SELEÇÃO E VIABILIDADE DE PROJETOS MBA Estácio 18/04/2017 Prof. Lucas S. Macoris
PLANO DE AULA Seleção e Viabilidade de Projetos Avaliação de Projetos Avaliação de Empresas Qual o valor justo? Introdução Resumo da Aula Anterior Por que trazer a valor presente? O Custo de Oportunidade O Fluxo de Caixa Descontado Análise das Métricas Ajustes Finais
CHEGAMOS AO FLUXO DE CAIXA LIVRE DA EMPRESA Fluxo de Caixa Livre Futuro Ano T+1 Ano T+2 Ano T+3 Ano T+4 Ano T+5 Receita Bruta R$ 100 R$ 150 R$ 200 R$ 250 R$ 300 (-) Impostos sobre a Receita -R$ 10 -R$ 15 -R$ 20 -R$ 25 -R$ 30 (=) Receita Bruta R$ 90 R$ 135 R$ 180 R$ 225 R$ 270 (-) Custos e Despesas -R$ 27 -R$ 41 -R$ 54 -R$ 68 -R$ 81 (=) Lucro Operacional R$ 63 R$ 95 R$ 126 R$ 158 R$ 189 Impostos sobre o Lucro -R$ 13 -R$ 19 -R$ 25 -R$ 32 -R$ 38 Lucro Operacional após Impostos R$ 50 R$ 76 R$ 101 R$ 126 R$ 151 Necessidade de Capital de Giro R$ 20 R$ 25 R$ 30 R$ 35 R$ 40 Variação na N. de Cap. De Giro R$ - -R$ 5 -R$ 5 -R$ 5 -R$ 5 Investimentos em CAPEX -R$ 10 -R$ 10 -R$ 10 -R$ 10 -R$ 10 + Depreciação R$ 10 R$ 10 R$ 10 R$ 10 R$ 10 Fluxo de Caixa Livre Futuro R$ 50 R$ 71 R$ 96 R$ 121 R$ 146 3
PRÓXIMOS PASSOS: DESCONTANDO OS FLUXOS DE CAIXA É preciso utilizar as técnicas de Matemática Financeira para analisar o dinheiro ao longo do tempo de maneira adequada; A taxa utilizada para o desconto dos Fluxos de Caixa é chamada de CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital). É a medida do Custo de Oportunidade do Projeto. Após descontar os fluxos de caixa, chega-se ao Valor da Projeto, ou seja, o quanto ela vale para todos os acionistas e credores da empresa; Importante: e se fosse o caso de uma empresa? Qual seria o valor de suas ações? Fluxo de Caixa Livre para o Acionista = Fluxo de Caixa Livre da Firma Dívida líquida 4
A QUAL TAXA DESCONTAR OS FLUXOS DE CAIXA? O que significa descontar os fluxos de caixa? Trazer a valor presente; Considerar todos os Fluxos de Caixa na mesma data; Podemos fazer a soma dos Fluxos de Caixa na mesma data sem incorrer em erros; Por que descontar os fluxos de caixa? Se vamos investir dinheiro, devemos saber quanto esses recursos irão render; Se temos o fluxo de caixa futuro podemos saber, para uma determinada rentabilidade, quanto ele vale hoje; Se trouxermos a valor presente e subtrair nosso investimento, conseguimos encontrar quanto tivemos de rendimento além daquilo que exigimos! Chegamos ao conceito de Valor Presente Líquido (ver Exemplo.) 5
O VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) Duas Partes 1. Investimento feito (Período 0) 2. Fluxos de Caixa nos Períodos futuros (Período 1 em diante) a valor presente; Valor Presente Líquido = Investimento Valor Presente dos Fluxos de Caixa O que o VPL significa? 1. É uma medida de agregação de valor Se meus Fluxos de Caixa valem mais que meu Investimento, AGREGO valor; Se meus Fluxos de Caixa valem menos que meu Investimento, DESTRUO valor; Agregar valor é gerar uma rentabilidade maior do que i Destruir valor é gerar uma rentabilidade menor que i A qual taxa descontamos os Fluxos de Caixa? 6
IV CUSTO DE OPORTUNIDADE De acordo com Pindado (2002), o Custo de Capital é a média ponderada dos custos de todas as fontes utilizadas para o financiamento do projeto, sendo as ponderações as proporções que cada uma das fontes de financiamento tem sobre a estrutura de capital; É a rentabilidade mínima que um projeto de investimento deve ter para ser viável. Assim, o Custo de Capital deve ser tratado como a taxa de desconto dos fluxos de caixa futuro; Seu cálculo depende de quais fontes foram utilizadas no projeto de investimento. WACC = D A Kd + PL A Ke Sendo: D: Dívida Kd: Custo da Dívida A: Ativo Total Ke: Custo do Capital próprio) PL: Patrimônio Líquido 7
IV ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL Custo de Capital de Terceiros: estimado através da média ponderada do custo de financiamento cobrado pelos credores; Custo de Capital Próprio: Um dos temas mais polêmicos na área de finanças; Falta consenso e premissas adequadas à realidade; Utilização do CAPM (William Sharpe, 1964) Modelo mais difundido e aceito; Presente em praticamente todas as avaliações; Utiliza-se da premissa de retorno proporcional ao risco; Ke = R f + β R m R f + R país * *Fórmula adaptada de Sharpe (1964) para utilização fora dos EUA. 8
IV ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL CAPM Ativo Livre de Risco (Kf) Retorno Médio de Mercado (Rm) Taxa do Risco Pais (Rp) Beta setorial (B) Diferencial de Inflação CAPM (Custo de Capital Próprio) 4,96% 9,50% 4,09% 0,84 2,15% 15,01% T-Bond Americano (Título do Dívida Pública) Retorno da Bolsa Americana EMBI+ (IPEA Data) Damodaran Bancos O CAPM busca refletir o risco de um negócio em um setor específico; Com ele, conseguimos comparar projetos em diferentes setores; O Custo de Capital é uma estimação de Longo Prazo. É a metodologia mais aceita no mercado. Ainda assim, é uma das premissas mais discutidas na Análise de Projetos 9
AJUSTES FINAIS O projeto não tem duração determinada? Estimação da Perpetuidade Simples: FC/i Com crescimento g : FC/(i-g) O projeto tem duração determinada? Devemos fazer a venda dos investimentos em CAPEX e Giro! Como não vamos mais utilizar, podemos vende-los pra gerar caixa. 10
MÉTRICAS DE ANÁLISE De que forma analisar e comparar projetos? VPL Valor Presente Líquido Fornece o valor presente dos fluxos de caixa descontados a uma taxa que corresponda ao custo de oportunidade do dinheiro investido. TIR Taxa Interna de Retorno: taxa que faz com que o VPL seja igual a zero; É a taxa de retorno de um projeto, caso ele seja mantido até seu vencimento (yeld to maturity); Baseia-se na hipótese do reinvestimento dos fluxos de caixa à mesma taxa de rentabilidade 11
FINALIZANDO: O FLUXO DE CAIXA DESCONTADO A avaliação de empresas e projetos utiliza dos conceitos de matemática financeira aplicados na análise de títulos de renda fixa para estabelecer qual é o preço justo a se pagar por uma ação no momento de análise; Vantagens Pode ser aplicado a qualquer tipo de empresa Gera decisões de médio/longo prazo Amplamente aceito Desvantagens Exige tempo e dedicação Conhecimentos em diversas áreas, como Economia, Gestão e Contabilidade Sujeito a vieses de estimação 12
ANÁLISE DE CENÁRIOS O resultado da avaliação depende diretamente da qualidade das premissas adotadas. Demonstra a importância de se conhecer a fundo o negócio da empresa e suas perspectivas; Como se proteger das incertezas quanto aos valores futuros? 1. Análise de Sensibilidade: Leva em conta variações isoladas nos parâmetros de análise; Ex: Se o custo aumentar em X%, qual será o impacto no preço de minha ação? 2. Criação de Cenários: Otimista, Moderado e Pessimista Variação de um conjunto de parâmetros simulando um possível cenário; 3. Simulação de Monte Carlo: Criação de inúmeros cenários considerando a variação nos parâmetros de acordo com suas respectivas distribuições de probabilidade. Ex: Qual é a probabilidade de que meu projeto esteja em um cenário economicamente viável? 13
SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO A partir da seleção de parâmetros (drivers de valor) adequados para explicar o valor da empresa, é possível verificar o impacto da variação conjunta de tais parâmetros no valor da empresa. 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS A maioria das técnicas de análise estudadas podem ser utilizadas para a análise de projetos; Avaliação de Investimentos é multidisciplinar! Administração, Economia, Contabilidade, Estatística; Não utilize muitos indicadores: foco naquilo que realmente importa para a análise; Não se esqueça do curto prazo! Falta de liquidez sufoca e quebra até mesmo empresas e projetos com boa perspectiva; Atente-se sobre a empresa e seu setor. Isso fará com que as premissas adotadas sejam muito mais realistas. 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS A Avaliação de Projetos é um exercício de subjetividade. Não fique preso às regras contábeis, saiba como extrair as informações que você precisa; Uma boa avaliação é aquela que deixa claro o porquê da escolha de suas premissas; A projeção não deve levar em conta o que o projeto é hoje, mas como ela pode ser no futuro. Além de projetar, deve-se ter consciência das melhorias que ela pretende adotar; Há inúmeras formas que levam a infinitos resultados. Não há certo ou errado, mas sim aquilo que é objetivo, adequado teoricamente e justificável! 16
COMO PODEMOS IR ALÉM? Técnicas de Previsão de Demanda; Análise de Diversas Métricas TIR Modificada Payback Descontado E.V.A Análise de Sensibilidade Fluxo de Caixa Diferencial 17
OBRIGADO PELA ATENÇÃO! Caso tenha alguma dúvida, fique livre para entrar em contato! lucas@xvifinance.com.br (16) 98199-7283 Prof. Lucas S. Macoris