40í. Setembro, 2003 I ISSN Faculdade de Ciências Econômicas d a UFRGS. A n o 2 1

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Transcrição:

I ISSN 0102-9924 Faculdade de Cêncas Econômcas d a A UFRGS c o n o m c a MACROECONOMIA DO BRASIL PÓS-1994 LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ E ACESSO BANCÁRIO: UM ESTUDO DE CASO DAS MESORREGIÕE5 DE MINAS GERAIS MARCO CROCCO. CLÁUDIO BARRA DE CASTRO, ANDERSON CAVALCANTE E VANESSA DA COSTA VAL FRIEDMAN E O MONETARISMO: A VELHA TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA E A MODERNA ESCOLA MONETARISTA GENTIL CORAZZAE RODRIGO L. KREMER BOLHAS RACIONAIS, CICLO DE PREÇOS DE ATIVOS E RA CIONALIDADE LIMITADA: UMA AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS MODELOS NEOCLÂSSICOS DE BOLHAS ESPECULATIVAS JOSÉ LUS OREIRO VULNERABILITY INDICATORS OF THE TWIN CRISES: THE EAST ASIAN EPISODE TITO BELCHIOR SILVA MOREIRA IMPACTOS POTENCIAIS DA NEGOCIAÇÃO DA ALCA SOBRE OS INVESTIMENTOS EXTERNOS EM SERVIÇOS PROFISSIONAIS NO BRASIL MICHEL ALEXANDRE, OTAVIANO CANUTO E GILBERTO TADEU LlAflA TEORIA MARXISTA DO VALOR: UMA INTRODUÇÃO ALFREDO SAAD FILHO UM ESTUDO EMPÍRICO DOS CICLOS POLÍTICO- ECONÔMICOS NO BRASIL ATHOS PRATES DA SILVEIRA PREUSSLER E MARCELO SAVINO PORTUGAL RELENDO CHANDLER, WILLIAMSON E NORTH PARA ENTENDER O PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS ESTRADAS DE FERRO NO BRASIL JEFFERSON ANORONIO RAMUNDO STADUTO, WEIMAR FREIRE DA ROCHA JR. E CLAILTON ATAÍDES DE FREITAS MATRIZ DE INSUMO-PRODUTO PARA A ECONOMIA TURÍSTICA BRASILEIRA: CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERSETORIAIS FRANCISCO CASIMIRO FILHO E JOAQUIM JOSÉ WWRTINS CUILHOTO SEÇÃO ESPECIAL: AVALIAÇÕES INICIAIS DA POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO LULA A n o 2 1 N' 40í Setembro, 2003

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Reíforo: Prof". Wrona Mara Panzz FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS Dretora: Prof Pedro César Dutra Fonseca CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS ECONÔMICAS Dretor: Prof, Gentl Cprozza DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS Chefe; Prof. Rcardo Dathen CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA Coordenador: Prof. Eduardo Pontual Rbero PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO RURAL Coordenador: Prof. Jacone Almeda CONSELHO EDITORIAL: Carlos G. A, Melfz Netto (UFRGS), Eduardo A. Maldonado Flho (UFRGS), Eduardo R Rbero (UFRGS), Eleuténo F S. Prado (USP), Eugêno Lagemann (UFRGS), Fernando Cardm de Carvalho (ÜFRJ), Fernando Ferrar Flho (UFRGS), Fernando de Holanda Barbosa (FGV/R.I), FIávo Vasconcellos Comm (UFRGS), Gentl Corazza (UFRGS), Gócomo Balbnotto Netto (UFRGS), Gustavo Franco (PUC/RJ),.lan A. Kregel (UNCTAD),.João Rogéro Sanson (UFSC), Joaqum Pnto de Andrade (UnB), Jorge Paulo Araújo (UFRGS), Marcelo S, Portugal (UFRGS), Mara Alce Lahorgue (UFRGS), Paul Davdson (Unversty of Tennessee), Paulo D. Waqul (UFRGS), Pedro C. D. Fonseca (UFRGS), Phlp Arests (Levy Economcs Insttut of Bard College), Roberto C. de Moraes (UFRGS), Ronald Otto Hllbrecht (UFRGS), Sabno da Slva Porto Jr. (UFRGS), Stefano Florss (UFRGS) e Werner Baer (Unversty of Illnos at Urbana- Champagn). COMISSÃO EDITORIAL: Eduardo Augusto Maldonado Flho, Fernando Ferrar Flho, Gentl Corazza, Marcelo Savno Portugal, Paulo Dabdab Waqul e Roberto Camps Moraes. EDITOR: Prof. Fernando Ferrar Flho EDITOR ADJUNTO: Prof. Gentl Corazza SECRETÁRIA: Clarssa Roncoto Baldm REVISÃO DE TEXTOS: Vanete Rcachesk EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Vanessa Hoffmann de Quadros FUNDADOR: Prof Antono Carlos Santos Rosa Os materas publcados na revsta Anóíse Econômco são da exclusva responsabldade dos autores. E permtda o reprodução total ou parcal dos trabalhos, desde que seja ctada a fonte. Aceta-se permuta com revstas congêneres. Acetam-se, também, lvros para dvulgação, elaboração de resenhas e recensões Todo correspondênca, materal pora publcação (vde normas na tercera capa), assnaturas e permutas devem ser dngdos ao segunte destnataro: PROF FERNANDO FERRARI FILHO Revsta Análse Econômca - Av, João Pessoa, 52 CEP 90040-000 PORTO ALEGRE - RS, BRASIL Telefones: (051) 316-3513 ~ Fax: (051) 316-3990,,,, Analse tconom/co E-mal: rae@ufrgs.br Ano 21, n 39, março, 2003 - Porto Alegre Faculdade de Cêncas Econômcas, UFRGS, 2003 Penodcdade semestral, março e setembro. Tragem: 500 exemplares 1 Teora Econômca - Desenvolvmento Regonal - Economa Agrícola - Pesqusa Teórca e Aplcada - Peródcos- I. Brasl Faculdade de Cêncas Econômcas, Unversdade Federal do Ro Grande do Sul CDD 330 05 CDU 33 (81) (05)

Matrz de nsumo-produto para a economa turístca braslera: construção e análse das relações ntersetoras Francsco Casmro Flho' Joaqum José Martns Gulhoto' Abstract: Ths study amed to analyze the toursm contrbutons to the Brazlan economy, consderng the productve framework of 1999. For that, t was amed to characterze the nter-sectors relatons focusng on sectors that fom the toursm segment. In order to perform ths study t was needed to share the nput-output matrx consttuted to the country nto sectors whch were consdered toursty and non-toursty In the analyss, t was used, the lnkage ndex of Hrschmann-Rasmussem, the feld of nfluence, the pure lnkage. The lnkages nter-sector ndexes allowed the dentfcaton of key-sectors, consderng the nput-output model here developed and the level of aggregaton used. Among the sectors classfed as key-sectors, usng the most extensve concept, sx (06) were nfally consdered as compounds of the toursm segment: regular ar transport, non-regular ar transport, travel agents and agences, supportng actvtes of ar transport, hotels and other types of temporary accommodaton, restaurants and other food establshments. In face of ths, t s ponted out the mportance of mplementng polces and programs to promote the development of the sector of toursm n Brazl, consderng that toursm contrbutes to the growth of the natonal economy Key-words: nput-output, toursm, key-sectors JEL Classfcaton: Rl 5 1 Introdução O tursmo é um dos segmentos econômcos que mas têm crescdo no mundo. Segundo a World Toursm Organzaton - WTO (2000), nos últmos anos ele vem apresentando crescmento médo de 7% ao ano, enquanto setores como agrcultura e ndústra vêm tendo crescmentos médos anuas de 2,3% e 3%, respectvamente ' Prof. Assstente do Departamento de Cêncas Econômcas e do Programa de Mestrado em Cultura e Tursmo da Unversdade Estadual de Santa Cruz - llhéus-ba. 2 Prof Assocado do Departamento de Economa, Admnstração e Socologa da ESALQ/USP e do Regonal Economcs Laboratory (Real) da Unversdade de Illnos (EUA).

(World Bank, 2001). Com base nesse fato, alguns países atrbuem a esse mportante segmento econômco parte da tarefa de equlbrar e até obter superávt em suas balanças de servços apenas com recetas advndas do tursmo. Outros países, prncpalmente aqueles em desenvolvmento, analsam o tursmo como uma das alternatvas capazes de nduzr melhora na qualdade de vda de suas populações, ou seja, como uma atvdade propulsora de desenvolvmento, gerando renda e emprego, prncpalmente em regões possudoras de pasagens exótcas e com recursos fnanceros escassos (Lopes, 1990). Uma das razões para sso é o baxo nível relatvo de nvestmentos requerdos para sua mplantação, em comparação com qualquer outra ndústra. Desse modo, pode-se dzer que o tursmo consttu uma possbldade concreta de mnmzação das dspardades regonas entre as regões do país (Cruz, 2000). Assm, o tursmo consttu alternatva capaz de fomentar o crescmento e o desenvolvmento regonal. No entanto, apesar de reconhecer que o tursmo exerce grande mportânca sobre a economa de determnado país, no Brasl exstem poucos estudos que quantfcam, com maor rgor, os mpactos desse segmento sobre a economa, demonstrando, assm, a necessdade dé estudos sobre o tursmo braslero, à luz de uma análse econômca. Assm, torna-se necessáro dentfcar e quantfcar a contrbução dos setores que compõem o segmento do tursmo relatvamente aos demas setores da economa braslera, sob a ótca de um modelo de nsumo-produto para o ano de 1999, buscando verfcar as relações ntersetoras estabelecdas, e, a partr daí, colaborar com os órgãos responsáves pela elaboração e mplementação de polítcas econômcas que vsam promover o crescmento naconal e, ou, regonal, bem assm com o própro tursmo, no dreconamento de seus nvestmentos. Além dessa parte ntrodutóra, neste trabalho apresentam-se os procedmentos utlzados na construção do modelo de nsumo-produto para o segmento do tursmo no Brasl, bem como os concetos e cálculos dos métodos de análse das relações ntersetoras na economa braslera. Em seguda, apresentam-se e dscutem-se os resultados obtdos a partr do modelo anterormente referdo. Por últmo, apresentam-se as consderações fnas.

2 Referencal metodológco Para construr o modelo de nsumo-produto da economa turístca no Brasl, utlzou-se o método com nformação censtára lmtada, uma vez que as nformações relaconadas com o segmento do tursmo no Brasl são bastante escassas. Dessa forma, para construção do referdo modelo, tomou-se como ponto de pardda o modelo de nsumo-produto geral da economa braslera, elaborado por Gulhoto et al. (2001) para o ano de 1999, a partr das nformações obddas das Contas Naconas do Brasl. 2.1 A construção do modelo de nsumo-produto do tursmo no Brasl O modelo de nsumo-produto geral para economa braslera apresenta as nformações numa abordagem do dpo enfoque produto por setor a preços báscos ^ permtndo que cada produto seja produzdo por mas de um setor e que cada setor produza mas de um produto, ou seja, exste uma matrz de produção e outra de uso dos nsumos. A dmensão da matrz de produção é de 42 setores por 80 produtos e a matrz de uso, de 80 produtos por 42 setores. A elaboração do modelo de nsumo-produto para o tursmo dar-se-á por meo da agregação de alguns setores (os que, segundo a lteratura, têm pouca relação com o tursmo) e da desagregação de outros setores (os que podem ser consderados de maor projeção turísdca). Segundo Pac (1996), os termos setor tursmo e produto turísdco não exstem no senddo econômco, pos o tursmo é um conjunto de advdades econômcas (bens e servços) que sadsfazem as necessdades dos turstas, ou seja, o tursmo compreende as atvdades que as pessoas realzam durante suas vagens e estadas em lugares dferentes de sua resdênca por um tempo superor a 24 horas e nferor a um ano com fns de óco, negócos e outros motvos (vstas a parentes e amgos, tratamento de saúde etc). Excluem-se os trabalhadores das fronteras, as vagens para estudos e para procurar emprego, os dplomatas e o pessoal das forças armadas quando em servço. 3 Preço básco é o preço de mercado dos bens e servços menos os mposto ndretos líqudos e as margens de transporte e comercalzação, ou seja, é o preço dos bens na porta da fábrca.

Esse conjunto de atvdades econômcas que compõem o segmento do tursmo anda não se encontra bem-defndo na lteratura, ou seja, rão exste conse;nso entre os autores para defnr quas atvdades compõem esse segmento. Para Lage & Mlone (1991), o conjunto de atvdades econômcas que compõem o segmento do tursmo são: transporte de passageros (rodováro, aéreo, marítmo, táx), hospedagem (hotés, pousadas, "flats"), afmentação (restaurantes, bares, lanchonetes), servços culturas e de recreação (teatros, casas de espetáculos etc). Já para Lundberg et al. (1995), os setores econômcos do tursmo são: hotés, restaurantes, transporte aéreo, aluguel de carros e agêncas de vagens. Vale salentar que os referdos autores, apesar de não apresentarem algumas atvdades que foram ctadas por outros autores, por exemplo Espanha (1996), não afrmaram qre elas não poderam ser ncluídas no segmento do tursmo. Neste trabalho, a defnção das advdades que foram utlzadas para compor o segmento do tursmo fo feta, levando-se em consderação a defnção dos autores anterormente ctados. Assm, as atvdades econômcas que consdtuem o segmento do tursmo foram reundas em 12 setores do modelo de nsumo-produto para o tursmo no Brasl, a saber: Transporte rodováro de passageros, regular; Transporte rodováro de passageros, não-regular''; Transporte regular própro para exploração de pontos turísdcos; Transporte aéreo, regular; Transporte aéreo, não-regular^; Atvdades de agêncas de vagens e organzadores de vagens; Atvdades auxlares do transporte terrestre^; Advdades auxfares do transporte aéreo'; Estabelecmentos hoteleros e outros tpos de alojamento temporáro; Restaurantes e outros estabelecmentos de servços de almentação; Atvdades recreatvas, culturas e desportvas; e Aluguel de automóves e outros meos de transporte. * Inclu transporte escolar, de tursmo e de pessoal de empresas. 5 Inclu táx aéreo, servço de helcópteros e vôos fretados. ' Inclu exploração de termnas rodoferrováros, parques de estaconamento e garagem, socorro e reboque, carga e descarga, agencamento de cargas e guarda-volumes. ' Inclu a exploração de aeroportos, campos de aterrssagem, de nstalações de navegação, translado terrestre de passageros, guarda-volumes e lmpeza de aeronaves.

2.1.2 A abertura das matrzes de produção e uso dos nsumos De acordo com o descrto no subtem anteror, nas tabelas de nsumo-produto não é possível ter um setor de tursmo, tendo em vsta a heterogenedade de atvdades econômcas que compõem o segmento do tursmo, em que se deveram ntegrar bens e servços totalmente dstntos e ncomparáves, o qual volara mutos prncípos da contabldade setoral (Brassouls, 1991; Espanha, 1996). Assm, deve-se proceder algumas alterações na estrutura da matrz de nsumo-produto do Brasl, buscando colocar em evdênca as atvdades de maor projeção turístca, ou seja, transportes, servços prestados às famílas e servços prestados às empresas. Na desagregação dos setores e dos produtos, procurou-se segur a Classfcação Internaconal Unforme das Atvdades Turístcas (CIUAT) da OMT, bem como a Classfcação Naconal de Atvdades Econômcas (CNAE) do IBGE. Já a agregação dos setores fo feta levando-se em consderação o grau de homogenedade das atvdades de cada um. Na desagregação dos setores (desagregação das lnhas) da matrz de produção, utlzou-se como nformações báscas a partcpação relatva da receta bruta total de cada "subsetor" na receta bruta total do setor, obtdas em IBGE (1997), conforme apresentado a segur. O valor total da produção do setor de transportes fo dstrbuído entre os subsetores de acordo com a partcpação de cada um no valor total da produção do setor, ou seja: Transporte rodováro de passageros, regular (0,217); Transporte rodováro de passageros, não-regular (0,016); Transporte regular para expl. de pontos turístcos (0,000); Transporte rodováro de cargas (0,343); Outros transportes terrestres (0,055); Transporte aquaváro (0,033); Transporte aéreo, regular (0,178); Transporte aéreo, não-regular(0,010); Agêncas de vagens e organzadores de vagens (0,049); Atvdades auxlares do transporte terrestre (0,016); Atvdades auxlares do transporte aquaváro (0,024); Atvdades auxlares do transporte aéreo (0,013); e Outras atvdades auxlares do transporte (0,045). Para o setor de Servços prestados às famílas, o procedmento fo o segunte: ncalmente, esse setor fo dvddo em dos novos setores: - Alojamento e almentação (0,3127); e - Outros servços (0,6829), levando-se em consderação a partcpação dos novos setores no setor de Servços prestados às famílas. Em seguda, proce-

deu-se a uma nova desagregação de cada um dos dos novos setores. O setor de Alojamento e almentação fo desagregado em Estabelecmentos hoteleros e outros, tpos de alojamento temporáro (0,2215); e em Restaurantes e outros estabelecmento de servços de almentação (0,7785). O setor de Outros servços fo desagregado em dos novos setores: Servços recreatvos, culturas e desportvos (0,217); e Outros servços prestados às famílas (0,783). Esse procedmento fo adotado em vrtude da manera como os dados para desagregação estavam dsponíves. Já o setor Servços prestados às empresas fo desagregado, de forma semelhante à do setor de Transporte, em dos novos setores: Aluguel de automóves e outros meos de transportes (0,01); e Outros servços prestados às empresas (0,99). Para realzar as desagregações descrtas, observou-se a matrz de produção geral da economa braslera, procurando dendfcar quas os produtos produzdos por cada um dos setores que foram desagregados, bem como a partcpação destes na produção total do setor. Uma vez encontradas as referdas partcpações na produção dos setores, escolheu-se o produto com maor pardcpação na produção do setor para desagregá-lo, consderando que cada um dos produtos desagregados era produzdo somente por um setor. Os outros produtos produzdos pelos setores não foram desagregados, apenas dstrbuídos nos "subsetores", levando-se em consderação sua partcpação na produção. Verfcou-se também que os produtos de maor projeção turísdca eram produzdos por outros setores e não somente pelos setores turístcos. Assm, devera ser feta uma dstrbução desses produtos para os correspondentes produtos desagregados, a qual fo feta levando-se em consderação a partcpação na produção total do setor Na desagregação da matrz de uso partu-se da tabela de uso geral da economa braslera elaborada por Gulhoto et al. (2001). Incalmente, separaram-se os setores que foram desagregados na matrz de produção, ou seja, Transportes, Servços prestados às famflas e Servços prestados às empresas. Analsando as matrzes de uso que foram construídas para a economa braslera, verfcou-se que a matrz de uso para o ano de 1980 era a que mas se aproxmava da desagregação pretendda no presente trabalho. Assm, optou-se por udlzar a partcpação do uso dos prodrtos utlzados como nsumos no processo produtvo de cada setor, em 1980, para fazer a desagregação dos mesmos na ma-

trz de uso para o ano de 1999. Isso fo possível, vsto que se assumu que não houve grandes modfcações na estrutura dos transportes no Brasl, consderando do ano de 1980 até o ano de 1999. Em seguda, procedeu-se a uma comparblzação das classfcações de atvdades e produtos em 1980 e 1999, de acordo com IBGE (1997a). Os procedmentos utfzados na dstrbução dos produtos dentro de cada um dos setores desagregados, bem como os utlzados na desagregação dos produtos, são descrtos a segur Setor de Transporte A desagregação do setor de Transportes na matrz de uso dos nsumos de 1980 é a que se segue: Transporte rodováro. Transporte ferrováro. Transporte marítmo e Transporte aéreo. Em cada um dos vetores anterormente referdos fo feta uma desagregação do produto transportes, a fm de compatblzá-lo com a matrz de uso de 1980 (nesta "abertura" do setor, consderou-se a partcpação dos produtos no produto total, nformação obtda na matrz de produção). De posse dos vetores-coluna dos setores dos transportes da matrz de uso de 1980, calculou-se um coefcente de dstrbução da produção do setor para cada produto: Coefy = ^ O = rodováro, ferrováro, marítmo e aéreo) VPj em que X.. é o produto usado como nsumo no processo produtvo do setor j e VR, o valor da produção do setor j. Em seguda, dstrbuu-se o valor da produção total do setor j (obtdo anterormente na matrz de produção) no ano de 1999, levando em consderação os coefcentes de dstrbução calculados anterormente, sto é, o valor da produção total do setor j, em 1999, fo multpfcado por cada um dos coefcentes de dstrbução dos produtos. Coefy ^ yp,99 Uma vez dstrbuídos os valores dos produtos entre os setores (Transporte rodováro, Transporte ferrováro, Transporte marítmo e Transporte aéreo), somaram-se as fnhas (estes valores deveram ser guas aos dos produtos usados como nsumo pelo setor de transporte em 1999). Dos valores encontrados nessas somas, subtraíramse os valores dos produtos usados como nsumo pelo setor de Transportes.

Essa dferença de cada um dos produtos fo, em seguda, dstrbuída entre os setores Transporte rodováro, Transporte ferrováro. Transporte marítmo e Transporte aéreo, consderando-se, agora, a pardcpação da produção dos mesmos na produção total do setor de Transportes em 1999 (0,5926; 0,1005; 0,0568; e 0,2501, respectvamente). Se a dferença fosse postva, então devera dmnur o produto usado como nsumo pelo setor o equvalente à partcpação do setor na produção; se negatva, devera acrescentar o produto a cada setor o equvalente à sua partcpação na produção. A abertura dos setores e produtos explctados anterormente anda não fo sufcente para que os objetvos do trabalho fossem totalmente adngdos. Assm, os setores foram desagregados, levando-se em consderação a sua pardcpação na produção em: - Transporte rodováro (1,00) Transporte ferrováro (1,00) Transporte hdrovárlo (1,00) Transporte aéreo (1,00) - Transporte rodov. de passageros, regular (0,3662) - Transp, rodov. de passageros, nõo-regular (0,0267) - Tronsp. regular própro para exploração de pontos turístcos (0,0003) - Transporte rodováro de cargos (0,5793),- Atvdades auxlares do transp. terrestre (0,0275) - Outros transportes terrestres (0,5515) - Outras atvdades auxlares do transporte (0,4485) - Transporte oquaváro (0,5812) - Atv, auxlares do transporte oquaváro (0,4188) - Transporte aéreo, regular (0,7112) - Transporte aéreo, nõo-regular (0,0398) - Agêncas e organzadores de vagens (0,1962) Atlv, auxlares do transporte aéreo (0,0528) Como era esperado, além do setor de Transportes, outros setores da economa também utlzavam o produto Margem de transporte no seu processo produtvo. Assm, os novos produtos Margem de transporte deveram ser dstrbuídos nos demas setores econômcos. No entanto, no caso do Brasl não fo encontrada nenhuma nformação relaconada com a utlzação do produto Margem de transportes pelos demas setores produtvos que pudesse ser utlzada nessa desagregação. Assm, dada a nexstênca dessas nformações, partu-se para a utlzação de nformações de modelos de nsumo-produto construídos para outros países. Após uma revsão de lteratura e análse da Tabela Intersetoral da Economa Turístca - TIOT-92 para a Espanha, constatou-se que, em termos de partcpação, a estrutura do setor de Transportes da Espanha era semelhante à do Brasl. Dessa forma, o produto Mar-

gem de transporte fo dstrbuído nos dversos setores econômcos, consderando-se a mesma partcpação da TIOT-92. No entanto, os produtos anda não estavam desagregados de forma convenente com a matrz de produção consderada neste trabalho, tendo a necessdade de desagregar novamente os seguntes produtos: Transporte rodováro de passageros, Transporte aéreo e Servços anexos aos transportes. A "abertura" e dstrbução dos valores desses produtos para os setores da economa foram fetas consderando a partcpação de cada um dentro do produto relaconado, de acordo com o observado na matrz de produção. A desagregação desses produtos, bem como a partcpação dos "novos" produtos, é apresentada a segur: - Transporte rodováro de passageros (1,00 Transporte aéreo (1,00) Servços anexos aos transportes (1,00) - Margem de transp. rodov. de passag., regular 0,931) - Margem de transp. rodov. de passag., não-regular (0,068) - Margem de transp. regular própro para expl. de pontos turístcos (0,001) Transporte aéreo, regular (0,947) - Transporte aéreo, não-regular (0,053) - Margem de atv. aux. dos transp, terrestres (0,165) - Margem das atv. aux. dos transp. aquavóros (0,242) - Margem de atv. aux. dos transp. aéreos (0,134) - Margem de out. atv, aux, do transporte (0,458) Servços prestados às famílas Tomando por base a matrz de uso dos nsumos para o ano de 1980, construída para a economa braslera pelo IBGE (IBGE, 1989), calculou-se a partcpação de cada nsumo no valor da produção dos seguntes setores: Alojamento e almentação e Outros servços. Em seguda, dstrbuíram-se os valores dos nsumos em 1999, da segunte manera: em cada um dos vetores anterormente referdos fo feta uma desagregação do produto Servços prestados às famílas, a fm de compatblzá-la com a matrz de uso de 1980 (nessa "abertura" do setor, consderou-se a partcpação dos produtos no produto total, nformação obtda na matrz de produção). De posse do vetor-coluna do setor de Servços prestados às famílas da matrz de uso de 1980, calculou-se um coefcente de dstrbução da produção do setor para cada produto: Coefj = O = Alojamento e almentação e Outros servços) em que ^ é o produto usado como nsumo no processo produtvo do setor j, e VP., o valor da produção do setor j.

Em seguda, dstrbuu-se o valor da produção total do setor j (obtído anterormente na matrz de produção), no ano de 1999, levando em consderação os coefcentes de dstrbução calculados anterormente, sto é, o valor da produção total do setor j, no ano de 1999, fo muldplcado por cada um dos coefcentes de dstrbução dos produtos, ou seja: Coefy X yp,, Uma vez dstrbuídos os valores dos produtos entre os setores (Alojamento e almentação e Outros servços), os quas foram somados nas fnhas (estes valores deveram ser guas aos dos produtos usados como nsumos pelo setor de Servços prestados às famfas em 1999). Dos valores encontrados nessa soma, subtraíram-se os valores dos produtos usados como nsumos pelo setor de Servços prestados às famflas. Essa dferença devera ser nula, no entanto, na maora dos casos, sso não fo verdadero, encontrando-se valores postvos e negatvos. Anda, a dferença de cada um dos produtos fo em seguda dstrbuída entre os setores Alojamento e almentação e Outros servços, consderando-se agora a pardcpação da produção dos mesmos na produção total do setor de Servços prestados às famflas em 1999 (0,3423 e 0,6577, respectvamente). Se essa dferença fosse postva, então devera ser dmnuído o produto usado como nsumo pelo setor o equvalente à pardcpação do setor na produção; se fosse negatva, devera ser acrescentado o produto a cada setor o equvalente à pardcpação deste na produção. A abertura, anterormente referda, dos setores e produtos anda não era sufcente para que os objetvos deste trabalho fossem atngdos. Assm, os setores foram novamente desagregados, levando-se em consderação a pardcpação na produção em: Estabelecmentos hoteleros e outros tpos de alojamento temporáro (0,2215) e Restaurantes e outros estabelecmentos de servços de almentação (0,7785). Já o setor de Outros servços fo desagregado em: Advdades recreatvas, culturas e desportvas (0,1011) e Outros servços prestados às famflas (0,8989). As referdas desagregações foram fetas de acordo com a partcpação no valor da produção das atvdades, obtdas na matrz de produção calculada anterormente. O produto Servços de alojamento e almentação fo desagregado em: Estabelecmentos hoteleros e outros tpos de alojamento temporáro (0,2215) e Restaurantes e outros estabelecmentos de servços de almentação (0,7785). O produto Outros servços fo desagregado em: Atvdades recreatvas, culturas e desportvas (0,5245)

e Outros servços prestados às famílas (0,4755). A "abertura" e dstrbução dos valores destes produtos nos setores da economa foram fetas consderando a partcpação na produção, conforme a matrz de produção. Vale ressaltar que as hpóteses assumdas para o setor de Servços prestados às famílas foram as mesmas assumdas na construção da TlOT-92. Seruços prestados às empresas Com relação ao produto Servços prestados às empresas, não fo encontrada em nenhuma outra matrz de uso dos nsumos prevamente construída, nformação no nível de desagregação pretendda para o presente trabalho. Dessa forma, a "abertura" deste produto ocorreu de forma dferente da dos dos produtos descrtos anterormente. Da matrz de produção, retrou-se a produção dos setores Aluguel de automóves e outros meos de transporte e Outros servços prestados às empresas, bem como a parrcpação (0,015) e (0,985), respecüvamente, desses dos setores na produção do setor de Servços prestados às empresas. De posse dos vetores-coluna dos dos setores, fez-se a dstrbução dos nsumos em cada um deles, levando em consderação a sua parrcpação na produção. E mportante ressaltar que todos os procedmentos urlzados até aqu decorreram do fato da nexstênca de um conjunto de nformações relaconado com a utlzação de nsumos pelos setores produtvos da economa braslera, mas especfcamente dos nsumos e setores que compõem o segmento do tursmo. Para que sso se torne possível, recomenda-se a realzação de uma pesqusa aqu no Brasl, de modo que se possa conhecer com uma melhor exatdão o uso dos nsumos na estrutura produtva. A desagregação de setores e produtos nas matrzes de uso e produção utlzadas na construção do modelo de nsumo-produto para a economa turístca no Brasl gerou algumas dvergêncas nos valores das referdas matrzes. Para soluconar esse problema, lançou-se mão da técnca de balanceamento de matrzes conhecda na lteratura como RAS*^. Para uma descrção detalhada do método RAS, ver, por exemplo, Mller e Blar (1985).

2.2 Obfençõo da mafrz de coefcentes técncos para o segmento do tursmo Para se chegar ao modelo de nsumo-produto da economa turístca, no presente estudo, partu-se das matrzes de produção e uso dos nsumos que foram estmadas anterormente. A tabela de produção naconal, da qual se orgna a tabela V^^ ^ fornece nformações sobre a orgem setoral dos bens e servços produzdos em determnado ano na economa. As lnhas ndcam em quas setores os produtos são produzdos, enquanto as colunas ndcam a orgem setoral dos produtos. Na tabela de uso naconal da qual provém a tabela de uso U^^^^y mostram-se, nas lnhas, os produtos oferecdos para cada setor e, nas colunas, os demandados em cada setor da economa. De acordo com Mller & Blar (1985), para se obter a matrz de Leontíef, é precso, então, utlzar as matrzes V eu que estão dsponíves, conforme descrto nos parágrafos subseqüentes. Com base na tabela U e no vetor X^^^^^ este últmo representando a produção naconal por setor, pode-se calcular a matrz G^p^^, da segunte forma.- G = U(X)-' (1) em que G é a matrz naconal dos coefcentes técncos dos nsvmos domésdcos por setor e (Xy\ A o vetor X dagonalzado e nverddo. Com base na tabela V e no vetor Q'^^ ^ ^ este últmo representando a produção naconal por produto, po(?e-se calcular D^^ ^ dada por D-V(Q'j-' (2) em que D,, é a matrz de coefcentes técncos de produto e (s X p) (Q'y\ o vetor Q dagonalzado e nvertdo. Fnalmente, a matrz A^^^^^ dos coefcente técncos dos nsumos dretos pode ser esdmada por A = DG (3) A expressão (3) traz mplícta a hpótese adotada nesta tese, que é a da tecnologa baseada na ndústra sob o enfoque setor x setor. Tal enfoque é usado na grande maora dos estudos que utlzam a análse de nsumo-produto, por permtr que se dference a tecnologa empregada na produção dos dversos produtos.

A partr da matrz A, pode-se obter a matrz dos coefcentes técncos de nsumos dretos e ndretos para o tursmo, ou matrz nversa de Leontef para o tursmo, B^^ ^ da segunte manera: B = (I-A)' (4) Essa matrz é também chamada de matrz dos mpactos dretos e ndretos, por permtr verfcar o mpacto na produção, renda e emprego de uma varação na demanda fnal. 2.3 Concetos e cálculos dos métodos de análse das relações ntersetoras na economa turístca braslera 2.3.1 índces de lgações de Hrschman-Rasmussen Com o objetvo de efetuar o cálculo dos índces de lgações tanto para frente como para trás de Hrschman-Rasmussen, deve-se tomar por base a expressão (4), defnndo-se b.. como um elemento dessa matrz, B* como a méda de todos os elementos da matrz B e B.. e B.. como, respectvamente, a soma de uma coluna e de uma fnha da matrz B. Segundo Gulhoto et al. (1994), os cálculos dos índces de lgações de Hrschman-Rasmussen são determnados da segunte forma: índces de lgações para trás índces de lgações para frente (5) 5* ' Os índces de Hrschman-Rasmussen ndcam o grau de encadeamento dos setores da economa, tanto para trás como para frente, ou seja, evdencam o grau com que um setor demanda ou oferta nsumos para os demas setores do sstema econômco. 2.3.2 O índce de dspersão Os índces de fgações para frente e para trás refletem, respectvamente, as forças de oferta e demanda de dado setor, e o índce de dspersão pode ser consderado um ndcador de dstrbução dessas forças. Assm, conforme apresentado por Bulmer-Thomas (1982), este índce complementa os índces de lgações para frente e para

trás de Hrschman-Rasmussen, à medda que possblta nterpretar como um mpacto setoral dstrbu-se para outros setores. As dspersões dos índces de lgações para trás e para frente são, segundo Bulmer-Thomas (1982), determnadas pelas seguntes expressões: Dspersão do índce de lgação para trás «B n - Dspersão do índce de lgação para frente S(^- V < n-l y. = J ÍIZlL ""^^ ' ^ A ocorrênca de um baxo valor para determnada dspersão do índce de lgação para trás sgnfca que o mpacto de uma varação da produção em determnado setor tende a estmular os demas setores de manera unforme. No caso de um alto índce de dspersão, sso sgnfca que o mpacto va-se concentrar em poucos setores. Para o caso da dspersão do índce de lgação para frente, um valor alto sgnfca que a demanda por esse setor será concentrada em poucos setores, enquanto valor baxo sgnfca que esse setor é demandado de manera unforme. (6) 2.2.3 Campo de nfluênca Os índces de Hrschman-Rasmussen avalam a mportânca de um setor em termos de seu mpacto no sstema como um todo sem, contudo, dentfcar os prncpas elos dentro da economa, ou seja, sem dentfcar quas os coefcentes que, ao serem alterados, teram maor mpacto econômco como um todo. Essa defcênca dos índces de fgações pode ser suprda pela abordagem do campo de nfluênca. O conceto de campo de nfluênca, segundo Sons e Hewngs (1989 e 1995), permte conhecer como as mudanças nos coefcentes técncos se dstrbuem no sstema como um todo, ou seja, quas as relações entre os setores que teram maor mportânca dentro do processo produtvo. Assm, o campo de nfluênca pode ser compreenddo como uma análse complementar à análse dos índces de fgação para frente e para trás de Hrschman-Rasmussen.

Segundo Gulhoto et al. (1994) e Sons e Hewngs (1995), o procedmento para obtenção do campo de nfluênca requer: a matrz dos coefcentes técncos de produção, A = uma matrz de varações ncrementas nos coefcentes dretos de nsumo ou matrz de erro, E = e. ; e as correspondentes matrzes nversas de Leonref dadas por ^= fv. e^(8)= \b.{ ) I-A-e Segundo Sons e Hewngs (1989 e 1995), admtndo-se urna varação muto pequena que só ocorre em um coefcente dreto, sto é: O para para 1 = 1.. }=h (7) Se B - 5(8) corresponde ao mpacto resultante da alteração nos coefcentes dretos, para cada coefcente tem-se uma matrz de alterações ou matrz do campo de nfluênca do coefcente a.., dado pela expressão ne,: (8) em que F (E.. ) é uma matrz do campo de nfluênca do coefcente a.., com dmensão (n x n). O valor atrbuído a cada matrz F{e..) permte que se deterrrúnem quas os coefcentes que possuem o maor campo de nfluênca. Dessa forma, esse valor é defndo por k=l 1=1 Os coefcentes dretos que possuírem os maores valores de S.. serão aqueles com maor campo de nfluênca na economa como um todo, ou seja, aqueles que produzem maor mpacto. (9) 2.2.4 índces puros de lgação Os índces de lgações sugerdos por Hrschman-Rasmussen apresentam a desvantagem de não consderar os dferentes níves de produção de cada setor da economa. Com o objetvo de suprr essa desvantagem, vêm surgndo dferentes abordagens para o cálculo de índces de lgações ntersetoras de uma economa, dentre eles, o do índce puro de Hgação.

Segundo Gulhoto et al. (1994) e Gtlhoto et al. (1996), esse índce de lgação permte solar dado setor j do restante da economa, de forma a determnar o efeto das lgações totas do setor j na economa. Em outras palavras, o índce puro de lgações ndca a dferença entre a produção total na economa e a produção na economa se o setor j não comprasse nsumos do resto da economa nem vendesse sua produção para o restante desta. Esses mesmo autores desenvolveram procedmentos que objetvaram aferr a relevânca de dado setor para a economa, relatvo ao valor da produção gerado por esse setor. Para sso, torna-se necessáro decompor a matrz de coefcentes dretos de Leontef (A), da segunte forma: B=(l-Ar = Ajj Aj^ + 0 0" A 0. +.0 A.. (10) em que A., é a matrz de nsumos dretos dentro do setor j; A^ é a matrz de nsumos dretos que o setor ] adqure do resto da economa; A.^ é a matrz de nsumos dretos que o resto da economa adqure do setor j; A_^ é a matrz de nsumos dretos dentro do resto da economa; A. refere-se ao setor j solado do resto da economa; e A^ representa o restante da economa. Bü B,^_rA, OYA, OY I B, B J-(0 a J o aja,a, I, (11) Segundo a abordagem de Gulhoto et al. (1996), a partr da expressão (10) se pode chegar a em que os elementos da expressão (11) são assm defndos: A^.= (/ - A.'^''^ representa a nteração do setor j com ele mesmo; A^= (/ - A J ' ' representa a nteração do restante da economa com ele mesmo; A^^. = (/ - AA^.^ A^A^P"' representa quanto o setor j tem que produzr para o restante da economa para qte ela atenda às suas necessdades; e A^^ = (/ - A^ A^^. AAp"^ representa quanto o restante da economa va ter que produzr para o setor j para que ele atenda às suas necessdades. Consderando as nformações comdas na expressão (11) e usando a formulação de Leontef dada por X = {l-áf^y, expressão (12),

é possível dervar um conjunto de índces de lgações que permtam ordenar os setores em termos de mportânca do valor, bem como analsar como se verfca o processo de produção na economa. Substtundo a expressão (11) na expressão (14), tem-se X AA.. O V V Vy \ o I (13) X. O A.. O A. A Procedendo à multplcação dos termos da expressão (13), tem-se O O A. (14) A partr da expressão (14), defnem-se os índces puros de lgações para trás e para f^ente. Assm, o índce puro de lgações para trás pode ser defndo como PBL = AAA.Y. (15) em que PBL representa o mpacto puro do valor da produção total do setor j sobre a economa, não se consderando a demanda de nsumos que o setor gera nternamente, ou seja, dentro do própro setor, bem como as demandas da economa como um todo para o setor j e a demanda do setor j para a economa como um todo. Quanto ao índce puro de lgações para f-ente, é defndo como PFL = A.A.AY^ (16) Já o PFL ndca o mpacto puro sobre o setor j provocado pela produção no resto da economa, ou seja, o restante da economa, para atender à sua demanda fnal, nterage entre s, gerando uma demanda pelo setor j. O setor j va ter que produzr para atender a essa demanda. Outra vantagem desses índces puros em relação ao de Hrschman-Rasmussen é que, caso se deseje saber qual é o índce puro do total de lgações (PTL) de cada setor na economa, é possível somar o PBL com o PFL, dado que estes índces são expressos em valores correntes. PTL = PBL + PFL (17) em que está representado o mpacto puro da produção total no restante da economa no setor j. Conforme especfcado anterormente, os índces puros de lgações são expressos em termos de valor da produção total. Assm, quando se pretende fazer uma análse comparatva, em dferentes períodos, desses índces e dos de lgações de Hrschman-Rasmussen,

não é possível utlzar os índces puros de lgações. Para superar esse nconvenente, pode-se fazer uma normalzação dos índcè;s puros. Essa normalzação é feta dvdndo-se o valor da produção em cada setor pelo valor médo da economa. O índce puro de lgação para trás normalzado é defndo como PBLN=-^^ (18) ±PBL n O índce puro de lgações para írente normalzado é PFLN= (19) ±PFL Já o índce puro total normalzado das lgações de cada setor será dado por: PTÍ PTLN= ^PTL (20) De acordo com a eq. (20), pode-se perceber que, para obter o índce puro total de fgações normalzado (PTLN) de cada setor da economa, não mas é possível somar o PBLN com o PFLN, vsto que estes índces não são expressos em valores correntes. 3 Resullodos e dscussão 3.1 Análse das relações ntersetoras na economa braslera e o segmento do tursmo As tabelas do modelo de nsumo-produto construídas para o segmento do tursmo no Brasl para o ano de 1999 são apresentadas no Anexo Al. A partr de então fo possível estabelecer ndcações sobre a partcpação dos dversos setores da economa no valor da produção e no valor adconado, bem como anafsar as relações ntersetoras na economa, conforme serão apresentadas e dscutídas nesta subseção.

Com o objetvo de dmensonar a partcpação dos setores na economa braslera, com ênfase na partcpação do segmento do tursmo, serão usados o valor adconado e o valor da produção. Para esta análse, em vez de trabalhar com os 54 setores do modelo de nsumo-produto para economa turístca orgnal, optou-se por fazer uma agregação destes em apenas ses macrossetores, a saber: Agropecuára, Indústra, Servços ndustras de urldade públca, Construção cvl, Servços não-turístcos' e Servços turístcos. Este últmo fo desagregado nos seus doze setores orgnas, conforme mostrado na Tabela 1. Ao analsar a Tabela 1 pode-se constatar que, dentre os macrossetores consderados, os Servços não-turístcos fo o que apresentou a maor partcpação tanto no valor adconado como no valor da produção, em que os setores que mas contrbuíram para esta partcpação foram Admnstração públca. Aluguel de móves e Comérco. A segunda maor partcpação no valor adconado e no valor da produção fcou para o macrossetor Indústra. Tabela 1: Partcpação setoral no valor da produção e no valor adconado, Brasl, 1999. Part/c/poçõo Partcpação Macrossetores setoral no valor setoral no valor da produqão (%) adconado (%) Agropecuára 7,47 7,89 Indústra 35,44 22,06 S.I.U.R 2,81 2,73 Construção cvl 8,37 9,06 Servços nõo-turístcos 41,70 54,68 Servços turístcos 4,22 3,59 Transporte rodováro de passageros, regular 19,72 21,78 Transporte rodováro de passageros, nõo-reqular 1,44 1,59 Transporte regular para expl. de ptos. turístcos 0,02 0,02 Transporte aéreo, regular 16,17 13,55 Transporte aéreo, não-requar 0,91 0,76 Aqêncas e orqanzadores de vaqens 4,46 3,74 Atvdades auxlares aos transp. terrestre 1,48 1,63 Atvdades auxlares aos transp. aéreos 1,20 1,01 Estab. hoteleros e outros tpos de aloj. temporáro 9,95 9,43 Restaurantes outros estab. de serv. de almentação 34,98 33,14 Atvdades, recreatvas, culturas e desportvas 8,73 11,90 Aluguel de aut. outros meos de transporte 0,95 1,46 Fonte: Casmro Flho (2002). ' O macro-setor Sevços não-turístcos é composto pelos seguntes setores: Transporte rodováro de cargas. Outros transportes terrestres. Transporte aquaváro, Atv auxlares aos transportes aquaváros. Outras atv. auxlares ao transporte, Comérco, Comuncações, Insttuções fnanceras, Outros servços prestados às farrulas, Outros servços prestados às empresas, Aluguel de móves. Admnstração públca e Servços prvados nâo-mercants.

Sabe-se que o valor adconado é dado pela dferença entre o valor bruto da produção e o consumo ntermedáro, ou seja, é o valor agregado pelos setores produtvos no decorrer do processamento da produção. Desse modo, pode-se nferr que os macrossetores acma referdos mostraram-se mportantes mpulsores da economa braslera no período analsado. Anda com base na Tabela 1 e consderando apenas o macrossetor Servços turístcos, pode-se perceber que o setor Restaurantes e outros estabelecmentos de servços de almentação apresenta uma maor pardcpação no valor adconado e no valor da produção total, enquanto o que apresenta menor partcpação é o setor Transporte regular para exploração de pontos turístcos. 3.1.1 Os índces Hrschman-Rasmussen Conforme apresentado anterormente, a partr dos índces de lgações de Hrschman-Rasmussen, é possível dentfcar e analsar o grau de ntegração setoral de uma determnada economa, ou seja, a manera como os setores econômcos se nter-relaconam tanto como demandantes de produtos de outros setores, como ofertantes de produtos a outros setores. No prmero caso, tem-se o índce de fgação para trás e, no segundo caso, o índce de lgações para frente. A análse dos índces de lgações para frente e para trás de Hrschman-Rasmussen é complementada pelos coefcentes de dspersão dos índces de lgações, à medda que estes possbftam nterpretar como um mpacto setoral se dstrbu para os demas setores. A ocorrênca de um valor baxo para uma dspersão do índce de fgação para trás sgnfca que o mpacto de uma varação na produção no setor tende a estmular os demas, de manera unforme, já um valor alto para este coefcente sgnfca que o mpacto será concentrado em poucos setores. Para o caso do coefcente de dspersão do índce de lgação para frente, um valor alto sgnfca que a demanda por este setor está concentrada em poucos setores, enquanto que um baxo valor sgnfca que este setor é demandado de manera unforme pelos demas da economa. A Tabela 2 mostra os resultados dos índces de lgações de Hrschman-Rasmussen e os coefcentes de dspersão destes índces para os setores analsados, bem como a ordem de mportânca dos mesmos na economa.

Tabela 2: índces de lgações para trás e para frente de Rasrnussen- Hrschman e coefcente de dspersão dos índces de lgações, Brasl, 1999. Setores Lgações Ordem Dspersão Ordem Lgações Ordem Dspersão Ordem para trás para trás para frente para frente 1 Agropecuára 0,9056 40 5,1910 9 3,4300 2 1,9214 52 2 Extratva mneral 0,8279 4Ó 4,9099 12 1,3217 10 3,0444 49 3 Mneral ñ metálco 0,9982 30 4,6608 17 0,8776 19 5,2645 32 4 Sderurga 1,3008 1 5,0626 11 1,7334 4 3,8629 43 5 Metalurga 1,1885 8 4,2991 31 1,7056 5 2,9491 50 6 Máqunas e equp. 0,9074 39 4,4875 21 1,0020 15 3,9861 42 7 Materal elétrco 1,1668 11 3,7324 50 0,6909 31 6,1079 25 8 Equp, eletrôncos 0,9154 38 4,5807 20 0,6051 40 6,9354 12 9 Autom/cam/ônbus 1,1066 17 3,6479 51 0,5616 47 7,0135 11 10 Peças e out. veículos 1,1243 13 3,9953 39 1,2525 12 3,5599 45 11 Madera e mobláro 1,0627 20 4,2025 34 0,6977 29 6,2672 22 ^2 Celulose, papel e gráf, 1,1092 15 4,6674 16 1,3610 9 3,7447 44 13 Ind. da borracha 1,0770 19 4,6330 18 1,1052 13 4,4010 38 14 Indústra químca 1,0079 27 5,2134 8 5,1681 1 1,0343 54 15 Farmac e veternára 0,9991 29 4,1814 35 0,6162 37 6,6727 16 16 Artgos plástcos 1,0057 28 4,3854 25 0,9479 16 4,2996 40 17 Ind. têxtl 1,2400 6 4,8186 13 1,4459 8 4,3648 39 18 Artgos do vestuáro 1,1699 10 3,8897 42 0,5399 51 7,2381 3 Fabrcação de calçados 1,0879 18 4,0794 37 0,6148 38 7,1451 6 20 Indústra do café 1,2714 2 4,3367 27 0,6934 30 7,1035 8 21 Benef prod, vegetas 1,1734 9 3,8807 43 0,7206 27 5,6041 28 22 Abate de anmas 1,2566 4 3,9384 40 0,6906 32 6,1269 24 23 Indústra de latcínos 1,1612 12 4,2679 33 0,6598 34 7,0473 9 2^ Fabrcação de açúcar 1,2525 5 3,8949 41 0,7194 28 6,4118 20 25 Fab. óleos vegetas 1,2676 3 4,0939 36 0,8682 21 5,5819 29 2^ Outros prod, alment 1,2019 7 3,5537 54 0,9197 18 4,5046 37 27 Indústras dversas 0,9940 31 4,0084 38 0,6580 35 5,9965 26

Tabela 2: índces de lgações para trás e para frente de Rasmussen- Hrschman e coefcente de dspersão dos índces de fgações, Brasl, 1999 (contnuação) Setores Lgações Ordem, Dspersão Ordem Lgações Ordem Dspersão Ordem para trás para trás para frente para frente 28 S.I.U.R 0,9019 41 6,1804 3 1,5554 6 3,5321 47 29 Construção cvl 0,8821 44 4,6078 19 0,7241 26 5,5720 30 30 Comérco 0,9312 32 4,4839 22 2,5431 3 1,5148 53 31 Transp rodov, de passag., regular 0,9240 35 4,3214 29 0,7519 24 5,1759 33 Transp. rodov. passag., 32 0,9240 34 4,3002 30 0,5467 49 7,1300 7 não-regular Transp. reg. expl. de pos 33 0,9240 36 4,2986 32 0,5307 53 7,3459 2 turístcos 34 Transp. rodov.de cargas 0,9240 33 4,3576 26 1,1017 14 3,5333 46 35 Outr transp. 1,1071 16 3,6115 53 0,5834 44 6,6776 15 terrestres 36 Transp aquaváro 0,8951 42 4,4201 23 0,5758 45 6,8599 13 37 Transp. aéreo, regular 1,0582 23 3,8790 44 0,7837 23 5,1070 34 Transp, aéreo, não- 38 1,0586 22 3,7788 49 0,5447 50 7,1576 5 regular 39 Agênc. e org. de vagens 1,0623 21 3,8084 48 0,7312 25 5,3454 31 40 Atv- aux transp. terrestre 0,9214 37 4,3233 28 0,5860 43 6,6591 17 Atv, aux.tronsp- 41 0,8901 43 4,4161 24 0,6116 39 6,4053 21 oquaváros 42 Atv. aux, transp, aéreos 1,0539 24 3,8086 47 0,5755 46 6,7886 14 43 Outr. atv, aux transporte 1,1111 14 3,6259 52 0,6843 33 5,7324 27 44 Comuncações 0,7436 52 5,3006 6 0,9478 17 4,1197 41 45 Insttuções fnanceras 0,7646 48 5,5420 4 1,3146 11 3,1735 48 46 Estab, hotel, e outr tpos 1,0316 25 3,8294 46 0,5553 48 7,0181 10 de aloj, temporáro 47 de almentação Rest, outr estab, de serv. 1,0316 26 3,8319 45 0,5894 42 6,6081 18 48 Atv, recreatvas, cult, e 0,8324 45 4,6680 15 0,5939 41 6,5570 19 desportvas 49 famílas Outr. serv, prest, às 0,8194 47 4,7873 14 0,6386 36 6,1465 23 50 Aluguel autom, outr 0,7577 50 5,1487 10 0,5392 52 7,2323 4 meos de transporte 51 empresas 52 Aluguel de móves 0,5656 54 6,8930 1 0,8356 22 4,6216 35 Outr sen. prest, òs 0,7577 49 5,4441 5 1,5485 7 2,6001 51 53 Admnstração públca 0,7559 51 5,2297 7 0,8698 20 4,5145 36 54 Serv. prv. ñ mercants 0,5913 53 6,5804 2 0,5305 54 7,3485 1 Fonte: Casmro Flho (2002). Analsando os índces de lgações para trás, observa-se que os setores apresentaram índces bastante heterogêneos, sendo que 28 setores estão mas ntegrados, ndcando, assm, que a economa braslera no ano de 1999 se encontrava relatvamente nterlgada. Esse cenáro pode ser resultado de mudanças econômcas adotadas durante os quatro prmeros anos do Plano Real e que proporconaram ao Brasl um certo grau de dnamsmo não verfcado nos pr-

meros cnco anos da década de 1990, período em que, segundo Lma & Casmro Flho (2000), a economa braslera esteve pouco nterlgada. Essas mudanças modfcaram os vínculos entre os fatores econômcos nternos e externos e levaram ao ncremento na entrada de nvestmentos dretos estrangeros, amplando, assm, o mercado nterno braslero. Especfcamente, em relação aos nvestmentos no segmento do tursmo, segundo Saab & Daemon (2001), houve nos últmos anos a entrada de cadeas nternaconas de hotés no país que, em conjunto com outros agentes econômcos, pretendem realzar nvestmentos sgnfcatvos na construção e mplantação de novas undades hoteleras no Brasl. Recentemente, também, nstalaram-se aqu no Brasl alguns parques temátcos de propredade de empresas estrangeras, alguns já em operação e outros encontram-se em construção (Embratur/FADE, 1999). Dentre os setores mas ntegrados, destacam-se, como de maor capacdade de nteração com os setores vendedores, os seguntes: Sderurga (4), Indústra de café (20), Fabrcação de óleos vegetas (25), Abate de anmas (22) e Fabrcação de açúcar. Esses concentraram a demanda por nsumos para o processo produtvo braslero. Com relação aos setores que compõem o segmento do tursmo, pode-se perceber que, embora não se encontrem entre os cnco prncpas demandantes, encontram-se entre os setores mas ntegrados na economa. Os setores vnculados ao tursmo que apresentam esta característca são: Transporte aéreo, regular (37), Transporte aéreo, não-regular (38), Agêncas e organzadores de vagens (39), Atvdades auxlares ao transporte aéreo (42), Estabelecmentos hoteleros e outros tpos de alojamento temporáro (46) e Restaurantes e outros estabelecmentos de servços de almentação (47). No que dz respeto aos índces de lgações para frente, anda com base na Tabela 2, pode-se observar que a quantdade de setores que ofertam seus produtos como nsumos para os demas setores do processo produtvo é menor que os setores os quas demandam, sendo formados por 14 outros (setores com índce superor a méda). Consderando os cnco maores índces de fgações para írente, observa-se que a oferta dos nsumos se processou pelos seguntes setores: Indústra químca (14), Agropecuára (1), Comérco (30), Sderurga (4) e Metalurga (5). Analsando os setores que compõem o segmento do tursmo, percebe-se que todos os setores apresentam índce de lgação para