Como REDUZIR o consumo de SAL. Dia Mundial da Alimentação 16 de outubro de Serviço de Nutrição e Dietética

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Transcrição:

Como REDUZIR o consumo de SAL Dia Mundial da Alimentação 16 de outubro de 2017 Serviço de Nutrição e Dietética

REDUZA O SAL PARA DAR MAIS SABOR À VIDA Há mais de 2000 anos que se usa o sal como forma de conservar alimentos e foi fundamental para a sobrevivência e diversificação alimentar das populações. Atualmente, o sal continua a ser, a par do açúcar, um dos maiores inimigos da saúde. É dos condimentos mais utilizados no tempero das refeições, e as refeições sem adição de sal são muitas vezes vistas como refeições sem sabor e pouco apelativas. A sua utilização constitui um hábito já bastante enraizado. O sal ou sal de cozinha, quimicamente designado por cloreto de sódio, é constituído por dois minerais: o sódio e o cloro. Estes dois minerais são essenciais ao normal e saudável funcionamento do nosso organismo, mas as consequências do consumo excessivo, particularmente de sódio, são inúmeras e por isso é essencial fazer um uso poupado deste tempero. Este ano, o Dia Mundial da Alimentação tem como mote o tema «Juntos Contra o Sal» e, neste sentido, o Hospital Dr. Francisco Zagalo, Ovar, lança este pequeno manual com diferentes estratégias que podem ser utilizadas com sucesso para reduzir o sal na alimentação diária e também formas de usar diferentes ervas aromáticas. A Direção Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), tem vindo a disponibilizar diversos formatos para divulgar a informação sobre os riscos do consumo de sal e a capacitar os cidadãos para um consumo reduzido de sal. Esta elevada importância que a ingestão de sal adquire atualmente, está relacionada com o facto de 42,2% da população adulta portuguesa ser hipertensa. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo diário inferior aos 5 gramas por dia para um adulto e 3 gramas para as crianças. Contudo, e tal como a Direção Geral da Saúde já alertou, este máximo é largamente ultrapassado pelos portugueses, que consomem, em média, o dobro. Segundo o estudo PHYSA, na população adulta portuguesa o consumo médio de sal é de 10,7 gramas por dia, muito acima do valor máximo diário recomendado. 1

Como sabemos, o elevado consumo de sal está fortemente relacionado com algumas doenças que acometem o sistema cardiovascular, pelo que uma alimentação adequada é um dos pilares fundamentais, quer na prevenção quer no seu tratamento. De acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), se os consumidores diminuíssem a ingestão de sal em 2 gramas diários, a taxa de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC s) cairia entre 30 a 40% no espaço de 5 anos. É por isso, importante reforçar a necessidade das alterações de comportamentos, quer no que diz respeito à exigência, pelo consumidor, da disponibilização de alimentos com menores teores de sal, quer no que diz respeito a um menor uso caseiro de sal. Pequenas reduções no consumo de sal podem trazer grandes benefícios para a saúde da população não só ao nível das doenças cardiovasculares mas também ao nível de outras doenças crónicas prevalentes em Portugal. PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS NO EXCESSO DE CONSUMO DE SAL Hipertensão arterial Acidente Vascular Cerebral (AVC) Risco aumentado de doenças cardiovasculares Sobrecarga do funcionamento renal (há um maior esforço feito pelo rim para excretar o excesso de sódio) Maior retenção de líquidos pelo organismo, o que implica aumento de volume e excesso de peso Mas além da quantidade, é também importante saber escolher o tipo de sal e, de preferência, optar pelos que possuem MENOR TEOR DE SÓDIO. Quantidade de sódio presente por gr ama em cada tipo de sal Sal Líquido 110 mg Altamente puro e por ser dissolvido em água mineral Sal Light 200 mg 50% de cloreto de sódio e o restante é composto por cloreto de potássio Sal dos Himalaias 230 mg 80 tipos de minerais (cálcio, ferro, potássio, cobre e ferro) Sal Negro 280 mg Cloreto de sódio, cloreto de potássio e ferro; presença de enxofre Sal Marinho 390 mg Não sofre refinamento, é menos processado Sal do Havai 390 mg Proveniente de uma região argilosa, rica em ferro Sal Defumado 395 mg Defumado a partir da fumaça proveniente da queima de barris de carvalho Sal de Cozinha 400 mg 60% de cloreto e 40% de sódio; pobre em nutrientes Sal Grosso 400 mg Mesmo processo de fabricação do anterior, mas não passa pelo refinamento Flor de Sal 450 mg É retirado da parte mais superficial das salinas 2

SUGESTÕES PRÁTICAS PARA REDUZIR O CONSUMO DIÁRIO DE SAL 1 Em primeiro lugar, devemos olhar para o sal não apenas como um condimento que usamos na comida, mas também como um ingrediente (sódio) muito comum nos mais variados produtos. A maior parte do sal consumido no dia-a-dia é proveniente não tanto das refeições cozinhadas em casa, mas sim dos alimentos pré-preparados comprados fora de casa. Por isso, é extremamente importante ler o rótulo da embalagem do produto a comprar. Sempre que mencionado, procure adquirir os produtos com menor quantidade de sal, isto é, menos de 1,5g de sal por 100g, habitualmente expresso sob a forma de cloreto de sódio (NaCl). Se não tiver informação nutricional no rótulo, le r a lista de ingredientes tendo em atenção os ingredientes, como o glutamato monossódico e o bicarbonato de sódio, que acrescentam aos alimentos quantidades significativas de sódio. Prefira os alimentos que apresentam até 0,3g de sal por 100g de produto; Evite os alimentos que apresentam mais de 1,5g de sal por 100g de p roduto. A Direção Geral de Saúde criou um cartão que pode ajudar a consultar facilmente os valo res de sal alto, intermédio ou baixo - dos produtos que a comprar. 3

2 Evitar consumir alimentos com elevado teor em sal, como os alimentos préconfecionados, já cozinhados ou prontos a comer, alimentos que não apresentam sabor salgado mas possuem sal na sua composição. Reduzir ou excluir o consumo deste tipo de alimentos é um bom começo para ter uma quota de sal/sódio mais equilibrada todos os dias: Sopas instantâneas, refeições enlatadas, refeições congeladas prontas a consumir (pizzas, lasanhas, etc.); Caldos concentrados (caldos de carne, peixe, vegetais, marisco); Produtos de salsicharia, charcutaria e alimentos fumados (fiambre, presunto, chouriço, alheiras, bacon); Manteiga com sal, margarinas, molhos pré-preparados (ketchup, maionese, mostarda, molho de soja); Aperitivos salgados (batatas fritas de pacote, rissóis, croquetes, chamuças, bolinhos de bacalhau) Alimentos enlatados; Determinadas bolachas, cereais de pequeno-almoço, folhados. 3 Diminuir gradualmente a quantidade de sal que se adiciona durante a confeção dos alimentos. Em casa, uma fórmula simples e aproximada de se saber a quantidade de sal que está a usar: 1 Colher de chá de sal = aproximadamente 5 g (recomendado pela OMS por dia/pessoa) Não adicione mais do que 1 g de sal por indivíduo em cada refeição (1 colher de café = 2 g) 4

Reduzir a quantidade de sal das refeições faz parte de um plano de alimentação saudável. De forma gradual, experimentar algumas alternativas, como os temperos e as ervas aromáticas ao invés do uso de sal. Não introduzir sal na alimentação das crianças antes dos 2 anos de idade. Ter em conta que para as crianças a recomendação para o consumo de sal é inferior a 3g/dia. 4 Substituir o sal usado na confeção dos alimentos e antes de os confecionar por ervas aromáticas, especiarias, vinho ou sumo de limão de forma a enriquecer o paladar dos cozinhados em substituição do sal: Usar produtos frescos na confeção alimentar em detrimento dos conservados. Deixar a carne e o peixe a marinar em vinha de alho ou com outros temperos sem sal. Deste modo, o sabor e o aroma dos temperos adicionados ficarão mais intensos e o resultado final mais saboroso. 5 Usar sal aromatizado. Tal como o azeite aromatizado, já existe no mercado sal com menos sal. Ou seja, sal aromatizado, que não é mais do que uma mistura de sal e especiarias. É uma boa opção para a redução de sal e introdução de ervas aromáticas. A vantagem é que os alimentos ficam mais saborosos, sem necessidade de usar tanto sódio. Preparar o seu próprio sal com uma mistura de ervas com o sal de cozinha. Ingredientes Preparação 1 colher (sopa) de alecrim 1 colher (sopa) de manjericão 1 colher (sopa) de orégão Adicione todos os ingredientes no liquidificador e bata até que fiquem misturados e mais finos. Conserve num recipiente de vidro com tampa. ½ chávena de sal refinado ou sal light 5

6 Não levar o saleiro para a mesa, de forma a não adicionar sal fino aos pratos já cozinhados. Excluir, também, todo o tipo de molhos, desde o ketchup à maionese, passando pelos molhos para salada e molhos para massas. Tudo deve ser excluído e substituído pela tradicional combinação de azeite e vinagre ou sumo de limão. 7 Enriquecer os cozinhados adicionando alimentos coloridos como tomate, cenoura, pimento verde, amarelo, vermelho ou laranja, brócolos, milho, feijão, beringela, couve roxa, beterraba, ananás, laranja, maçã, etc. 8 Beber 1,5 a 2 litros de água por dia, ou o equivalente em 10 a 12 copos de água por dia. CONCLUSÃO Aplicando estas medidas, a redução do consumo de sal torna-se possível e mais fácil de cumprir, reduzindo o risco individual de doenças cardiovasculares e melhorando as taxas registadas a nível nacional. É algo simples de praticar e que fará toda a diferença na qualidade de vida das pessoas em geral. Apesar de existirem outras questões importantes a ter em consideração na prevenção de doenças cardiovasculares, como o consumo de gorduras saturadas e trans, o consumo de açúcar e o sedentarismo, a moderação do consumo de sal é já um passo dado nesse sentido, e é verdadeiramente fácil de se conseguir. Basta querer cuidar de si e dos seus! 6

ERVAS AROMÁTICAS Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital Dr. Francisco Zagalo de Ovar As ervas aromáticas ou ervas-de-cheiro são plantas, geralmente de pequenas dimensões, que apresentam diversas utilizações e propriedades com grande impacto na culinária, pelo que podem ser muito utilizadas em saladas, sopas, marinadas, carnes, peixes, chás, compotas, entre outros preparados e o seu uso poderá influenciar a saúde, quer pela redução da quantidade de sal nos alimentos, quer pela composição nutricional e funções que desempenham. Apesar de este conhecimento ser aparentemente generalizado, na realidade, são poucos os cidadãos e até profissionais de saúde que sabem utilizar ou recomendar a sua utilização de forma apropriada. As ervas aromáticas fornecem proteínas, fibras, componentes voláteis (óleos essenciais), vitaminas (A, C e complexo B), minerais (cálcio, fósforo, sódio, potássio e ferro) e fitoquímicos - substâncias bioativas presentes nas plantas em pequenas quantidades, que atuam como antioxidantes, bactericidas, antivíricos, fitoesteróis e indutores ou inibidores de enzimas. Os fitoquímicos são um dos principais grupos de antioxidantes presentes nas ervas aromáticas (orégão, tomilho, manjerona, salva, manjericão, funcho, coentro). Vários estudos indicam que os fitoquímicos, especialmente os compostos fenólicos, parecem ser os principais responsáveis pelas propriedades atribuídas às ervas aromáticas, nomeadamente na prevenção de patologias cardiovasculares e cancro. Algumas das propriedades das ervas aromáticas são dissipadas pela ação do calor, pelo que devem ser adicionadas aos alimentos no fim da sua preparação, sempre que possível. De uma forma geral, na cozinha as ervas aromáticas são utilizadas maioritariamente frescas, podendo também ser comercializadas secas, embora percam algumas propriedades. Desta forma, é essencial que o uso de ervas aromáticas seja incentivado e testado em diversos contextos educativos, de forma a aumentar a confiança e a apetência dos consumidores na utilização de ervas aromáticas, em detrimento da adição abusiva de sal. Por isto e muito mais, torne os seus cozinhados mais aromáticos. 7

Substitua o sal por: Parte mais utilizada Nutricional Usos mais comuns Aipo Açafrão Caules e folhas - fresco Estigma da planta - secos e não maduros Vitaminas (B1, B2, E, C e folatos), Minerais (potássio, cálcio, sódio e fósforo) Vitaminas (B6), Minerais (potássio, ferro, magnésio) e fibras Sopas, saladas, caldos de carne, estufados e cozidos de carne Sopas, pratos de peixe, caldeiradas, arroz e certos molhos Alcaparra Botão floral - seco Saladas, carnes diversas, molhos, peixes, pizzas Alecrim Alho Caules e folhas - seco Bolbo Vitaminas (B1, B2, E, C e folatos), Minerais (potássio, cálcio, sódio e fósforo) e fitoquímicos Vitaminas (B1, B3, C e folatos), Minerais (potássio, fósforo, cálcio, magnésio e sódio) e fitoquímicos Marinadas de carnes, carne de porco grelhado, aromatizante de água para a cozedura de massa ou arroz, saladas, manteigas aromatizadas Muito vasto, desde sopas de legumes, estufados, assados, cru em molhos como o molho verde, etc. Anis ou Erva-doce Sementes Tortas, peixes, ensopados, queijos, massas, purés, carnes Cardamomo Vagem Sopas, molhos, alguns pratos de carne e peixe Caril Em pó Vitaminas (A, C e B6), fitoquimicos Cebola Cebolinho Coentro Colorau ou pimentão Bolbo Folhas fresco ou seco Folhas, caule, grão Polpa do pimento doce maduro reduzido a pó Vitaminas (B1, B3, C e folatos), Minerais (potássio, fósforo e cálcio) e fitoquímicos Vitaminas (A, C, K e folatos), Minerais (potássio, fósforo e cálcio) Vitaminas (A, C, B3 e E), Minerais (potássio, fósforo e cálcio) e fitoquímicos Peixe, moluscos, molhos, aves, ovos, arroz, massas, estufados Muito vasto, cozidos, grelhados, assados no forno, estufados, carnes, peixes, saladas, legumes, feijão, molhos, etc. Saladas, pratos de ovos, queijo, sopas, vinagretes, molho de iogurte Saladas, sopas, arroz, massa, frutos do mar, ervilhas, favas, marinadas Estufados, assados no forno, ensopados, carnes de porco, bacalhau e outros pratos de peixe 8

Substitua o sal por: Parte mais utilizada Nutricional Usos mais comuns Cominho Grãos Fibras e minerais (ferro) Carnes de porco, estufados Cravinho ou cravoda-índia Endro Estragão Funcho bravo Gengibre Botões da flor depois de secos Sementes, folhas frescas Folhas ou raminhos fresco ou seco Sementes, caules e folhas fresco ou seco Rizomas da planta Vitaminas (A, B3 e folatos), Minerais (cálcio, potássio, fósforo, magnésio e sódio) e fitoquímicos Vitaminas (A, B2, B3, B6 e folatos), Minerais (cálcio, potássio, magnésio e fósforo) e fitoquímicos Vitaminas (A e B3), Minerais (cálcio, potássio, magnésio e fósforo) e fitoquímicos Vitaminas (A e B3), Minerais (cálcio, potássio e fósforo) e fitoquímicos Muito vasto, caldo de carne, feijão, marinadas, molhos com vinho, cerveja e vinagres Arroz, sopas, saladas, peixes Saladas, peixes, molhos, conservas, aromatizar vinagres Peixes, caldo para cozer peixe, saladas, molhos Estufados, cozinha chinesa, inglesa e indiana, sopas de peixe, bebidas, saladas Gergelim Semente Torradas, canapés, saladas e arroz Hortelã ou Menta Folhas - fresca Vitaminas (A, C e folatos), Minerais (cálcio, potássio, fósforo e magnésio) Aromatizar bebidas, marinadas de carne, sopas, saladas, ervilhas Louro Folhas - seco Muito vasto, estufados, assados no forno, arroz, massas Manjericão ou basílico Manjerona Mostarda Folhas fresco ou seco Folhas fresca e seca Grãos inteiros ou reduzidos a pó Vitaminas (A, E, C e folatos), Minerais (cálcio, potássio, fósforo e magnésio) e fitoquímicos Vitaminas (B3 e E), ómega-3 (ALA), minerais (fósforo, potássio, magnésio, cálcio), fitoquímicos Carnes, peixes, sopas, massas, estufados, cozinhados com tomate Pizza, empadas, espetadas, molho de tomate, guisados, peixe assado Marinadas, massas 9

Substitua o sal por: Parte mais utilizada Nutricional Usos mais comuns Noz-moscada Orégão Paprika Pimenta Pimenta de Caiena Pimenta da Jamaica Piripiri Poejo Salsa Salva Grãos Folhas ou raminhos - seco Pimento maduro seco e reduzido a pó Grãos Fruto seco reduzido a pó Fruto seco - grãos Fruto fresco ou seco Fresco ou seco Fresca Fresca ou seca Vitaminas (A, B3, E e folatos), Minerais (cálcio, potássio, ferro, fósforo e magnésio) e fitoquímicos Vitaminas (A e E), minerais (potássio, ácido fólico) Vitaminas (A, C, B6 e K), fibras, minerais (magnésio) Vitaminas (A, E e C), minerais (ácido fólico, zinco, potássio) Vitaminas (A e folatos), Minerais (potássio e magnésio) e flavonóides Vitaminas (A, E e C), Minerais (cálcio, potássio e magnésio) e flavonóides Vitaminas (A, B3, B6, K e folatos), Minerais (cálcio, potássio e magnésio) e fitoquímicos Muito vasto, molho béchamel, puré de batata, carnes, marinadas, estufados, etc. Saladas, pizzas, molho de tomate, estufados de carne, pratos de peixe, azeitonas, massas Mistura de especiarias, molhos, estufados, sopas, pratos de carne Muito vasto, pode ser usada em praticamente todas as preparações culinárias Sopas, guisados, peixe, marisco, molhos frios Carnes picadas, estufados Muito vasto, caldeiradas, carnes assadas, etc. Carnes, caldeiradas de peixe, sopas, açordas Muito vasto, bacalhau, saladas, feijão, etc. Estufado, assados de porco, vitela, molho de tomate Tomilho Fresco ou seco Vitaminas (A e C) Muito vasto, todos os usos da manjerona e do orégão 10

FONTES: Colecção: Princípios para uma Alimentação Saudável ; Direcção Geral da Saúde, Lisboa, 2005. Direcção-Geral da Saúde Plataforma Contra a Obesidade Polonia, J., et al., Prevalence, awareness, treatment and control of hypertension and salt intake in Portugal: changes over a decade. The PHYSA study. J Hypertens, 2014. 32(6): p. 1211-21. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Ervas aromáticas Uma estratégia para a redução do sal na alimentação dos Portugueses, Lisboa, 2014 http://www.fpcardiologia.pt/ 11