Janeiro/2011. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Documentos relacionados
Janeiro/2011 O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Economia Brasileira. Caio Prates 13 MAIO 2008

CENÁRIO ECONÔMICO 2017:

Perspectivas para de dezembro de 2006 DEPECON/FIESP

GRUPO DE CONJUNTURA CAIO PRATES 29 MAI 2012

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho

Depois do pesadelo. Luís Paulo Rosenberg

Outubro/2011. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

PIB DO BRASIL (VARIAÇÃO ANUAL) FONTE: IBGE ELABORAÇÃO E PROJEÇÃO: BRADESCO

Prof. Dr. Cláudio D. Shikida. Luiz André B. Miranda Marcelo Dolabella Mariana Ferreira Renato Byrro Rômulo Muzzi

Produto Interno Bruto Estado de São Paulo Fevereiro de 2016

AGOSTO DE Fabiana D Atri Economista Sênior do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos - DEPEC

Setembro/16. PIB do 2º Trimestre e conjuntura recente. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

EM % Média : 3,8% Média : 2,7% FONTE: IBGE ELABORAÇÃO: BRADESCO

CENÁRIO MACROECONÔMICO

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior

Henrique de Campos Meirelles Novembro de 2009

Falta de competitividade da indústria: a barreira ao crescimento

CRESCIMENTO DO PIB BRASILEIRO

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2013

Contribuição para o debate sobre apresentação do Conselheiro Octavio de Barros DEPECON

Taxa de Câmbio e Indústria Brasileira

CENÁRIO GLOBAL E DOMÉSTICO 2009/10

Avaliação do Plano de Desenvolvimento Produtivo Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC / FIESP

Mudança de rumo? Cenário macroeconômico Junho Fernanda Consorte

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Abril de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Brasília, 4 de dezembro de 2013 Robson Pereira Economista Sênior Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos - DEPEC

Grupo de Conjuntura Econômica. Painel de Conjuntura. 1 trimestre -2011

Seminário GVcev Tendências e Expectativas para o Varejo de 2010

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO E JUROS EM 2002

DESAFIOS DO CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Março de 2016

Março/2012. NEPOM Núcleo de Estudos de Política Monetária do IBMEC/MG

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 17 a 21 de Dezembro de Lucas Nobrega Augusto (11)

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 2º trimestre de 2013

Superintendência de Planejamento, Orçamento e Custos

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 8 a 12 de Outubro de Lucas Nobrega Augusto (11)

Taxa de Câmbio. Brasileira

Análise de Conjuntura Maio/2011

VARIAÇÃO ANUAL DO PIB BRASILEIRO (%)

Março/2011. Pesquisa Fiesp de Perspectivas de Exportação Produtos Industrializados. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1

EFEITOS DA TAXA DE CÂMBIO SOBRE A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Março de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Outubro de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Janeiro de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Novembro de 2016

Cenário macroeconômico e a construção civil 29/5/2012


CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Dezembro de 2016

Julho/2009 VOLATILIDADE CAMBIAL VOLATILIDADE CAMBIAL. Depecon / Derex

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

Audiência Pública. Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Alexandre Tombini Presidente do Banco Central do Brasil.

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Junho de 2017

Abril / NEPOM Núcleo de Estudos de Política Monetária do IBMEC/MG

Secovi. Desafios da Economia Brasileira. Antonio Delfim Netto

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Junho de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

INDX apresenta alta de 2,67% em março

Revisão do Cenário Econômico Doméstico: Navegando em Águas Turbulentas. Jun/2018

VARIAÇÃO ANUAL DO PIB BRASILEIRO (%)

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho

CENÁRIO MACROECONÔMICO

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Janeiro de 2017

A Economia Brasileira em 2007 e Perspectivas para 2008

A Recessão Global e o Comércio Exterior Brasileiro

Conjuntura econômica e perspectivas: Brasil e Bahia Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI) Gerência de Estudos Técnicos

Análise de Conjuntura Outubro/2011

Análise de Conjuntura

A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E DE BENS DE CAPITAL

Agosto/2009 VOLATILIDADE CAMBIAL VOLATILIDADE CAMBIAL DEPECON / DEREX

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Desempenho da Indústria Catarinense. Florianópolis, 27 de fevereiro de 2015

PIB BRASILEIRO (variação anual, %)

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Agosto de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Brasil: Ventos mais favoráveis

CENÁRIO MACROECONÔMICO BRASILEIRO : DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 3º trimestre de 2013

Perspectivas Econômicas do Brasil

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

PIB DO BRASIL (VARIAÇÃO ANUAL) FONTE: IBGE ELABORAÇÃO E PROJEÇÃO: BRADESCO

Conjuntura econômica e perspectivas: Brasil e Bahia Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI) Gerência de Estudos Técnicos

Contas Nacionais Trimestrais

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Maio de 2019 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Julho de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Prof. Dr. Cláudio D. Shikida. Christiane Dolabella Éverton Coelho. Flávio Lobato

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Janeiro de 2019 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 1 a 5 de Outubro de Lucas Nobrega Augusto (11)

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 30 de Julho a 03 de Agosto de Rodolfo Margato (11)

Painel: O desempenho econômico brasileiro no cenário mundial

A difícil tarefa de buscar alfa na Renda Variável em Novembro de 2015

Universidade Federal do Piauí UFPI Campus Universitário Ministro Petrônio Portella Centro de Ciências Humanas e Letras CCHL Departamento de Ciências

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 10 a 14 de Dezembro de Lucas Nobrega Augusto (11)

CRÉDITO INDUSTRIAL, TAXA DE JUROS E SPREAD BANCÁRIO O PRIMEIRO SEMESTRE DE 2002

INDX registra alta de 10,9% em outubro

Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 20 a 24 de Agosto de Lucas Augusto (11)

Economic Research - Brasil Apresentação Semanal. De 11 a 15 de Junho de Rodolfo Margato (11)

Transcrição:

Janeiro/2011 O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1

A desindustrialização na Indústria de Transformação Pode ser definida como um declínio persistente na participação de sua produção no PIB e na participação dos seus empregos no total de empregos da economia. A característica fundamental do processo de desindustrialização é a perda relativa de dinamismo da indústria na geração de renda e emprego na economia Relatório do MDIC, Valor Econômico 16/11/2010 2

A Indústria de Transformação diminuiu sua participação no PIB nacional 28 26 Evolução do Valor Adicionado da Indústria de Transformação sobre o PIB (%) 27,2 25,3 24 22 20 19,2 18 16 14 15,7 Projeção 2010 15,5 15,9 12 10 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 Fonte: IBGE. Elaboração: FIESP Depecon 3

Enquanto o setor de serviços expandiu fortemente sua participação no PIB Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%) 100% 90% 80% 58,3% 68,5% Serviços 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 20,7% 9,7% 11,3% Agropecuária Indústria Indústria de Transformação 27,2% 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 6,1% 9,9% 15,5% Fonte: IBGE. Elaboração: FIESP Depecon 4

A participação do emprego da Indústria de Transformação também diminuiu Participação dos empregos formais de cada setor no total de empregos (%) 100% 90% 63,8% 70,9% 80% 70% 60% 50% Serviços 40% 30% 20% 10% 0% 1985 4,4% 6,4% 25,4% 1986 1987 1988 1989 1990 Agropecuária Indústria Indústria de Transformação 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Aparticipação da Indústria de Transformação diminuiu 28% no período 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 3,6% 7,1% 18,3% 2009 2010* * Até setembro Fonte: CAGED. Elaboração: FIESP Depecon 5

A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO MUNDO 6

Os países de renda per capita semelhante à do Brasil que apresentaram maior crescimento do PIB entre 1998 e 2008 (acima de 4% aa) apresentaram também maior crescimento do VA da Indústria de Transformação (em média 7,1% aa), enquanto nos de baixo crescimento (abaixo de 4% ao ano) a IT cresceu apenas 3,2% aa Cresc. da da Indústria de Transforação de Transformação X Cresc. do x PIB Cresc. (1998-2008) do PIB (1998-2008) Crescimento da Indústria de Transformação (% anualizado) 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Países com Baixo Cresc. do PIB: Ind. Transformação: +3,2% HUN Países com Alto Crescimento do PIB: Ind. Transformação: +7,1% CZE POL TUR GRE CHL COL ZAF ARG BRA VEN MEX IDN 0% 2% 4% 6% 8% 10% Crescimento do PIB (% anualizado) PHL KOR MYS IND CHN Fonte: WDI/Banco Mundial; Elaboração: Decomtec/FIESP Fonte: WDI/Banco Mundial / Elaboração FIESP Decomtec 7

A participação da Indústria de Transformação no mundo: Estados Unidos 100% 90% Estados Unidos - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%) 53,0% 77,4% 80% 70% 60% Serviços 50% 40% 30% 20% 10% 0% 9,3% 8,5% 29,2% Agropecuária Indústria Indústria de Transformação 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 Fonte: BEA 1,1% 8,8% 12,7% Fonte: Bureau of Economic Analisys. Elaboração: FIESP Depecon 8

A participação da Indústria de Transformação no mundo: Coreia do Sul 100% 90% 80% 70% Coreia - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%) 42,6% 60,8% Serviços 60% 50% 40% 30% 37,2% Agropecuária Indústria 2,7% 8,6% 20% 10% 6,6% Indústria de Transformação 0% 13,5% 27,9% Fonte: Banco Mundial Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon 9

A participação da Indústria de Transformação no mundo: China 100% 90% 80% 70% China - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%) 27,0% 43,4% Serviços 60% 50% 37,9% Agropecuária 10,3% 40% 30% 5,9% Indústria 12,4% 20% Indústria de Transformação 10% 29,2% 33,9% 0% Fonte: Banco Mundial Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon 10

A participação da Indústria de Transformação no mundo: Índia 100% 90% 80% 70% Índia - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%) 37,6% 54,6% Serviços 60% 50% 42,8% 40% 30% Agropecuária 17,1% 20% Indústria 12,4% 5,5% 10% Indústria de Transformação 14,1% 15,9% 0% 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 Fonte: Banco Mundial Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon 11

A participação da Indústria de Transformação no mundo: Alemanha* * Devido a reunificação das Alemanhas, não há dados anteriores disponíveis para a Indústria de Transformação. 12

Valor adicionado em relação ao PIB da Indústria de Transformação e PIB per capita: desindustrialização precoce Valor Adicionado da Indústria de Transformação e PIB Per Capita (US$ PPC) Países VA/PIB PIB per capita US$ PPC Reino Unido * 13,3 32.731 Estados Unidos **** 12,7 42.107 Alemanha ** 23,9 33.236 Área do Euro ** 18,1 30.966 Japão ** 21,2 31.660 Coreia *** 27,9 25.517 Brasil **** 15,5 9.455 Índia **** 15,9 2.970 China **** 33,9 6.200 Média 20,3 23.871 * 2005 ** 2007 *** 2008 **** 2009 Fonte: Banco Mundial, BEA, IBGE Fonte: Banco Mundial, BEA, IBGE. Elaboração: FIESP Depecon 13

O PERIGO SE TORNANDO REALIDADE 14

O atual descompasso entre a produção industrial e a demanda doméstica: o perigo se transformando em realidade Índices de Comércio e Produção Industrial - Quantum(janeiro de 2003 = 100) 190 194,5* 170 150 Comércio Varejista Ampliado Produção 130 130,6 110 90 * Previsão - novembro jan/03 mar/03 mai/03 jul/03 set/03 nov/03 jan/04 mar/04 mai/04 jul/04 set/04 nov/04 jan/05 mar/05 mai/05 jul/05 set/05 nov/05 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 set/06 nov/06 jan/07 mar/07 mai/07 jul/07 set/07 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 Fonte: PMC e PIM-PF, IBGE. Elaboração: Depecon FIESP 15

O descompasso produtivo: reversão da trajetória de recuperação da produção a partir do 2º trimestre de 2010 Índice de Produção Física da Indústria de Tranformação - Quantum(Janeiro de 2008 = 100) 105 102,7 103,6 média 101,5 100 100,0 101,5 95 90 média 92,2 85 82,9 Variação de Mar anov de 2009 a Mar a Nov de 2010: 10,1% 80 jan/07 mar/07 mai/07 jul/07 set/07 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 Fonte: PIM-PF. Elaboração: Depecon FIESP 16

O forte crescimento das importações, na medida em que ocupa o espaço dos produtos industriais produzidos internamente, está por trás deste descompasso 200 Importações - Quantum Número Índice - Série Dessazonalizada 180 160 140 As importações apresentam um ritmo de crescimento que não encontra precedente na história recente 120 100 80 60 40 20 mar/94 ago/94 jan/95 jun/95 nov/95 abr/96 set/96 fev/97 jul/97 dez/97 mai/98 out/98 mar/99 ago/99 jan/00 jun/00 nov/00 abr/01 set/01 fev/02 jul/02 dez/02 mai/03 out/03 mar/04 ago/04 jan/05 jun/05 nov/05 abr/06 set/06 fev/07 jul/07 dez/07 mai/08 out/08 mar/09 ago/09 jan/10 jun/10 nov/10 Fonte: Funcex, dados dessazonalizados pelo Depecon/Fiesp Fonte: Funcex. Elaboração: Depecon FIESP 17

O atual descompasso entre a produção industrial e a demanda doméstica: o perigo se transformando em realidade Chama a atenção o fraco desempenho da atividade industrial nos últimos meses num contexto de demanda aquecida. Apesar do forte crescimento da demanda interna, refletido nos indicadores de comércio varejista, massa salarial real, e crédito, a produção industrial vem apresentando um fraco desempenho. 18

O atual descompasso entre a produção industrial e a demanda doméstica: o perigo se transformando em realidade Produção Industrial e Indicadores de Demanda Doméstica - Variação Anual Ano PIM Comércio Varejista Massa Salarial Real Estoque de Crédito Real 2004 8,3 9,2 1,6 10,8 2005 3,1 4,8 4,2 15,2 2006 2,8 6,2 5,9 17,0 2007 6,0 9,7 5,8 22,3 2008 3,1 9,1 6,9 23,8 2009-7,4 5,9 3,9 10,5 Dados Dessazonalizados Mês PIM Comércio Varejista Massa Salarial Real Estoque de Crédito Real dez/09 100,0 100,0 100,0 100,0 jan/10 101,1 101,9 101,3 101,1 fev/10 102,4 105,0 102,4 102,1 mar/10 105,9 113,5 103,4 102,9 abr/10 104,9 103,3 104,2 103,7 mai/10 104,7 104,5 104,4 105,4 jun/10 103,5 105,3 104,4 107,3 jul/10 104,0 107,4 107,2 108,5 ago/10 103,9 110,0 108,3 110,1 set/10 104,0 110,2 109,6 111,2 out/10 104,3 112,5 110,6 112,1 nov/10 104,1 114,7 110,0 113,2 Crescimento Out/10-Dez/09* 4,1% 14,7% 10,0% 13,2% * Previsão Fonte: PIM-PF, PMC, PME e BACEN. Elaboração: Depecon FIESP 19

IMPACTO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 20

O crescimento das importações custou R$ 17,3 bilhões em produção e 46 mil vagas na Indústria de Transformação 21,5 21,0 20,5 20,0 19,5 19,0 Coeficiente de Importação- Indústria de Transformação 19,6 Aumento de 1,6 ponto percentual Aumento de 8,2% no período 21,2 3º trim. 2008 3º trim. 2010 O Depecon estimou o Tradeoff entre produção doméstica e importações entre o 3º trim. de 2008 e o 3º trim. de 2010 Caso o coeficiente de importações do 3º trim. de 2010 (21,2%) tivesse se mantido no patamar do 3º trim. de 2008 (19,6%), o valor da produção poderia ter sido de R$ 17,3 bilhões maior. Em 9 meses, a produção da Indústria de Transformação aumentaria 1,62% e seria de R$ 1.072,2 bilhões, enquanto as importações cairiam para R$ 215,1 bilhões Com isso, o emprego no setor aumentaria em 0,58%, equivalente a 46 mil novas vagas 21

OS OBSTÁCULOS À INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 22

Entraves à expansão da indústria Carga Tributária Taxa de Juros Taxa de Câmbio Concorrência desleal impede que a indústria atenda plenamente o mercado consumidor em expansão. Caso esses entraves não sejam removidos, o processo de desindustrialização pode se aprofundar. 23

A carga não condiz com a renda per capita dos brasileiros... A carga tributária brasileira é elevada em relação à renda média do país (medida pela paridade de poder de compra). Em 2008, para estar alinhada à renda dos brasileiros. A carga tributária deveria estar em torno de 28% do PIB, ao invés dos 34,9% registrados. Fonte: (1) Dados de Carga Tributária: para o Brasil: IPEA; para os demais países: Moody s Investor. (2) Dados de PPC: World Bank. Elaboração DECOMTEC/FIESP. 24

O esforço que a carga tributária infringe à indústria aumenta a necessidade de capital de giro, cujo custo é elevado devido aos juros e ao spread. Para o nível de renda per capita do Brasil, os juros deveriam ser de 13,1% aa Fonte: FMI. Elaboração: FIESP Decomtec 25

Nos últimos anos a taxa de câmbio vem apresentando forte valorização. Entre a média do período abril/03-março/04 e Out/10 a taxa de câmbio apresentou valorização de 41,7% 4,0 Cotação Dólar Comercial (R$/US$) 3,5 média abr/03 - mar/04: R$2,92 3,0 2,5 2,0 Out/10: R$1,70 1,5 1,0 Jan aout 2010 / Jan a Out 2009 (R$ 1,77 / R$ 2,04) = -13,1% 0,5 jun/94 jan/95 ago/95 mar/96 out/96 mai/97 dez/97 jul/98 fev/99 set/99 abr/00 nov/00 jun/01 jan/02 ago/02 mar/03 out/03 mai/04 dez/04 jul/05 fev/06 set/06 abr/07 nov/07 jun/08 jan/09 ago/09 mar/10 out/10 Fonte: BACEN. Elaboração: FIESP Depecon 26

Conclusões O forte aumento do consumo doméstico não está sendo acompanhado pela produção industrial. Esse descolamento deve-se aos entraves ao desenvolvimento que obstruem o crescimento da indústria associado ao forte aumento das importações. Esses obstáculos devem ser enfrentados e superados para que o processo de desindustrialização não se aprofunde. 27