análise das Emissões de GEE no brasil (1990-2012) Setor Agropecuário Documento de Análise Marina Piatto Coordenação Técnica Imaflora

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Transcrição:

Documnto d Anális anális das Emissõs d GEE no brasil (1990-2012) Stor Agropcuário Coordnação Técnica Imaflora Equip Técnica Marina Piatto Rvisão Luis Frnando Guds Pinto Shiguo Watanab Jr Tasso Azvdo Tharic Galuchi Agosto d 2014 Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 1

Anális da volução das missõs d GEE no Brasil (1990-2012) [rcurso ltrônico] : stor agropcuário / Instituto d Manjo Crtificação Florstal Agrícola (Imaflora). São Paulo : Obsrvatório do Clima, 2014. 32 p. 1. Efito stufa (Atmosfra). 2. Brasil - Indústrias - Aspctos ambintais. 3. Política ambintal. 4. Agropcuária - Brasil. 5. Políticas públicas. 6. Mudanças climáticas. I. Instituto d Manjo Crtificação Florstal Agrícola (Imaflora). II. Título. CDU 551.588 Ficha Catalográfica laborada pla Bibliotca Karl A. Bodckr da Fundação Gtulio Vargas - SP Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 2

Sumário 1. Introdução... 4 2. Anális dos Dados SEEG 2013... 5 2.1. Emissõs na agropcuária brasilira... 5 2.2. Como foram fitas as stimativas? Qual o scopo?... 6 2.3. O qu o cálculo das missõs capta? O qu pod mlhorar?... 8 2.4. O rbanho bovino as missõs: crscimnto proporcional... 9 2.5. Frtilizants nitrognados: consumo dobrado a cada 10 anos... 10 2.6. Quima d palha da cana-d-açúcar: rdução gradativa das missõs... 12 2.7. Suínos: missão ou produção d nrgia?... 13 2.8. Arroz: irrigado ou squiro?... 15 2.9. Limitaçõs, difrnças áras a srm mlhoradas no SEEG... 16 2.10. Rcomndaçõs para mlhorar as informaçõs... 16 3. Trajtória, Mtas Compromissos... 17 3.1. Política Plano Nacional sobr Mudanças do Clima (PNMC)... 17 3.2. Plano d Agricultura d Baixo Carbono (Plano ABC)... 19 3.3. Os subprogramas do Plano ABC o combat ao dsmatamnto... 19 3.4. Programa ABC: crédito agrícola... 21 3.5. Plano Agrícola Pcuário a rlação com o Programa ABC... 22 3.6. Plano Safra da Agricultura Familiar... 24 3.7. Plano Mais Pcuária... 24 3.8. Rsumo dos objtivos, açõs mtas d rdução d missõs dos planos políticas públicas... 25 4. Rcomndaçõs... 26 5. Rfrncias... 28 6. Anxo I... 30 7. Índic d Figuras Tablas... 31 Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 3

1. Introdução Est documnto analisa as missõs d gass d fito stufa (GEE) no stor agropcuário brasiliro a partir das stimativas do SEEG faz uma anális do impacto das políticas públicas dos planos storiais na rdução dssas missõs. Ao final dst trabalho, são pontuadas rcomndaçõs d mlhorias tanto das stimativas d missõs d GEE quanto das açõs govrnamntais para uma agropcuária d baixo carbono. Em 2013 o Obsrvatório do Clima lançou a Plataforma SEEG qu disponibiliza o rsultado das stimativas d missõs d GEE brasiliras no príodo ntr 1990 2012 para cinco stors: Agropcuária, Mudança d uso do solo, Indústria, Enrgia Rsíduos. As stimativas possibilitam visualizar a contribuição d cada stor para a mudança climática, suas tndências d crscimnto ou rdução podm orintar a laboração rvisão d políticas públicas planos storiais. A agropcuária colabora com mais da mtad das missõs d GEE do Brasil quando considramos aqulas provnints das atividads produtivas, somadas ao contínuo dsmatamnto dos cossistmas naturais para xpansão agrícola. Porém xistm grands oportunidads d mitigação dssas missõs propostas plos govrnos fdral stadual colocadas m prática por mio d políticas d clima dos planos storiais. Para aprofundar a anális das missõs agropcuárias vrsus as políticas d dsnvolvimnto d baixo carbono, foram analisados a Política Nacional sobr Mudanças do Clima, Plano ABC, Plano Agrícola Pcuário Brasiliro, Plano Safra da Agricultura Familiar Plano Mais Pcuária, além d studos análiss ralizadas por outras organizaçõs do stor. O objtivo dst documnto é trazr uma rflxão sobr as projçõs colocadas para o crscimnto da agropcuária o impacto dssas mtas sobr as missõs d GEE. Essa rflxão é important uma vz qu é ncssário sabr s os planos d govrno stão indo no caminho da rdução d missõs s os sforços colocados nst sntido srão suficints para alcançar sta rdução num cnário d xpansão da produção agrícola aumnto da dmanda global por alimntos. Como rsultado dssa anális, ss documnto propõ rcomndaçõs d aprfiçoamnto das políticas publicas storiais, assim como mlhorias na disponibilidad das informaçõs do Invntário Brasiliro d Emissõs, prmitido qu a mtodologia sja rplicada sus dados acssívis. É important mncionar a limitação dst studo, m abrangr somnt as políticas ligadas dirtamnt ao stor agropcuário. Possivlmnt outros planos stratégias govrnamntais qu também contribum dirta ou indirtamnt para a rdução das missõs d GEE podm tr ficado d fora. Como o stímulo à produção uso d biocombustívis no stor d nrgia, a calagm d solos agrícolas, qu stá insrida no stor d mudança d uso do solo, ntr outros. Também não foi abordado nsta anális o balanço d carbono do stor agropcuário, qu ao msmo tmpo mit captura carbono dntro do sistma produtivo ao longo da cadia. Crtamnt o dsnvolvimnto tcnológico do stor dvrá focar m um balanço positivo, ond a agropcuária podria dixar d sr o maior missor d GEE do Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 4

País sr o maior fixador d carbono no solo. O Brasil ainda tm muito trabalho pla frnt para rvrtr ss quadro transformar o problma m oportunidad. A mta é passar d missor para captador d carbono assim compnsar outros stors qu trão limitaçõs tcnológicas para crscrm d forma limpa. 2. Anális dos Dados SEEG 2013 2.1 Emissõs na agropcuária brasilira As missõs d GEE brasiliras totalizaram 1.488 MtCO 2 no ano d 2012, as stimativas do SEEG mostram qu a agropcuária foi rsponsávl por 29,7% dst total. As missõs do stor crscram m quas 50% nos últimos 22 anos conform mostra a Figura 1 abaixo. Em 1990 as missõs totais da agropcuária ram d aproximadamnt 300 MtCO 2 alcançaram 440 MtCO 2 m 2012. figura 1 Evolução das missõs brutas d CO 2 no Brasil Mtco 2 460 440 420 400 380 360 348 360 373 395 411 416 416 412 417 423 435 446 440 340 320 312 304 300 1990 1991 1992 319 321 329 336 1993 1994 1995 1996 1997 322 328 332 336 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 O crscimnto das missõs na agropcuária no príodo ntr 1990 2012 acompanha a xpansão agrícola o aumnto d produtividad. Essa xpansão fica xplícita na Figura 2 qu mostra a progrssão das missõs no stor, o crscimnto do rbanho das principais culturas agrícolas no Brasil. Até 2022/23 as projçõs do Ministério da Agricultura, Pcuária Abastcimnto (Mapa) mostram qu o Brasil irá abastcr mais d 200 milhõs d brasiliros grar xcdnts xportávis para crca d 200 paíss nos próximos dz anos. Essas projçõs indicam qu as missõs acompanharão o procsso d dmanda global. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 5

500.000 450.000 400.000 350.000 figura 2 Emissõs totais na agropcuária a volução do rbanho bovino das principais culturas agrícolas ntr 1990 2012. 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012 Emissõs totais na Agropcuária (Mil tco 2 ) Rbanho (mil cabças) Milho (mil t) Soja (mil t) Mandioca (mil t) Arroz (mil t) Fijão (mil t) 2.2 Como foram fitas as stimativas? Qual o scopo? O cálculo d missõs ralizado plo SEEG 1 sguiu a mtodologia utilizada no Invntário Brasiliro as dirtrizs do IPCC qu dfinm qu o scopo das missõs do stor agropcuário dv sr divido ntr os sguints substors: atividads rlacionadas à produção animal vgtal, o uso d frtilizants nitrognados na agricultura, a disposição d djtos animais o cultivo d organossolos. As missõs provnints da mudança d uso do solo pla xpansão agrícola pcuária m áras d vgtação nativa não stá incluída nas missõs da agropcuária chgaram a 32,1% das missõs nacionais no 100.000 ano d 2012. Também não é contabilizada nst stor a corrção dos solos por calagm ou o uso d combustívis fóssis para nrgia utilizada na produção agrícola. Essas missõs são contabilizadas m outros stors vitando assim a dupla contagm. Apsar dssa divisão d scopo stablcida pla mtodologia, a Figura 3 mostra a soma d todas as missõs ligadas à produção agrícola: missõs dirtas vinculadas à produção, missõs provnints do dsmatamnto provocado pla xpansão do agrongócio (mudança d uso da trra), missõs rlacionadas ao uso d combustívis fóssis na agricultura (nrgia) missõs rsultants do tratamnto d flunts industriais (gração d rsíduos na produção d alimntos papl: algodão, avs, bovinos, crvjas, lit, papl suínos). Nsta lógica o impacto total da agropcuária brasilira pod chgar a 939 MtCO 2 das missõs nacionais, 1.000 o qu corrspond a 63% do total missõs para o ano d 2012. 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012 1 Mtodologia utilizada nos cálculos do SEEG A mtodologia utilizada para ralizar as Estimativas d Emissõs d Gass do Efito Estufa ntr os anos d 1990 a 2012 sguiu as dirtrizs do Painl Intrgovrnamntal sobr Mudanças Climáticas (IPCC). As stimativas foram basadas no Sgundo Invntário Brasiliro d Emissõs Rmoçõs Antrópicas d Gass do Efito Estufa, nos rlatórios d rfrência nos dados obtidos principalmnt no IBGE cntros d psquisa. Os fators d missão utilizados são os msmo do Invntário Brasiliro m sua maioria m alguns casos, foram calculadas stimativas com bas no histórico d cada atividad. Para conhcr todos os dtalhs da mtodologia utilizada no SEEG basta acssar: http://sg.obsrvatoriodoclima.co.br. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 6

figura 3 Emissõs dirtas indirtas provnints da Agropcuária m 2012. Emissõs totais da Agropcuária 939 MtCO 2 Emissõs dirtas 441 MtCO 2 47% Agricultura Pcuária 441 MtCO 2 Emissõs indirtas 498 MtCO 2 50,5% Mudança d uso da trra 476 MtCO 2 2% Uso d combustívis fóssis na agricultura 18 MtCO 2 0,5% Rsíduos agrícolas industriais 4 MtCO 2 A Figura 4 mostra a distribuição das missõs dcorrnts das atividads agropcuárias no Brasil ao longo dos anos, sndo a frmntação ntérica do rbanho d ruminants (gado bovino prdominantmnt) a causa da maior fatia d missõs d GEE do stor. Em sgundo lugar vm às missõs rsultants das atividads m solos agrícolas (qu inclui o adubo animal, os frtilizants sintéticos os rstos d culturas agrícolas). Postriormnt são as missõs do manjo d djtos d animais m sguida as missõs do cultivo d arroz irrigado da quima d rsíduos agrícolas, como a cana-d-açúcar. figura 4 Emissõs d CO 2 por substor da agropcuária brasilira 1990 a 2012 500 450 400 350 MtCO 2 300 250 200 150 100 50 - solos agrícolas quima d rsíduos cultivo do arroz manjo d djitos animais frmntação ntérica 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 7

No mundo o Brasil ocupa o 4 lugar no ranking das missõs m atividads agropcuárias, os gass mitidos são o dióxido monóxido d carbono (CO 2 CO), o óxido nitroso óxido d nitrogênio (N2O NO x ) o mtano (CH 4 ). Ao transformar os gass m CO2 quivalnt, é possívl notar qu 86% das missõs do stor são provnints da produção animal, aproximadamnt 6% da produção vgtal 7% da aplicação d frtilizants nitrognados. A Figura 5 mostra d forma prcisa a porcntagm d contribuição das missõs na agropcuária m 2012 por substor também distribuídas por font missora. Nota-s qu a bovinocultura d cort lit somam quas 80% das missõs totais, m trciro lugar, vêm os frtilizants agrícolas. 246 MtCO 2 56% figura 5 65% 287 MtCO 2 missõs da agropcuária brasilira por substors fonts missoras 2012 156 MtCO 2 36% 13% 55 MtCO 2 22 MtCO 2 5 MtCO 2 9 MtCO 2 56% 1% 2% 3% 14 MtCO 2 2% 9 MtCO 2 7% 29 MtCO 2 1% 4 MtCO 2 3% 13 MtCO 2 1% 5 MtCO 2 2% 9 MtCO 2 2.3 O qu o cálculo das missõs capta? O qu pod mlhorar? É important dstacar qu a mtodologia do Invntário Brasiliro prmit qu somnt algumas altraçõs no manjo agrícola sjam absorvidas pla fórmula d cálculo das missõs. Na maioria dos casos, as mlhorias nos procssos produtivos ainda não são considradas nos cálculos. O impacto dss nivlamnto dos fators d missão a nívl nacional é dixar d fora os progrssos tcnológicos alcançados na agricultura d baixo carbono. No caso da pcuária, a fórmula d missõs utiliza dados qu difrnciam os animais ntr bovinos d cort lit, a idad dos animais o gênro dsts. Também usa fators d missão Tir 2 composto por dados spcíficos para cada stado brasiliro como: a difrnciação do clima, a ingstão d nrgia plo animal, digstibilidad, pso do animal, ganho d pso, produção d lit, gordura no lit, ntr outras caractrísticas dos animais. Ess cálculo d missõs, msmo sndo mais spcífico qu para as culturas agrícolas, não capta o aumnto da ficiência da produção su impacto na rdução d missõs, por xmplo: a rcupração d pastagns dgradadas, a rotação ou mlhoramnto d pastagns, suplmntação, mlhoramnto gnético, rdução na idad d abat, sistma d intgração lavoura-pcuária (ILP), tc. Para todas as culturas agrícolas os fators d missão utilizados são Tir 1, isso é um fator nacional, dixando as variaçõs d clima staduais fora da conta. No cálculo das missõs d rstos culturais, o fator d missão considra a média ntr os difrnts cultivars utilizados no Brasil. As práticas agrícolas d baixa missão d carbono como o plantio dirto ou outros manjos qu acumulam carbono no solo por xmplo, não foram considrados ainda nos cálculos do invntário. A adubação nitrognada é calculada a partir dos volums d adubo ntrgu ao consumidor não àqul ralmnt aplicado ao solo, considra-s qu o qu foi comprado foi aplicado. A fórmula divid as missõs Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 8

provnints da adubação ntr por porcntagns d nitrogênio lixiviado, volatilizado prcolado. Porém a fórmula não considra o tipo d frtilizant aplicado, a forma d aplicação, o tipo d solo sua drnagm, nm o clima d cada rgião ond o adubo é aplicado. No Brasil, 70% dos solos possui boa drnagm, o qu diminui os volums d N 2 O mitido. Dssa forma, as missõs nacionais podriam rduzir considravlmnt s fossm utilizados fators d missão nacionais m vz do fator rcomndado plo IPCC 1996 2006. Para a cana-d-açúcar o cálculo d missõs difrncia a colhita d cana quimada (missõs por quima) da colhita d cana crua (missõs por dposição da palha). Nst caso, o fator d missão considra a média das varidads d cana mais utilizadas comrcialmnt assim foi possívl chgar à fração d biomassa sca qu srá quimada. No caso do arroz irrigado, a conta d missõs d mtano multiplica um fator d missão pla ára colhida anualmnt. Nss cálculo são considradas as difrnts condiçõs d cultivo d arroz no País, o cossistma, a forma como o alagamnto da ára é ralizado (rgims d manjo d água), o tipo a quantidad d incrmnto orgânico o tipo d solo. 2,4 O rbanho bovino as missõs: crscimnto proporcional A pcuária d cort no Brasil alcançou m 2012 um rbanho d 211 milhõs d cabças (IBGE), mantndo o País m sgundo lugar no ranking d maior produtor d carn bovina do mundo maior xportador mundial. Em 2013 o Valor Bruto da Produção (VBP) d carn foi d R$ 51,1 bilhõs, atrás apnas do complxo da soja (Mapa, 2014). A cadia produtiva da carn movimnta R$ 167,5 bilhõs por ano, grando aproximadamnt 7 milhõs d mprgos. A produção concntra-s principalmnt nos stados do Cntro-Ost Sudst, sndo o Mato Grosso o maior produtor do Brasil com mais d 28 milhõs d cabças, sguido d Minas Grais, Goiás, Mato Grosso do Sul Pará. Os bovinos são hrbívoros ruminants qu ao fazrm digstão libram grand quantidad d mtano na atmosfra. Nsss animais o matrial vgtal ingrido é qubrado por bactérias do rúmn, st procsso é chamado d frmntação ntérica. A Figura 5 acima mostra qu 56% das missõs d GEE na agropcuária são provnints da frmntação ntérica, sndo a pcuária bovina a maior rsponsávl por st volum m função do tamanho do rbanho brasiliro. A Figura 6 a sguir mostra o crscimnto do rbanho d 1990 a 2012 o proporcional aumnto das missõs da agropcuária no msmo príodo. As projçõs do agrongócio aprsntadas plo Mapa mostram qu no ano d 2022/2023 a xpctativa é d qu o rbanho bovino crsça m torno d 2% ao ano a partir do tamanho do rbanho atual. Já as projçõs do 500 450 400 350 300 304 312 319 321 329 336 322 328 332 336 348 360 373 395 411 416 416 412 417 423 434 446 440 figura 6 Emissõs totais do stor agropcuário o crscimnto do rbanho brasiliro ntr 1990 2012 250 200 150 100 50-147 152 1990 1991 154 155 158 161 158 161 163 165 170 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 176 185 196 2001 2002 2003 2004 205 207 206 200 202 205 210 213 211 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Emissõs MtCO 2 Rbanhos bovinos (mi cabças) Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 2011 2012 9

Outlook Fisp 2013 - Projçõs para o Agrongócio Brasiliro prvm um aumnto d 11% do rbanho, dsta forma o Brasil chgará m 2023 com mais d 225 milhõs d cabças d gado. S o crscimnto prvisso ralmnt ocorrr, mantndo o sistma d produção atual, a stimativa é d qu a produção pcuária pass das 342 MtCO 2 mitidas m 2012 para quas 380 MtCO 2 m 2023, aumntando ainda mais a contribuição do stor para as missõs nacionais. É important lmbrar qu os cálculos d missõs do SEEG rspitam as mtodologias do IPCC do Invntário Brasiliro, portanto foram utilizados os fators missão propostos nsss documntos. No caso da pcuária d cort lit, são usados fators nacionais (Tir 2). D qualqur forma, sria ncssário utilizar fators d missão mais spcíficos (Tir 3), qu stão sndo lvantados por psquisas atuais assim podrão dar maior prcisão aos númros stimados. É fundamntal qu os próximos invntários voluam para incluir m suas fórmulas d cálculo d missõs as altraçõs no manjo d produção (ILP, rotação d pastagns, mlhoramnto gnético, idad d abat) como mncionado antriormnt. Sgundo os rlatórios do Obsrvatório do ABC, para aumntarmos o rbanho brasiliro com uma prspctiva d baixas missõs d carbono é fundamntal buscar nas boas práticas agrícolas maior ficiência na produção no balanço final d GEE. Os principais alvos sriam a rdução do dsmatamnto para a ocupação pla pcuária, principalmnt na Amazônia a rcupração d pastos dgradados no País intiro. Apsar d o Brasil sr dstaqu na produção mundial d carn bovina, a produtividad do rbanho nacional ainda é baixa. Sgundo o Cnso Agropcuário d 2006, no Brasil a produção d gado é fita com uma taxa d lotação d apnas 1,3 animais por hctar. 2.5 Frtilizants Nitrognados: consumo dobrado a cada 10 anos Rsponsávl por 7% das missõs d GEE na agropcuária m 2012, a contribuição dos frtilizants nitrognados para as mudanças climáticas vm crscndo rapidamnt. A Figura 7 mostra as missõs rsultants da aplicação d frtilizants nitrognados no Brasil ntr 1990 2012 su consumo no msmo príodo. Os rlatórios da Associação Nacional para Difusão d Adubos (Anda) indicam qu o consumo m 1990 ra d 780 milhõs d tonladas d adubo nitrognado, passando para quas 1,670 milhõs m 2000 chgando ao volum d 3,435 milhõs d tonladas m 2012. Isso significa qu a cada 10 anos a quantidad d nitrogênio utilizada na agricultura brasilira chga a dobrar, assim como as missõs provocadas pla aplicação dst insumo. O Brasil stá m 4º lugar no ranking dos maiors consumidors d frtilizants sintéticos do mundo, sgundo o sit da mprsa Hringr. A indústria nacional não consgu suprir ssa dmanda, sndo ncssária a importação do insumo. O Brasil consom crca d 6% d todo o adubo do mundo ficando atrás apnas da China, Índia Estados Unidos. 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 figura 7 Emissõs rsultants da aplicação d frtilizants nitrognados no Brasil o consumo no príodo ntr 1990 2012. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 2011 2012 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 - Volum Aplicado (Mt Nitrognio) Emissõs frtilizants sintéticos (Mil tco 2 ) 10

As culturas qu mais consomm adubo nitrognado anualmnt no Brasil são milho, cana, café, arroz trigo. A soja m alguns casos utiliza pqunas quantidads d adubo nitrognado no momnto do plantio, mas por sr uma lguminosa, fixa nitrogênio durant su crscimnto não ncssita d aplicaçõs adicionais durant su ciclo d vida. Estudos vêm sndo dsnvolvidos sobr bactérias fixadoras d nitrogênio m gramínas, principalmnt nas culturas d milho cana-d-açúcar. Isso podrá diminuir as aplicaçõs d frtilizants nssas culturas ou msmo aumntar suas produtividads sm o aumnto dss insumo. A produção produtividad dssas culturas crscm progrssivamnt. Em 1990 o Brasil produzia 21 milhõs d tonladas d milho (cultura xignt m adubação), passando para 32 milhõs m 2000 para 71 milhõs m 2012, sgundo dados do Produção Agrícola Municipal - IBGE. O studo do Mapa mostra qu a produção d milho projtada para a safra d 2022/23 é d 93,6 milhõs d tonladas. Apsar d a cultura do milho sr uma das mais xignts m adubação nitrognada, sta anális não pod sr rsumida apnas m produção d milho vrsus o total d adubo utilizado, pois o incrmnto m produtividad dpnd d tcnologias complmntars ao frtilizant nitrognado. Práticas como o mlhoramnto gnético, prparo d solo, adubação com macro micronutrints, manjo intgrado d pragas donças ntr outras técnicas agronômicas são amplamnt utilizadas para aumntar a produtividad a produção do milho outras culturas no Brasil. Com ss conjunto d tcnologias, foi possívl passar d uma produtividad d 1.841 kg/ha d milho m 1990 para 4.799 kg/ ha m 2012, sgundo dados da Associação Nacional d Exportadors d Crais (Anc). Isso significa qu a produtividad aumntou m 2,6 vzs, a produção nacional d milho aumntou 3,4 vzs no msmo príodo. Já o consumo d frtilizants nitrognados crscu 4 vzs no msmo príodo. Todas as variávis citadas acima tornam complxa a anális do uso da adubação nitrognada na agricultura as rspctivas missõs d GEE. Ao msmo tmpo, psquisas mostram qu crca da mtad do adubo consumido é prdido dsd o transport até a aplicação no campo. Dsta forma, aumntando a ficiência do uso do adubo nitrognado, é possívl rduzir tanto os volums comprados como a aplicação do produto, além d mantr a produtividad rduzir as missõs. Mlhorar a ficiência do uso d frtilizant nitrognado pod rduzir significativamnt os volums aplicados consquntmnt as missõs d GEE. Algumas das práticas agrícolas qu colaboram com a ficiência d aplicação são: usar frtilizants mnos volátis, frtilizants organominrais, colocar atnção para o momnto da aplicação; ralizar aplicaçõs localizadas parcladas; parclar aplicaçõs; calcular o volum xato d frtilizant ncssário para cada tipo d solo, cultura produtividad sprada, tc. Outro método qu rduz a aplicação d adubo nitrognado sintético é a fixação biológica do nitrogênio qu atualmnt é muito comum m cultivos d plantas lguminosas, como a soja o fijão por xmplo. Nss caso, a associação ntr plantas bactérias prmit qu o nitrogênio da atmosfra sja fixado por bactérias utilizado plas plantas. Psquisas atuais mostram a possibilidad da associação d bactérias fixadoras d nitrogênio também com gramínas, principalmnt com o milho. A inoculação dssas bactérias é uma tcnologia capaz d rduzir considravlmnt a adubação minral nitrognada, m alguns casos, até substituí-la. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 11

2.6 Quima da Palha da Cana-d-Açúcar: rdução gradativa as missõs O fogo é utilizado na pré-colhita da cana-d-açúcar para mlhorar o rndimnto da colhita d cana manual vitar também para problmas com animais pçonhntos. Os principais gass d fito stufa produzidos pla quima são: mtano - CH 4, monóxido d carbono - CO, óxido nitroso - N 2 O óxidos d nitrogênio - NO X. Essa prática tm sido rduzida principalmnt no stado d São Paulo qu é o maior produtor d cana do Brasil, sguido do Paraná, Minas Grais, Goiás Alagoas. A substituição da quima colhita manual pla colhita mcanizada dv sguir os prazos do dcrto fdral ou ainda prazos mais rstritos dfinidos plas lgislaçõs protocolos staduais.o Dcrto Fdral Nº 2.661, d 8 d julho d 1998 dtrmina qu a prática da quima da cana-d-açúcar sja liminada m todo o Brasil até 2021, d forma gradativa, m áras passívis d mcanização da colhita (cudclividad sja infrior a 12%), 2031, para áras ond a mcanização ainda não alcança. Não podndo a rdução sr infrior a um quarto da ára mcanizávl d cada unidad agroindustrial, a cada príodo d 5 anos, contados da data d sua publicação. Quas 10 anos dpois do dcrto fdral, m 2007 foi firmado o Protocolo Agroambintal do Estado d São Paulo qu antcipa os prazos lgais para a liminação da prática da quima, d 2021 para 2014, nas áras ond já é possívl a colhita mcanizada, d 2031 para 2017, nas áras para as quais não xist tcnologia adquada para a mcanização. O acordo é voluntário para as mais d 170 unidads agroindustriais 29 associaçõs d forncdors, qu juntos rprsntam mais d 90% da produção paulista. Sgundo a União da Indústria d Cana-d-Açúcar (Unica), a safra d 2011/2012 no stado d São Paulo atingiu mais d 65% da ára d colhita d cana sm quima. Rcntmnt, a lgislação d control liminação da quima d cana vm sndo adotada por outros stados, como Mato Grosso do Sul (Li 3.367/2007), Minas Grais (Portaria 147/2007), Goiás (Li n 15.834, 23/11/2006), stá m fas d discussão nos stados do Paraná Rio d Janiro. Os rsultados do SEEG mostram (Tabla 1 Figura 8) qu a partir d 2008 ocorr uma contínua rdução d missõs provnints da quima d cana-d açúcar msmo com o crscimnto da produção d cana. As projçõs rgionais do Mapa indicam qu os maiors aumntos d produção, da cana-d-açúcar, dvm ocorrr m Goiás, mbora st ainda sja um stado d produção infrior a São Paulo Paraná. Tabla 1: Emissõs d CO 2 pla quima d rsíduos d cana-d-açúcar no Brasil Cana-d-açúcar 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Produção d cana (tonladas) 364,389 396,012 415,205 422,956 477,410 549,707 645,300 691,606 717,463 734,006 670,757 Emissõs por quima d rsíduos d cana-d-açúcar (Gg CO 2 ) Volum d cana d produzida ((mil ton)/gg d CO 2 mitido) 4,182 4,619 4,776 4,824 5,192 5,022 5,387 4,951 4,651 4,177 3,644 87 85 86 87 91 109 119 139 154 175 184 Emissõs totais na Agropcuária (Gg CO 2 ) 372,922 394,859 410,668 415,613 415,880 411,540 417,274 423,458 434,576 445,920 440,524 Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 12

figura 8 Ára d produção missōs provnints da quima d rsiduos d cana-d-açucar. 1995 a 2012 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 Ára d cana-d-açúcar (1.000ha) Emissõs por quima d cana (Mil tco 2 ) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 As missõs provnints dssa atividad tndm a sr liminadas até 2021 como prvê o dcrto, assim srá possívl notar o progrsso contínuo da mcanização da colhita d cana vrd m todos os stados do Brasil. O dcrto qu dtrmina o fim da quima o plano Agroambintal são xmplos d iniciativas qu colaboram dirtamnt com a rdução d missõs na agricultura sm aftar o crscimnto do agrongócio brasiliro. A tabla acima mostra qu m 2002 foi mitido 1Gg CO 2 para produzir 87 mil tonladas d cana, já m 2012, com a msma missão d 1 Gg CO 2 foram produzidas 184 mil tonladas, rsultando num ganho d 110%, isso é a proporção d cana produzida por volum d GEE mitido é cada vz mnor. 2.7 Suínos: missão ou produção d nrgia? A suinocultura é rsponsávl por 3% das missõs totais da agropcuária, a maior part dsta porcntagm é rsultant dos djtos dos animais uma pquna contribuição s dv a frmntação ntérica. Como a maior part da produção d suínos ocorr d forma confinada, sus djtos s acumulam m lagoas, charcos tanqus d tratamnto. Ess matrial orgânico ao sr dcomposto sob condiçõs anaróbicas por bactérias mtanogênicas produz grands quantidads d mtano. Já ao sr dpositado dirtamnt no solo libra óxido nitroso para a atmosfra, também contribuindo para as mudanças climáticas. Todas as missõs oriundas do manjo d djtos animais no Brasil rprsntam 5% das missõs do stor agropcuário. Na Figura 9 é possívl notar qu a suinocultura foi rsponsávl por 44% das missõs dss substor no ano d 2012. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 13

figura 9 OUTROS ANIMAIS 2% - 469 GADO DE CORTE 24% - 5.218 Emissõs d CH 4 N 2 O provnints d djtos animais m 2012 (Mil tco 2 ) AVES 24% - 5.145 GADO DE LEITE 6% - 1.330 SUÍNOS 44% - 9.630 EMISSÕES POR MANEJO DE DEJETOS ANIMAIS (Mil tco 2 ) A produção d carn suína tm um crscimnto projtado d 1,9% ao ano, ssa taxa corrspond a acréscimos na produção ntr 2013 2023 d 20,6% na carn suína (Mapa). Essas projçõs podm lvar ao aumnto proporcional d missõs, s o mtano mitido plos djtos dos animais não for utilizado. Atualmnt xistm algumas tcnologias acssívis ao produtor como biodigstors compostiras por xmplo. Os biodigstors são construídos junto às granjas d suínos para a produção d nrgia a partir do mtano librado na frmntação dos djtos acumulados. O biodigstor é dirtamnt ligado a um grador ou quimador, produzindo assim nrgia létrica ou calor. Essa produção não é contínua, su volum dpnd do númro d animais da granja. Dpndndo do tamanho da granja, la pod s tornar autossustntávl m nrgia rduzir suas missõs d GEE. O calor da combustão também pod alimntar caldiras, fornos ou aqucdors. Porém, como o valor da ltricidad m propridads rurais é baixo, o invstimnto m um biodigstor pod não compnsar. Além disso, os biodigstors têm aprsntado problmas d manutnção, tornando difícil o manjo dssa tcnologia plos produtors rurais. Uma das soluçõs para o problma dsss pqunos biodigstors são projtos qu rúnm vários produtors formam condomínios d agronrgia. Isso facilita a manutnção dsss cntros d tratamnto d djtos promov a produção contínua d gás. Além d vitar a poluição dos rios do ar, o procsso tm como subproduto o biofrtilizant, qu pod sr utilizado nas pastagns lavouras, aumntando a produtividad. No Brasil foram dsnvolvidos 38 projtos d MDL (Mcanismos d Dsnvolvimnto Limpo) para suinocultura. Esss projtos promovm a rdução d missõs d GEE pla implmntação d biodigstors assim gram créditos d carbono qu podm sr vndidos. Uma altrnativa ao biodigstor é a compostira mcanizada ond o tratamnto do djto dixa d sr líquido o spaço ncssário para sua construção chga a sr um quarto do spaço ncssário para a instalação do sistma d biodigstor. Isso é uma vantagm para os produtors d suínos qu, na maioria dos casos, são pqunos ncssitam d ára para a divrsificação da produção. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 14

2.8 Arroz: irrigado ou squiro? O arroz quando cultivado m campos inundados ou m áras d várza mit mtano pla dcomposição anaróbia d matéria orgânica prsnt na água. No Brasil o arroz é produzido m áras inundadas (arroz irrigado) m áras scas (arroz d squiro) sndo qu a maior part da produção ocorr no Rio Grand do Sul, ond prdomina o arroz irrigado ficou concntrada 66,5% da produção m 2013. Santa Catarina rspond por 8,6% da produção; Maranhão, 5,3%; Tocantins por 4,7%; Mato Grosso, 4,4% da produção nacional. O gráfico a a sguir mostra a concntração das missõs no Brasil m 2012 sinaliza a rgião ond os sforços dvm sr concntrados para rdução d missõs dssa cultura. NORTE 5% - 396 NORDESTE 2% - 171 CENTRO OESTE 2% - 191 SUDESTE 2% - 154 SUL 89% - 7.593 figura 10 Emissõs do cultivo d arroz irrigado nas rgiõs brasiliras m 2012 (Mil tco 2 ) A contribuição do arroz irrigado para as missõs na agropcuária brasilira é d apnas 2%, porém o Mapa projta um aumnto d 11,1% na produção d arroz nos próximos 10 anos. Ess acréscimo dvrá ocorrr spcialmnt por mio do crscimnto do arroz irrigado no Rio Grand do Sul. É provávl qu as missõs sigam o msmo aumnto projtado d 11%, passando d 8.505 Gg CO 2 para 9.440 Gg CO 2. Apsar d st volum rprsntar apnas 0,2% no aumnto das missõs totais do stor agropcuário brasiliro m rlação a 2012, muita atnção dv sr dada para qu ssa xpansão não ocorra m Áras d Prsrvação Prmannt (APPs) como várzas ou áras alagadas naturalmnt. Estão sndo dsnvolvidas psquisas para aumntar a produtividad do arroz irrigado por hctar. D qualqur forma, ss aumnto d produção pod acarrtar no incrmnto d matéria orgânica rsidual nas áras inundadas, mitindo assim maiors quantidads d mtano por hctar, altrando o fator d missão atual para ssa cultura. Quas todos os anos o arroz é um dos principais produtos agrícolas importados plo Brasil, principalmnt do Paraguai, Uruguai da Argntina. As importaçõs brasiliras são rsultants d um xcsso d dmanda doméstica plo cral. Sgundo o sit da Embrapa, o Brasil atualmnt s ncontra ntr os dz maiors importadors d arroz, absorvndo crca d 5% do volum das xportaçõs mundiais. Para atndr a ssa dmanda nacional, ao msmo tmpo, produzir dntro dos princípios da agricultura d baixo carbono, o crscimnto da produção d arroz brasiliro dv s dar m áras d squiro, vitando assim o aumnto das missõs d GEE. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 15

2.9 Limitaçõs, difrnças áras a srm mlhoradas no SEEG Diant da falta d informaçõs dtalhadas no Invntário Brasiliro ou a ausência d dados disponívis d forma gratuita, alguns cálculos foram difícis d srm rplicados. São ls: No cálculo d missõs d mtano por manjo d djtos d suínos não foi possívl rplicar a fórmula xata utilizada no Invntário Nacional. Isso ocorru dvido à falta d clarza da mtodologia dscrita no rlatório d rfrência, ond os dados d fators d convrsão a srm adotados para grands propridads não stão xplícitos. Sndo assim, foi ncontrado um fator d convrsão por cada stado qu possui grands propridads como SP, MG, RS SC, dsta forma, foi calculada a rlação dirta ntr missão rbanho suíno por stado no ano d 2006. O fator d missão do ano d 2006 foi multiplicado ao rbanho d suínos d 2007 a 2010. As stimativas d missõs dcorrnts do uso d frtilizants nitrognados, por unidad da Fdração, foram calculadas com bas m dados da Associação Nacional para a Difusão d Adubos (Anda). Como sss dados não são públicos, os rlatórios são comrcializados, foram obtidos na bibliotca da Escola Suprior d Agricultura Luiz d Quiroz da Univrsidad d São Paulo (Esalq/USP) no sit do Ministério da Agricultura, Pcuária Abastcimnto (Mapa). Os dados da cana d açúcar d 2007 a 2010 rfrnts à ára plantada volum d produção foram coltados plo SEEG d fonts difrnts do Ministério da Ciência Tcnologia (MCT). A ára plantada do stado d São Paulo, principal stado produtor, tv o Monitoramnto da Cana-d-Açúcar por Imagns d Satélit (Canasat) dsnvolvido plo Instituto Nacional d Psquisas Espaciais (INPE) como rfrência diant da sua maior prcisão. A produção d cana foi lvantada a partir d dados do Prfil do Stor d Açúcar Álcool no Brasil disponívl pla Companhia Nacional d Abastcimnto (Conab). O prcntual d ára quimada também tv divrgência com o MCT, sndo qu para o SEEG foi considrado os dados d quima do Canasat para os dmais stados, 100% d quima. A mudança d font d informação rsulta m uma mnor missão d CH 4 CO por quima maior missão d N 2 O por rstos culturais no solo, s comparadas com os rsultados das stimativas do MCT. O volum d rstos culturais da catgoria outras culturas, qu inclui abacaxi, algodão, amndoim, avia, batata-doc, batata-inglsa, cntio, cvada, rvilha, fava, girassol, linho, mamona, mlancia, mlão, sorgo, tomat, trigo, tritical, foram calculados plo SEEG por intrpolação d dados. Nst caso, somou-s o volum total d produção d todas as culturas multiplicou-s plo fator d convrsão por stado ncontrado na rlação dirta da missão d 2005 do Invntário Brasiliro com o volum total d outras culturas nss msmo ano. A missão d óxidos nitrosos oriundos do cultivo d solos orgânicos alcançou rsultados infriors aos do MCT, pois foi utilizada como rfrência a ára d solos orgânicos por stado lvantado por Rocha, 2013 (citado nas notas mtodológicas) considrou-s qu não houv aumnto linar d ára cultivada d solos orgânicos, adotando-s o msmo prcntual d ára cultivada do ano d 2005 para o príodo d 2006 a 2012. O MCT sguiu a msma quação linar d crscimnto do cultivo d solos orgânicos mprgado no II Invntário Brasiliro. 2.10 Rcomndaçõs para mlhorar as informaçõs Em função da importância das missõs provnints da agropcuária, é fundamntal monitorar anualmnt as variávis qu aftam os fators d missão. As psquisas dvrão sr ampliadas, possibilitando um maior conhcimnto dos fators d missão spcíficos para as divrsas condiçõs agropcuárias no Brasil, considrando as práticas d baixo carbono no cálculo das missõs. Os rlatórios d rfrência do Invntário dvm sr disponibilizados d forma intgral dtalhados para assim facilitar a rplicabilidad da mtodologia utilizada. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 16

Estimular as ntidads qu possum dados fundamntais para o cálculo das missõs do stor a disponibilizá-los gratuitamnt na intrnt. 3. Trajtória, Mtas Compromissos Através do SEEG é possívl ntndr como as missõs brasiliras s comportaram dsd 1990 até 2012. Também é possívl stimar as missõs futuras basando-s nos cnários projçõs d safra do rbanho até 2023 aprsntadas m rlatórios como o do Mapa do Outlook Fisp. Porém para comprndr com maior prcisão a trajtória das futuras missõs brasiliras é prciso avaliar s as stratégias os compromissos nacionais para o dsnvolvimnto do stor inclum iniciativas mtas orintadas para produção agropcuária baixo carbono. Nss sntido foram analisados os sguints Planos: Politica Plano Nacional sobr Mudanças do Clima Plano d Agricultura d Baixo Carbono Plano Safra Agrícola Pcuário Plano Safra da Agricultura Familiar Plano Mais Pcuária 3.1 Política Plano Nacional sobr Mudanças do Clima (PNMC) O Brasil faz part dos paíss não anxo 1 da convnção portanto não foi obrigado a s compromtr com mtas d rdução d missõs d GEE m acordos intrnacionais como o Protocolo d Kyoto. Msmo assim, d forma voluntária, durant a 15ª Confrência das Parts m 2009 o govrno brasiliro aprsntou um conjunto d açõs chamadas d Namas (Nationally Appropriat Mitigation Actions, ou sja, Açõs d Mitigação Nacionalmnt Apropriadas) qu foram stablcidas com vistas a atingir a mta d rduzir as missõs brasiliras ntr 36,1% 38,9% até 2020. No PNMC (Art. 6 o do Dcrto nº 7.390) stá prvisso qu, para alcançar o compromisso nacional voluntário, srão implmntadas açõs qu almjam a rdução ntr 1.168 milhõs d t CO 2 1.259 milhõs d tco 2, do total nacional das missõs stimadas no cnário tndncial para o ano d 2020 (3.236 milhõs tco 2 ). O rsumo das açõs rlacionadas ao agrongócio propostas na COP15 é: Açõs rlacionadas ao stor do agrongócio Estimativa d rdução d missõs m 2020 - MCT (t CO 2 ) Rduzir m 80% a taxa d dsmatamnto na Amazônia m 40% no Crrado 669 milhõs Adotar intnsivamnt práticas sustntávis na agricultura Entr 133 166 milhõs Ampliar a ficiência nrgética Entr 174 217 milhõs Total d rdução nacional prvisso qu nvolv dirta ou indirtamnt o agrongócio Rdução mínima: 1.006 milhõs Rdução máxima: 1.082 milhõs Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 17

As açõs planjadas para o Brasil rduzir as missõs s adaptar às mudanças climáticas stão dscritas d forma dtalhada no Plano Nacional sobr Mudança do Clima. O Plano é intrministrial, nacional conta com a contribuição dos stados municípios para sr xcutado. Os objtivos do plano qu stão rlacionados dirta indirtamnt ao stor da agropcuária são: 1. Idntificar, planjar coordnar as açõs para mitigar as missõs d gass d fito stufa gradas no Brasil, bm como àqulas ncssárias à adaptação da socidad aos impactos qu ocorram m função da mudança do clima; 2. Fomntar aumntos d ficiência no dsmpnho dos stors da conomia na busca constant do alcanc das mlhors práticas; 3. Buscar a rdução sustntada das taxas d dsmatamnto, m sua média quinqunal, m todos os biomas brasiliros, até qu s atinja o dsmatamnto ilgal zro. A mta stablcida é rduzir o índic d dsmatamnto anual da Amazônia m 80% até 2020 d acordo com o Dcrto nº 7390/2010; 4. Eliminar a prda líquida da ára d cobrtura florstal no Brasil até 2015; 5. Procurar idntificar os impactos ambintais dcorrnts da mudança do clima fomntar o dsnvolvimnto d psquisas cintíficas para qu s possa traçar uma stratégia qu minimiz os custos socioconômicos d adaptação do País. Postriormnt, m 2010 foram laborados os planos storiais qu dfinm as açõs spcíficas para cada stor rduzir suas missõs visando o crscimnto da conomia d forma mais sustntávl. As mtas d rdução por stor foram rvisadas quando os planos storiais foram lançados. Dsta forma os valors propostos nos planos storiais nm smpr coincidm com os valors mncionados no PNMC. Na agropcuária foi laborado o Plano d Agricultura d Baixo Carbono (Plano ABC) qu dfin açõs d mitigação adaptação para o stor até o ano d 2020 dscritas a sguir. As mtas d rdução do PNMC são ambiciosas dvrão sr atingidas até 2020, portanto m um curto spaço d tmpo. Conform a tabla acima s pod notar qu mais d 1.000 Gg d CO 2 da rdução proposta pla mta nacional dvrá sr provnint d açõs contra o dsmatamnto agropcuária. Est volum chga a 80% do total da mta brasilira. O gráfico a sguir mostra as missõs projtadas para agricultura no cnário tndncial até 2020 (projção Dcrto Nº 7.390, d 9 d dzmbro d 2010) o qu stá ftivamnt sndo mitido sgundo as stimativas do SEEG. Essa projção d missõs considrou um crscimnto conômico d 5% ao ano, porém as stimativas mostram qu, msmo com o início da implmntação do Plano ABC m 2011, as projçõs stão distants da ralidad. 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 2006 2007 2008 figura 11 Emissõs projtadas sob a hipóts d crscimnto do PIB a 5% (m mil ton CO 2 ) stimadas plo SEEG. 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 projção cnário tndncial Estimativas sg 2016 2017 2018 2019 2020 Pro Est Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 18

3.2 Plano d Agricultura d Baixo Carbono (Plano ABC) O objtivo gral do Plano Storial d Mitigação d Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação d uma Economia d Baixa Emissão d Carbono na Agricultura é d garantir o aprfiçoamnto contínuo sustntado das práticas d manjo qu rduzam a missão dos gass d fito stufa. Adicionalmnt, o plano prvê o aumnto da fixação atmosférica d CO 2 na vgtação no solo m todo o Brasil. A abrangência do Plano ABC é nacional su príodo d vigência é d 2010 a 2020. Estima-s qu srão ncssários quas R$ 200 bilhõs para qu suas açõs sjam implmntadas. As missõs stimadas para o stor agropcuário m 2020 são d 730 milhõs d tco 2, sgundo o msmo dcrto. Nssa projção, somnt o stor agropcuário tm a rsponsabilidad d contribuir com a rdução d 22,5% das missõs totais brasiliras. Ess volum pod variar ntr 262,8 milhõs 283,2 milhõs d tco 2. Conform mncionado antriormnt, as mtas para o stor agropcuário foram modificadas do PNMC para o Plano ABC. Objtivos spcíficos do Plano ABC são: 1. Contribuir para a conscução dos compromissos d rdução da missão d GEE assumidos voluntariamnt plo Brasil, no âmbito dos acordos climáticos intrnacionais prvissos na lgislação; 2. Garantir o aprfiçoamnto contínuo sustntado das práticas d manjo nos divrsos stors da agricultura brasilira qu possam vir a rduzir a missão dos GEE, adicionalmnt, aumntar a fixação atmosférica d CO 2 na vgtação no solo dos stors da agricultura brasilira; 3. Incntivar a adoção d Sistmas d Produção Sustntávis qu assgurm a rdução d missõs d GEE lvm simultanamnt a rnda dos produtors, sobrtudo com a xpansão das sguints tcnologias: Rcupração d Pastagns Dgradadas; Intgração Lavoura-Pcuária-Florsta (ilpf) Sistmas Agroflorstais (SAFs); Sistma Plantio Dirto (SPD); Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN); Florstas Plantadas; 4. Incntivar o uso d Tratamnto d Djtos Animais para gração d biogás d composto orgânico; 5. Incntivar os studos a aplicação d técnicas d adaptação d plantas, d sistmas produtivos d comunidads rurais aos novos cnários d aqucimnto atmosférico, m spcial aquls d maior vulnrabilidad; 6. Promovr sforços para rduzir o dsmatamnto d florstas dcorrnt dos avanços da pcuária d outros fators. 3.3 Os subprogramas do Plano ABC o combat ao dsmatamnto A busca por trras ou áras agricultávis d baixo valor conômico stá impulsionando a frontira agrícola m dirção ao nort do Brasil contribuindo assim com dsmatamnto da Amazônia. Nssas novas áras d produção, gralmnt é stablcida a pcuária xtnsiva d cort. Já m rgiõs ond o dsmatamnto é consolidado a muitos anos, como m part do Cntro-Ost, Sul o Sudst do Brasil, a tndência é a intnsificação da produção do bovino d cort, ond são adotadas práticas mais avançadas m tcnologia. O Plano dscrv qu são ncssários incntivos para a mlhor utilização d áras já dsmatadas m bass sustntávis, contmplando inovaçõs tcnológicas, como o manjo d pastagns, sistmas agroflorstais, agricultura cológica a rcupração d áras dgradadas, como forma d aumntar a produtividad diminuir as prssõs sobr florstas rmanscnts. Na prática o Plano ABC s divid m st subprogramas, a Tabla 2 dscrv os subprogramas d forma rsumida as mtas d rdução d GEE projtadas para o ano d 2020. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 19

Tabla 2: Subprogramas do Plano ABC su potncial d mitigação d missão d GEE (milhõs d Mg CO 2 q). Subprograma Ára atual 2010 Aumnto da ára ntr 2010 2020 Rdução d missão d GEE 2010/2020 Rcupração d pastagns dgradadas Por mio do manjo adquado adubação. Bas d cálculo foi d 3,79 Mg d CO2 há um 1 ano. Intgração Lavoura-pcuária-florsta (ILPF) Incluindo Sistmas Agroflorstais (SAFs). Bas d cálculo foi d 3,79 Mg d CO 2 há um 1 ano. Sistma Plantio Dirto (SPD) Bas d cálculo foi d 1,83 Mg d CO 2 há um 1 ano. 40 milhõs d ha 15 milhõs d ha 2 milhõs d ha 4 milhõs d ha 25 milhõs d ha 8 milhõs d ha 83 a 104 milhõs d tco 2 18 a 22 milhõs d tco 2 16 a 20 milhõs d tco 2 Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) Bas d cálculo foi d 1,83 Mg d CO 2 há um 1 ano. 11 milhõs d ha 5,5 milhõs d ha 10 milhõs d tco 2 Florstas Plantadas Não stá computado o compromisso brasiliro rlativo ao stor da sidrurgia, não foi contabilizado o potncial d mitigação d missão d GEE. Tratamnto d djtos animais (suinocultura) Bas d cálculo foi d 1,56 Mg d CO 2 /m3. 6 milhõs d ha 3 milhõs d ha 4,4 milhõs d m³ tratados 10 milhõs d tco 2 (potncial d captura) 6,9 milhõs d tco 2 Adaptação às Mudanças Climáticas Total d rdução prvista até 2020 Ainda não foram stablcidas as açõs d adaptação 144 a 173 milhõs d tco 2 * * Est total inclui o potncial d captura rsultant da implantação d florstas. O plantio d florstas a rcupração d áras dgradadas (cossistmas naturais) altram o total d rdução prvista dvido ao crscimnto vgtativo qu, consquntmnt, captura carbono. Os rsultados do SEEG mostram qu a pcuária d cort foi rsponsávl por 65% das missõs dirtas do stor agropcuário m 2012. Ao msmo tmpo, a rcupração das pastagns dgradadas tm alta ficiência na rdução d missõs d GEE como mostra a tabla acima, ond a rcupração d 15 milhõs d hctars d pastagns dgradadas dvrá rduzir as missõs m aproximadamnt 100 milhõs d tonladas d CO 2. Algumas publicaçõs stimam qu no Brasil xista m torno d 60 milhõs d hctars d pastos dgradados m vz d 40 milhõs como dscritos no Plano ABC. Nssa projção o potncial d mitigação pod chgar até 400 milhõs d tonladas d CO 2 s os 60 milhõs d hctars d pasto form rcuprados. Além d mitigar, as pastagns qu adotam boas práticas agrícolas podm chgar a tr um balanço d carbono positivo m função da alta quantidad d carbono qu passa a sr stocado no solo, assim, podm compnsar as missõs d mtano provnint do rbanho bovino. O subprograma do Plano ABC rlacionado a fixação biológica d nitrogênio prvê a xpansão da ára com culturas qu ralizam sta fixação m 5,5 milhõs d hctars até 2020 com um potncial d rdução d missõs d até 10 milhõs d tco 2. Porém, sgundo o Mapa, as projçõs d xpansão d ára plantada somnt d soja mostram qu a ára dv passar d 27,7 milhõs d hctars m 2013 para 34,4 milhõs m 2023, um acréscimo d 6,7 milhõs d hctars. Dssa forma, conclui-s qu o potncial d mitigação apnas pla xpansão da ára plantada d soja pod sr ainda maior do qu o prvisso plo Plano ABC. Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 20

Em cada subprograma é proposta a adoção d uma séri d açõs, como capacitação d produtors técnicos, campanhas d divulgação, psquisa dsnvolvimnto tcnológico, linhas d financiamnto, disponibilização insumos básicos inoculants, fomnto a viviros rds d coltas d smnts, rgularização fundiária ambintal, assistência técnica, açõs junto aos sgmntos d insumos, produtos srviços. Além das açõs d mitigação, o Plano ABC prvê açõs d adaptação às mudanças climáticas qu ainda stão m abrto dvrão sr stablcidas. Estão prvissos também os mcanismos para o monitoramnto do plano, as açõs transvrsais as ncssidads d fonts d financiamnto. O Plano ABC considra a intração com os dmais planos storiais planos d ação prvissos no PNMC, para assim otimizar os custos d implmntação das políticas públicas vitar a dupla contabilização da rdução das missõs d GEE. Com rlação à rdução do dsmatamnto, o Plano ABC prvê açõs qu contribuirão com a rdução do dsmatamnto nos biomas Amazônia Crrado, m 80% 40%, rspctivamnt, como a rcupração d pastagns dgradadas à adoção do sistma d ILPF SAFs, rduzindo assim a prssão nsts biomas. Dssa forma, as políticas públicas qu abordam ssas mtas como a Prvnção Control do Dsmatamnto na Amazônia Lgal (PPCDAm) o Plano d Ação para Prvnção Control do Dsmatamnto das Quimadas no Crrado (PPCrrado) stão intrligadas ao Plano ABC. Além dos Planos Storiais, o Plano ABC fará intrfac com outras açõs do govrno fdral como o Programa Mais Ambint, a Opração Arco Vrd (OAV), o Sistma Nacional d Prvnção Combat aos Incêndios Florstais (Prvfogo), o Programa Trra Lgal Amazônia, ntr outros. Est studo não avaliou s ssas intrfacs ntr o Plano ABC outras açõs do govrno stão ralmnt acontcndo na prática. 3.4 Programa ABC: crédito agrícola O Ministério da Agricultura, Pcuária Abastcimnto (Mapa) dsnvolvu o Programa ABC - Agricultura d Baixo Carbono como uma linha d crédito spcífica para a implmntação do Plano ABC, sndo o BNDES o Banco do Brasil sus principais agnts financiros. O Programa abrang todos os subprogramas do Plano ABC com xcção às açõs d adaptação. Os bnficiários são produtors rurais, pssoas físicas ou jurídicas, suas cooprativas, o valor financiávl é d até R$ 1 milhão por bnficiário, por ano-safra. O limit d financiamnto é até 100% do valor do invstimnto, os ncargos são d 5% ao ano (para a safra d 2012/2013). O Mapa disponibilizou as sguints quantias ao Programa ABC ao longo dos Planos Agrícolas Pcuários anuais até o momnto: Plano Agrícola Pcuário Crédito disponibilizado ao Programa ABC Dsmbolso/rpass do Programa ABC 2010/2011 R$ 2 bilhõs 20% 2011/2012 R$ 3,15 bilhõs 40% 2012/2013 R$ 3,4 bilhõs 85% 2013/2014 R$ 4,5 bilhõs 52% até abril d 2014 2014/2015 R$ 4,5 bilhõs - Total R$ 17,05 bilhõs Font: Obsrvatório do ABC/ GVCs / Plano Safra 2014/2015 Ministério da Agricultura Documnto d Anális - Emissõs d GEE do Stor Agropcuário o impacto das políticas públicas nas mudanças climáticas 21