PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

Documentos relacionados
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

Segurança energética: Geração térmica no Brasil

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

A nova Lei do Gás: Oportunidades de Negócio para o Mercado

Energia Natural Afluente Chuvas

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

2 Sistema Elétrico Brasileiro

FIESP - 14º ENCONTRO DE ENERGIA. Symone Christine de Santana Araújo Diretora do Departamento de Gás Natural Ministério de Minas e Energia

RELATÓRIO ABEGÁS MERCADO E DISTRIBUIÇÃO. Ano III - Nº 24 - Julho/2009

ENASE de Maio de 2018

RELATÓRIO DE CONJUNTURA: GÁS e TERMOELÉTRICAS

SISTEMAS DE ENERGIA. Aula 3 - Racionamento de Energia Elétrica -

PARNAÍBA GÁS NATURAL. Gas onshore Desafios e Oportunidades de Exploração em Bacias de Nova Fronteira

Ambiente Onshore de Petróleo e Gás no Brasil 2018 MAIO 2018

Regulação do Setor Elétrico Brasileiro Contexto e Desafios Atuais

O Novo Marco Regulatório da Indústria do. Gás Natural no Brasil e seus Desafios

AULA 2 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO RAFAEL DE OLIVEIRA RIBEIRO 1

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

Boletim Econômico Edição nº 80 agosto de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Hélvio Neves Guerra. Seminário Agro em Questão Energias Renováveis: tornando a agropecuária mais sustentável e econômica

RELATÓRIO DE CONJUNTURA: FINANCIAMENTO

Boletim de conjuntura do setor elétrico brasileiro

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS NOVEMBRO DE 2016

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS JUNHO DE 2016

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS SETEMBRO DE 2016

O GÁS NATURAL E AS OPORTUNIDADES PARA O BRASIL

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

2 O setor elétrico brasileiro

Desafios Técnicos e Socioeconômicos da Oferta de Energia

INFORMATIVO MENSAL JUN.2015

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS JANEIRO DE 2017

Sumário. Expediente. Estatísticas e Mercado Relatório ABEGÁS - Mercado e Distribuição Ano VI - Nº 52 - Outubro/Novembro 2012

III Seminário Internacional Desafios da Regulação no Setor Elétrico

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS ABRIL DE 2016

São Paulo quer mudar a matriz energética brasileira com a ampliação do uso do gás natural

Planejamento da Matriz Elétrica Brasileira e a Importância das Questões Ambientais

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

Energia, o que esperar em 2.015

INFORMATIVO MENSAL MAI.2014

Gás para Geração Elétrica. Alternativa para Operadores

Estratégia nacional do Brasil para perceber a diminuição dos gases de efeito estufa Marcelo Cupolo

CONDIÇÕES DE OFERTA DE GÁS NATURAL PARA O SETOR TÉRMICO

Resultados 2T17. Agosto, 2017

Sumário. Expediente. Estatísticas e Mercado...4. Relatório ABEGÁS - Mercado e Distribuição Ano VI - Nº 49 - Junho 2012

RELATÓRIO DE CONJUNTURA: GÁS e TERMOELÉTRICAS

AGENDA DA INDÚSTRIA DE GÁS NATURAL PARA O PRÓXIMO GOVERNO

PMO de Novembro Semana Operativa de 18/11/2017 a 24/11/2017

O COMERCIALIZADOR E A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO NOVO PANORAMA DO SETOR ELÉTRICO. Walfrido Avila - 06/2002

TRENSURB- PORTO ALEGRE METROREC- RECIFE

Oportunidades para o Setor Privado: do poço à chama

Dirceu Abrahão Subsecretário de Petróleo e Gás. O Plano Estadual de Metas de Gás Canalizado

II Conferência Setor Elétrico Brasil - Santander. Britaldo Soares

1. DESEMPENHO OPERACIONAL

Interface das Indústrias de Gás e Energia Elétrica

Nota à Imprensa. Resultados do 2º Trimestre de Principais Destaques do Resultado. Principais Destaques Operacionais

Expectativas Relacionadas às Políticas Governamentais e Incentivos Fiscais para as Térmicas à Biomassa

Relatório Executivo do Programa Mensal de Operação PMO de Janeiro 2016 Semana Operativa de 16/01/2016 a 22/01/2016

RELATÓRIO ABEGÁS MERCADO E DISTRIBUIÇÃO

Leilões de fontes alternativas e de reserva acontecem hoje

2 nd Coaltrans Brazil

PMO de Outubro Semana Operativa de 21/10/2017 a 27/10/2017

Perspectivas para os Setores Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis

Relatório Quadrimestral Indicadores Nacionais do Setor Elétrico:

Eng. JOSIAS MATOS DE ARAÚJO Diretor-Presidente da Eletrobras Eletronorte 11 de novembro de 2013

GÁS PARA CRESCER. Symone Araújo Diretora Departamento de Gás Natural Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

RELATÓRIO ABEGÁS MERCADO E DISTRIBUIÇÃO. Ano III - Nº 19 - Fevereiro/2009

PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NACIONAL: PERSPECTIVAS DE DEMANDA E OFERTA DE ETANOL, GASOLINA, BIODIESEL E DIESEL

Capítulo: 3 Fundamentos do Processo Tarifário do Setor Elétrico Brasileiro

Licitação de Gasodutos de Transporte

Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação

Lucro líquido da Petrobras no 1º semestre de 2013 foi de R$ 13 bilhões e 894 milhões

COMGÁS ATUALIZAÇÃO TARIFÁRIA 16 DE DEZEMBRO DE 2013

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

Informativo outubro/18

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 08, DE 17 DE AGOSTO DE 2015

O POTENCIAL DE SÃO PAULO PARA GERAÇÃO COM BIOMASSA E O PAPEL DO ESTADO

INFORMATIVO MENSAL AGO.2013

Lucro líquido da AES Brasil fecha em R$ 681 milhões no segundo trimestre do ano

Ministério de Minas e Energia Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético

3º Ciclo Revisões Tarifárias Periódicas

PMO de Dezembro Semana Operativa de 09/12/2017 a 15/12/2017

Sumário. Expediente. Panorama...4. Estatísticas e Mercado...5. Relatório ABEGÁS - Mercado e Distribuição Ano IV - Nº 30 - Fevereiro/10

07/04/2010. Abril/2008. Apresentação 5 e 6

PLD (Preço de Liquidação das Diferenças)

Transcrição:

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: GÁS E TERMOELÉTRICAS NOVEMBRO DE 2012 Nivalde J. de Castro Adriana Maria Dassie

ÍNDICE 1- OFERTA DE GÁS NATURAL: DESCOBERTAS, EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO...4 1.2- DESCOBERTAS...4 1.2- PRODUÇÃO...4 2- CONSUMO DE GÁS NATURAL...7 3- IMPORTAÇÃO DE GÁS NATURAL...8 4- PREÇO E COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL...9 5- GERAÇÃO DE ENERGIA TERMOELÉTRICA...10 6- ASPECTOS INSTITUCIONAIS, REGULATÓRIOS E AMBIENTAIS...13 7- PRONUNCIAMENTOS DE ÓRGÃOS PÚBLICOS...14 7.1- FINANCIAMENTOS...15 7.2- FUSÕES E AQUISIÇÕES...15 2

SUMÁRIO EXECUTIVO Este relatório está esquematizado em grupos de assuntos relacionados ao setor de Gás e às usinas termelétricas. São eles: i) oferta de gás natural; ii) consumo de GN; iii) importação de GN; iv) preço e comercialização do gás; v) geração termoelétrica e; vi) aspectos institucionais, regulatórios e ambientais. Estes grupos possuem subgrupos nos quais tornam o relatório ainda mais fácil para a busca encadeada dos fatos durante o mês. No primeiro tópico, no qual se relacionam as principais informações veiculadas sobre ofertas de gás natural, encontram-se as divisões Descobertas e Produção. Destacam-se a produção de gás da Petrobras a produção de gás natural na camada do pré-sal no mês de agosto, registrada pela ANP. O segundo tópico é sobre o consumo do gás natural. Neste mês, foi divulgado pela Abegás o consumo de GN no mês de setembro, que foi de 63, 8 mi de m³/dia, a maior média alcançada pelo setor desde 2010. O terceiro tópico apresenta os dados acerca da importação de gás natural. Para este mês, é apresentado o histograma com o volume de importação de gás natural de outubro de 2011 a setembro de 2012. Aqui se ressalta que no mês de outubro, foi importado da Bolívia, o limite máximo permitido, alcançando 30.8 MMmcd. O quarto tópico cita as principais informações veiculadas sobre preços e a comercialização do gás natural. Nessa parte, destaca-se o recorde no volume de entrega de gás natural da Petrobras. O quinto tópico é reservado a informações do setor de geração de energia termelétrica. Neste tópico são apresentados dois gráficos referentes à parcela do setor termelétrico quanto a sua capacidade instalada assim como a subdivisão dos tipos destas termelétricas. Além da situação da matriz energética, destaca-se a determinação da ONS de despachar 2.100 MW de termelétricas a óleo a partir do dia 18 de outubro, devido ao baixo nível dos reservatórios. No sexto e último tópico abordam-se fatos ligados a aspectos institucionais, regulatórios e ambientais. 3

1- OFERTA DE GÁS NATURAL: DESCOBERTAS, EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO 1.2- DESCOBERTAS A Petrobrás constrói gasodutos para escoar o gás natural produzido no pré-sal, a quilômetros da costa. A HRT descobriu o que pode vir a ser o maior poço produtor de gás em terra, em plena Floresta Amazônica. A OGX começa a produzir gás no interior do MA no início de 2013. E, além de os investimentos em gás natural ganharem força, o Brasil começa a perfurar suas reservas de gás não convencional, pelas mãos da Petra, em MG. O MME acredita que esses investimentos podem levar o País à autossuficiência em cinco anos, com produção em torno de 170 mi de m³/dia. Hoje, segundo a Petrobrás, principal produtora do País, a oferta é de 71 mi de m³/dia. "O gás não convencional e o gás natural do pré-sal são hoje as novas fronteiras do setor. Mas há muitos desafios, como o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração em águas ultraprofundas e o fraturamento das rochas, para o gás não convencional", diz Sylvie D'Apote, sócia e diretora da consultoria Gas Energy. 1.2- PRODUÇÃO A diretora Financeira e de Relações com Investidores da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), Paula Costa, afirmou que o aumento de 71,8% da receita líquida da empresa no terceiro trimestre de 2012, em relação a igual período de 2013, foi provocado principalmente pelo aumento da demanda das termelétricas a gás natural no país. Tivemos um aumento de 60% da produção [de gás natural] em relação ao terceiro trimestre de 2011. Esse aumento é justificado pela demanda das termelétricas na região, acrescentou o diretorpresidente da empresa, Lincoln Guardado, que participa de teleconferência com analistas financeiros sobre os resultados da companhia no terceiro trimestre de 2012. O executivo disse ainda que a capacidade média da produção de gás no campo de Manati, na Bacia de Camamu, no Sul da Bahia, será de 6 milhões de metros cúbicos/ dia em 2012. Em outubro tivemos 5,7 milhões de metros cúbicos/dia. E acreditamos que permanecerá neste mesmo nível até o fim do ano, afirmou Guardado. 4

A produção média de petróleo e gás na camada pré-sal registrou um novo recorde em setembro deste ano. Segundo dados divulgados no dia 8 de novembro, pela ANP, foram produzidos 220,1 mil barris de óleo equivalente por dia, sendo 182,6 mil barris de petróleo e 5,9 mi de m³ de gás natural. Houve crescimento de 8,3% em relação ao mês anterior. Esse foi o terceiro mês consecutivo em que a produção do pré-sal ficou acima dos 200 mil barris de óleo equivalente. De acordo com a ANP, três novos poços entraram em operação em setembro, no campo de Baleia Azul, no Espírito Santo, operado pela Petrobras. Um deles já figura entre os 30 maiores poços produtores do país, com produção diária de 15,6 mil barris. Já a produção de gás teve aumento de 9,9% entre agosto e setembro, chegando a 71,7 mi de m cúbicos por dia, segundo a agência. As operações no mar concentraram 89,9% da produção de petróleo e 76% da de gás natural. A produção de petróleo da Bacia de Campos, responsável por 80% da produção da Petrobras no Brasil, atingiu o menor patamar em quase cinco anos em setembro. A estatal produziu 1,471 mi de barris de óleo e LGN boe/dia na média do mês na bacia. O resultado foi melhor apenas do que o 1,435 mi registrados em novembro de 2007. Em relação à produção de janeiro deste ano (1,753 mi barris/dia), a queda é de 281 mil barris/dia, ou 16%. A diferença é responsável por uma perda acumulada de mais de R$ 7 bi para o caixa da empresa, pelos cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura. De acordo com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, o resultado do mês havia sido impactado por paradas nas plataformas P-53 e P-57, na Bacia de Campos, além de paradas programadas para manutenção. A diretora do Departamento de Gás Natural do MME, Symone Santana Araújo, disse que a produção nacional de gás natural, incluindo importações, será recorde em 2012, com um volume projetado de 68 mi de m³/dia. Symone ressaltou que cresceu a proporção da oferta de gás natural nacional, que atualmente já responde por 55% do total, reduzindo a dependência do gás boliviano e de GNL (líquido, importado). De acordo com ela, diante do despacho recorde de gás neste ano, a participação do gás na matriz energética deve chegar a 10,5% e 11% do total, também um patamar recorde, disse. Nos últimos dois anos, o gás respondeu por menos de 10,5% da matriz. As projeções do MME estimam participação de 15,5% do gás na matriz em 2030. No entanto, Symone diz que este porcentual exclui as descobertas de gás não convencional e possivelmente deve crescer. A engenheira lembrou que as reservas de gás não 5

convencional estão atualmente em 16 tri de pés cúbicos (TCFs), mas poderia chegar a 200 tri de TCFs. 6

2- CONSUMO DE GÁS NATURAL O consumo de gás pelo setor industrial está em queda neste ano pela primeira vez desde 2009, quando a crise econômica mundial, deflagrada em 2008, provocou uma forte retração da demanda no país. Na área de concessão da Comgás, que reúne 28% do PIB nacional, a expectativa é que o consumo de gás pelas indústrias termine este ano 2% abaixo do que foi em 2011. Desde a privatização da distribuidora paulista, no ano 2000, a demanda só havia caído uma vez, em 2009, quando o recuo foi de 20%. Entre janeiro a setembro deste ano, o volume vendido pela Comgás às indústrias totalizou 2,851 bilhões de metros cúbicos, 2,3% inferior que o total comercializado em igual período de 2011. Entre o segundo e terceiro trimestre, houve um aumento de 2,5% da demanda, mas esse crescimento não pode ser atribuído a um sinal de recuperação da economia, avalia Sergio Silva, vice-presidente comercial da Comgás. Segundo ele, esse aumento entre o segundo e terceiro trimestre é normal e sazonal e não será suficiente para reverter a tendência de queda verificada em relação a 2011. O consumo de gás natural nas residências deve crescer 8,9% ao ano nos próximos dez anos. De acordo com projeções da EPE, o combustível será a fonte com maior crescimento na matriz energética do setor residencial até 2021, seguido da eletricidade (+ 4,5% ao ano) e GLP (+2,3% ao ano). Por outro lado, a lenha e carvão vegetal terão quedas no consumo de 10,9% a.a. e 16,5% a.a., respectivamente. Apesar do crescimento expressivo, o gás natural deve continuar a desempenhar um papel ainda pequeno na matriz energética das residências, com uma demanda de 655 mil tep em 2021. O consumo energético das famílias brasileiras continuará baseado fortemente no consumo de eletricidade (14,9 mi de tep), GLP (7,9 mi de tep) e lenha (2 mi de tep). 7

3- IMPORTAÇÃO DE GÁS NATURAL As importações de gás natural tiveram aumento de 11,1% no 3º bimestre, quando comparado ao anterior, e elevação de 22,36% (média de 33,78 milhões de m³/dia), em comparação ao 1º semestre de 2011. O acréscimo no consumo foi motivado, principalmente, pelo aumento do despacho térmico. 8

4- PREÇO E COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL A Petrobras informou que bateu mais uma vez o seu recorde de entrega de gás natural nacional ao mercado, renovando marca atingida recentemente com uma maior produção. No dia 11/11, a estatal ofertou 49,6 mi de metros cúbicos diários de gás nacional, volume que exclui o consumo próprio da empresa. A média de entrega neste ano, até outubro, foi de 42,2 mi de metros cúbicos por dia -um aumento de 14% em relação à média de 2011, de 37 mi de metros cúbicos diários. Esse volume também exclui o total importado via gasoduto Bolívia/Brasil e por terminais de GNL na Bahia e no Rio de Janeiro. Segundo a Petrobras, o crescimento da oferta de gás nacional ao mercado é fruto de uma série de investimentos no desenvolvimento de projetos do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás). A diretora-presidente da Arsesp, Silvia Calou, afirmou que será publicada uma portaria no Diário Oficial de SP que irá recompor as tarifas de gás natural da Comgás. A executiva, porém, não informou qual é o valor a ser repassado aos clientes da concessionária paulista. O reajuste a ser anunciado tem como objetivo recompor as perdas apuradas pela Comgás com a variação do preço do dólar e do gás natural desde o reajuste tarifário em maio deste ano. Com concordância da empresa, a Arsesp optou por não reconhecer integralmente o custo de aquisição do gás incorrido pela Comgás esperando que esse valor abaixasse. "O secretário (José Aníbal) estava negociando com a Petrobras uma possibilidade de redução do custo do gás. Então houve uma concordância em se esperar a conclusão das negociações. As conversas não avançaram e, agora, faremos essa recomposição", afirmou Silvia. O anúncio do reajuste extraordinário ocorre no mesmo dia em que a Cosan concluiu a aquisição da compra de 60,1% da Comgás por R$ 3,4 bi. 9

5- GERAÇÃO DE ENERGIA TERMOELÉTRICA O prolongamento da seca e a queda dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas obrigaram o ONS a ligar praticamente todas as térmicas a gás e a óleo para garantir o abastecimento de eletricidade no país. Segundo fontes do setor, até térmicas a óleo com níveis baixos de eficiência estão sendo acionadas no Brasil para garantir o abastecimento. A conta para manter essas térmicas funcionando será cobrada na conta de luz dos consumidores (livres e cativos) por meio do Encargo de Serviços do Sistema (ESS). A expectativa é que esse custo alcance o recorde histórico de R$ 500 milhões em novembro, segundo estimativas da Abrace. Nos primeiros dez meses deste ano, o ESS já atingiu R$ 1,07 bilhão, informa a entidade. O cálculo feito pela Abrace leva em consideração a manutenção, pelo ONS, dos despachos de mais de 3.500 MW médios de usinas térmicas a óleo combustível e a diesel ao longo de todo o mês e a permanência do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) nos patamares atuais, da ordem de R$ 360 por MWh. A demora nas chuvas e o aumento do consumo levaram o país a um recorde na geração de energia por queima de combustíveis e estão provocando o aumento da importação de gás natural. "Estamos no limite máximo. É o nosso recorde histórico de geração térmica", disse Graça Foster, presidente da Petrobras. Nos primeiros nove meses de 2012 as vendas de energia elétrica pela Petrobras subiram 20%, enquanto a compra de GNL para atender as térmicas subiu 277%. O ONS informou que as 20 térmicas do país estão sendo ativadas por conta da demora das chuvas. Enquanto isso, o consumo de energia no país cresceu 6% em outubro. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que abrange metade do consumo total, a alta foi de 7,1%. O uso recorde das termelétricas deve perdurar, ao menos, até o fim do mês, quando se encerra o período de seca, prevê Alcides Santoro, diretor de Gás e Energia da Petrobras. Para Nivalde de Castro, professor da UFRJ, a geração térmica em 2012 superou a previsão inicial realizada no começo do cada ano e vai onerar as tarifas de 2013, reduzindo o benefício do corte de encargos e tributos anunciado pelo governo em setembro. O valor estimado pelo ONS corresponde ao custo de 37 usinas termelétricas, localizadas em sua maioria nas regiões Nordeste e Sudeste. Essas usinas entram numa categoria de geração emergencial, segundo o ONS. O objetivo é dar confiabilidade ao sistema e evitar problemas como apagões e cortes 10

programados no fornecimento. Quando há necessidade, são ligadas e recebem o valor da energia no chamado mercado livre. Gráfico 1: Parcela Termoelétrica na Matriz Energética (kw) FONTE: BANCO DE INFORMAÇÕES DE GERAÇÃO DA ANEEL Gráfico 2: Divisão dos Tipos de Termoelétricas (kw) FONTE: BANCO DE INFORMAÇÕES DE GERAÇÃO DA ANEEL A Petrobras bateu o seu próprio recorde de geração de energia termelétrica, com 7.415 MW médios entregues ao SIN. No total, a estatal utilizou 39,8 mi de metros cúbicos diários de gás para atingir esse recorde. Dos 7.415 MW médios, 5.404 MW médios foram gerados em usinas da própria Petrobras e outros 2.011 MW médios foram gerados em termelétricas que têm a estatal como fornecedora de gás natural. A companhia informou ainda que a movimentação 11

total de gás na ira - contando o mercado termelétrico e o não termelétrico - foi de 95 mi de metros cúbicos de gás. O recorde anterior de geração a gás havia acontecido no dia 23 de novembro, quando foram gerados 7.362 MW médios, sendo 5.350 MW médios em termelétricas próprias e 2.011 MW médios em termelétricas de terceiros, com consumo de 40,1 mi de metros cúbicos de gás natural. 12

6- ASPECTOS INSTITUCIONAIS, REGULATÓRIOS E AMBIENTAIS A Abrace avalia que falta uma condição regulatória que permita o desenvolvimento do mercado de gás no Brasil. De acordo com Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, o detalhamento da regulação - visto que já existe a Lei do Gás - levaria o mercado a um ponto de equilíbrio, com preços inferiores aos atuais, mas que, ao mesmo tempo, seria suficiente para remunerar os investimentos realizados no setor. "É importante que esse mercado seja sustentável, mas que ao mesmo tempo permita que a indústria seja competitiva e produza aqui no país. Hoje nós importamos duas vezes mais gás nos produtos e serviços que vem para o Brasil do que o gás diretamente. E isso é ruim, porque quando importamos um produto perdemos empregos, divisas e isso pode ser revertido", frisou Pedrosa. Segundo ele, existe um paradoxo, visto que o Brasil é o país da energia, mas é também o lugar onde o insumo está entre os mais caros do mundo. "O país está perdendo espaço. Se não revertemos essa tendência e a energia refletir o que o país pode oferecer, o nosso desenvolvimento será muito menor", analisou. 13

7- PRONUNCIAMENTOS DE ÓRGÃOS PÚBLICOS O governo estadual do Rio de Janeiro enviou a Alerj um projeto de lei que obriga a CEG e CEG Rio a comprarem 5% do gás vendido no mercado não termelétrico de usinas de biogás em aterros sanitários. A iniciativa faz parte da Política Estadual de Gás Natural Renovável lançada pelo Executivo estadual. Com base no mercado atual do Rio, as concessionárias seriam obrigadas a adquirirem cerca de 350 mil m3/d. "O biogás de aterro é um pouco mais caro que o convencional, por isso tivemos que estabelecer a obrigatoriedade. O investidor interessado em projetos em aterros precisa de demanda assegurada." De acordo com o secretário Júlio Bueno, o estado possui hoje cerca de cinco projetos de biogás de aterro sendo prospectados por fundos de investimento, com capacidade para gerar 500 mil m3/d. O secretário disse ainda que existe espaço para que o percentual de obrigatoriedade seja ampliado para 10%. O secretário de Energia de SP, José Aníbal, disse que a falta de garantia de fornecimento de gás pela Petrobras impede que o Estado siga em frente com a instalação de duas termelétricas com capacidade de geração de 600 mil MW cada uma. Segundo ele, a falta de informações sobre a produção de fato da estatal inviabiliza os empreendimentos. O governo paulista espera a confirmação do fornecimento para participar de leilões de gás. As termelétricas, segundo o secretário, seriam instaladas no Vale do Paraíba, pela AES Eletropaulo, e em Araraquara, pela Duke Energy. Segundo números apresentados por Aníbal, hoje são fornecidos pela Petrobras 90 mi de m³/dia. Como 30 mi m³ vêm da Bolívia e outros 12 mi são importados de países do Oriente Médio e Argélia, calculamos que Petrobras produza cerca de 45 mi de m³/dia de gás, afirmou. Segundo Aníbal, essa quantidade é suficiente para alimentar as térmicas planejadas pelo governo paulista e poderia ser fornecida a custo baixo, uma vez que o gás é gerado a partir da extração do petróleo. A Arsesp quer fazer em 2014 o primeiro leilão para compra antecipada de gás natural para as três distribuidoras do Estado: Gás Brasiliano, São Paulo Sul e Comgás. A meta é usar o mercado paulista, cuja demanda é de 15 milhões de metros cúbicos por dia, para abrir uma competição entre fornecedores interessados em investir na exploração de novas reservas no país e fornecer para as distribuidoras paulistas. Outro objetivo é reduzir a dependência atual de fornecimento da Petrobras. Para a agência, São Paulo tem hoje um potencial de expansão do consumo de gás que está inviabilizado devido às restrições de oferta por parte da estatal 14

federal. A ideia é usar o mesmo modelo de leilões adotado hoje pela Aneel para contratação de energia com até cinco anos de antecedência, nos chamados leilões A-5. 7.1- FINANCIAMENTOS A MPX Energia firmou um contrato de empréstimo de R$ 892,4 mi com o BNDES para a termelétrica de Parnaíba. A informação consta em ata da reunião do conselho da companhia arquivada na CVM. Essa é a segunda fatia de uma linha de crédito que a MPX tem com o banco para o projeto. Para a usina de Parnaíba I, que deve entrar em operação até o fim do mês, a companhia já tinha contratado um financiamento de R$ 825 mi com o BNDES. 7.2- FUSÕES E AQUISIÇÕES O número de fusões e aquisições entre empresas do setor de óleo e gás natural, no Brasil, caiu de 11 para oito no terceiro trimestre deste ano, em comparação com igual período do ano passado. Os dados foram apresentados pela KPMG no inicio de novembro, que atribuiu a queda à expectativa do setor com novos leilões de blocos em 2013. O setor vivia em compasso de espera ante o anúncio do governo sobre a realização da nova rodada de licitação para blocos exploratórios. Mas, como já houve uma sinalização positiva, acreditamos que as expectativas sejam boas para os próximos anos e que o apetite do investidor para o setor aumente cada vez mais, especialmente em razão da exploração do pré-sal, avalia o sócio da KPMG Paulo Guilherme Coimbra. Das oito operações deste trimestre, cinco foram domésticas. As outras três dividem-se em um caso de empresa de capital estrangeiro adquirindo ativos no Brasil; uma envolveu capital nacional adquirindo ativos no exterior; e a última diz respeito à empresa de capital brasileiro adquirindo, de estrangeiros, ativos no Brasil. 15