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Turma e Ano: Master A (2015) Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 07 Professor: Vanessa Siqueira Monitora: Evellyn Nobre AULA 07 Conteúdo da aula: Empréstimos Compulsórios; Conceito; Requisitos; Natureza Jurídica. Possibilidade do poder de polícia ser exercido potencialmente O STF na decisão cujo objeto era a taxa de renovação do alvará. O tão só fato pela emissão do alvará, considerar que exista um órgão estruturado. A doutrina encara essa decisão como o STF mudando de opinião. Empréstimos Compulsórios São caracterizados pela vinculação do produto arrecadado a uma despesa especifica. Então é um tributo afetado, vinculado. Os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais não tem fatos geradores próprios, utilizam fatos geradores de impostos. Conceito: Professor Mauro Luiz Rocha Lopes o empréstimo compulsório nada mais é do que prestação pecuniária imposta pelo Estado que gera a este contrapartida patrimonial reflexa consistente na obrigação de devolver a quantia arrecadada após o decurso de prazo estabelecido na própria lei de criação. O empréstimo compulsório se subsome a competência impositiva da União Art. 148 CF. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. O empréstimo compulsório apresenta 3 destinações: guerra externa ou sua iminência; calamidade pública; investimento nacional de caráter relevante e urgente. O empréstimo compulsório só pode vir a ser criado pelo legislador complementar federal na eventualidade de estarem presentes estas circunstancias. Essas 3 circunstâncias não são fatos geradores, apenas são passiveis de ensejar a criação do empréstimo compulsório. Os empréstimos compulsórios não têm fatos geradores próprios. Exemplo: cria empréstimos compulsórios cujo o fato gerador seja a propriedade de veículos automotores, que por acaso é de competência dos Estados, o IPVA. Pode isso? Pelo STF sim, que a liberdade é absoluta. Pode ser utilizado qualquer fato gerador de imposto na instituição de empréstimo compulsório. O STF está chancelando a bitributação. De acordo o STF, ainda, a repartição de competência só fora prevista no que tange aos impostos. Diferenciação entre Bitributação e Bis in idem : Para ambos há 2 tributos com o mesmo fato gerador que recaem sobre o mesmo contribuinte. Na bitributação esses 2 tributos não pertencem ao mesmo ente. Mas já no Bis in idem pertencem ao mesmo ente. Para doutrina a bitributação culmina na invasão de competência é algo que avilta o pacto federativo. O bis in idem é tolerado pela Constituição, já a bitributação não. A única ocasião que a Constituição permite a bitributação é no que se refere ao IEG, imposto extraordinário de guerra. art. 154, II CF.

Art. 154. A União poderá instituir: II na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Em relação a essa decisão teratológica do STF a doutrina diz que essa argumentação do STF é até válida para os empréstimos compulsórios de guerra. Então na iminência de guerra a União pode criar o IEG ou empréstimos compulsórios de guerra. É obvio que a União na eventualidade de uma guerra optaria pelo IEG, porque faz isso por intermédio de lei ordinária, já o empréstimo compulsório deve ser criado por lei complementar. Com relação ao IEG a União não precisa devolver o dinheiro arrecadado e no empréstimo compulsório precisa devolver. A União exige a criação de 3 tributos por lei complementar: que são os empréstimos compulsórios, exercício de competência residual e o imposto sobre grandes fortunas. Aqui a competência é exclusiva da União, e o legislador vai eleger o fato gerador. Destinações: Nos empréstimos compulsórios identifica se 2 vinculações: destinação imediata aquelas circunstancias arroladas no art. 148 CF. destinação mediata os empréstimos compulsórios devem ser devolvidos aos contribuintes. É um tributo restituível. Quanto a essa necessidade de devolução do dinheiro aos contribuintes: Deve ser devolvido, efetivamente, em pecúnia, em moeda circulante no país. Temos uma prestação pecuniária, e assim STF estipulou, conforme o RE 121336. A lei que cria o empréstimo compulsório ela deve necessariamente fixar a data na qual o empréstimo compulsório deverá ser devolvido aos contribuintes. Aqui no Brasil não existe empréstimo compulsório perpétuo, que é o empréstimo compulsório cuja a lei instituidora não fixou a data de devolução Resp 692708.

Natureza jurídica do empréstimo compulsório STF encampou a corrente pentapartida. A doutrina já enquadrou o empréstimo compulsório como contrato de empréstimo público, seria uma operação de credito normal. O poder público pede dinheiro emprestado para os particulares de 2 formas: Celebrando um contrato de empréstimo ou, Emitindo títulos no mercado. Verbete 418 da súmula do STF O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO NÃO É TRIBUTO, E SUA ARRECADAÇÃO NÃO ESTÁ SUJEITA A EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DA PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. Foi tornada sem validade porque no Brasil não há anualidade tributária, que foi sepultada pela emenda 1/69. O confisco levado pelo governo Collor pela lei 8024/90 não constituiu criação de empréstimo compulsório. Com relação ao compulsório de guerra e as calamidades públicas, temos uma exceção concernente ao princípio da anterioridade art.150, 1º CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Contribuições parafiscais Requisitos: Foram pinçados da doutrina do Professor Aliomar Baleeiro: 1º) destinação especifica as finalidades constitucionais. Foi um requisito prestigiado pelo STF, pois pensou em afetação. 2º) gestão para estatal Deveria haver uma entidade da administração indireta gerando esses recursos. O STF entendeu que esse segundo requisito não seria essencial, ou seja, foi desprestigiado pelo Supremo. 3º) subtração dessas receitas da fiscalização levada ao efeito pelo tribunal de contas Nunca existiu no Brasil. TCU é o órgão que fiscaliza a execução orçamentaria. 4º) exclusão dessas receitas do orçamento Também nunca existiu no Brasil. Princípio da universalidade art.165, 5º CF Princípio muito importante em matéria de direito financeiro. O orçamento deve fixar todas as receitas. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

5º A lei orçamentária anual compreenderá: I o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.