Decisão de Financiamento e Estrutura de Capital

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Objetivos da disciplina 30h Decisão de Financiamento e Estrutura de Capital Orçamento de Capital Tópico 08 Objetivo Decidir o mix ótimo entre Capital de Terceiros e Próprio, para propiciar a melhor Estrutura e menor Custo de Capital e financiar Investimentos que propiciem maior retorno para a empresa. Objetivo de aprendizagem Depois de ler e discutir este tópico você será capaz entender: 1. Como se determinam os Fluxos de Caixa de um investimento; 2. Como se analisa um Investimento; 3. Como se determina a taxa de desconto para análise do Orçamento de Capital (Investimento); e 4. Qual a melhor relação entre a Dívida (Capital de Terceiros) e o Capital Próprio capaz de maximizar a riqueza dos sócios ou acionistas. 1 2 Objetivos do Tópico 08 7,5h Processo de decisão em orçamento de Objetivo Determinar os Fluxos de Caixa (FC) relevantes e incrementais no Orçamento de Capital (OC) Objetivos de aprendizagem Depois de ler e discutir este tópico você será capaz entender: 1. O que são e como se determinam os FC s inicial, operacionais e residual de um investimento; 2. Porque se utilizam os FC s e não o Lucro em análise de investimentos; 3. Qual a importância da depreciação na determinação dos FC s; e 4. Porque se desconta o IR dos fluxos operacionais. O processo de decisão Geração de Propostas Avaliação e Análise Não Tomada de Sim Implementação Decisão Acompanhamento 3 4

Processo de decisão em orçamento de Projetos independentes São projetos cujos fluxos de caixa não estão relacionados ou são independentes entre si; a aceitação de um deles não inclui a consideração posterior dos demais projetos Projetos mutuamente excludentes São projetos que possuem a mesma função e, conseqüentemente, competem entre si A aceitação de um projeto desse tipo elimina a consideração posterior de todos os outros projetos do grupo Fundos ilimitados É a situação financeira na qual a empresa é capaz de aceitar todos os projetos independentes que propiciam um retorno aceitável Racionamento de É a situação financeira na qual a empresa tem somente um valor monetário fixo para alocar entre alternativas de investimento que competem entre si Processo de decisão em orçamento de Abordagem aceitar-rejeitar É a forma de avaliar propostas de dispêndio de em confronto com o critério mínimo de aceitação estabelecido pela empresa Abordagem de classificação É a classificação dos projetos de dispêndio de com base em algum indicador predeterminado, como a taxa de retorno, o valor presente ou o período de recuperação do investido 5 6 Processo de decisão em orçamento de Fluxo de caixa Fluxo de caixa Instrumento que relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período Principais aplicações: Demonstração financeira Administração de caixa e tesouraria Orçamento de capitais Padrões / séries Entradas de caixa Saídas de caixa Fluxos de Caixa Padrão convencional / Série uniforme $ 2.000 $ 2.000 $ 2.000 $ 2.000 $ 2.000 $ 2.000 1 2 3 4 5 6 $ 6.000 Nosso enfoque 7 8

Padrões / séries Entradas de caixa Saídas de caixa Fluxo de caixa $ 2.000 $ 3.000 $ 4.000 $ 3.000 $ 2.000 $ 6.000 $ 6.000 Fluxos de Caixa Padrão não convencional / Série mista 1 2 3 4 5 6 $ 4.000 Principais componentes do fluxo de caixa Investimento inicial É a saída da caixa relevante no instante zero, associada a um projeto proposto. Entradas de caixa operacionais Entradas de caixa incrementais, após os impostos, originários do projeto ao longo de sua vida Fluxo de caixa residual É o fluxo de caixa não-operacional, após o imposto de renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto 9 10 Investimento inicial Investimento inicial Custo do novo ativo É a saída líquida de caixa exigida pela aquisição de um novo ativo Custo de instalação Quaisquer custos adicionais necessário para se colocar um novo ativo em funcionamento Custo do novo ativo instalado É o custo do ativo mais os custos de instalação; equivalente ao seu valor depreciável É a saída de caixa relevante ocorrida no instante zero para a implementação do investimento proposto. Exemplo de cálculo: [+] Custo do Ativo Novo instalado (+) Custo do ativo novo 380.000 (+) Custo de instalação 20.000 (=) Custo total do Ativo Novo instalado 400.000 [ ] Resultado após o IR obtido com a venda do Ativo Velho (+) Receita com a venda do ativo velho 280.0000 ( ) Imposto de Renda (84.160) (=) Resultado após o IR obtido com a venda do Ativo Velho 195.840 (+) Variação do Capital Circulante Líquido 17.000 [=] Investimento Inicial 221.160 11 12

Entradas de caixa operacional Entradas de caixa operacional Depreciação Não faz parte das entradas operacionais porque não representa desembolso de dinheiro É utilizada apenas para se apurar o IR, por isso deve-se somá-la ao lucro líquido São as entradas de dinheiro obtidas dos benefícios gerados pelo investimento. Exemplo de cálculo para o ano 1: CÁLCULO DAS ENTRADAS OPERACIONAIS ATIVO NOVO ATIVO ATUAL (+) Receitas geradas pelo Ativo Novo 2.520.000 2.200.000 ( ) Desp. geradas pelo Ativo Novo (s/ Depreciação) (2.300.000) (1.990.000) (=) Lucro c/ Ativo Novo antes do IR e Depreciação 220.000 210.000 ( ) Depreciação (80.000) (28.800) (=) Lucro antes do IR 140.000 181.200 ( ) Imposto de Renda (40%) (56.000) (72.480) (=) Lucro Líquido 84.000 108.720 (+) Depreciação 80.000 28.800 (=) Entrada de Caixa Operacional 164.000 137.520 (=) Entrada de Caixa Operacional Incremental 164.000 137.520 = 26.480 13 14 Fluxo de caixa residual Síntese dos fluxos de caixa relevantes É o fluxo de caixa resultante da liquidação de um investimento ao final de sua vida útil. Exemplo de cálculo: [+] Receita com a venda do Ativo Novo após o IR (+) Recebimento pela venda do ativo novo 60.000 ( ) Imposto de Renda sobre a venda (12.000) (=) Receita com a venda do Ativo Novo após o IR 48.000 [ ] Receita com a venda do Ativo Velho após o IR (+) Recebimento pela venda do ativo velho 13.500 ( ) Imposto de Renda sobre a venda (3.500) (=) Receita com a venda do Ativo Velho após o IR 10.000 (+) Variação do Capital Circulante Líquido 17.000 [=] Fluxo de Caixa Residual 55.000 Representação gráfica em uma linha de tempo $24.480 $57.680 $55.600 $61.200 $73.200 $221.160 Fluxo de Caixa Residual Entradas de Caixa Operacionais 1 2 3 4 5 Investimento Inicial $55.000 $128.200 Fluxo de Caixa Total 15 16

CAPM e SML Referências CAPM e SML ASSAF NETO, Alexandre e LIMA, Fabiano G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009. TIR L k L Aceita-se (TIR j > k j ; VPL > $0) L SML k j = rf + β(k m rf) CAVALCANTE, Francisco; MISUMI, Jorge Y. Mercado de Capitais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2011. COPELAND, Tom; JOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Avaliação de empresas Valuation:Calculando e gerenciando o valor das empresas. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2002. k m k R TIR R rf R Rejeita-se (TIR j < k j ; VPL < $0) DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: Ferramentas e técnicas para determinação do valor de qualquer ativo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2011. KASSAI, José R. Retorno de Investimento. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MACHADO, Daniel J. Matemática Financeira. 7. ed. São Paulo: SEDUCON, 2011. 17 β R β mercado = 1 β L CAPM e a SML em situações de tomadas de decisões em orçamento de para o projeto j OLIVEIRA, Gilson; PACHECO, Marcelo. Mercado Financeiro. São Paulo: Fundamento Educacional, 2011. 18