Prótese coxofemoral em cães: Relato de dois casos



Documentos relacionados
DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO CONTRA O GOVERNO LULA E O PT

Quantidade de oxigênio no sistema

Faculdade de saúde Pública. Universidade de São Paulo HEP Epidemiologia I. Estimando Risco e Associação

07 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO DE

Hewlett-Packard PORCENTAGEM. Aulas 01 a 04. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos

SRPA- Sala de Recuperação Pós-Anestésica

EFEITO DA LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE SOBRE A VIABILIDADE DE ESPERMATOZÓIDES OVINOS RESFRIADOS.

1 As grandezas A, B e C são tais que A é diretamente proporcional a B e inversamente proporcional a C.

Avaliação de dentes reimplantados submetidos a um novo protocolo terapêutico

6.1 Recursos de Curto Prazo ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO. Capital de giro. Capital circulante. Recursos aplicados em ativos circulantes (ativos

Figura Figura 3.45.

A Diretoria de Relações Internacionais da Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas - 1. OBJETIVO 2. PRÉ-REQUISITOS. Re~ unis

1 Distribuições Contínuas de Probabilidade

Construção e montagem

o Seu pé direito na medicina

TRANSPLANTE DE FÍGADO NO PROGRAMA DE TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO NO ESTADO DE SERGIPE EM ANÁLISE DE DADOS CLÍNICOS E CUSTO

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Simbolicamente, para. e 1. a tem-se

CÁLCULO E INSTRUMENTOS FINANCEIROS I (2º ANO)

COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE CONCURSO DE ADMISSÃO 2006 / 2007 PROVA DE MATEMÁTICA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

Pontos onde f (x) = 0 e a < x < b. Suponha que f (x 0 ) existe para a < x 0 < b. Se x 0 é um ponto extremo então f (x 0 ) = 0.

Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra

Área de Conhecimento ARTES. Período de Execução. Matrícula. Telefone. (84) / ramal: 6210

Matemática. Resolução das atividades complementares. M13 Progressões Geométricas

Diogo Pinheiro Fernandes Pedrosa

1. VARIÁVEL ALEATÓRIA 2. DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) EXPERIMENTOS COM UM ÚNICO FATOR E A ANÁLISE DE VARIÂNCIA

MEDIDAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR COM CULTIVOS INTERCALARES, SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Manual de Operação e Instalação

Carta Convite para Seleção de Preceptores. Desenvolvimento de Competência Pedagógica para a prática da Preceptoria na Residência Médica

Característica de Regulação do Gerador de Corrente Contínua com Excitação em Derivação

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA

a a 3,88965 $ % 7 $ % a 5, 03295

b para que a igualdade ( ) 2

3 - A Metalurgia Extrativa

facebook/ruilima

Resolução 2 o Teste 26 de Junho de 2006

CAIXA DE FILTRAGEM BAG IN / BAG OUT

81,9(56,'$'( )('(5$/ '2 5,2 '( -$1(,52 &21&8562 '( 6(/(d 2 0$7(0É7,&$

MT DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

Pistas diretas Planas: terapia ortopédica para correção de mordida cruzada funcional

Fibroma cemento-ossificante sintomático: relato de caso clínico

INFORMAÇÕES TÉCNICAS. Modelo 100/110/120/140. Veda Porta Automático. Utilização:

3. Cálculo integral em IR 3.1. Integral Indefinido Definição, Propriedades e Exemplos

11

EXPOENTE. Podemos entender a potenciação como uma multiplicação de fatores iguais.

Acoplamento. Tipos de acoplamento. Acoplamento por dados. Acoplamento por imagem. Exemplo. É o grau de dependência entre dois módulos.

Acta Otorrinolaringológica Gallega

Ar condicionado a absorção e Central modular de co-geração de energia

Conjuntos Numéricos. Conjuntos Numéricos

Epidemiológico. Boletim. Dengue: monitoramento até a Semana Epidemiológica (SE) 29 de 2014

POPULAÇÃO DE PLANTAS DE MILHO IRRIGADO POR ASPERSÃO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO RESUMO

( 3. a) b) c) d) 10 5 e) 10 5

Resoluções dos exercícios propostos

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA NA COUVE FLOR

Gabarito - Matemática Grupo G

Comportamento de RISCO

Regras. Resumo do Jogo Resumo do Jogo. Conteúdo. Conteúdo. Objetivo FRENTE do Jogo

Aurelan G Ribeiro de Araújo, ** Maria José Vilar *,*** Abstract

Citologia das alterações leucocitárias

Falando. Matematicamente. Prova-tipo de exame. Escola: Nome: Turma: N.º: Data:

Matemática Aplicada. A Mostre que a combinação dos movimentos N e S, em qualquer ordem, é nula, isto é,

Flavia Artese responde:

Lista 5: Geometria Analítica

Semelhança e áreas 1,5

EDITAL 001/2017 SELEÇÃO DE BOLSISTAS

1 Fórmulas de Newton-Cotes

02 e D são vértices consecutivos de um quadrado e PAB é um triângulo equilátero, sendo P interno ao quadrado ABCD. Qual é a medida do ângulo PCB?

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DA PALMA NA BIOMASSA MICROBIANA DO SOLO

INTRODUÇÃO. A disfunção temporomandibular (DTM) compreende distúrbios. e cervicais. Os resultados

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Resumo. Nesta aula, utilizaremos o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) para o cálculo da área entre duas curvas.

CRUZAMENTO Indivíduo 12 Indivíduo 18 aa X Aa

VICDRYER UM PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE CAFÉ EM ALTAS TEMPERATURAS

COLÉGIO NAVAL 2016 (1º dia)

Internação WEB BR Distribuidora v docx. Manual de Internação

MAIORIAS. a)maioria SIMPLES b)maioria ABSOLUTA c) MAIORIA QUALIFICADA

ÁCIDO INDOLBUTIRÍCO E TAMANHO DE ESTACA DE RAIZ NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE BACURIZEIRO (Platonia insignis MART.) INTRODUÇÃO

TRIGONOMETRIA. A trigonometria é uma parte importante da Matemática. Começaremos lembrando as relações trigonométricas num triângulo retângulo.

Definição de áreas de dependência espacial em semivariogramas

Produção de alface e cenoura sob dois ciclos lunares

3 Teoria dos Conjuntos Fuzzy

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE TEORIA DOS GRAFOS

y m =, ou seja, x = Não existe m que satisfaça a inclinação.

FUNÇÕES. Mottola. 1) Se f(x) = 6 2x. é igual a (a) 1 (b) 2 (c) 3 (d) 4 (e) 5. 2) (UNIFOR) O gráfico abaixo. 0 x

ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

x u 30 2 u 1 u 6 + u 10 2 = lim (u 1)(1 + u + u 2 + u 3 + u 4 )(2 + 2u 5 + u 10 )

FORÇA LONGITUDINAL DE CONTATO NA RODA

WATERFLUX - MEDIDOR DE VAZÃO SEM NECESSIDADE DE TRECHOS RETOS - ALIMENTAÇÃO INTERNA (BATERIA) OU EXTERNA CA/CC

INFLUÊNCIA DO CLIMA (EL NIÑO E LA NIÑA) NO MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DO ARROZ

4 SISTEMAS DE ATERRAMENTO

Análise de Variância com Dois Factores

A ÁGUA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA

CPV O cursinho que mais aprova na GV

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DA PROVA DE MATEMÁTICA B DO ENSINO SECUNDÁRIO (CÓDIGO DA PROVA 735) 1ª FASE 23 DE JUNHO 2015 GRUPO I

Escola Secundária/2,3 da Sé-Lamego Ficha de Trabalho de Matemática A Ano Lectivo 2011/12 Distribuição de probabilidades 12.º Ano

Matrizes e Determinantes

2º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense SICT-Sul ISSN

Dose: 1 a 2 com/dia ,67% 236,02 a 472,04 mg. % IDR = Porcentagem em relação à Ingestão Diária Recomendada

Física. Resolução das atividades complementares. F4 Vetores: conceitos e definições. 1 Observe os vetores das figuras:

PROVA DE MATEMÁTICA DA UNESP VESTIBULAR a Fase RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia.

Transcrição:

Arq. Brs. Med. Vet.Zootec., v.56, n.5, p.618-622, 2004 Prótese coxofemorl em cães: Relto de dois csos [Coxofemorl prosthesis in dogs: two cses] S.A. Aris S. 1, C.M.F. Rezende 2*, A. Alvrez 3, M.V. Souz 4 1 Doutorndo em Ciênci Animl - Universidde Federl de Mins Geris 2 Escol de Veterinári - Universidde Federl de Mins Geris Cix Postl 567 30123-970 - Belo Horizonte, MG 3 Escol de Veterinári - Universidde de Buenos Aires, Argentin 4 Mestrndo em Clínic e Cirurgi Veterináris - Universidde Federl de Mins Geris RESUMO Form relizds dus cirurgis de prótese totl d rticulção coxofemorl em cão. Em um cso oservou-se luxção cudl d prótese 72 hors pós cirurgi, que foi reduzid pelo método fechdo, mntendo-se ndgem de Ehmer por 15 dis.o segundo cso evoluiu fvorvelmente sem complicções pós-opertóris.os dois pcientes form vlidos periodicmente por 18 meses, mostrndo desempenho clínico stisftório, o que mostr eficiênci d técnic. Plvrs-chve: cão, displsi coxofemorl, cirurgi, prótese totl coxofemorl, osteortrose ABSTRACT Two cnine totl hip replcements were performed. In one cse, cudl luxtion ws oserved 72 hours fter the surgery, nd it ws treted y the closed reduction method, mintining the Ehmer s sling for 15 dys. The second cse evoluted fvourly without ny postsurgicl compliction. Both ptients were periodiclly evluted during the 18 months tht followed the surgery, showing stisfctory clinicl performnce, tht suggests the efficcy of the surgicl technique. Keywords: dog, hip dysplsi, surgery, totl hip prostheses, osteorthroses INTRODUÇÃO As lesões incpcitntes temporáris ou permnentes que cometem rticulção coxofemorl cnin são freqüentes (Msst, 1995). No cão tlet, os principis prolems são decorrentes de trum externo, ocsionndo luxções de ceç femorl, frturs cetulres e frturs de ceç e/ou colo femorl. Outrs lesões oservds são displsi coxofemorl e s decorrentes de treinmento (Wendelurg, 1998). No entnto, n prátic ortopédic veterinári displsi coxofemorl tem sido lterção mis comum em diverss rçs, correspondendo proximdmente 25% dos csos (Richrdson, 1992). Oitent e dois por cento dos pcientes sumetidos à prótese totl d rticulção, o são devido à displsi coxofemorl (Montgomery et l., 1992). Ess fecção é crcterizd pel instilidde d rticulção em nimis imturos, que result em má rticulção dos componentes rticulres e conseqüentemente no desencdemento d doenç rticulr degenertiv (Mnley, 1993). Receido pr pulicção em 2 de julho de 2003 Receido pr pulicção, pós modificções, em 26 de novemro de 2003 *Autor pr correspondênci E-mil: cleuz@dedlus.lcc.ufmg.r

Prótese coxofemorl em cães:... Os principis procedimentos cirúrgicos utilizdos pr o trtmento dess lterção são osteotomi pélvic tríplice, osteotomi intertrocntéric, excisão rtroplástic de ceç e colo femoris e prótese totl d rticulção (Fossum et l., 1997). O ojetivo deste trlho é reltr dois csos de prótese totl cimentd d rticulção coxofemorl. CASUÍSTICA Cso n 1 (experimentl) - Foi seleciondo um niml, sem rç definid, no cnil d prefeitur de Belo Horizonte, com 20kg de peso. Relizouse rdiogrfi ventro-dorsl d rticulção coxofemorl, verificndo-se usênci de lterções osteo-rticulres. O niml foi preprdo pr cirurgi ortopédic empregndo-se ordgem e técnic cirúrgic descrits por Olmsted (1987). Após preprção, form implntdos prótese de ço inoxidável cimentd não modulr (modelo Richrds II), de tmnho médio (8mm de diâmetro) e componente cetulr de polietileno de ultr-lto peso moleculr com diâmetro interno de 17mm e externo de 25mm. Foi feit profilxi ntiiótic trint minutos ntes d cirurgi com ceflotin sódic vi intrvenos n dose de 30mg/kg e repetid 90 minutos pós primeir plicção. A ceflotin foi continud no pós-opertório cd 12 hors té o resultdo negtivo de cultur cterin. Foi dministrdo cetoprofeno 1,0mg/kg por três dis. O niml foi mntido no pós-opertório em cnil individul com restrição dos movimentos. Ns rdiogrfis pós-opertóris oservou-se posição vrus d hste coxofemorl n incidênci ventro-dorsl (Fig. 1) e posição neutr n médio-lterl (Fig. 1). Figur 1. Incidêncis rdiográfics d rticulção coxofemorl: - incidênci ventro-dorsl logo pós implnte de prótese totl coxofemorl (oserv-se posição vrus do implnte); - incidênci médio-lterl pós-cirúrgic (oserv-se posição neutr do implnte). No terceiro di de pós-opertório, verificou-se cludicção centud sem poio do memro. Foi relizd rdiogrfi coxofemorl ventrodorsl que mostrou luxção cudo-dorsl do implnte (Fig. 2). No niml nestesido foi relizd redução fechd d rticulção protétic, seguindo-se colocção de ndgem tipo Ehmer por 15 dis (Fig. 2). Arq. Brs. Med. Vet.Zootec., v.56, n.5, p.618-622, 2004 619

Aris S. et l. Após retird d ndgem, o pciente mostrou centud hipotrofi musculr sem poio do memro. Foi feit fisioterpi durnte dus semns, inicindo cd sessão com movimento pssivo por 15 minutos, seguindo-se cminhd controld em rei por 30 minutos. Após fisioterpi o niml retornou à demulção com poio totl do memro. Entretnto, foi evidencid dução n posição ortostátic e em demulção verificv-se centud rotção extern do memro, que reduziu pr discret com demulção stisftóri pós 18 meses. O pciente foi compnhdo menslmente e form feits rdiogrfis em intervlos de seis meses, evidencindo posição dequd do implnte. Figur 2. Incidêncis rdiográfics d rticulção coxofemorl: - incidênci ventro-dorsl (oserv-se luxção cudo-dorsl do implnte); - incidênci ventro-dorsl logo pós redução fechd d luxção e ndgem de Ehmer. Cso n. 2 - Em julho de 2000 foi presentdo no hospitl veterinário d Universidde Federl de Mins Geris um cão d rç pstor lemão, mcho, de oito meses de idde, com 31kg de peso, que mostrv cludicção dos memros posteriores, mis centud no esquerdo, e ndr molente. Ao exme ortopédico verificou-se dução doloros e instilidde coxofemorl ilterl mis centud n rticulção esquerd. A rdiogrfi ventro-dorsl d pelve mostrou lterções ósses comptíveis com displsi coxofemorl. As rticulções mostrvm suluxção, mis centud no memro esquerdo. Foi prescrito crprofeno 1, 75mg cd 12 hors por 15 dis e dois comprimidos de sulfto de condroitin 2 diários por 30 dis. Após esse período, o cão presentou vômito com 1 Rymdil, Pfizer 2 Artroglycn, Syntex S. A. permnênci do desconforto à dução coxofemorl. O sulfto de condroitin foi sustituído por Osteorcrt 70 3, três comprimidos por 90 dis, o finl dos quis foi feito controle médico e consttd melhor no gru de cludicção. Tmém foi conselhd relizção de fisioterpi. Em mrço de 2001 form relizds novs rdiogrfis, sendo oservdo grvmento d deformidde d ceç e colo femoris e do cetáulo (Fig. 3). Foi sugerid sustituição rticulr por prótese totl. O niml foi preprdo pr cirurgi so protocolo de ceflotin e cetoprofeno como descrito no cso nterior. 3 Lyes, composição: D-L metionin 40mg, L-Cisteín 10mg, Arginin HCl 10mg, Histidin 4mg, Betín HCl 4mg, L- Glutmin 16mg, Piridoxin HCl 4mg, D-Glucosmin 16mg, Gluconto de Cu 10mg, gluconto de Mg 20mg, Gluconto de mngnês 16mg, Gluconto de Zinco 30mg. 620 Arq. Brs. Med. Vet.Zootec., v.56, n.5, p.618-622, 2004

Prótese coxofemorl em cães:... Usou-se prótese modulr de ço inoxidável cimentd 4 de tmnho médio (8mm de diâmetro) e componente cetulr de polietileno de ultr-lto peso moleculr com diâmetro interno de 17mm e externo de 27mm. Foi recomenddo mnutenção do cão no cnil por 15 dis, seguindo-se restrição de exercícios por dois meses. Form relizds rdiogrfis ns posições ventro-dorsl e médio-lterl sendo oservdo posição neutr do implnte n incidênci ventro-dorsl (Fig. 3) e posição crnil com direcionmento cudl d pont d hste coxofemorl n incidênci médio lterl (Fig. 3c). O cão mostrou demulção norml prtir do terceiro di de pós-opertório com poio completo do pé n posição de micção. No segundo e terceiro mês pós cirurgi o pciente podi correr, confirmndo-se respost clínicocirúrgic stisftóri. Amos os pcientes form novmente vlidos os 18 meses pós cirurgi, evidencindo-se recuperção musculr, dequção dos tecidos à posição do implnte e demulção stisftóri no exme clínico ortopédico do primeiro cso. Atulmente esse pciente permnece como dodor de sngue no hospitl veterinário. O segundo cso mostrou desempenho físico stisftório, com umento prente d mss musculr no memro operdo, sugerindo mior suporte de peso neste e livio d rticulção displásic contr-lterl. 4 Figur 3. Incidêncis rdiográfics d rticulção coxofemorl: - incidênci rdiográfic ventro-dorsl précirúrgic (oserv-se centudo gru de displsi coxo-femorl com su-luxção); - incidênci ventro-dorsl logo pós implnte de prótese totl coxofemorl (oserv-se posição neutr do implnte); c- incidênci médiolterl pós-cirúrgic (oserv-se posição crnil com inclinção cudl d pont do implnte). c 4 Implntes Fico, Buenos Aires, Argentin Arq. Brs. Med. Vet.Zootec., v.56, n.5, p.618-622, 2004 621

Aris S. et l. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES A miori ds complicções dess técnic cirúrgic contece proximdmente té o qurto mês de pós-opertório (Olmsted et l., 1983), oservndo-se diminuição de su incidênci pós 18 meses (Olmsted, 1987). A luxção do implnte é complicção mis freqüentemente reltd no cão (Olmsted et l., 1983; Msst e Vsseur, 1994; Olmsted, 1995; Tomlinson e Mc Lughlin, 1996), oservd no primeiro cso deste trlho. A luxção pode ser triuíd exercício precoce, indequd orientção tnto do componente cetulr qunto do femorl e trum externo (Montgomery et l., 1992). Nesse cso, provvelmente, decorreu de colocção e orientção indequds dos componentes femorl e cetulr. A colocção ntevertid e com umentdo ângulo de ertur lterl do componente cetulr predispõem à luxção dorsl no pós-opertório imedito (Msst, 1995), como oservdo nesse pciente. A utilizção de prótese não modulr, cujo colo femorl é fixo e não pode ser justdo à geometri do pciente no to opertório, pode ter contriuído pr ess complicção. Um colo protético muito longo pode explicr dução do memro (Dyce et l., 2000) oservd no pciente. Diferentes vriáveis influencim posição do componente femorl como o nível de ostectomi do colo femorl, remoção do loco sutrocntérico, o direcionmento durnte inserção d hste e o diâmetro e tmnho d hste (Wylie et l., 1997; Schulz et l., 1998; Schulz, 2000). Os posicionmentos vrus e inclinção cudl d pont do implnte são os mis freqüentemente verificdos em cães como oservdo neste trlho, porém são relciondos com frouxmento do implnte no homem (Schulz et l., 1998). A prótese totl coxofemorl é um ds técnics mis efetivs no trtmento ds lterções rtrítics que cometem rticulção coxofemorl no cão, presentndo-se como lterntiv mis dequd em cães dultos com displsi coxofemorl. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DYCE, J.; WISNER, E.R.; WANG, Q. et l. Evlution of risk fctors for luxtion fter totl hip replcement in dogs. Vet. Surg., v.29, p.524-532, 2000. FOSSUM, T.W.; HEDLUND, C.S.; HULSE, D.A. et l. Hip dysplsi: smll niml surgery. Sint Louis: Mosy, 1997. P.942-949. MANLEY, P.A. The hip joint. In: SLATTER, D. Textook of smll niml surgery. 2.ed. Phildelphi: Sunders, 1993. Cp.135, p.1786-1805. MASSAT, B.J. Artroplsti cementd totl de l cder cnin. Wlthm Focus, v.5, p.21-31, 1995. MASSAT, B.J.; VASSEUR, P.B. Clinicl nd rdiogrphic results of totl hip rtroplsty in dogs: 96 cses (1986-1992). J. Am. Vet. Med. Assoc., v.205, p.448-454, 1994. MONTGOMERY, R.D.; MILTON, J.L.; PERNELL, R. et l. Totl hip rthroplsty for tretment of cnine hip dysplsi, Vet. Clin. North Am.: Smll Anim. Prct., v.22, p.703-719, 1992. OLMSTEAD, M.L. Cnine cemented totl hip replcements: stte of the rt. J. Smll Anim. Prct., v.36, p.395-399, 1995. OLMSTEAD, M.L. Totl hip replcement. Vet. Clin. North Am.: Smll Anim. Prct., v.17, p.943-955, 1987. OLMSTEAD, M.L.; HOHN, R.B.; TURNER, T.M. A five- yer study of 221 totl hip replcements in the dog. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.183, p.191-194, 1983. RICHARDSON, DC. The role of nutrition in cnine hip dysplsi. Vet. Clin. North Am: Smll Anim. Prct., v.22, p.529-540, 1992. SCHULZ, K.S. Appliction of rthroplsty principles to cnine cemented totl hip replcement. Vet. Surg., v.29, p.578-593, 2000. SCHULZ, K.S.; VASSEUR, P.B.; STOVER, S.M. et l. Trnsverse plne evlution of the effects of surgicl technique on stem positioning nd geometry of reconstruction in cnine totl hip replcement. Am. J. Vet Res., v.59, p.1071-1079, 1998. TOMLINSON, J.; McLAUGHLIN, R. Totl hip replcement: the est tretment for displstic dogs with osteorthrosis. Vet. Med., v.91, p.118-124, 1996. WENDELBURG, K.L. Disorders of the hip joint in the cnine thlete._in: BLOOMBERG, M.S.; DEE, J.F.; TAYLOR, R.A. Cnine sports medicine nd surgery. Phildelphi: Sunders, 1998. Cp.21, p.174-195, WYLIE, K.B.; DeYOUNG, D.J.; DROST, W.T. The effect of surgicl pproch on femorl stem position in cnine cemented totl hip replcement. Vet. Surg., v.26, p.62-66, 1997. 622 Arq. Brs. Med. Vet.Zootec., v.56, n.5, p.618-622, 2004