A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E DE BENS DE CAPITAL
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- João Gabriel Fortunato Carrilho
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1 A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E DE BENS DE CAPITAL Uma análise do período Maio de 2012
2 Balança Comercial da indústria de transformação (US$ bilhões FOB) Saldo Importação Exportação 200,00 195,55 150, ,68 100,00 50,00 49,11 45,99 0,00-3,12-42,87-50, Fonte: SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 2
3 Balança Comercial de Bens de Capital US$milhões FOB Saldo da Balança Comercial Exportação Importação Fonte: SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 3
4 Importação de bens de capital mecânicos US$ bilhõ ões 25 ABIMAQ (CNAE 28) Demais setores 20 21% % Var. % 2010/ % Ou +19% a.a. 20% Var. % 21% 2010/ % Ou 19% 12% a.a. 14% 20% 15% 14% 17% 22% Var. % PIB 2010/ ,6 Ou +3,6% a.a Var. % 2010/ ,5% Ou +24% a.a. Var. % 2010/ ,5% Ou 21% a.a. Var. % PIB 2010/ ,2 Ou +4,2% a.a Fonte: DCEE/ABIMAQ, SECEX e MF; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Nota: CNAE 28 Máquinas e equipamentos versão 2.0 DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 4
5 Consumo Aparente Líquido mensal R$ milhões constantes (defl. Col.32/FGV) / Faturamento (R$) 77% Fat. Int. Líquido Importados (c/ CIF + II) Import. dentro do Fat. (c/ CIF + II) Rec. Líquida de produção nacional - Exportação (US$) 69% Importação (US$) 290% jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan Fonte: DCEE/ABIMAQ, SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 5
6 Estrutura da Receita Líquida e Custo Brasil
7 Estrutura da receita bruta Máquinas e equipamentos (R$ milhões a preços de 2011 deflator: IPA Máquinas e Equipamentos) DESCRIÇÃO PESO Faturamento Bruto ,5 12,0% ( - ) IPI ( - ) ICMS ( - ) PIS ,5 22,9% Inflação ( - ) COFINS ( = ) Faturamento Líq ,0 9,6% ( - ) Insumos ,9 12,2% ( - ) Salários ,3 27,1% acumulada IPA Col. 32* +21,1% ( - ) Encargos benefícios ,7 33,4% ( - ) Outros custos ,1-15,4% ( + ) Receitas financeiras ( - ) Despesas financeiras ,2 42,8% ,6 18,7% ( = ) Resultado Bruto ,6 10,2% ( - ) IRPJ ,4 10,2% ( - ) CSSL ,5 10,2% ( = ) Resultado Líquido ,7 10,2% Fonte: IBGE. Elaboração: DEEE/ABIMAQ. * Preço de máquinas e equipamentos IPCA +27,9% PIB REAL +19,3% DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 7
8 Custo Brasil (2010) Diferencial de custos na produção nacional em relação aos concorrentes internacionais Aumento de custos em ponto percentual da RL Componentes do Custo Brasil Ind. IBKM Transformação Custo Brasil 43,85 36,27 1 Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva 2,98 2 Encargos sociais e trabalhistas 3,99 3 Custos dos insumos básicos (2) 24,01 4 Custos de energia (2) 0,00 5 Logística (1) 1,90 6 Burocracia e custos de regulamentação 0,40 7 Impacto dos juros sobre capital de giro 9,41 8 Custos de investimento 1,16 2,98 2,84 18,57 0,51 1,90 0,36 7,95 1,16 (1) Comparativo com Estados Unidos; (2) Comparativo com Alemanha. EXEMPLO: Produção e venda do PRODUTO X Receita líquida de venda na Alemanha = 100,0 Receita líquida de venda no Brasil = 143,8 RESULTADO: O custo Brasil encarece em 43,8% o preço do PRODUTO X no Brasil DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 8
9 Principais fatores de custos
10 Principais fatores de custos: ( ) 2011) INSUMOS: Chapa grossa de aço laminado a quente A36 Preço do aço no mercado mundial e no Brasil (US$/Tonelada sem impostos) Brasil Mundo ,5% s/ ,2% s/ Fonte: MEPS e DEEE/ABIMAQ (pesquisa por amostragem). Elaboração: DEEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 10
11 Principais fatores de custos: ( ) 2011) Mão de obra: Salário médio 250 Salário médio real em SP Índice jan04 = 100 Máquinas e Equipamentos US$ R$ jan/04 mai/04 set/04 jan/05 mai/05 set/05 jan/06 mai/06 set/06 jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11 mai/11 set/11 Fonte: FIESP. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 11
12 Principais fatores de custos: ( ) 2011) 36,0 Carga Tributária 36,5 (Participação % no PIB) 35,5 35,0 34,5 7,5% superior a ,0 34,0 33,5 33,5 33,0 32,5 32, * Fonte: BACEN e IBPT. Elaboração: DEEE/ABIMAQ. * Preliminar DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 12
13 Principais fatores de custos: ( ) 2011) Custos Financeiros: Juros pessoa jurídica Decomposição dos juros Total pessoa jurídica Taxa de captação Spread bancário SELIC ,1% 16,5% 14,4% 28,2% 2% 17,9% 11,5% 0 jan/04 mai/04 set/04 jan/05 mai/05 set/05 jan/06 mai/06 set/06 jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11 mai/11 set/11 Fonte: BACEN. Elaboração: DEEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 13
14 Paridade cambial Dólar comercial il Ptax Média, Venda (R$/US$) 4,0 3,5 3,0 25 2,5 2,0 1,5 1,0 jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul. out. jan. abr. jul out. jan. abr jul out jan Fonte: BACEN. Elaboração: DEEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 14
15 12 meses Impacto do preço das commodities no câmbio e na balança comercial US$/R$ IC Br Brasil (US$) Saldo da balança comercial base: jan/02 = 100 US$ milhões acumulado nos últimos Fonte: MDIC e BACEN. Elaboração: DEEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 15 Índice jan/02 jun/02 nov/02 abr/03 set/03 fev/04 jul/04 dez/04 mai/05 out/05 mar/06 ago/06 jan/07 jun/07 nov/07 abr/08 set/08 fev/09 jul/09 dez/09 mai/10 out/10 mar/11 ago/11
16 Coeficiente de penetração 45,0 Coeficiente de penetração dasimportações em preços constantes de 2007(%) 0,800 Indústrias de transformação 40,0 39,2 Fabricação de máquinas e equipamentos 36,6 0,700 US$/R$ 34,4 35,0 31,9 Var. % 29,9 2011/ ,0 28,5 0, ,6% 25,9 26,6 Ou 25,0 24,1 23,3 +4,9% a.a. 22,3 22,2 0,500 20,0 20,0 19,0 17,3 15,3 15,4 Var. % 15,0 13,5 0, / ,6 11,8 11,9 10,5 11,1 +72,4% 10,3 10,0 Ou +5,1% a.a. 0,300 5,0 Var. % 2011/ ,4% Ou +8,4% a.a. Var. % 2011/ ,5% Ou +8,8% a.a. 0, * 0,200 Fonte: FUNCEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. *Média até o 3º trimestre de 2011 DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 16
17 Variação do custo em R$ e US$ do produto nacional x importado 210 Índice de preços Máquinas e Equipamentos Base 2004 = , Exportação (US$) Importação (US$) , DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 17
18 Produção física Número índice base 2002 = Indústria de transformação Máquinas e equipamentos (IBGE) , , jan/00 jul/00 jan/01 jul/01 jan/02 jul/02 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05 jul/05 jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 jul/08 jan/09 jul/09 jan/10 jul/10 jan/11 jul/11 jan/12 Fonte: IBGE; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 18
19 Perda de peso da indústria de transformação 2000/ Participação (%) da indústria no PIB Peso das categorias na indústria de transformação Bens de consumo duráveis Bens de capital Bens de consumo semi e não duráveis Bens intermediários Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água Construção Civil Extrativa Mineral Transformação 2011 Fonte: IBGE e LCA; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 19
20 Peso da indústria no PIB Países exemplos bem sucedidos de transição de economias pobres para economias de renda elevada Peso da Indústria no PIB Em % do Valor Adicionado. Fonte: Banco Mundial. Elaboração: LCA Quando possuiam o mesmo PIB per capita que o Brasil tinha em 2010 (em PPP) Atual PIB per capita PPP em 2010, US$ mil: Japão: 34,6 Coréia do Sul: 29,0 Brasil: 10,0 Japão Coréia do Sul Brasil DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 20
21 Peso da indústria no PIB Países que se beneficiaram da ampla disponibilidade de recursos naturais Peso da Indústria no PIB Em % do Valor Adicionado. Fonte: Banco Mundial. Elaboração: LCA. Quando possuiam o mesmo PIB per capita que o Brasil tinha em 2010 (em PPP) Atual PIB per capita PPP em 2010, US$ mil: África do Sul: 10,4 Austrália: 38,4 Chile: 14,6 México: 14,3 Noruega: 56,8 Brasil: 10,0 África do Sul Austrália Chile México Noruega Brasil DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 21
22 Conclusão
23 Conclusão O que mudou a partir de 2004 que afetou fortemente a competitividade da indústria de transformação? Custo Brasil já existia antes de 2004 e era da mesma ordem de grandeza Principais custos aumentaram no período aproximadamente 14 p.p. da RL Houve uma forte apreciação cambial (+60% em relação ao dólar) Preços industriais em leve declínio no mercado internacional e praticamente estáveis no mercado interno (IPP +10,86 Transformação e + 2,18 Máquinas e equips. dez/09 dez/11) dez/11) Custos cresceram fortemente no período, quando medidos em dólar DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 23
24 Conclusão A problemática (segundo cada um) SETORES SERVIÇOS E SETOR FINANCEIRO > 60% do PIB GOVERNO > 20% do PIB Governo Indústria Outros países Indústria CULPADOS Falta de reformas, Ineficiência, Cobra muito, Gasta mal Baixos investimentos Guerra cambial, excesso de liquidez e juros baixos Baixos investimentos em inovação INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO < 20% do PIB Governo Carga tributária (?), Câmbio, Juros e Custo Brasil. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 24
25 Conclusão A solucionática (segundo cada um) SERVIÇO E SETOR FINANCEIRO > 60% do PIB Na perda de competitividade o câmbio tem apenas uma pq pequena responsabilidade. Os custos elevados decorrem da alta carga tributária, do excessivo e ineficiente gasto público, das ausências de infraestrutura e de baixa produtividade. Não vai ser com protecionismo, incentivos e mais conteúdo local* que a indústria vai ser competitiva. GOVERNO > 20% do PIB O governo acha que já está fazendo a sua parte O PBM é a solução: Inovar para competir, competir para crescer Reintegra + Redução da folha + PSI. Com um pouco mais de câmbio (R$/US$ 1,8) e um pouco mais de proteção acha que fez a lição de casa Falta a indústria fazer sua parte: investir em modernização e inovação INDÚSTRIA DE TRASNFORMAÇÃO < 20% do PIB A solução é a imediata redução dos custos medidos em dólar. É necessário cortar: Insumos em 40% Folha de pagamento em 50% Impostos em 20% Custos de capital em 80% DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 25
26 Conclusão Reduzir custos da indústria ITEM Ganho sobre receita líquida Prazo estimado Eliminar impostos não recuperáveis de 5 a 6% 5 a 10 anos Insumos: redução de 50% do diferencial de preço de 9 a 12% 3 a 6 anos Redução de 50% das ineficiências sistêmicas (infraestrutura, logística, energia, burocracia e outros) de 1,1 a 1,4% > 10 anos Reduzir em 50% o custo do capital (SELIC + SPREAD) de 4,6 46a5,3% 1 a 3 anos Subtotal de 19,7 a 24,7% Entre 5 e 10 anos Administrar o câmbio para o piso R$/US$ 2,30 30% 1 ano DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 26
27 AGENDA: prioridades da IBK Curto Prazo 1. Defesa Comercial: Licença não automática/ Linha de corte/ Alíquota de importação 2. Conteúdo Local* : Em compras, concessões e financiamentos públicos /em incentivos fiscais 3. Margem de preferência: Regulamentação com inclusão do setor pelo limite máximo previsto Médio Prazo ao 1. BKM como setor estratégico: Para efeitos de financiamento e inovação 2. Regime especial para BKM/PROMAQ: Incentivos fiscais e de financiamento 3. Revisão dos Regimes Especiais: Eliminação do viés importador Longo Prazo 1.Eliminar Custo Brasil : Melhorar a competitividade sistêmica 2. Inovação: Programa de apoio e funding setorial 3. Investimentos Produtivos: Incentivos fiscais e creditícios DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 27
28 Conteúdo local Conceito BNDES O índice de nacionalização atualmente exigido é maior ou igual a 60% da receita líquida (RL) Receita Líquida 100% RL Insumo (55% da RL) Valor adicionado (45%) Importado (40%) Nacional (15%) Valor adicionado (45%) Em média 60% Conteúdo Nacional Considerando que o VA (valor adicionado) é integralmente nacional e representa 45% da RL (receita líquida) da indústria de bens de capital mecânicos para atender a exigência de 60% de conteúdo nacional basta ter 27,3% de insumos nacionais (15% de 55% da RL) DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 28
29 OBRIGADO! MARIO BERNARDINI
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