A ORIENTAÇÃO SÓCIO-CULTURAL DO MODELO PEDAGÓGICO DO MEM

Documentos relacionados
O Desenvolvimento é um Processo Culturalmente Organizado

Vygotsky ( ) Vygotsky e a construção sóciohistórica. desenvolvimento. Prof. Daniel Abud Seabra Matos

Aprendizagem comparticipada no MEM

Psicologia da Educação. A Teoria Sociocultural do desenvolvimento e da Aprendizagem

Universidade Federal de Roraima Subprojeto PIBID - Matemática

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE

Acessibilidade: mediação pedagógica. Prof. Blaise Duarte Keniel da Cruz Prof. Célia Diva Renck Hoefelmann

TEORIAS DE AQUISÇÃO DE L1 TEORIA SÓCIO INTERACIONISTA LLE 7042 ESTUDOS LINGUISTICOS II PROFA. RAQUEL D ELY

PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI

VYGOTSKY Teoria sócio-cultural. Manuel Muñoz IMIH

Perspectivas socioculturais da aprendizagem

A TEORIA SÓCIO-CULTURAL DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO. Leon S. Vygotsky ( )

Aprender e Ensinar a Distância. Maria de Fátima Goulão, DCSP, Universidade Aberta

LEV VYGOTSKY 1896/1934

Lev Semenovitch Vygotsky VYGOTSKY. Vygotsky. Aprendizagem. Teoria. Vygotsky 30/04/2014

O processo de ensino e aprendizagem em Ciências no Ensino Fundamental. Aula 2

Modelo Curricular High/Scope

A TEORIA DO CAMPO COGNITIVO DE KURT LEWIN AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM DE JEROME BRUNER E DAVID AUSUBEL

Ano Lectivo 2007/08. Agrupº. Escolas Padre Vítor Melícias

Desenvolvimento, aprendizagem e educação: a influência da abordagem histórico-cultural na escola

+ Vygotsky ( )

PERFIL DE APRENDIZAGENS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Psicologia da Educação II Pressupostos Teóricos de Vygotsky. Profa. Elisabete Martins da Fonseca

O TRABALHO DO PROFESSOR COMO AGENTE LETRADOR EM TURMAS DO 6 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Elisabete Pereira (2003) Análise do Software Eu Aprendo Ciências da Natureza 6º Ano

Construir o Futuro (I, II, III e IV) Pinto et al. Colectiva. Crianças e Adolescentes. Variável. Nome da prova: Autor(es): Versão: Portuguesa

NOVO PROGRAMA DE PORTUGUÊS CONCEITOS-CHAVE

Ser capaz de planificar e desenvolver um projecto de Expressão Dramática.

A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA 1

O ENSINO NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Apoios mobilizados na escola para atender crianças com PHDA

Competências gerais. Princípios e valores orientadores do currículo. Competências gerais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Vygotsky e a Teoria Histórico-Cultural Parte 3. Professora: Nathália Bastos

ANO LECTIVO DE HORAS SEMANAIS 3,5 UC PRETENDE DESENVOLVER NOS ALUNOS A CAPACIDADE DE ANALISAR AS

Educar para a Cidadania Contributo da Geografia Escolar

Escola em Debate A Violência e a Indisciplina na Escola Programa de Tutorias

Instrumento de Registo (Artigo 10º, ponto 1 1 e 2 do Decreto Regulamentar n.º 2/2010)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2011 / Agrupamento de Escolas de Vila Nova de S. Bento

MOVIMENTO DA ESCOLA MODERNA

acesso à informação local e global, para as aprendizagens curriculares e individuais,

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO (UAN) REITORIA CENTRO de ESTUDOS de APOIO à FORMAÇÃO, INVESTIGAÇÃO e EXTENSÃO

Bruner. Psicologia da aprendizagem

Carta Educativa do Município de Arouca V CAPÍTULO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA PROFA. DRA. PATRICIA COLAVITTI BRAGA DISTASSI - DB CONSULTORIA EDUCACIONAL

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Vygotsky e a Teoria Histórico-Cultural Parte 2. Professora: Nathália Bastos

A Didática como epistemologia da aprendizagem.

PROJECTO EDUCATIVO, CIENTÍFICO E CULTURAL

COGNIÇÃO, NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM Vitor da Fonseca

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE

MODELO PEDAGÓGICO. (Niza, 1989).

Ficha de Unidade Curricular

V CICLO DE PALESTRAS

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SÃO JOÃO DO ESTORIL Departamento 1º Ciclo

Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle Conhecendo o ambiente. Prof a. Silvana Tabosa Salomão

QUAR QUADRO DE AVALIAÇÃO E RESPONSABILIZAÇÃO. Versão 9 30 JUL 08. Índice. Missão comunicável Lema Visão Valores...

Pedagogia sócio-construtivista

Universidade Federal de Roraima Departamento de Matemática

BREVE HISTÓRIA DA SEMIOLOGIA: Abordagens de Saussure, Peirce, Morris e Barthes.

A METACOGNIÇÃO NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM FÍSICA

Direito Educacional e Ética. Aula 4

Doutorado em Educação em Ciências e Matemática Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática REAMEC.

2 Sobre aprendizagem

MOTIVAÇ O PARA ESTUDAR

Repensando o Ensino do Português nas Universidades. Prof. Oscar Tadeu de Assunção

Vygotsky, Leontiev, Galperin: formação de conceitos e princípios didáticos

Câmara Municipal de Odivelas Agrupamento de Escolas Vasco Santana Escola Secundária da Ramada 21 janeiro 2015

AVALIAÇÃO. Educação Orientada para Resultados (EOR/OBE)

AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS. Zabala, A. A prática Educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998

Apêndice 11 Perfil de Utilização do modelo do MEM. 1ª recolha. Uso do modelo pedagógico do MEM. no desenvolvimento do currículo. Educação Pré-Escolar

Ana Gonçalves. Curso: TSHT- Técnico de Segurança e Higiene no trabalho. CP: Cidadania e Profissionalidade. Formadora: Ana Gonçalves

+ Contribuições da psicologia

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE

Teoria Histórico-cultural VYGOTSKY

SEMINÁRIO TEÓRICO E CONCEITUAL SOBRE A TEORIA DA ATIVIDADE. Prof. Marco Querol

Israel 1994 mundo 2004 Brasil 2006

AS TEORIAS VYGOTSKIANAS E SUAS APLICAÇÕES NA SALA DE AULA

Colégio Valsassina. Modelo pedagógico do jardim de infância

A ESCRITA DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN: REGULARIDADES E ESPECIFICIDADES

Orientação teórica:princípios A teoria histórico-cultural

Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP) 1.º Ciclo do Ensino Básico

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA 12ª Classe. Formação de Professores para o Pré-Escolar e para o Ensino Primário

Dfgbdfg dfgdfgdfg dfgdfgdfgdfg dfgfdgdfgdfg. 3. Pedagogia dos Produtos Multimédia

Conferência Bolonha / e-learning

Departamento de Expressões CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA 2º e 3º ciclo

Curso: Pedagogia Componente Curricular: Psicologia da Educação Carga Horária: 50 horas. Semestre letivo/ Módulo. Professor(es):

Aprender por projectos

promovam a reflexão sobre temáticas fundamentais relacionadas com a aprendizagem da Matemática.

Uma proposta pedagógica para o uso da modelagem computacional no curso de Licenciatura em Química do Cefet Campos.

ANEXO II RELATÓRIO DE AUTO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS DOCENTES DO IPS

09/2011. Formação de Educadores. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

PADRÕES de DESEMPENHO DOCENTE

CONSIDERANDO a solicitação do Departamento de Educação, conforme processo nº 14062/2008;

Plano de Formação 2018/2021

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI

Objeto e finalidades A avaliação visa:

Didática e docência: formação e trabalho de professores da educação básica

Portfolio: uma ferramenta pedagógica

Doutorado em Educação em Ciências e Matemática Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática REAMEC.

Transcrição:

Movimento da Escola Moderna A ORIENTAÇÃO SÓCIO-CULTURAL DO MODELO PEDAGÓGICO DO MEM www.movimentoescolamoderna.pt

A educação para um futuro desconhecido A educação tradicional era essencialmente retrospectiva. O modelo universal e a tradição cultural eram dados, e a tarefa do aluno era absorver essa tradição e as ferramentas intelectuais a ela associadas. Assim, um aluno era ensinado a lidar com problemas que reproduziam padrões culturais passados. Nas condições dinâmicas da actualidade, tornouse óbvia a necessidade de uma educação prospectiva, em vez de retrospectiva. A educação prospectiva implica que os alunos devem ser capazes de abordar problemas que ainda não existem no momento da sua aprendizagem escolar. Para alcançar essa capacidade, o aluno deve ser orientado para o conhecimento produtivo, não reprodutivo. O conhecimento deve aparecer, portanto, não na forma de resultados e soluções, mas como um processo autoral. (Kozulin, 1998) 2

A CULTURA É um sistema de signos que utiliza uma complexa série de próteses, amplificadores e artefactos culturais, começando pelos sistemas de escrita, os modos de contar e quantificar, as representações geográficas, as figurativas, as narrações e as histórias, a notação musical e as tecnologias de informação. (Bruner) A cultura é um conjunto de significados de fundo que um grupo humano compartilha. (Geertz) 3

A INTERACÇÃO E O DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento nasce da interacção entre o indivíduo e o ambiente entendido como um mundo social e cultural, no qual se incluem as relações humanas e sociais, as mediações linguístico-discursivas e os instrumentos culturais, materiais e abstractos. (Baquero, 2001) 4

O DESENVOLVIMENTO É UM PROCESSO CULTURALMENTE ORGANIZADO Lei genética geral do desenvolvimento cultural ou lei de dupla formação "No desenvolvimento da criança, qualquer função aparece duas vezes, primeiro a nível social e mais tarde a nível individual: - primeiro entre pessoas (interpsicológica) - e depois no interior da própria criança (intrapsicológica) Pode-se aplicar o mesmo à atenção voluntária, à memória lógica e à formação de conceitos. Todas as funções psicológicas têm origem nas relações entre seres humanos." (Vygotsky, 1988) 5

A MEDIAÇÃO CULTURAL NAS APRENDIZAGENS (A interacção Social e as Ferramentas Psicológicas) Zona de Desenvolvimento Potencial (ou Próximo) " É a distância entre o nível de desenvolvimento actual de uma criança, determinado pela resolução independente de problemas e o nível mais avançado de desenvolvimento potencial, determinado pela solução dos mesmos problemas com orientação de adultos ou com a colaboração com pares mais experientes." (Vygotsky, 1978) Duas concepções de aprendizagem decorrentes da obra de Vygotsky Como internalização (Colocação de andaimes e outros dispositivos de suporte) Como apropriação (Participação crescente em comunidades de prática) 6

COLOCAÇÃO DE ANDAIMES (Scaffolding) Designa o facto de que o adulto oferece um apoio à actividade das crianças e que posteriormente o reduz até retirálo, quando as crianças estão em condições de resolver por si mesmas essa actividade. Componentes Gerais de Reprodução de Modelos ou Padrões (não integra a dimensão semiótica do processo de aprendizagem) 1- Recrutar (chamar, convidar, acolher) a criança para a tarefa 2- Manter a direcção da actividade para o problema que há que resolver 3- Simplificar as componentes da tarefa 4- Mostrar as soluções possíveis 5- Reduzir os graus de liberdade da situação 7

APROPRIAÇÃO «É preciso destacar, antes de mais nada, que se trata de um processo activo. Para nos apropriarmos de um objecto ou de um fenómeno, é preciso efectuarmos a actividade correspondente à que se encontra concretizada no objecto ou no fenómeno considerado. Por exemplo, quando dizemos que uma criança se apropriou de um instrumento, significa que aprendeu a utilizá-lo correctamente, bem como aprendeu as acções e operações motoras e mentais que contribuíram para isso.» (Leontiev, 1983) 8

APROPRIAÇÃO «Esse processo [de apropriação] realiza-se durante a actividade que a criança desenvolve em relação a objectos e fenómenos do mundo, no ambiente onde se concretizam essas aquisições da humanidade. Tal actividade não se pode formar por si mesma na criança, forma-se mediante a comunicação prática e verbal com as pessoas que a rodeiam, numa actividade com elas, em comum. Quando o objectivo dessa actividade consiste precisamente em transmitir à criança certos conhecimentos, práticas e aptidões, dizemos que a criança aprende e o adulto ensina (...) mas as competências humanas vão-se formando durante o processo. (Leontiev, 1983) 9

APROPRIAÇÃO NA ZDP «( ) quero sugerir uma perspectiva diferente da mudança dentro da zona de desenvolvimento proximal. O foco seria posto na apropriação e domínio das formas de mediação, tais como a escrita, avaliada, não só ou não necessariamente, através da aprendizagem independente depois da prática guiada, mas mediante a capacidade das crianças para participarem em actividades colaborativas, qualitativamente novas. O foco, consequentemente, não é posto na transferência das habilidades dos que sabem mais para os que sabem menos, mas no uso colaborativo das formas de mediação para criar, obter e comunicar sentido ( ) para ajudar as crianças a apropriarem-se ou a tomarem o controlo da sua própria aprendizagem.» (Moll, 1933) 10

A COMPREENSÃO COMPARTILHADA Edwards e Mercer (1988) num esforço para situar o foco essencial da actividade pedagógica, precisamente na construção de uma compreensão compartilhada, consideram que: «Toda a educação tem que ver essencialmente com o desenvolvimento de uma compreensão compartilhada de perspectivas mútuas.» Por isso, traçam como objectivo do seu trabalho abordar a educação como um processo de comunicação, indagando «os modos em que o conhecimento (e, em especial, o conhecimento que constitui o conteúdo dos currículos escolares) se apresenta, se recebe, se compartilha, se controla, se discute, se compreende ou se compreende mal, por professores e crianças na aula.» [Pondo em comum comunicando duas pessoas passam a saber, então, o que antes, apenas uma sabia.] 11

A ACTIVIDADE INSTRUMENTAL E A COMUNICAÇÃO «O sujeito ( ) não é um reflexo passivo do meio nem um espírito anterior ao contacto com as coisas e com as pessoas. Pelo contrário é um resultado da relação. E a consciência não é, digamos, um manancial donde emergem signos, mas um resultado dos próprios signos. As funções psicológicas superiores não são apenas um requisito da comunicação, mas o resultado da própria comunicação.» (Riviere, 1988) «Vygostky encarou a linguagem e os outros sistemas de signos como uma parte da acção humana e como mediadores dessa acção (acção mediada), dando lugar a uma nova acção.» (Wertsch, 1991) 12

A TEORIA DA ACTIVIDADE SOCIAL PRÁTICA A actividade cultural e os fenómenos psicológicos têm uma relação mútua de dependência e sustentação. Não há divisão nítida entre eles porque estão entrelaçados. A relação é como uma espiral em que cada um se converte no outro e se constrói sobre o outro. Os fenómenos psicológicos são os processos subjectivos da actividade cultural prática, e a actividade cultural é o lado objectificado prático dos fenómenos psicológicos que compõem a vida social organizada. Nessa relação, a actividade prática talvez seja o momento mais importante porque ela inspira e organiza os fenómenos psicológicos. Mas a actividade nunca está separada dos fenómenos psicológicos. (Ratner, 1997) 13

A teoria da actividade social prática primeira geração Quando estão a caçar, os membros de uma tribo têm, individualmente, metas separadas e estão encarregados de diversas acções. Alguns estão a afugentar um bando de animais na direcção de outros caçadores que abatem as feras, e outros membros têm outras tarefas. Essas acções têm metas imediatas, mas o real motivo está para além da caçada. Juntas, essas pessoas têm em vista obter comida e roupa permanecer vivas. Para entender por que acções separadas são significativas é preciso compreender o motivo por detrás da actividade como um todo. A actividade é guiada por um motivo. (Leontiev, 1978) Actividade objecto/motivo resultados Acção meta Operação condições mediacionais 14

A COOPERAÇÃO 1. A estrutura de organização das práticas sociais na sala de aula é uma estrutura cooperativa. 2. A gestão comparticipada do currículo faz-se de acordo com a regra social da cooperação enunciada por Curt Lewin: «Cada um só pode alcançar os seus objectivos se, e só se, os demais conseguirem atingir os seus» Regra que tem de ser apropriada por cada um dos membros da comunidade de aprendizagem. 3. No trabalho cooperativo de aprendizagem a comparação entre os seus membros é uma força destrutiva que pode reduzir a motivação e a aprendizagem dos estudantes. 15

PROCESSO DE TRABALHO/ CONHECIMENTO HUMANO 1. A representação simbólica na mente 2. A significação com vista à sua utilização 3. O projecto de modificação do objecto em processo 4. Um plano de trabalho 5. A execução do plano (modificação do objecto: inscrição/apropriação) 6. A comunicação: distribuição/difusão 7. A reflexão crítica ou avaliação do processo: segunda volta da espiral do trabalho/conhecimento 16

APRENDIZAGEM COOPERATIVA A aprendizagem cooperativa permite ao docente alcançar várias metas importantes ao mesmo tempo. Em primeiro lugar, ajuda-o a elevar o rendimento de todos os alunos, incluindo tanto os especialmente dotados como os que têm dificuldades em aprender. Em segundo lugar, ajuda-o a estabelecer relações positivas entre os alunos, assentando assim as bases de uma comunidade de aprendizagem onde se valorize a diversidade. Em terceiro lugar, proporciona aos alunos as experiências necessárias para atingirem um saudável desenvolvimento social, psicológico e cognitivo. A possibilidade que a aprendizagem cooperativa proporciona, ao atingir estas três frentes ao mesmo tempo, tornam-na superior a todos os outros métodos de ensino. (David Johnson e Roger Johnson, 1999) 17

ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL (Curricular) "A unidade de análise da actividade escolar é o trabalho de aprender com ajuda dos instrumentos (ferramentas psicológicas) através da realização de produções culturais [obras] integradas em circuitos de difusão cultural, numa comunidade de prática e para além dela." (S. Niza, 2005) Avaliar os modos como os estudantes fazem progressos, através do enfoque simultâneo no processo e no produto do trabalho cultural de aprendizagem, é designado por avaliação dinâmica. No MEM procede-se a uma avaliação dinâmica em cooperação. 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Os textos referenciados pertencem predominantemente aos seguintes livros: Baquero, Ricardo (2001). Vygotsky e a aprendizagem escolar, Porto Alegre: Artmed. Daniels, Harry (2003). Vygotsky e a pedagogia, São Paulo: Loyola. Johnson, David e Johnson, Roger (1999). El aprendizaje cooperativo en el aula. Barcelona: Paidós. 19