípios fluminenses que tiverem veículos licenciados em seus territórios. IV. O Estado do Rio de Janeiro tem competência legislativa plena, em relação ao IPVA, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal e na Constituição Estadual Fluminense. V. O fato de os municípios fluminenses terem direito a receber 50% da receita do IPVA não retira a competência do Estado do Rio de Janeiro para legislar sobre esse imposto, mas permite o compartilhamento da atividade legislativa, em relação às obrigações tributárias acessórias. Com base no CTN, está correto o que se afirma APENAS em: a) IV e V. b) I e II. c) III e V. d) II e III. e) I e IV. Comentários: Esta já é uma questão mais simples de se resolver, pois basta você ter o conhecimento quase literal das normas e um pouco de interpretação: Para responder essa questão você teria que saber os art. 155 e 158 da CF. Art Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 5
6 III - propriedade de veículos automotores. Art Pertencem aos Municípios: III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; Mas também, precisaria conhecer o art. 6, 7 e 8 do CTN Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do 3º do artigo 18 da Constituição. 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. Análise por item: Item I: Certa. Conforme art. 7 do CTN Item II: Errada. O art. 7 do CTN afirma exatamente o contrário. A competência é indelegável. Item III: Errada. O art. 8 do CTN torna esta afirmativa errada. Item IV: Certa. É exatamente o que diz o art. 6 do CTN Item V: Errada. Art. 6, Parágrafo Único, não afirma que permite compartilhamento de atividade legislativa de obrigações acessórias. Gabarito: E 6
7 Questão 3 FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ 2014 Relativamente aos tributos estaduais que podem ser instituídos pelo Estado do Rio de Janeiro, NÃO está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal, também chamada de princípio da noventena, a) o aumento da alíquota do ITD, nas doações de bens localizados no exterior. b) a fixação da base de cálculo e da alíquota do IPVA. c) a majoração da alíquota do ICMS, relativamente às prestações de serviços de comunicação, quando esse imposto tiver de ser retido antecipadamente, por substituição tributária. d) a instituição de taxa para atender a despesas extraordinárias urgentes, decorrentes de calamidade pública, ocasionada por convulsões sociais. e) a inclusão de determinadas operações com mercadorias na sistemática da retenção antecipada do ICMS por substituição tributária. Comentários: Já esta é totalmente literal... Mas você precisa pensar um pouco. Basta saber quem é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Bastava você saber que as exceções a anterioridade nonagesimal são: II, IE, IR, IOF, IEG, Emp. Compulsório por guerra ou calamidade, Fixação da BC do IPTU e do IPVA. Com isso você matava as letras A, B, C, D. Mas aí ficaria a letra E como dúvida. Perceba que a inclusão de operações de mercadoria na sistemática de retenção antecipada não é majoração de tributo. É, simplesmente,uma sistemática no interesse da fiscalização e arrecadação. Isso não precisa de lei e nem mesmo precisa respeitar a noventena. Gabarito: E Questão 4 FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ 2014 Na iminência ou no caso de guerra a) externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios, para atender a despesas extraordinárias, dela decorrentes. b) civil ou externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios, para atender a despesas extraordinárias, dela decorrentes. 7
8 c) civil ou externa, a União, os Estados e o Distrito Federal poderão instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, para atender a despesas extraordinárias, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. d) externa, a União, os Estados e o Distrito Federal, mediante lei ordinária, poderão instituir empréstimos compulsórios, para atender a despesas extraordinárias, dela decorrentes. e) externa ou convulsão social de natureza grave, a União poderá instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Comentários: Essa é totalmente literal... Se você souber este artigo da CF você responde: Gabarito: E Art A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 1 Curso de COACHING DO PONTO ESPECÍFICO PARA ICMS/PE Como forma de colaborar com a sua aprovação, acabei de lançar o curso: COACHING DO PONTO PARA SEFAZ/PE. O COACHING DO PONTO ESPECÍFICO PARA SEFAZ/PE é um processo de preparação, desenvolvimento e aperfeiçoamento do candidato, a fim de que ele identifique as possibilidades de melhoria de seu desempenho e consiga alcançar de forma mais rápida e eficiente seu objetivo: a aprovação nesse concurso público para AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL DE PERNAMBUCO (AFTE/PE ou ICMS/PE). Sou um especialista em concursos na área fiscal, pois já passei tanto para Analista Tributário em 2009 e para Auditor Fiscal em Por isso, eu no seu lugar, se eu pudesse é claro, faria esse curso, pois eu irei me dedicar ao 8
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