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Transcrição:

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Fundação Dom Cabral SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Coordenador do Núcleo Serasa de Inovação em Servços Carlos Arruda Organzador do lvro Carlos Anbal Noguera Costa Pesqusadora Sênor Rosléa Mlagres Pesqusadora Assocada Hérca Rgh Projeto gráfco e revsão de texto Célula de Edção de Documentos (CED) Assessora edtoral Teresa Goulart Supervsão de edtoração José Rcardo Ozólo Impressão Fundação Dom Cabral Sstema fnancero naconal: parceras, alanças e novações / Carlos Anbal Noguera Costa / Rosléa Mlagres, Hérca Rgh, Nova Lma: Fundação Dom Cabral: Núcleo Serasa de Inovação em Servços, 2007. 230 p. 1. Sstema Fnancero Naconal. 2. Parceras. 3. Inovações. I. Costa, Carlos Aníbal Noguera. II.Mlagres, Rosléa. III. Rgh, Hérca. IV. Título. 2

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Sumáro Apresentação... 9 Dnâmca, regulação, produtos e servços... 19 Fundamentos da dnâmca do sstema fnancero... 20 Polítca monetára e gestão dos bancos... 26 Produtos e servços fnanceros... 30 Tendêncas nternaconas... 41 Inovação no setor fnancero... 45 Tendêncas geras da novação em produtos e servços fnanceros... 49 A mportânca e o papel da cooperação entre bancos e outras nsttuções... 51 Concetos e termnologa de parceras, alanças e novações... 55 Prncpas vsões teórcas de parceras, alanças e novações... 63 A teora evoluconára... 65 Vsões complementares... 68 A teora dos custos de transação... 70 Motvações e objetvos para parceras, alanças e novações... 77 As teoras e as entrevstas... 81 3

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Parceras e captal socal... 83 A gestão das parceras e alanças... 89 Evolução recente e estrutura organzaconal do sstema fnancero naconal... 99 A reestruturação bancára...101 Tecnologa, setor de servços e sstema fnancero naconal... 115 Tecnologa e setor de servços...117 Tecnologa no sstema fnancero... 120 Indcadores bancáros quanttatvos de tecnologa... 125 Correspondentes bancáros...137 Conclusões e Tendêncas... 145 Parceras, alanças e custos de transação... 153 Referêncas... 155 Anexos...165 Anexo 1 Resolução 2.707...167 Resolução 3.110...171 Anexo 2 Relatóro da pesqusa qualtatva... 174 4

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Agradecmentos À Serasa, que, através de seu Presdente, Sr. Élco Aníbal de Lucca, e de seu Dretor de Desenvolvmento Humano e Organzaconal, Mlton Lus F. Perera, vem concedendo todo apoo e respeto - pessoal e nsttuconal - ao caráter técnco e centífco dos trabalhos do Núcleo Serasa de Inovação em Servços da Fundação Dom Cabral. Ao Sr. Élco Trajano, Sr. Fernando Cosenza Araújo e Sra. Elzabeth Vargas, executvos e técncos da Serasa, que, através de contatos e reunões peródcas com a equpe do Núcleo Serasa, vêm prestando ampla assstênca ao bom andamento dos trabalhos, nclusve com sugestões técncas / executvas. A Rjane Mont Alverne, gerente de recursos humanos da FDC, pelo esforço e amparo na busca de soluções das demandas e necessdades de nfra-estrutura da pesqusa. A Cláuda Vasseur, coordenadora executva, e Natalíca Arruda, auxlar admnstratva, ambas da FDC, pelo suporte logístco aos trabalhos da pesqusa. A Rcardo Squera, assessor de relações nsttuconas da FDC; a Lorena Vasconcelos, assstente de comuncação da FDC, e a Andreol MS&L, pelo apoo à dvulgação dos resultados da pesqusa. A Teresa Goulart, assessora de mprensa e edtoração da FDC, pela cooperação à revsão, edção e publcação dos trabalhos da pesqusa. A José Rcardo Ozólo, supervsor de edção de documentos da FDC, e a Dayse Lúca Mendes, revsora de textos da FDC, pela dsponbldade e dedcação à edção deste lvro. A Hérca Rgh, mestranda em polítca centífca e tecnológca na Uncamp, pelo ótmo trabalho executvo, técnco e centífco como pesqusadora do Núcleo Serasa na 1ª etapa da pesqusa, em 2006. A Vanessa Parreras, pesqusadora assocada, por sua contrbução com sugestões técncas. 5

6 Núcleo Serasa de Inovação em Servços

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Prefáco 7

8 Núcleo Serasa de Inovação em Servços

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Apresentação Carlos Aníbal Noguera Costa Este lvro é uma publcação do Núcleo Serasa de Inovação em Servços da Fundação Dom Cabral 1. O Núcleo Serasa é fruto de uma parcera entre a Fundação Dom Cabral e a Serasa, vsando, entre outros objetvos: contrbur para o desenvolvmento econômco e socal naconal, através da produção e dvulgação de pesqusas, estudos e artgos, e para a realzação de semnáros e reunões, vsando dssemnar conhecmentos e novações no setor de servços; desenvolver, sstematzar e dfundr ferramentas de gestão de novações no setor de servços. O lvro, propramente, apresenta a síntese dos estudos e pesqusas realzadas, em 2006, na 1ª etapa do projeto de pesqusa "Sstema Fnancero Naconal: Parceras, Alanças e Inovações", cujo propósto maor é nvestgar, analsar e relatar os processos de formação e de desenvolvmento de parceras e alanças no sstema fnancero braslero, especalmente as lgadas a processos de geração e transferênca de novações 2. Essa fase do trabalho do Núcleo Serasa está se concentrando em estudos no segmento dos bancos. São tratados os seguntes temas: 1 Os textos foram escrtos com dados dsponíves até novembro de 2006. 2 Nesse trabalho, novações são consderadas: novos produtos, servços, processos de "produção" e formas organzaconas. Descrção, breve, do perfl do sstema fnancero naconal. Entendmento teórco, concetual e analítco das parceras e alanças no setor fnancero. 9

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Levantamento das prncpas tendêncas nternaconas das parceras e alanças no setor fnancero, sobretudo as relaconadas a processos de geração e transferênca de novações. Relato e análse de vsões e opnões de executvos do sstema fnancero sobre parceras e alanças no setor bancáro, com atenção especal àquelas que ocasonam processos de geração e transferênca de novações. Descrção das motvações e razões que levam o sstema fnancero / bancáro a desenvolver e mplementar parceras e alanças. Identfcação e análse dos estímulos e obstáculos nsttuconas à consttução de parceras e alanças e à geração e tranferênca de novações. As relações entre tecnologa e sstema fnancero e os ndcadores quanttatvos de tecnologa bancára. Já a 2ª etapa do projeto, que está sendo realzada em 2007, faz estudos de casos sobre parceras e alanças em bancos específcos. Os resultados serão publcados em 2008. Os objetos desta pesqusa, que, naturalmente, também concdem com os do Núcleo Serasa, foram escolhdos a partr de três expressvas e marcantes tendêncas na economa mundal: 10 A elevação sucessva da partcpação do setor de servços na economa. A mportânca cada vez maor do sstema fnancero como força de dnamsmo e de nfluênca sobre o movmento cíclco da economa. A crescente relevânca da cooperação entre as empresas e entre essas e nsttuções em geral enquanto nstrumento de gestão de empresas e do setor públco e de desenvolvmento de novações.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Apesar desse movmento, há uma escassez de estudos sobre processos cooperatvos e geração e transferênca de novações no setor de servços e fnancero. A lteratura especalzada apresenta uma longa tradção em estudos nos setores ndustral e agrícola, mas neglgenca, em grande medda, o setor de servços. Assm, as tendêncas ctadas anda não provocaram o surgmento de um campo de pesqusa especalzado e dedcado ao estudo da dnâmca do setor de servços, partcularmente da gestão dos bancos. Em geral, os bancos são analsados do ponto de vsta da polítca monetára, da regulação do Banco Central e de sua nfluênca sobre os cclos econômcos. Nesse sentdo, cabe anda destacar que predomna, prncpalmente no Brasl, a vsão de que a rentabldade do sstema fnancero é apenas resultado das altas taxas de juros, havendo pouca vsbldade sobre o papel da gestão e das novações, em geral, no alcance de sua lucratvdade. Essa ncatva do Núcleo Serasa também reflete uma mudança na postura da lteratura econômca, que, até meados da década de 1980, consderava o setor de servços pouco mportante do ponto de vsta de geração de rqueza, de produtvdade e de novações tecnológcas. Por exemplo, no Brasl, a Pesqusa Industral de Inovação Tecnológca (Pntec) do IBGE, que é o mas abrangente levantamento sobre a atvdade de novação tecnológca do Brasl, como o própro nome ndca, não nclu o setor de servços em suas pesqusas. O Relatóro Setoral sobre Automação Bancára, elaborado pela Fnep (2003, p.1), reconhece essa defcênca: "(...) tvemos grande dfculdade de dentfcar estudos realzados sobre este segmento para o caso braslero" Se, por um lado, sso se apresenta como uma dfculdade, por outro, abre uma oportundade, desafo e ncentvo para a pesqusa. Portanto, apesar da fundamental e crescente mportânca do setor de servços e fnancero na socedade e economa contemporânea, 11

Núcleo Serasa de Inovação em Servços há uma carênca - no Brasl e no mundo - de estudos sobre parceras, alanças e redes nterorganzaconas nesses setores. Com base nessa face anda relatvamente desconhecda e pouco sstematzada do sstema fnancero, as seguntes questões estão dreconando o projeto: A tendênca de parceras e alanças também se verfca no setor fnancero? Por que os bancos consttuem ou não parceras e alanças? Quas tpos de parceras e alanças são mas relevantes? Como é a gestão das parceras e alanças? Desse modo, os resultados da presente pesqusa pretendem contrbur para a dvulgação de nformações e análses sobre a dnâmca real do sstema fnancero naconal, partcularmente no que toca a parceras, alanças e novações. A Metodologa O projeto parte da hpótese de que há quatro motvações báscas no setor fnancero, que nteragem no processo de decsão de estruturação de parceras e alanças e de nvestmentos na geração e transferênca de novações: A manutenção ou a busca de maor espaço no mercado dante da concorrênca. A oferta de atratvos aos clentes, seja no sentdo de custos seja em termos de confança, credbldade, comoddade, agldade, flexbldade, segurança e de novas opções de produtos e servços. 12

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações A redução dos custos nternos e da complexdade da gestão operaconal e pessoal, como força de trabalho, móves, máqunas e equpamentos, manutenção, programas de computação, telecomuncações, fraudes, especalmente as de orgem eletrônca, etc. O cumprmento das regulações e normas estabelecdas pelo Banco Central do Brasl e por nsttuções nternaconas. Em função da lmtação da dsponbldade de lteratura acadêmca sobre gestão bancára, partcularmente no que toca a parceras, alanças, redes e processos de geração e transferênca de novações, é dada uma atenção especal à pesqusa exploratóra e nvestgação através de averguações dretas junto ao sstema bancáro. Quatro formas de pesqusa estão sendo predomnantes: Revsão da lteratura especalzada e jornalístca sobre o tema. Pesqusa qualtatva, adotando-se a técnca de entrevsta em profunddade com executvos do setor fnancero. Reunões com representantes, nclusve nsttuconas, de bancos. Estudos de casos através de pesqusa de campo, de reunões com gestores e funconáros dos bancos e parceros, com o objetvo de se compreender, entre outros aspectos, as motvações, as formas de operação, as aplcações prátcas e os resultados do estabelecmento de parceras e alanças (2ª etapa). Então, com base nas pesqusas de campo, bblográfca e qualtatva, é possível traçar um quadro sobre os prncpas fatores e estímulos que levam bancos a formarem parceras e alanças e mplementarem novações e as respectvas característcas de sua gestão, entre outros pontos. 13

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Para dar maor lberdade aos membros da equpe, todos os textos da pesqusa e os capítulos do lvro são assnados pelos respectvos autores. Inovações e Concetos Em relação a novações, esta pesqusa fez a opção de assumr as dversas faces dos concetos expostos pelo glossáro da Fnep (www.fnep.gov.br), já que eles formam um conjunto coerente. Além dsso, a adoção de um espectro amplo de concetos tem todo o sentdo, à medda que novações abarcam váras áreas de conhecmentos e de atuação empresaral e públca. A segur, apresentam-se os concetos de novações. Inovação - É a ntrodução, com êxto, no mercado, de produtos, servços, processos, métodos e sstemas que não exstam anterormente, ou com alguma característca nova e dferente do padrão em vgor. Compreende dversas atvdades centífcas, tecnológcas, organzaconas, fnanceras, comercas e mercadológcas. A exgênca mínma é que o produto / servço / processo / método / sstema novador deva ser novo ou substancalmente melhorado para a empresa em relação aos seus competdores (Polítcas Operaconas FINEP). Inovação Tecnológca - É defnda pela ntrodução no mercado de um produto (bem ou servço) tecnologcamente novo ou substancalmente aprmorado ou de um processo produtvo tecnologcamente novo ou substancalmente aprmorada na empresa. Inovações Fnanceras - São defndas como oferta de novos produtos ou servços, abertura de novos mercados e ntrodução de novos processos e formas de gestão no setor. 14

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Inovação de Produt odutos os e Processos Tecnológcos (PPT) - Compreende as mplantações de produtos e processos tecnologcamente novos e substancas melhoras tecnológcas em produtos e processos. Uma novação PPT é consderada mplantada se tver sdo ntroduzda no mercado (novação de produto) ou usada no processo de produção (novação de processo). Uma novação PPT envolve uma sére de atvdades centífcas, tecnológcas, organzaconas, fnanceras e comercas. Uma empresa novadora em PPT é uma empresa que tenha mplantado produtos ou processos tecnologcamente novos ou com substancal tecnológca durante o período em análse. A exgênca mínma é de que o produto ou processo seja novo (ou substancalmente melhorado) para a empresa (não precsa ser novo no mundo). Estão ncluídas novações relaconadas com atvdades prmáras e secundáras, bem como novações de processos em atvdades smlares. (OECD. Oslo Manual. Pars, OCDE/Eurostat, 1997, cap.3. p. 47) Inovação Gerencal e Organzaconal - Compreende a ntrodução de estruturas organzaconas substancalmente modfcadas; a mplementação de técncas avançadas de gestão, bem como a mplementação de orentação estratégca corporatva nova ou substancalmente modfcada. (OECD, Oslo Manual, 1997, p. 54.) Os Capítulos O lvro está dvddo, além dessa Apresentação, em 10 capítulos e um anexo. Os capítulos tratam dos seguntes assuntos: 15

Núcleo Serasa de Inovação em Servços 1. Dnâmca, Regulação, Produtos e Servços Fnanceros - O papel do sstema fnancero na economa e das relações entre a gestão dos bancos - e a característca destes e poder de crarem moeda - com a regulação bancára e a polítca monetára. Além dsso, o capítulo regstra um perfl da heterogenedade e complexdade dos produtos e servços oferecdos pelos bancos ao mercado. 2. Tendêncas Internaconas - Os ndcadores nternaconas da novação em servços fnanceros e um levantamento geral sobre novações de produtos e servços, partcularmente no que toca à colaboração no setor. O capítulo salenta anda a mportânca da cooperação no sstema fnancero. 3. Concetos os e Termnologa de Par arceras, Alanças e Inovações - Concetos de redes, parceras, alanças e novações, defndos por alguns dos especalstas mas reconhecdos na lteratura acadêmca nternaconal nessa área de estudo. 4. Prncpas Vsões Teórcas de Par arceras, Alanças e Inovações - Elementos concetuas báscos das prncpas correntes teórcas sobre redes, alanças e parceras e o comportamento das frmas nesse contexto. A opção, nessa pesqusa, fo pelos marcos teórcos da Teora Evoluconára e da Teora dos Custos de Transação. 5. Motvações e Objetvos para Parceras, Alanças e Inovações - De acordo com a Teora Evoluconára e a Teora dos Custos de Transação, são expostos concetos, crítcas, motvações e razões para o estabelecmento / térmno e para o sucesso / fracasso das parceras etc. O capítulo relacona também essas teoras e as entrevstas em profunddade realzadas para o relatóro da pesqusa qualtatva (Anexo 2). 16

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações 6. Parceras e Captal Socal - Concetos de captal socal e suas relações com a formatação e o desenvolvmento de parceras e alanças. 7. A Gestão das Parceras e Alanças - Relato, comentáro e análse das mas mportantes formas, característcas, nstrumentos, desafos, dfculdades etc. da gestão de parceras e alanças pelas empresas de acordo com as prncpas vsões teórcas sobre essa questão. 8. Evolução Recente e Estrutura Organzaconal do Sstema Fnancero - Movmento e mudanças no perfl do sstema bancáro naconal nessa últma década e suas nfluêncas sobre a gestão e novações bancáras, a partr de ndcadores qualtatvos e quanttatvos. 9. Tecnologa, Setor de Servços e Sstema Fnancero Naconal - Análse das relações entre a tecnologa e o setor de servços, partcularmente com o sstema fnancero e suas respectvas característcas e, anda, os prncpas ndcadores quanttatvos das novações tecnológcas bancáras no Brasl. 10. Tendêncas e Conclusões - As mas prováves grandes tendêncas do sstema fnancero naconal e das parceras, alanças e novações no setor bancáro, a partr das perspectvas mas plausíves da economa braslera. 11. Anexo 2 - Relatóro da Pesqusa Qualtatva - Entrevstas em profunddade com 21 executvos de 16 bancos naconas e estrangeros, prvados e públcos e de pequeno, médo e grande portes. O texto faz um relato e uma análse dos resultados das entrevstas sobre concetos, formatos, o papel do Banco Central, as razões e motvações, a formação, o desenvolvmento e as tendêncas das parceras, alanças e novações no setor bancáro braslero. 17

Núcleo Serasa de Inovação em Servços 18

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Dnâmca, Regulação, Produtos e Servços Fnanceros Carlos Aníbal Noguera Costa 19

Núcleo Serasa de Inovação em Servços 20

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Fundamentos da dnâmca do sstema fnancero O dnamsmo de uma economa está relaconado dretamente à capacdade do sstema fnancero de centralzar, canalzar e adantar recursos para a socedade nvestr e consumr. Há varados fatores nterlgados que cram as condções para o desenvolvmento econômco, tecnológco e socal, mas o poder dos bancos de crar moeda e a exstênca de um sstema de ntermedação de excedentes econômcos na forma fnancera e de crédto estão entre os mas mportantes (HILFERDING, 1985). São essas funconaldades, específcas do sstema fnancero, que permtem às empresas e aos consumdores prescndrem, em parte, de poupança própra e préva para nvestr em seus respectvos negócos e em novos empreendmentos ou comprar mercadoras. Sem essa condção, o desenvolvmento mundal estara num estágo muto anteror ao que se encontra, pos precsara de se esperar pela acumulação físca de excedentes econômcos para que se pudesse realzar nvestmentos e o consumo pessoal acma da mera reposção do desgaste (KEYNES, 1982). Mas, da mesma forma que o setor fnancero é absolutamente essencal para mpulsonar a economa, ele pode potencalzar eventuas nstabldades e crses econômcas cíclcas. Se amplos segmentos de devedores perdem a condção de honrar seus compromssos junto ao setor fnancero em razão de uma ncapacdade estrutural de pagamento, os bancos dexam de ter capacdade de realzar empréstmos como antes, partcularmente durante fases de crses cambas (KRUGMAN, Paul, 2001). Alguns bancos podem fcar sem condções até mesmo de honrar obrgações junto a clentes e credores. Essa nstabldade pode se tornar mas aguda em razão de boa parte de os atvos dados como garantas bancáras se desvalorzar e das dfculdades de transformá-las em lqudez medata. 21

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Em suma, como o arco de negócos do sstema fnancero abarca todos os segmentos econômcos e socas e boa parte dos credores dos bancos é composta pelos própros concorrentes e pelas nsttuções fnanceras em geral (seguradoras, fundos de pensão etc.), uma forte nstabldade no setor pode detonar uma crse sstêmca sobre toda a economa. Desse modo, os efetos multplcadores negatvos cram um círculo vcoso de deteroração das condções econômcas e socas. Regulação e Gestão Bancára Para evtar o desencadeamento desse processo desntegrador da economa, o BC vem assumndo, mas atvamente, o papel de regulador e fscalzador da gestão bancára e de "emprestador de últma nstânca". (MINSKY, 1986) Posto esse quadro, a atvdade fnancera pressupõe ampla lqudez, confança e credbldade das nsttuções bancáras e de suas congêneres. A capacdade de crar moeda, a guarda de valores monetáros, a venda de títulos, a ntermedação fnancera e a assessora a negócos dversos, entre outros aspectos, mplcam a necessdade de uma gestão dos negócos e de uma conduta nsttuconal, legal e étca rgorosa por parte do sstema fnancero. Mas é a partculardade mas especal dos bancos - a capacdade de crar moeda - que é o ponto nevrálgco do sstema fnancero. Em razão de poder utlzar os depóstos à vsta para alavancar a concessão de crédto a pessoas físcas e jurídcas, o banco tem a condção de multplcar a moeda em crculação e de amplar a concessão de fnancamento muto acma do volume de captal própro, dos títulos própros venddos no mercado e dos recursos dsponíves, nomnalmente, na conta de depóstos à vsta. Em função dessas característcas apontadas, o sstema fnancero é objeto de forte controle e regulação pelas autordades monetáras. Há uma sére de les, regras e normas que o setor 22

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações deve segur rgdamente, o que mpõe uma gestão admnstratva e contábl com menor nível de lberdade do que em outros segmentos. No Brasl, fora a fscalzação padrão da Receta Federal, aprofundada por conta da CPMF, audtoras ndependentes permanentes e exgêncas de prestações de contas, fscalzações e audtoras - contínuas ou ntempestvas por parte do BC - fazem parte da rotna bancára (Manual de Supervsão, 2006. Dsponível em: <www.bcb.gov.br>). No que toca aos crédtos, por exemplo, os bancos devem segur os lmtes de rsco mpostos pelo BC. Quanto mas arrscados forem os empréstmos, maor é a exgênca de captal própro, com o objetvo tanto de desestmular a concessão de crédtos de alto rsco quanto para ncentvar os bancos a adotarem um comportamento prudente na análse de crédto (Relatóros de Establdade Fnancera, Dversos, 2002 a 2006. Dsponível em: <www.bcb.gov.br,>). Todava, a regulação não se dá apenas em nível naconal. O conjunto das característcas ntrínsecas ao setor tornou mprescndível o controle sobre o sstema fnancero também em plano nternaconal, especalmente após a flexblzação e lberação do câmbo, da globalzação, das novas facldades de nvestr em mercados nternaconas e das grandes crses fnanceras globas de 1971/73, 1979/82, 1991/92 e 1997/98. Como resposta a essas questões e problemas, nsttuções nternaconas, como o FMI e o BIS, estão estmulando, recorrentemente, a mplementação de meddas de comportamento mas prudente pelo setor fnancero em todo o mundo. Os Acordos I e II de Basléa, delberados pelo Comtê da Basléa (representantes dos BCs da França, Bélgca, Canadá, Alemanha, Japão, Reno Undo, EUA, Luxemburgo, Itála, Espanha, Suíça, Holanda e Suéca), são exemplos dos cudados crescentes sobre a saúde fnancera mundal por meo do ncentvo ao estabelecmento de regras preventvas e mas rgorosas para amenzar os rscos nerentes à atvdade bancára (Prncípos da Basléa. Dsponível em: <www.bcb.gov.br> ) 23

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Com a execução de sstemas de controle de rscos mas cautelosos, o BC evta que a economa se acelere sobremanera através da oferta ndscrmnada de crédto. Afnal, os bancos, como as empresas em geral, também querem aprovetar a expansão econômca e vender seu prncpal produto, que é o crédto. O problema é que pode ocorrer, como já aconteceu dversas vezes na hstóra econômca, uma oferta de crédto sem a devda análse de rsco e cudado sobre a capacdade de pagamento dos respectvos devedores. Esses podem, em certas conjunturas, perder a condção fnancera de honrar seus compromssos. Se esse processo alcança, smultaneamente, dversos segmentos econômcos, a economa passa a ser ameaçada por uma crse sstêmca, em função de uma tomada de crédto no passado que se mostra, no presente, acma das condções concretas e objetvas da realzação de vendas de bens e servços e de lucros de mutas empresas. A partr desses nstrumentos de montoramento, controle e transparênca, os BCs podem, de acordo com as especfcdades de suas respectvas economas e de seus mercados fnanceros, agr com maor efcáca e efcênca para executar suas estratégas e atngr seus objetvos, procurando sempre estmular um sstema de crédto mas dnâmco e, ao mesmo tempo, seguro. A déa é que a lberdade de se lançar novações fnanceras seja estmulada, porém de forma sustentável. Mas não é apenas aos BCs que nteressa a fxação e dfusão das normas unversas ndcadas pelo Acordo da Basléa. Com maor acesso a nformações sobre as operações e a contabldade dos bancos, os mercados de títulos fnanceros podem premar os mas seguros e confáves, através da acetação de juros menores, e penalzar os com gestão mas temerára, através da cobrança de remunerações mas altas. De forma análoga, ocorre o mesmo com os aconstas dos bancos, pos os que conseguem alar transparênca, prudênca e lucratvdade têm suas ações valorzadas ao longo do tempo e se mantêm mas compettvos (Cartlha de Governança Corporatva, 2002. Dsponível em: <www.cvm.gov.br,>). 24

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Para cumprr as normas e regras mpostas pela regulamentação do BC, os bancos têm de, obrgatoramente, contar com sstemas de ntelgênca com forte conteúdo de tecnologa da nformação (Fscalzação - Relatóro de 8 Anos, <www.bcb.gov.br>). O BC, nclusve, exge que os sstemas computaconas dos bancos atendam a uma sére de requstos de segurança, agldade e armanezamento de dados. As análses de crédto também estão sendo mas rgorosas em razão do maor controle e fscalzação do BC. Na busca de redução da nadmplênca, os bancos têm se valdo de softwares que possam combnar dversas varáves para se calcular os rscos e a as taxas de juros mas adequadas aos varados tpos de clentes e mercado e de suas respectvas hstóras. Além dsso, usam parceros especalzados para ajudar na gestão do rsco, de tal sorte que haja uma artculação entre os nteresses dos bancos e o cumprmento da regulamentação. Portanto, é nesse cenáro de rsco e regulação das atvdades fnanceras que devem ser estruturadas as parceras, alanças e novações. O camnho na busca da redução dos custos e do aumento da produtvdade, efcênca e qualdade não é lvre. Há restrções normatvas, legslatvas e trbutáras. Há o comportamento do mercado e da concorrênca. E há as exgêncas dos clentes. 25

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Polítca Monetára e Gestão dos Bancos O sstema fnancero naconal anda é sujeto a outros tpos de regulação, tão ou mas mportantes para sua gestão quanto o controle nsttuconal pelo BC (COSTA, 1999): da polítca monetára, através do uso da taxa de juros básca da economa e de outros nstrumentos, como o nível de depóstos compulsóros e da trbutação; da polítca fnancera, através do dreconamento obrgatóro de parte dos depóstos à vsta para crédtos com teto prefxado das taxas de juros para determnadas áreas, como mcrocrédto, agrcultura e habtação. Então, talvez mas do que em mutos outros segmentos econômcos, a dferença entre custos e recetas é ndetermnada a pror. Antes de tudo, pela volatldade da nflação, que pode ser maor ou menor do que se esperava por ocasão das decsões dos preços dos produtos e servços bancáros, especalmente quando são prefxados, tanto na ponta da "venda" quanto na da "compra de dnhero". Mas há anda a nfluênca exógena da taxa de juros básca da economa, estabelecda pela polítca monetára, que também está relaconada dretamente ao comportamento da nflação. Quando há pressões nflaconáras, o padrão é que o BC eleve as taxas de juros, fazendo com que os custos das captações novas para os bancos se elevem, ocorrendo o movmento nverso quando há pressões deflaconáras. Outra nfluênca é a do câmbo, que nterfere nos custos das captações externas, tanto na hora de transformar a moeda externa em naconal, quanto no movmento nverso por ocasão do pagamento dos crédtos. 26

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Como parte do crédto antgo conceddo é baseada em novas captações, essas podem ter custos maores ou menores em decorrênca da trajetóra ascendente ou descendente da taxa de juros básca do câmbo. Como decorrênca, podem ocorrer maores ou menores descasamentos entre os custos de "compra de dnhero novo" e "de venda de dnhero velho" pelos bancos. Isso pode resultar em maores ou menores lucros para uma parcela ou até mesmo para a totaldade dos bancos. No caso de queda dos lucros, dependendo de sua magntude, pode elevar a desconfança em relação à saúde fnancera dos bancos mas atngdos e, conseqüentemente, ao aumento de seus custos de captação e à desvalorzação de suas ações. Se esse processo de descasamento entre as recetas dos atvos e os custos das despesas com os passvos for muto acentuada e dssemnada, pode haver ameaças de rsco sstêmco e de aprofundamento da nstabldade econômca. Portanto, como as polítcas monetára e fnancera moldam os custos e as recetas dos bancos, elas nfluencam dretamente sua gestão. Todas as decsões de negócos, de estrutura de custos, de nvestmentos, de oferta de produtos e de servços dos bancos, a exemplo das demas atvdades empresaras, passam pelos preços relatvos, pela margem de lucro e pelo custo / benefíco e de oportundade. Nos bancos, como há custos que não estão sob seu controle em função da regulamentação e das referêncas de juros fxadas pelo BC, a busca de redução de custos e a elevação das recetas é mas acentuada nas áreas que detêm maor soberana. Em síntese, os bancos têm autonoma relatva para domnar o custo admnstratvo, o portfólo de negócos e com quem deve manter relações fnanceras e comercas. Mas o BC tem autonoma, também relatva, para estabelecer as polítcas monetára e fnancera, através da taxa de juros básca, dos níves dos depóstos compulsóros, de parte dos trbutos fnanceros, de meddas de regulamentação etc. 27

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Então, os bancos não conseguem prever e controlar uma sére de custos mportantes e de fatores que nfluencam a dnâmca econômca geral e a saúde fnancera de seus clentes. O motvo é que esses aspectos estão relaconados à evolução das polítcas públca e econômca, à estrutura trbutára, ao nível de atvdades de setores econômcos específcos etc. Além dsso, os bancos, partcularmente no Brasl, enfrentam uma expressva nsegurança jurídca em função da lentdão e dos confltos nas nterpretações da legslação nas dversas nstâncas e entre os juízes do sstema judcáro, por exemplo: a execução das garantas dos devedores nadmplentes e a consttuconaldade de certos mpostos são permanentemente cercadas por forte ncerteza. Assm, tanto para segur a regulação do BC, quanto para se manterem lucratvos, os bancos precsam utlzar avançados nstrumentos de gestão, como parceras, alanças e novações tecnológcas e fnanceras, vsando, entre outros aspectos, a redução dos custos, aumento do mercado, fdeldade dos clentes e cálculo ponderado dos rscos embutdos em seus negócos. Para sso, é fundamental a utlzação ntensa de tecnologa de nformação, através tanto de hardwares com grande capacdade de armazenamento e velocdade no tratamento de dados quanto de softwares que possam cruzar dversos dados e varáves econômco-fnanceras. O pressuposto é que quanto menores os custos fxos e operaconas e maores os acertos nos cálculos dos rscos e da rentabldade líquda futura, maor é a probabldade de os bancos terem sucesso na expansão de seus negócos e lucros. Para subsdar as decsões dos negócos dos bancos, é precso, então, somar a capacdade de análse dos recursos humanos dos departamentos afns à de outros agentes (parceros) e à dsponbldade de softwares possantes o sufcente para cruzar nformações e testar, rapdamente, as dversas hpóteses 28

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações abordadas nos pareceres sobre os negócos. Qual o rsco presente e futuro dos clentes? Qual o rsco presente e futuro dos setores em que os clentes estão nserdos? Qual o mpacto dos crédtos sobre a ponderação dos rscos dos atvos e, portanto, sobre o captal própro do banco para cumprr as exgêncas do BC? Essas são algumas das questões báscas que sempre devem ser responddas pelas análses de crédto. É neste quadro geral brevemente sntetzado que os bancos trabalham e traçam suas estratégas. De um lado, a polítca monetára e as regulamentações nsttuconas e legas balzam a gestão admnstratva e dos custos e recetas. Por outro lado, a concorrênca e a capacdade de demanda e de pagamento do mercado lmtam a lberdade dos bancos em fxarem os preços de venda de seus crédtos, produtos e servços. Por sua vez, a mobldade dos parâmetros dos custos e das recetas fnanceras torna esse mercado extremamente volátl. Isso provoca um conjunto de ncatvas por parte dos bancos para manter os custos baxos e, ao mesmo tempo, a capacdade de concorrênca. Entre essas ncatvas destacam-se as parceras, alanças e novações, nclusve para superar as lmtações das competêncas nternas e de captas para nvestmentos. Dado esse conjunto de característcas do setor, o desafo é como conclar, no curto, médo e longo prazos, a maor lucratvdade possível. Alguns dos camnhos utlzados pelos bancos são os examnados neste trabalho: parceras, alanças e novações com os objetvos geras de: a) cumprr a legslação; b) reduzr custos; c) elevar a caplardade; d) somar competêncas para tornar a gestão mas efcente e efcaz, desenvolver novações e lançar novos produtos e servços; e) aumentar a capacdade de alavancagem fnancera; f) partcpar de projetos grupas de fnancamento e de estruturação de negócos mas sofstcados e de maor porte. 29

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Produtos e Servços Fnanceros Nem os bancos nem os usuáros bancáros consttuem-se uma massa unforme de empresas e pessoas. Ao contráro, os segmentos socas, os portes das empresas, os objetos dos crédtos, a lqudez das garantas são muto dstntas, sobretudo para os grandes e médos bancos que trabalham com uma multplcdade de clentes. A exgênca de captal própro, a estruturação das operações fnanceras, a complexdade das análses de rsco e os custos em pessoal e nvestmentos em tecnologa de nformação e comuncação (TIC) são algumas lmtações e razões que mpõem à grande maora dos bancos se especalzarem em nchos de mercado. Por consegunte, uma das característcas do sstema fnancero é que sua clentela é um retrato da socedade naconal: ampla, heterogênea e segmentada. Esses aspectos tomam uma dmensão anda maor quando se consdera o cruzamento de produtos, servços e públcos-alvos. Por exemplo (FORTUNA, 2006): 30 segmentos socas e econômcos, como mcro, pequenas, médas e grandes empresas, assalarados, autônomos, profssonas lberas, faxas etáras, baxa, méda e alta renda, pequenas, médas e grandes famílas; crédto e fnancamento, como captal de gro e nvestmentos para empresas da ndústra, agrcultura e servços, desconto de títulos e duplcatas, automóvel, habtação, crédto pessoal; nvestmentos e aplcações fnanceras, como CDBs, fundos de nvestmentos, poupança, ações; outros produtos, como seguros, prevdênca, cartões de crédto, consórcos, títulos de captalzação; servços, como contas correntes, depóstos e retrada de recursos, transferênca de recursos, pagamento e

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações recebmento de boletos, taxas e mpostos, débtos automátcos, cofre, custóda, câmbo, assessora fnancera, folhas de pagamento, cobranças. Em suma, o setor se relacona, permanente e recorrentemente, com todos os segmentos econômcos e socas e a mensa maora dos cdadãos. Como quase a totaldade das relações comercas, de consumo, de trabalho e da prevdênca e segurança socal passa pela ntermedação e transferênca cotdana de valores monetáros, o conjunto dos usuáros é toda a socedade. Esse varado e extenso arco de atuação sgnfca que o dnamsmo da economa está relaconado dretamente à capacdade do sstema fnancero e ao estado-da-arte tecnológca, entre outros aspectos, de: a) dsponblzar contas correntes; b) transferr recursos monetáros; c) realzar empréstmos e pagamentos; d) organzar e ntermedar nvestmentos fnanceros; e) oferecer seguros e prevdênca prvada (FORTUNA, 2006). Credbldade e funconaldades do sstema fnancero Outra condção ndspensável para o pleno funconamento do sstema fnancero é a credbldade (KRUGMAN, 1999). O descrédto de um sstema fnancero quebra a confança na moeda naconal, gera mas ncerteza e lmta o desenvolvmento econômco e socal. Quanto maor a confança nos bancos, menores são os custos fnanceros das transações e maores são as probabldades de a economa crescer com establdade. Se um sstema fnancero fca sob suspeta pela socedade, a tendênca é de se transferr o poder da moeda naconal para outro tpo de atvo ou moeda nternaconal, mnando a agldade e flexbldade dos crcutos de 31

Núcleo Serasa de Inovação em Servços compra e venda de produtos e servços e dos negócos em geral. Essas são algumas das prncpas preocupações dos governos e dos respectvos bancos centras ao regularem o funconamento, a organzação e as regras que o sstema fnancero deve respetar para manter suas atvdades (ROBERTS, 2000). Mas, além de contrbur com o processo de confança na moeda, o sstema fnancero deve ser organzado para ser funconal ao desenvolvmento econômco. A formatação funconal dos bancos vara conforme as regulações naconas. No passado, países como os EUA, a partr da crse de 1929, e o Brasl, após o estabelecmento do regme mltar, em 1964, estabelecam que os agentes fnanceros fossem especalzados em produtos e servços, como bancos comercas e de nvestmentos, dstrbudoras de títulos e valores mobláros e poupança moblára. Já países como a Alemanha e o Japão baseavam suas regulamentações na forma de conglomerados fnanceros, nclusve com as holdngs podendo deter fortes partcpações aconáras em empresas ndustras (TAVARES, 1976; CARVALHO et al., 2000; HOWELLS; BAIN, 2001). Bancos unversas e especalzados Contudo, a tendênca nternaconal, desde os anos 80, de os bancos se tornarem unversas se mpôs. Assm, os bancos centras naconas mas mportantes acabaram por sanconar o movmento do mercado, crando regulamentações adequadas a agentes fnanceros que oferecem múltplos e dversfcados tpos de crédto, de títulos e de produtos e servços 3. O Brasl não escapou dessas tendêncas. Os grandes bancos múltplos brasleros, com a experênca, os conhecmentos adqurdos ao longo do tempo, a percepção da possbldade de ldar com atvdades que possuem snerga com sua atuação orgnal e o avanço tecnológco tornaram-se verdaderos "balcões de negócos" (COSTA, 1999). Atualmente, atendem a uma dversfcada e ampla gama de clentes e oferecem uma cartera 3 No que toca às partcpações dos bancos em empresas nos setores ndustral, agrícola e de servços, elas têm sdo acetas desde que haja restrções nas relações fnanceras entre elas, partcularmente na dreção dos bancos para as empresas das quas são aconstas. 32

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações ntegrada de produtos e servços (FORTUNA, 2006). Os grandes bancos também procuram, ndvdualmente ou através de parceras e alanças, partcpar de pratcamente todos os segmentos de negócos fnanceros e nchos da economa, por exemplo: Mesmo quando as empresas não fnanceras buscam fnancamento dreto junto aos nvestdores, os bancos unversas aprovetam sua expertse e sua caplardade para servrem como ntermedáros entre aquelas empresas e o mercado, o que, nclusve, lhes permte partcpar e lucrar com o processo sem elevar sua alavancagem fnancera, de acordo com as regras prudencas determnadas pelo BC e ndcadas pelo Acordo da Basléa. Em relação ao crédto consgnado, os bancos menores, mutas vezes, através de correspondentes bancáros, conseguem fundng com os grandes bancos, realzam os empréstmos e, posterormente, vendem suas carteras para eles, mas não necessaramente para os mesmos que alavacaram os crédtos. Sem dúvda, exercer essa pluraldade de atvdades de forma efcente e efcaz é um grande desafo para os grandes bancos de varejo. Não é à toa que a complexdade da execução smultânea de um conjunto de operações dferentes é uma das barreras à entrada no segmento dos grandes bancos unversas. Dessa forma, os bancos de médo e pequeno portes procuram estabelecer suas competêncas e especalzações nos nchos de mercado que podem competr de forma rentável a médo e longo prazos (COSTA, 1999). De uns anos para cá, há uma conscênca dos médos bancos de que não devem tentar fazer tudo o que os grandes bancos fazem, mas concentrar-se naquelas atvdades que têm maor snerga entre s e aprovetar o fato de que podem dar um tratamento mas ágl e personalzado aos seus clentes. Com mas razão anda, os bancos pequenos têm se especalzado em poucas atvdades. 33

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Para se nserrem de forma efcente, efcaz e rentável nos mercados-alvos, os bancos, ndependentemente do porte, estão mplementando estratégas baseadas no uso crescente de parceras, alanças e novações. Com o objetvo de lustrar a enorme multplcdade de atvdades que os bancos unversas podem exercer, a lsta a segur apresenta uma amostra da varedade da oferta de produtos e servços (FORTUNA, 2006). Mantêm contas correntes para depóstos à vsta, captam depóstos a prazo, repassam recursos externos e são ntermedáros na compensação de cheques. Recebem e realzam pagamentos de tarfas, mpostos e taxas de servços públcos e de boletos de pessoas jurídcas e físcas e de cartões de crédto, nclusve através de débto automátco. Realzam operações de crédto, através de leasng, desconto de títulos, securtzação de recbíves e crédto pessoal, dreto ao consumdor e consgnado etc. Fazem servços de cobrança e de controle e execução de folhas de pagamentos e vendem fanças e avas bancáros. Vendem seguros de vda, agrícolas, resdencas, de undades ndustras, empresas, lucros cessantes e planos abertos e fechados de prevdênca complementar. Vendem CDBs, títulos públcos da dívda e externa e de captalzação, debêntures, poupança etc. Fnancam empreendmentos ndustras, comercas e mobláros, atvdades agrícolas, setor públco etc. Fnancam exportações e mportações, fazem transferêncas nternaconas e captam recursos externos. 34

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Vendem consórcos de automóves, motoccle tas, camnhões, máqunas e equpamentos agrícolas, eletroeletrôncos, móves. Podem exercer o papel de nvestdores dretos em empreendmentos ndustras, agrícolas, comercas e de nfra-estrutura, seja como aconstas mnortáros ou majortáros. Negocam, através de corretoras especalzadas, à vsta ou no mercado de dervatvos (mercados de futuros, a termo, de opções e swaps), com atvos própros ou de terceros: prncpalmente ações, câmbo, moeda e commodtes agrícolas e ndustralzadas. Podem ser proponentes, organzadores, coordenadores e ntermedáros de negócos. Alguns exemplos ajudam a dexar mas clara essa atvdade relaconada a fnanças corporatvas, essencal para o desenvolvmento econômco: Project fnance: Os bancos, em geral alados a alguns nvestdores potencas, desenham um nvestmento, na maora dos casos de nfraestrutura. Trabalhando como um consórco, contratam o projeto técnco prelmnar e o executvo, fazem o estudo de vabldade jurídca e econômco-fnancera, organzam uma socedade de propósto específco para ser responsável pela gestão do negóco e lançam títulos para fnancar o projeto. A remuneração do fnancamento deve ser próxma à taxa de lucros méda da economa e as garantas são assentadas nas recetas futuras / fluxo de caxa do empreendmento. Mercado de captas: 1) Os bancos estruturam e fazem o lançamento de títulos de dívda na 35

Núcleo Serasa de Inovação em Servços forma de debêntures, notas promssóras, commercal papers, eurobonds, securtzação de recebíves etc; 2) estruturam e fazem o lançamento de ações para abertura ou aumento de captal, através da abertura de captal, emssão de novas ações, de debêntures conversíves em ações e de oferta secundára de ações. Fusões, aqusções e reestruturação patrmonal: Os bancos assessoram e estruturam processos de fusões e aqusções, prvatzação, formação de jont ventures, acordos de aconstas, csões, engenharas fnanceras para processos de reestruturação etc. Podem ser organzadores e admnstradores de fundos de nvestmentos, defndos pela CVM como "uma comunhão de recursos, consttuída sob a forma de condomíno, destnado à aplcação em títulos e valores mobláros, bem como em quasquer outros atvos dsponíves no mercado fnancero e de captas" (CVM, Instrução 109. Dsponível em: <www.cvm.gov.br>). De acordo com a Assocação Naconal de Bancos de Investmentos (Anbd. Dsponível em: <www.anbd.com.br>), "um fundo de nvestmento é um condomíno que reúne recursos de um conjunto de nvestdores, com o objetvo de obter ganhos fnanceros a partr da aqusção de uma cartera de títulos ou valores mobláros". Os fundos têm personaldade jurídca própra e é vetado o cruzamento de seus atvos com os das nsttuções gestoras. Por grandes blocos de tpos atvos, os prncpas fundos, no Brasl, são os classfcados como de Curto Prazo, Referencado DI, Renda Fxa, Prevdênca e Ações. 36

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações Para se ter uma déa da mportânca desse nstrumento, em setembro de 2006, o patrmôno líqudo dos 4.925 fundos exstentes, com 10,8 mlhões de cotstas, alcançava R$817 blhões no País (Anbd, outubro/2006), enquanto o saldo de crédto do sstema fnancero atnga, em junho de 2006 (BC), R$638 blhões no setor prvado e R$21 blhões no setor públco, totalzando R$659 blhões. A magem dos bancos gestores no mercado exerce um papel crucal nas vendas dos Fundos, pos os seus nvestdores buscam segurança, rentabldade e lqudez, acentuando, dependendo do respectvo perfl da aplcação, algum desses aspectos. Assumem a função de prvate bankng, que se defne, segundo a Anbd, como "segmento das nsttuções fnanceras destnado a atender a clentes que possuem uma dsponbldade mínma de nvestmento defndo por cada nsttução, sendo que, raramente, esse valor é nferor R$1 mlhão. Para atender à demanda desse tpo de clente, as nsttuções prestam servços muto mas abrangentes que os tradconas servços bancáros e de crédto prestados nas agêncas. São atenddos por profssonas altamente capactados (os gerentes de relaconamento ou prvate bankers) a entender o perfl e o objetvo patrmonal de cada clente, sugerr realocação de atvos fnanceros e não fnanceros, fornecer nformações que o auxlem na tomada de decsão, além de dentfcar as necessdades relaconadas às questões legas e trbutáras, sucessão famlar e empresaral e, até mesmo, a mercados mas especalzados, como arte e antgüdade, e encamnhá- los a profssonas habltados e especalzados nessas questões." 37

Núcleo Serasa de Inovação em Servços Até o níco da década de 2000, a maora dos grandes bancos não tnha nstrumentos aproprados mas consoldados para ldar com o ncho de mercado dos prvate bankngs, ao contráro de alguns bancos especalzados que já nasceram com estratégas específcas para esse públco (COSTA, 1999). Contudo, os grandes bancos, atualmente, revram sua postura e estão mplementando estratégas agressvas dreconadas a esse perfl de clentes, nclusve com forte campanha de marketng. Prestador de servços de custóda: Serve como guarda de atvos, seja fscamente seja por meo escrtural, cumprndo o papel de assegurar aos aplcadores fnanceros e nvestdores em geral que os atvos - por exemplo, de fundos de pensão, de nvestmentos, de dervatvos, títulos em geral - sob sua guarda estão seguros de rscos de fraudes e dolos de qualquer natureza. Atualmente, os servços de custóda compreendem anda a nformação detalhada sobre valor e rscos dos atvos, cálculos de ndcadores rsco e do valor das cotas, emssão de relatóros consoldados etc. O total de atvos custodados em setembro de 2006, segundo a Anbd, alcançava 1,37 trlhão de reas. A "alternatva" das parceras e alanças A despeto do atraso no desenvolvmento e na aplcação de novações de gestão e tecnológcas na economa em geral, algumas partculardades do Brasl reforçam a opção de parceras, as alanças e novações pelo sstema fnancero, por exemplo dmensões da população, especalmente da parcela de baxa renda, cujos pequenos valores por operação mutas vezes não compensam as despesas e a complexdade admnstratva de atendê-la dretamente. Como as tecnologas antquadas, va de regra, têm custos maores (as transações eletrôncas sgnfcam 38

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Parceras, Alanças e Inovações entre 33% e 50% dos custos das transações com cheques, por exemplo), o uso de novações tecnológcas torna-se atratvo, mesmo com o custo de mão-de-obra mas baxo que nos países desenvolvdos (BACEN, 2005). A despeto de os custos de transação estarem sendo amenzados com a TIC, o tamanho do terrtóro, das regões metropoltanas e da população, a heterogenedade e segmentação socal e o número de muncípos 4 tornam as parceras e alanças nstrumentos ndspensáves para os produtos e servços bancáros alcançarem a população e as empresas que estão dspersas. Assm, consderando essa enorme varedade de clentes e de campos de atuação, os bancos estabelecem estratégas dferencadas de acordo com o que consderam mas de acordo com seu porte e expertse. Para exercer todas essas atvdades, sobretudo num ambente caracterzado mas ou menos, mas permanentemente, pela ncerteza, os bancos precsam utlzar uma grande nfra-estrutura físca, tecnológca e de recursos humanos. Além dsso, não se pode esquecer o alto grau de regulação sobre o sstema fnancero, que pressupõe o respeto às normas e regras nsttuconas defndas pelo BC, em consonânca com o Acordo da Basléa. 4 5.561 muncípos, sendo que 1.382 têm até 5 ml habtantes, 1.308 têm entre 5 ml e 10 ml habtantes, 1.384 têm entre 10 ml e 20 ml e 963 têm entre 20 ml e 50 ml, fora os barros e dstrtos longínquos e pobres (IBGE, <www.bge.gov.br>). Portanto, apesar de ldar prncpalmente com o captal de terceros, há fortes barreras à entrada no segmento dos bancos de fato unversas. Algumas das prncpas maneras de os bancos, de qualquer porte, responderem a esses desafos são através da formatação de parceras e alanças estratégcas, que amenzam, pelo menos parcalmente, os nvestmentos em novações tecnológcas e de gestão, produto e marketng e nfra-estrutura, contrbundo para superar as lmtações de captal (FDC/Núcleo Serasa de Inovação em Servços, 2006). Nesse sentdo, pode-se afrmar que os bancos, em geral, de todos os portes, vêm mplementando parceras, alanças e novações para consegurem executar um atendmento responsável, étco e competente, pressupostos essencas para maxmzar sua rentabldade a médo e longo prazos. 39